• Nenhum resultado encontrado

Capítulo II: Caracterização dos instrumentos da política monetária e os mecanismos de transmissão mecanismos de transmissão

2.2. Mecanismo de Transmissão da política monetária

Segundo Leite (2000), o mecanismo de transmissão da política monetária é o processo pelo qual a política monetária age sobre as variáveis macroeconómicas como o produto nacional bruto, o nível de preços. Este mecanismo e baseado nos seguintes efeitos propagadores:

 A manipulação dos seus instrumentos, podem afetar os custos e as disponibilidades das reservas bancarias;

 O feito sobre as reservas bancarias afeta os agregados macroeconómicos, alterando também os seus custos e disponibilidades;

 As variações dos custos e disponibilidades dos agregados monetários afetam as principais variáveis macroeconómicas.

De a cordo com Abreu et. all. (2012), salienta que estes mecanismos, apesar de analisados isoladamente, produzem os seus efeitos em conjunto, dependendo a relevância de cada um da estrutura económico e dos mecanismos de financiamento das diferentes economias. Na análise do funcionamento dos vários mecanismos que se segue, se admite sempre uma política monetária expansionista, sendo válido o oposto quando a política monetária tiver uma orientação restritiva.

2.2.1. Mecanismo tradicional da taxa de juros

Um aumento da massa monetária a taxa de juro nominal baixa, assumindo a existência de rigidez nominal de curto prazo, a taxa real também cai, este movimento induz a um aumento no investimento e no consumo.

Segundo Abreu et. all. (2012), Keynes deu ênfase a este canal por via das decisões de investimento das empresas, mas hoje reconhece-se as decisões dos particulares relativamente a aquisição de habitação e de bens duradouros, tendo em consideração o seu crescente financiamento por recurso ao credito. Isto é, as variações na taxa de juro real fazem-se sentir simultaneamente sobre o investimento

empresarial e sobre as despesas de investimento e de consumo de bens duradouros dos particulares.

Trata-se de um mecanismo que coloca ênfase na taxa de juro real de longo prazo, na medida em que é esta que mais afecta a despesa agregada. A variação da taxa de juro nominal de curto prazo implementada pelo banco central tem influência sobre a taxa de juro real de longo prazo devido à tendência de rigidez de preços e á validade da teoria das expectativas.

O facto de uma política monetária expansionista, que faz descer a taxa de juro nominal de curto prazo, também faz descer a taxa de juro real de curto prazo. Por outro lado, como a taxa de juro de longo prazo é uma medida das taxas de juro de curto prazo actual e esperadas, então a descida da taxa de juro real de curto prazo também conduz uma descida da taxa de juro real de longo prazo, o que influencia positivamente o investimento das empresas e as despesas dos particulares em habitação e de bens duradouro, todos responsáveis pela elevação do produto agregado.

Um aumento ou redução na taxa de juros afecta as decisões de consumo de duas formas:

Se as taxas de juros sobem os preços dos bens colocados à disposição aumentam e juros mais elevados levam um aumento da poupança. As taxas de juros também interferem nas decisões de investimentos, quanto mais elevada for à taxa de juros, menos os empresários estarão dispostos a investir porque o custo de tomar emprestado o recurso fica mais alto.

2.2.2. Mecanismo de crédito

Para Mishkin (1998), o mecanismo de crédito enfatiza o problema de assimetria de informação no mercado financeiro, este mecanismo actua na política monetária por dois canais:

1) Pelos empréstimos bancários que se baseia na restrição de créditos pelos bancos comerciais e por sua vez esta restrição culmina com a redução os níveis de investimentos.

Os bancos desempenham um papel especial no sistema financeiro por estarem especialmente bem adequados para resolverem os problemas de informação assimétricas nos mercados de crédito. Devido este papel que os bancos têm, certos tomadores de empréstimo não terão acesso aos mercados de crédito a não ser que tomem emprestado aos bancos.

2) Pelo balanço patrimonial das unidades individuais e colectivas implica que uma contração monetária provoca uma baixa no preço das ações no mercado e por sua vez reduz o patrimônio líquidos da empresa.

3) Mas uma política monetária expansionista (aumento da moeda), que causa um aumento nos preços das ações das firmas e portanto leva a gastos mais altos com investimento e a demanda por causa da diminuição do problema de seleção adversa e risco moral.

Uma das implicações mais importante da visão de crédito é de que a política monetária exercerá um efeito maior sobre os gastos das firmas menores que dependem mais do empréstimos bancários do que das firmas maiores, que podem a cessar direitamente os mercados de crédito através dos mercados de ações de títulos de divida (não apenas através dos bancos).

2.2.3. Outros mecanismos de preços de activos

Segundo Mishkin (1998), os monetaristas consideram um mecanismo de transmissão em que outros preços relactivo e as riquezas reais transmitem efeitos monetários para a economia. Além dos preços de títulos de dívida, há dois outros preços de activos que recebem atenção especial como canais para o efeito da política monetária: a taxa de câmbio e a participação acionaria (ações).

2.2.3.1. Os efeitos da taxa de câmbio sobre as exportações

Para Mendonça (1999), o mecanismo de actuação da politica monetária actua por via da taxa de cambio quando a economia se encontrar numa fase de contração monetária uma subida da taxa de juros provoca uma mobilidade de capitais na economia que leva a apreciação da taxa de cambio considerando que não houve

variação dos preços neste período a taxa real de câmbio sofre também uma apreciação, que implica uma redução dos níveis das exportações.

Para Abreu et. all. (2012), este mecanismo decorre do facto de as variações na taxa influenciarem o comportamento da taxa de cambio. Com efeito, uma diminuição da taxa de juro real, como resultado de um aumento da oferta de moeda, provoca uma depreciação da moeda nacional, o que torna as exportações nacionais mais competitivas, aumentando assim o valor das exportações líquidas e do produto nacional.

Documentos relacionados