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II. SECTOR DOS RECURSOS HIDRICOS

II.5. MEDIADS DE ADAPTAÇÃO – RECURSOS HIDRICOS

1 – Promoção da gestão integrada dos recursos hídricos

Esta medida tem por objectivo a introdução da gestão da água ao nível da bacia hidrográfica, com o reforço institucional das agências de bacias lá onde elas existam e a criação de novas nas bacias que não dispõem de tais serviços.

2- Reforço do conhecimento dos recursos hídricos

Esta medida concerne as informações quantitativas (estimativa das disponibilidades dos recursos e as variações a que se encontram submetidas no espaço e no tempo) e, também, as informações qualitativas relativamente às águas superficiais e subterrâneas.

Há que reforçar as redes de observações existentes e a mobilização de esforços acrescidos de suporte à investigação.

3 – Luta contra erosão e a deterioração da qualidade das águas pela reflorestação das bacias hidrográficas

Esta medida visa diminuir os efeitos da erosão eólica e fluvial e à diminuição da sedimentação nas barragens. Terá também efeitos sobre a degradação da qualidade da água. A reflorestação poderá agir no sentido da atenuação dos efeitos dos gases com efeito de estufa, agindo como sequestrador do carbono.

4 – Melhoria da legislação ou melhor aplicação da legislação em vigor

Tem como objectivo a implementação efectiva dos textos em vigor, ou a sua melhoria, sobre o meio ambiente e a gestão dos recursos naturais e em particular a execução prática das políticas nacionais de água. Há necessidade da aplicação das convenções sobre o meio ambiente, designadamente, a Convenção de Ramsar, que se afigura como uma resposta apropriada à variabilidade e mudança climática.

5 – Transferência de água inter-bacias

Trata-se da transferência de recursos, por bombagem ou por canais, de bacias com maior disponibilidade para bacias com menor disponibilidade.

6 – Recarga artificial de aquíferos

Tem como objectivo, através de técnicas de conservação do solo e da água e da injecção directa da água nos aquíferos através de furos, aumentar a infiltração.

7 – Construção de barragens

Trata-se da criação de albufeiras para o abastecimento de água para agricultura e/ou abastecimento doméstico. A construção de barragens permitirá diminuir o importante volume de água que se perde através do escoamento superficial.

7 – Utilização de condutas fechadas nos circuitos de abastecimento de água

Tem como objectivo diminuir as perdas nas condutas abertas e disponibilizar mais água para consumo.

8 – Vulgarização de tecnologias e comportamentos mais económicos da água

Trata-se da aplicação da tecnologia de rega gota a gota e de tecnologias que favoreçam a poupança de água para utilização doméstica e industriais. A mudança comportamental é um vector importante a ser observada tendo em vista a implantação de um sistema eficaz e eficiente de racionalização do uso da água.

Tem em conta por um lado combater a poluição, como consequência da rejeição de efluentes domésticos e industriais e, por outro lado, disponibilizar mais água para fins domésticos e industriais após o tratamento das águas usadas

10 – Dessalinização da água do mar

O aumento crescente das necessidades (domésticas, industriais, agrícolas e outros), aliado a seca que persiste, parece não deixar dúvidas que o recurso à dessalinização da água do mar será cada vez em maior escala, se efectivamente pretendemos que a água não seja um factor limitante do desejável desenvolvimento sócio económico de Cabo Verde.

11 – Colecta das águas das chuvas

Poderá ser uma alternativa para o reforço do abastecimento de água de populações, sobretudo as que habitam zonas altas e desprovidas de fontes naturais de abastecimento. A colecta de águas das chuvas em reservatórios poderá significar, também, a disponibilização de mais água para agricultura.

12 – Infra-estruturas de conservação do solo e da água

Essas infra-estruturas (mecânicas e biológicas) favorecem a infiltração e retenção da água. Podem também ser eficazes para atenuar os efeitos extremos de cheias e chuvas intensas.

13 – Reflorestação

Para além do efeito de captação do CO2, a reflorestação favorece a diminuição da erosão,

os efeitos da desertificação e aumenta a infiltração.

14 - Melhoria das técnicas de irrigação para torná-las mais eficazes e mais económicas da água, designadamente as tecnologias de rega gota a gota.

