• Nenhum resultado encontrado

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.2 Bioma rcadores inflamatórios

3.2.1 Matriz de Me taloproteinase

As MMPs são en zimas (endopeptid ases) dependentes de zinco que são en contradas em vários tipos de organ ism os e, que têm a capacidade de degrada r a Matriz Extrace lula r ( ME) (CHEN et al. 2013) e prote ínas conectiva s teciduais (SIASOS et al. 2 012 ). Um dos papéis das MMPs que têm sido descritos é frente à remodelação cardio vascu lar (RAFFETTO; KHALIL 2008). MMP s são secretadas por célula s inflamatórias que indu zem a produção de MMPs como, po r

exemplo, TNF-α (SIASOS et al. 2012; DOLLERY; McEWAN; HENNEY 1995).

MMPs são classificadas numericamente (HOOPER, 199 4) e desde o descobrim ento das MMPs sã o documentados 22 tipos desta substância em hu manos (YABLUCHANSKIY et al. 2 013). Até o presente momento as MMPs que tê m tido maior rele vância para o estudo das doença s ca rdio va scu lares são as MMP -2, MMP-8, MMP -9 (RAFFETTO; KHAL IL 2008; KRAMER; MILTING 2011). In icialmente as metaloproteina ses eram nominadas d e acordo com a e specificidade de seus substratos em cinco gru p os: cola genases, gelatinases, estromelisina, matrilisina e por tipo de membrana. Posteriormente, com a descoberta de tipos e xcedente s, as MMPs foram nominadas de acordo com numeração e specífica (YABL UCHANSKIY et al. 2013). MMP -2 e MMP-9 são também conhecid as como Gelatinases A e B respectivamente, d evido a sua função que pe rmite a degradação das gela tinas, além de outros tecidos ( SBARDELLA et a l. 20 12 ).

A ME é uma estrutura comple xa re sponsá vel pelo su porte celula r (e strutura e re vestimento) e é composta p or biom olécula s que incluem co lá geno, laminina, fib rone ctina, fibrilina e p roteo glicanos (SIASOS et al. 201 2). A de gradação d a ME desempenha um papel de vita l impo rtância e m vá rios p rocessos fisioló gico s como, por e xemplo, desenvo lvimento d e órgãos e cicat riza ção de feridas e, patoló gico s

envo lve a quebra d a rede formada po r colá geno (YABL UCHANSKIY et al. 2013). Ne ste processo, as MMPs que atuam realiza ndo a quebra de colágeno são MMP -1, MMP-2, MMP -8, MMP-9 e MMP-14. (RAFFETTO; KHAL IL 2008).

Após a ativação d as MMPs, esta s abrem caminho em locais específico s para a quebra do esqueleto e xtrace lu lar ou , para modificação das molécula s bio logica mente ativas re sid entes na ME. Nas artérias a de gradação da matriz do e sque leto é mediada pela ativação de MMPs para facilita r a migração e in va sã o de células endoteliais (CHEN et al. 2013) .

MMPs podem prom ove r a in va são de macrófagos ( JOHNSON et al. 2006a, 20 06b) e assim aumentar a inflamação da placa (NEW BY, 2007). O processo inflamatório en volvendo a atividade de MMPs é essencia l para a remodelação va scu lar, implicando na

reorgan ização da matriz e xtra celular da pa rede va scula r e

particula rmente na mediação de progressão e ruptu ra das placas ateroscleró tica s (GALIS, KHATRI 2002) . Cé lulas inflamatória s como os macrófagos, e neutrófilos são as principa is font es de MMPs, (NEW BY, 2007).

Entretanto, uma va riedade de pesquisas re ve la qu e a atividade proteo lítica das MMPs controla uma série d e molécula s ativas como os fatores de crescimento (VISSE; NAGASE 2003; ). Evidências su gere m que a s MMPs d esempenham um papel crítico na formação e remodelação va scu lar atra vés da de gradação da membrana e das prote ínas da ME e pela modificação dos fatores de crescimento an gio gênicos e cito cinas .

A inflamação vascular é um p rocesso comple xo que in clui múltiplo s tipos de célula s e fatores bioló gicos, o qua l é iniciado por dano tecidual. A coordenação de citocinas e qu imiocinas re gula a proliferaçã o, adesão e migra ção ce lula res no s lo cais inflamados.

(CHARO; RANSOHOF 2006; CHARO; TAUBMAN 2004). Em doenças relacionadas à an giogêne se e remode lação vascula r, a inflamação é identificada como não balanceada, exace rbada e crônica . A angio gêne se sustenta a inflamação pela pro visão de demandas metabólicas da s células inflamatória s, enquanto que, a inflamação promove a an gio gênese via libe ração de várias c itocinas e quim iocina s que impactam o comportamento das célu las vascula res (COSTA; INACIO; SOARES 2007).

Com respeito aos e feitos do stress o xidativo na remodela ção va scula r, abo rda gens antio xidantes são usadas para redu zir a re gulação positiva de MMPs e ate nuam o efeito da remodelação tecidual du rante a doença vascu lar. (CASTRO e t al. 20 11; KANEKO et al., 2011 ).

