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3. RNA’s com Entradas sem Pré-Processamento

7.3 Matriz Total dos Parâmetros

A matriz total de parâmetros é formada por todos os parâmetros definidos como possíveis características obtidas nos sinais contendo o evento epileptogênico, e que possam destacá- los dos demais eventos que aparecem mais freqüentemente nos registros do EEG. Estas características já relatadas e descritas podem ser enumeradas como mostrado a seguir:

1- amplitude máxima do trecho de 1 segundo, 100 pontos (Amax); 2- amplitude mínima do trecho de 1 segundo, 100 pontos (Bmin);

3- distância entre Amax e Bmin do trecho de 1 segundo, 100 pontos (Tdif); 4- diferença entre Amax e Bmin do trecho de 1 segundo, 100 pontos (DifAB); 5- amplitude máxima do trecho centrado no evento, 30 pontos (Amax_pts); 6- amplitude mínima do trecho centrado no evento, 30 pontos (Bmin_pts); 7- distância entre Amax_pts e Bmin_pts do trecho centrado no evento (Tdif_pts); 8- diferença entre Amax_pts e Bmax_pts do trecho centrado no evento (DifAB_pts); 9- duração do evento (T);

10- lado oposto ao ângulo de pico positivo (dpos); 11- lado oposto ao ângulo de pico negativo (dneg);

12- distância da amplitude máxima ao extremo do evento/amplitude máxima positiva (trp);

13- distância da amplitude máxima ao extremo do evento/amplitude máxima negativa (trn);

14- tangente do ângulo positivo (tgp); 15- tangente do ângulo negativo (tgn); 16- ângulo positivo (θp);

17- ângulo negativo (θn);

18- ângulo de pico, relativo ao vértice de maior amplitude do evento (θ); 19- base do evento, relativa à sua amplitude máxima relativa (dbase);

20- amplitude máxima da região inicial do sinal (Amax_i); 21- amplitude mínima da região inicial do sinal (Bmin_i); 22- amplitude máxima da região final do sinal (Amax_f); 23- amplitude mínima da região final do sinal (Bmin_f);

24- diferença entre as amplitude Amax e Amax_i (DifA_i); 25- diferença entre as distância Amax e Amax_i (tA- i); 26- diferença entre as amplitude Bmin e Bmin_i (DifB_i); 27- diferença entre as distância Amin e Amin_i (tB-i); 28- diferença entre as amplitude Amax e Amax_f (DifA_f); 29- diferença entre as distância Amax e Amax_f (tA-f); 30- diferença entre as amplitude Bmin e Bmin_f (DifB_f); 31- diferença entre as distância Amin e Amin_f (tB-f);

32- desvio padrão do trecho de 1 segundo, 100 pontos (desvioC); 33- desvio padrão do trecho centrado no evento, 30 pontos (desvio); 34- média do trecho de 1 segundo, 100 pontos (médiaC);

35- média do trecho centrado no eve nto, 30 pontos (média);

36- coeficiente de variação do trecho de 1 segundo, 100 pontos (coefC); 37- coeficiente de variação do trecho centrado no evento, 30 pontos (coef) ; 38- variância do trecho de 1 segundo, 100 pontos (variC);

39- variância do trecho centrado no evento, 30 pontos (vari); 40- fator de crista do trecho de 1 segundo, 100 pontos (CFC); 41- fator de crista do trecho centrado no evento, 30 pontos (CF); 42- entropia do trecho de 1 segundo, 100 pontos (entrop_lgC); 43- entropia do trecho de 1 segundo, 100 pontos (entrop_norC); 44- entropia do trecho centrado no evento, 30 pontos (entrop_log); 45- entropia do trecho centrado no evento, 30 pontos (entrop_nor).

7.3.1 Análise preliminar dos parâmetros

A avaliação dos parâmetros deve ressaltar a contribuição de determinado parâmetro em diferenciar os eventos epileptogênicos dos eventos que possam estar presentes no sinal do EEG.

