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Baseando-nos na teoria vygotskyana, exposta no início da presente seção, para o contexto escolar, em sala de aula, configuramos o mediado como o aluno menos competente. Ele se apresenta como aquele com ‘lacunas’ em saberes escolares internalizados e acomodados em seu desenvolvimento escolar de anos antecedentes, comprometendo, assim, a internalização e acomodação de novos saberes escolares do ano vigente em seu desenvolvimento escolar, devido à falta de elos de aprendizagens entre ambos os saberes escolares internalizados, os antecedentes e os vigentes, resvalando-se assim em lacunas. Estas últimas subsidiam prejuízos ao seu desenvolvimento escolar com relação aos novos conteúdos escolares gramaticais, fazendo com que não progridam em suas competências gramaticais, em menor ou maior grau, mas, apenas propensos ao desenvolvimento escolar das referidas competências, se ocorrerem através do processo de mediação.

Em nosso trabalho, o processo de mediação se dinamizaria gerando como resultado: conteúdo escolar/atividade escolar - (mediador) - mediado = resolução da atividade escolar = conhecimento internalizado e acomodados / nível de desenvolvimento real.

Junto a isso, o processo de mediação torna-se congruente para a sala de aula, na medida em que o mediador interfere entre conteúdo escolar gramatical/atividade escolar - que trouxera dificuldade de aprendizagem - e mediado. Para dirigir as orientações, negociações e discussões, instrumentaliza-se a linguagem que adquiriu em seus ambientes sociais diversificados para esclarecer conteúdos escolares gramaticais que pertencem à linguagem formal.

CAPÍTULO IV

4. Escola Estadual como ambiente de pesquisa

A nossa pesquisa se desenvolveu em escola pública estadual. A escolha se deve ao fato de que fazemos parte do quadro de professores da referida instituição, há três anos e, estando inseridos no ambiente a ser pesquisado, já conhecíamos a rotina diária da escola, como também os alunos da casa e, por conseguinte, os novatos que ali chegavam. Para preservar a identidade da instituição e por questão de sigilo do ambiente investigados, nos reportaremos a ela através da sigla CADF.

A CADF localiza-se em Mangabeira, João Pessoa - PB. Há três andares: o andar térreo, o primeiro andar e o segundo andar.

O andar térreo comporta um refeitório, com capacidade para quinhentos alunos; um auditório, que também funciona como sala de vídeo; uma sala, denominada sala da saúde, que atende alunos em casos simples de emergência; uma sala/dormitório para os vigilantes. Nesta parte, que é separada da quadra por portões altos, há ainda dois banheiros, um deles está sendo reformado para comportar alunos deficientes físicos, o outro serve para o banho de crianças que ficam em tempo integral na escola. Já a quadra da escola possui capacidade em torno de dois mil alunos, há seis banheiros distribuídos neste espaço que também servem como vestiários na época de jogos internos.

No primeiro andar, encontramos sete salas de aula que se distribuem da seguinte forma: quatro delas são destinadas às aulas do Ensino Médio - com segundo ano e terceiro ano -; em outra sala funciona o primeiro ano do Ensino Fundamental I, inclusive aquela funciona no turno da manhã e outras turmas do Ensino Fundamental I funcionam apenas no turno tarde; depois, encontramos, neste mesmo andar, a sala do Projeto Mais Educação, que são oficinas de Letramento, Capoeira, Dança, Futsal, Informática e Banda Fanfarra, todas estas acontecem três vezes por semana, em horário oposto ao que o aluno estuda, por exemplo, se ele estuda no turno manhã, virá à tarde para uma ou duas oficinas escolhidas pelo mesmo/a.

A parte administrativa da escola localiza-se, também, neste primeiro andar: uma sala da direção escolar e seus dois adjuntos escolares, que se distribuem em turnos diferentes; a secretaria da escola; a sala de recurso, que tem a finalidade de assistir ao aluno com deficiência em leitura e escrita, trabalho direcionado para alunos do Ensino Fundamental I e

Fundamental II até o sétimo ano; uma sala da coordenação escolar, composta pela orientadora escolar, uma assistente de apoio pedagógico e uma assistente social; biblioteca com ar- condicionado, cujo acervo de livros que vão desde paradidáticos até de Literatura Brasileira, comportando, assim, uma boa variedade de livros; uma sala de arquivo, onde se guardam toda a documentação da escola referente às cadernetas escolares, separadas por ano e turma, bem como cadastros de matrícula de alunos que já concluíram o Ensino Fundamental e o Ensino Médio; uma sala de informática, com ar-condicionado e equipada com vinte computadores. Nesse espaço, além das aulas de informática do ‘Projeto Mais Educação’, podem fazer trabalhos de pesquisa de disciplinas afins; por fim, encontramos dois banheiros para uso geral, isto é, para alunos e alunas separados, outro banheiro exclusivo para os funcionários da secretaria.

Já no segundo andar, encontram-se treze salas que se dividem da seguinte forma: onze delas direcionadas às cinco turmas do Ensino Médio, primeiro ano e segundo ano, às seis turmas do Ensino Fundamental II; a sala restante é a dos professores, em cujo local podem se instalar no intervalo entre as aulas vagas e o intervalo oficial, que é de quinze minutos, estipulado pela instituição. Além disso, professores, neste intervalo, devem ir ao refeitório para o lanche, cedido pela instituição; há, ainda, uma sala com banheiro, que antes havia sido sala dos professores, depois passou a ser depósito de livros, agora está vazia; por fim, encontramos dois banheiros: um para os alunos, de um lado, e, de outro, para as alunas.