15 – Reforço dos sistemas de alerta precoce em caso de eventos extremos (secas, inundações) e seguimento agro-hidro-meteorológico.

B.1 – Índice de vulnerabilidade, impacto das mudanças e medidas de adaptação Recursos Hídricos ELEVADO – Índice de vulnerabilidade

SECTOR PARÂMETROS CLIMÁTICOS IMPACTOS NEGATIVOS DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

MEDIDAS DE ADAPTAÇÃO

Recursos Hídricos

. Diminuição da duração da estação húmida

. Diminuição da pluviometria . Alteração de microclimas

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. Baixa produção agrícola das culturas pluviais e irrigadas . Deficit alimentar

. Aumento da procura da água . Aumento de conflitos

. Sobre-exploração dos aquíferos . Intrusão salina

. Abandono de poços

. Insuficiência e água para abastecimento doméstico, industrial e outros

. Degradação condições de saneamento . Degradação da biodiversidade

. Deficit hídrico

. Diminuição da disponibilidade da água superficial . Diminuição água barragens

. Desaparecimento de nascentes . Diminuição caudal nascentes, furos

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. Utilizar variedades de ciclos curtos . Cultivar espécies forrageiras . Desenvolver a pecuária . Valorizar culturas alternativas

. Reforçar e manter as medidas de conservação de solos . Construir reservatórios e bacias de retenção

. Estabelecer e difundir o calendário das culturas . Desenvolver a agricultura de irrigação

. Introduzir os sistemas de irrigação gota a gota

. Racionalizar a utilização da água e promover sua poupança

. Criar novos pontos de água e infra-estruturas de abastecimento de água

. Tratar e utilizar as águas residuais para irrigação . Construir barragens para a retenção das águas pluviais . Captar água do nevoeiro

. Criar infra-estruturas de recarga artificial . Dessalinizar água do mar

. Avaliar as disponibilidades

. Promover o controlo piezométrico e de exploração. ---

. Ocorrência de chuvas torrenciais e inundações

. Aumento do escoamento superficial e erosão hídrica

--- . Secas frequentes . Elevadas taxas de erosão

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. Elevação do nível do mar

. Marés superiores a muros de protecção

. Forte intensidade das correntes marinha

. Vaga de calor e poeiras

. Deslizamentos de terras; . Perda de terras agrícolas

. Diminuição do rendimento das culturas . Inundações

--- . Deficit forrageiro

. Baixo rendimento da produção animal . Acentuação da seca

. Abandono de terras agrícolas . Degradação do solo

. Diminuição capacidade regenerativa do solo . Aceleração da desertificação

. Diminuição fertilidade do solo . Diminuição da área florestal . Redução da diversidade biológica . Diminuição de forragem

. Aumento da evapotranspiração --- . Salinidade de solos . Intrusão salina

. Erosão das linhas de costa . Inundação de zonas baixas

. Penetração das águas do mar nos aquíferos e nas ribeiras

. Mudanças nos depósitos sedimentares . Degradação da qualidade da água . Aumento da pobreza

. Doenças hídricas

. Construir infra-estruturas de conservação de solo e água . Estabilizar o perfil das bacias hidrográficas

. Promover programas de ordenamento das bacias hidrográficas

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. Utilizar de forma racional os fertilizantes químicos em combinação com os adubos orgânicos e bio fertilizantes; . Desenvolver a pecuária

. Dinamizar programas de conservação de solo e água. . Promover a reflorestação

. Cultivar espécies forrageiras

. Medidas de conservação de solo e agua

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. Reforço da fiscalização da extracção de inertes . Protecção costeira por infra-estruturas de quebra ondas . Delimitação de zonas de construções e de habitações . Continuar os trabalhos de reflorestação e conservação dos solos

. Promover a gestão integrada dos recursos hídricos . Sensibilização das populações

. Co-Responsabilização da sociedade civil e comunidades rurais na gestão dos recursos naturais

. Diminuição rendimento das famílias . Diminuição do emprego

. Exploração irracional dos recursos naturais

. Instalar laboratórios de controlo qualidade da água . Actualização das normas de qualidade

. Aumentar acesso redes de esgotos e formas privadas de evacuação