A Tabela 7.3 mostra as médias das amplitudes máximas e mínimas, a distância entre os pontos de máximo e mínimo e a variação em amplitude entre os pontos de máximo e mínimo dos eventos. Para comparação estes valores foram calculados utilizando 5 conjuntos formados por 9 trechos de 1 segundo do sinal do EEG. Um conjunto para cada

tipo de evento: eventos epileptogênicos, EEG normal, ondas alfa, ruídos, piscadas. Nota-se que a faixa dos valores para os trechos contendo os eventos epileptogênicos está entre a faixa dos valores da onda alfa e do EEG normal e a faixa dos valores da piscada e dos ruídos. Além disso, um evento epileptogênico possui a distância no tempo, entre os pontos de máximo e mínimo, marcadamente menor.

Tabela 7.3- Valores médios obtidos para a amplitude máxima (Amax) e mínima (Bmin),

distância entre as amplitudes máxima e mínima (Tdif) e a diferença entre as amplitude máxima e mínima (DifAB).

Amax

(µ V) Bmin (µ V) Tdif (seg.)

DifAB (µV) Espícula 65,75 64,23 0,05 126,08 Normal 25,82 26,58 0,33 52,40 Alfa 20,18 20,61 0,32 39,71 Ruído 97,22 108,94 0,22 193,14 Piscada 130,20 169,27 0,27 280,59

A duração do evento foi calculada em 9 sinais contendo o evento epileptogênico e os resultados são mostrados na Tabela 7.4. Os valores obtidos confirmam a duração de um evento epileptogênico entre 70 a 230 ms. A Tabela 7.4, também, mostra os ângulos obtidos para estes sinais.

Tabela 7.4- Tempo de duração do evento epileptogênico (T), ângulo de pico do lado

positivo (angp) e ângulo de pico do lado negativo (angn).

EEG T (Duração) segundos angp (θ) angn (θ) Ocorrência Sinal 1 0,16 5,67 7,43 Espícula

Sinal 2 0,17 8,87 34,15 Só parte positiva

Sinal 3 0,23 25,39 8,67 Espícula onda lenta

Sinal 4 0,13 9,14 5,09 Espícula

Sinal 5 0,12 6,10 4,83 Espícula

Sinal 6 0,21 9,14 28,71 Espícula onda lenta

Sinal 7 0,09 4,51 6,51 Espícula

Sinal 8 0,13 14,58 5,86 Só parte negativa

Os resultados em torno dos ângulos de pico revelam que o evento epileptogênico possui um ângulo agudo, bem pequeno, geralmente em torno de 4 a 14 graus. Observa-se também que junto a um ângulo pequeno podem ocorrer ângulos maiores, pois, em geral, existe uma tendência em se ter uma onda lenta antes ou após o pico positivo ou negativo.

Pode-se fazer uma analogia entre os ângulos e a duração de um evento epileptogênico. Geralmente, a duração é menor quando o pico, positivo ou negativo, não está acompanhado de uma onda lenta. Estas características ressaltam consideravelmente as diferenças entre as espículas e ondas agudas.

A Tabela 7.5 completa a análise feita na Tabela 7.4. Na Tabela 7.5 são apresentados os parâmetros médios de duração, em 9 sinais com EEG normal, ondas alfa, ruído e piscada. Também são mostradas as médias dos ângulos obtidos por cada um dos grupos de 9 sinais, considerando a sua amplitude máxima e mínima. Analisando-se estas tabelas, nota-se a duração reduzida do evento epileptogênico, comparado com os demais sinais.

Tabela 7.5- Valores médios referentes ao tempo de duração dos eventos (T), ângulo de

pico do lado positivo (angp) e ângulo de pico do lado negativo (angn).

T (Duração) segundos angp (θp) angn (θn) Normal 0,47 33,37 28,25 Alfa 0,42 34,96 28,18 Ruído 0,39 12,91 7,86 Piscada 0,60 23,90 8,90

Os parâmetros estatísticos clássicos como média, desvio padrão e variância, são

calculados em relação à amplitude em µ V. As médias dos resultados destes parâmetros,

calculadas para os 9 sinais de cada conjunto de evento, são mostradas na Tabela 7.6.

Tabela 7.6- Valores médios obtidos do cálculo dos parâmetros estatísticos clássicos e do

fator de crista.

Desvio Padrão Média Variância Fator de crista

Espícula 29,41 20,35 928 4,30

Normal 10,99 9,65 128 4,80

Alfa 9,15 8,76 104 4,39

Ruído 41,14 38,26 1803 4,58