3.2.1.1 MMP -2

A MMP -2 desempenha um papel significativo na

angio gêne se norm al e também com relação à angio gên ese tumoral e

no desen volvime nto de le sõe s ateroscle róticas neo íntimas

(BURBRIDGE et al. 2002; ITOH e t al. 2002; KUZUYA; KANDA; SASAKI 2003)

MMP -2 é essen cialmente exp resso em todos os tecidos humanos e principalmente por fib roblastos, célu las endoteliais e

ativados em condições inflamatórias ( XU et al., 2004b). (CHEN et al. 2013). A atividade de MMP -2 é e stritamente regu lada p or Inib idore s

Endógenos de Metaloprote inases ou TIMPs5: em particular, TIMP -2,

TIMP-3 and TIMP -4. (CHEN et al. 2013) . Vasiliadis et al. (2013) apresentaram e vid encias de que o exe rcício indu z o aumento de VEGF e MMP -2. Particula rmente, gelatinases A e B, MMP -2 e MMP -9 desempenham um papel imp ortante na resposta angiogênica, bem como em modelos animais deficie ntes destas substâncias (CHO; REIDY 2002 ).

Vasiliadis et al. (2013) in vestigaram a secreçã o de biomolécula s angiogênicas em repo uso e em resposta ao exercício em sujeito s pa raplégicos. Os auto re s analisa ram as concentrações plasmática s de Fator de Cre scimento Endotelia l, cu ja sigla em in glês

é representada po r VEGF -A1 6 5, seus receptores sVEGFr -1 e sVEGFr -

2, MMP-2 e Endo statina na situação d e repouso, imediatamente após exe rcício, 1,5 e 3 horas após e xe rcício. Oito su jeito s com lesão torácica (sete h omens, lesões e ntre T6 -T12, AIS A) foram comparados com oito suje itos não deficientes no gru po controle. O exe rcício consistiu em u m protocolo de esforço de 30 minutos no

ergômetro de membros superiore s a 60% do VO2 m á x. O principal

resultado do estud o foi que o e xercício moderado é cap az de indu zir o aumento da secreção das biomoléculas analisadas. No entanto não foi observada influ en cia da LME na secre ção destas substâncias, o que pode ser in dicativo de que sujeito s pa raplé gicos possuem comportamento se melhante a suje ito s não deficientes com relação à indução das substancias que pro vocam remodelação cardio va scu lar em função do exercíc io.

Algumas limitaçõe s são obse rvadas no estudo de Vasiliadis et al. (2013 ). Embo ra tenham sido inclusos apenas su jeitos com lesão

5

completa, não está cla ro se o n íve l d e lesão é um fator que in terfere no comportamento das variá ve is analisadas. O tamanho redu zido da amostra e sua heterogene idade, alé m da ausência de informações sobre o níve l de atividade física do grupo dificultam a compreensão dos resu ltados.

3.2.1.2 MMP -8

Uma das mais intrigantes metalop rote inases, MMP -8 também

conhecida como colagena ses -2 ou colagenase neutrófila

(SBARDELLA et al. 2012) , por muito tempo acreditou -se que e ra exp ressa somente nos pre cursores de neutrófilos durante a maturação mieló id e . Entretanto, to rnou -se e vidente que a MMP -8 pode ser exp ressa em uma ampla variedade de células (por e xemplo: neutrófilos em fase de maturação, neutrófilos periféricos, macrófagos, célula s plasmática s, célu las T, células epiteliais brôn quicas, cé lula s epiteliais o rais, fibrob lastos, miofibroblasto s de c ólon, célula s musculare s lisas, condrócitos, p rincipalmente dura nte diferentes condições inflamatórias ) (CHEN et a l. 2013) . MMP-8 é uma potente enzima cola geno litica que é en vo lvida na pato gêne se de várias

condições inflam atória s (CHEN et al. 2013) e doenças

Estudos relatam a umentos das concentrações p lasmáticas de MMP -9 em pacientes co m processo s inflamatórios, em p rocesso de cicatrização de feridas e em paciente s com doenças ca rdio vascu la res como, por e xemplo , hipe rtensão, ateroscle rose e infarto do miocá rdio (YABLUCHANSKIY et al. 2013). MMP-9 é secretada principa lmente por neutrófilos, macrófagos e fibroblastos (YABLUCHANSKIY et al. 2013). Em human os a MMP -9 degrada a ME com subseqüente ativação de subst âncias an gio gênicas como , por e xe mplo, fator de crescimento va scular endotelial. (BEKES et al. 2011 ).

A inib ição de MMP -9 é realizada p elo TIMP -1 atra vé s da ligação do TIMP à forma zimogên ica (ativa ) da enzima. (GOLDBERG et al. 1992). É sabido que o TI MP-1 se liga à MMP -9 e assim inibe sua forma ativa. (RODERFEL D et a l. 2007). Uma outra forma de

inib ição da MMP -9 é atra vés da secreção de macroglo bulina α2 que

pre vê a inib ição sistêmica da MMP -9. (YABL UCHANSKY e t al. 2013). Ateroscle rose é d efinida clini camente como o acúmulo de go rdura e cole sterol na parede arterial que pro gride pa ra a formação de placas e re strição do flu xo san guíneo (YABLUCHANSKIY et a l. 2013). O aumento nos níve is p lasm áticos de MMP -9 é altamente correlacionado com mortalidade em ind ivíduos com aterosclero se (BLANKENBERG et al. 2003). Os níve is sé ricos d e MMP -9 são correlacionados co m proteína C reativa, IL -6 e fibrinogê nio e servem como marcador de risco pa ra infarto do miocá rdio. (FERRONI et al. 2003; HOU et al. 2 013).

Quadro 1. Re sumo da ação das Me taloproteinase s* F o n t e Aç ã o I n i b i d o r M M P - 2 N e u t r ó f i l o s , m a c r ó f a g o s e f i b r o b l a s t o s , c é l u l a s e n d o t e l i a i s , c é l u l a s m u s c u l a r e s l i s a s v a s c u l a r e s , l i n f ó c i t o s A g e s o b r e a l g u n s s u b s t r a t o s i n c l u i n d o c i t o c i n a s e f a t o r e s d e c r e s c i m e n t o t e c i d u a i s . A f o r m a a t i v a d a d e s t a M M P é a s s o c i a d a à s d o e n ç a s c a r d i o v a s c u l a r e s e a u t o - i m u n e s . T I M P - 2 : o d e s e q u i l í b r i o e n t r e a s c o n c e n t r a ç õ e s d e T I M P - 2 e M M P - 2 , e xp r e s s o p e l a r a z ã o e n t r e e s t e s d o i s b i o m a r c a d o r e s é u m i n d i c a t i v o d e f a t o r d e r i s c o . M M P - 8 E n v o l v i d o n o p r o c e s s o d e r e m o d e l a ç ã o d e n t r o d a p l a c a a t e r o s c l e r ó t i c a . A s s o c i a d o c o m a t e r o s c l e r o s e d e a r t é r i a s c a r ó t i d a s e c o r o n á r i a s e , a u m e n t o d e r i s c o c a r d i o v a s c u l a r . A s s o c i a d o c o m a t e r o s c l e r o s e d e c a r ó t i d a e m s u j e i t o s c o m a L ME . T I M P - 1 : o d e s e q u i l í b r i o e n t r e a s c o n c e n t r a ç õ e s d e T I M P - 1 e M M P - 8 , e xp r e s s o p e l a r a z ã o e n t r e e s t e s d o i s b i o m a r c a d o r e s é u m i n d i c a t i v o d e f a t o r d e r i s c o . M M P - 9 D e g r a d a a m a t r i z e x t r a c e l u l a r e p r o m o v e a a t i v a ç ã o d e f a t o r e s a n g i o g ê n i c o s c o m o F a t o r d e C r e s c i m e n t o E n d o t e l i a l e F a t o r d e C r e s c i m e n t o d e F i b r o b l a s t o s . E m p r o c e s s o s p a t o l ó g i c o s : a M M P - 9 a t i v a d a f a v o r e c e a m i g r a ç ã o d e c é l u l a s m u s c u l a r e s l i s a s v a s c u l a r e s c a u s a n d o a c ú m u l o d e s t a s n a p a r e d e a r t e r i a l q u e l e v a à h i p e r t r o f i a d e s t a c a m a d a e c o n s e q ü e n t e e n r i j e c i m e n t o d a p a r e d e a r t e r i a l , o c a s i o n a n d o a h i p e r t e n s ã o a r t e r i a l ; e m a t e r o s c l e r o s e a M M P - 9 f a v o r e c e a m i g r a ç ã o d e m o n ó c i t o s e c é l u l a s m u s c u l a r e s l i s a s q u e a t u a m n a f o r m a ç ã o d e p l a c a s . P o s t e r i o r m e n t e a M M P - 9 a t u a t a m b é m n a r u p t u r a d e s t a s p l a c a s . E m i n f a r t o d o m i o c á r d i o a M M P - 9 e s t á e n v o l v i d a n a r e m o d e l a ç ã o d e v e n t r í c u l o e s q u e r d o . ( Y A B L U C H A N S K I Y e t a l . 2 0 1 3 ) T I M P - 1 : o d e s e q u i l í b r i o e n t r e a s c o n c e n t r a ç õ e s d e T I M P - 1 e M M P - 9 , e xp r e s s o p e l a r a z ã o e n t r e e s t e s d o i s b i o m a r c a d o r e s é u m i n d i c a t i v o d e f a t o r d e r i s c o . * Em h u m a n o s e x is t e m 2 2 t i p o s d e M M Ps d e s c r i t a s . A q u i s ã o r e s u m id a s em d e t a l h e s , a p e n a s , a s M M Ps a n a l is a d a s n e s t e e s t u d o .

F o n t e : M M P - 9 - Ya b l u c h a n s k yi e t a l . ( 2 0 1 3 ) . M M P - 8 – Paim et al. (2013). Newb y ( 2 0 0 6 ) s o b r e a f o n t e d a s M M Ps .

Documentos relacionados