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As medidas para reduzir a exposição ou atenuar os efeitos oriundos do ruído sobre os trabalhadores se faz pela melhoria dos ambientes de trabalho eliminando os possíveis riscos ou já existentes. Para Santos, U., 2000 & Santos, M., 2000, para se reduzir a geração de ruído e impedir a exposição do trabalhador ao ruído, podem ser adotadas medidas de controle ambiental e medidas quanto a organização do trabalho.

Pode-se destacar como medidas de controle ambiental: eliminação das fontes de risco, substituição de maquinários ruidosos por máquinas com tecnologia que gere menos

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ruído, enclausuramento de máquinas, colocação de dispositivos silenciosos em motores, instalação de suportes amortecedores sob as máquinas para reduzir sua vibração e ruído, realizar tratamento acústico em paredes tetos e pisos, dentre outros.

Dentre as medidas sobre a organização do trabalho, pode-se citar: redução da jornada de trabalho, realização de pausas durante a jornada de trabalho, redução do ritmo de trabalho, rodízios de maquinários ruidosos e etc.

Paralelamente as medidas de melhoria do ambiente de trabalho, devem ser implantadas medidas de proteção individual, que servem como paliativos até que as medidas ambientais sejam implantadas (LIMA, 2007).

2.6.1 Equipamentos de Proteção Individual - EPI

A NR-6 considera Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Esta mesma NR estabelece que todo equipamento de proteção individual, só poderá ser posto a venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o caso.

As empresas são obrigadas a fornecer aos trabalhadores EPI gratuito e em perfeito estado de conservação e funcionamentos, sempre que as medidas administrativas não ofereçam proteção completa, enquanto as medidas de proteção coletivas estiverem sendo implantadas e para atender situações de emergência.

Segundo a NR 6, são obrigações dos empregadores, quanto ao EPI:  fornecer o EPI adequado ao risco de cada atividade e exigir o seu uso;  fornecer ao trabalhador somente EPI aprovado e certificado;

 instruir e treinar o trabalhador quanto ao uso adequado, guarda e conservação de seu EPI;

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 responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica e comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade observada.

 registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.

São responsabilidades dos trabalhadores segundo a NR-6, quanto ao EPI:  usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

 responsabilizar-se pela guarda e conservação;

 comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,  cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

O uso de Equipamentos de Proteção Auditiva - EPA pelos trabalhadores é obrigatório quando realizam atividades em ambientes com nível de ruído superior ao estabelecido pela NR-15, porém de acordo com a NR-9 ações preventivas devem se iniciar a partir do nível de ação, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição, essas ações devem incluir: o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico.

Para o ruído o Nível de Ação segundo a NR-9 corresponde à dose de 0,5 (dose superior a 50%), e deve ser estabelecido conforme os critérios da NR-15, Anexo I, que mostra que no ruído ocupacional a exposição dobra ou diminui a cada 5 dB(A), ou seja, para uma exposição diária de 85dB(A), a metade da dose seria 80dB(A) e assim por diante.

A partir do nível de ação a empresa já deve adotar as medidas de controle do ruído ocupacional, investindo em medidas administrativas e coletivas para reduzir o risco e se não for possível à eliminação do ruído adotar o uso de Equipamento de Proteção Individual Auditiva.

Existem três tipos diferentes de protetores auditivos contra níveis de pressão sonora estabelecidos pela NR-6, que são eles: protetor auditivo de inserção (Figura 7 e 8), protetor auditivo circum-auricular (Figura 9 e 10) e protetor auditivo semi-auricular (Figura 11).

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Figura 7 - Protetores Auditivos de Inserção Pré - Moldados

Fonte: (GABAS, 2004).

Figura 8 - Protetores Auditivos de Inserção Moldáveis

Fonte: (GABAS, 2004).

Figura 9 - Protetores Auditivos circum-auricular - Tipo Concha

Fonte: (GABAS, 2004).

Figura 10 - Protetores Auditivos circum-auricular - Tipo Concha acopláveis à capacetes

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Figura 11 - Protetores Auditivos semi-auricular - Tipo Capa de Canal

Fonte: (GABAS, 2004).

A escolha do tipo de protetor auricular depende de uma série de fatores, dentre ele podemos destacar: o nível de ruído gerado no local do ambiente de trabalho, o tempo de exposição do trabalhador ao ruído, a capacidade auditiva do trabalhador, a compatibilidade com outros EPIs, dentre outros. Além disso, na escolha do EPA deve-se considerar o nível de mitigação que se deseja alcançar, escolhendo-se assim o protetor auditivo mais adequado ao nível de ruído que o trabalhador está exposto.

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3 RESULTADOS E ANÁLISES

As notificações registradas no banco de dados da Previdência Social consideram a classificação de doenças causadas no ouvido, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças – CID, que incluem as seguintes classificações:

 (H60-H62) doenças do ouvido externo;

 (H65-H75) doenças do ouvido médio e da mastoide;  (H80-H83) doenças do ouvido interno e

 (H90-H95) outros transtornos do ouvido.

Para esta pesquisa foram levadas em consideração todas as doenças de ouvido acima citadas e as adquiridas em: acidentes típicos, acidentes de trajeto e as doenças do trabalho incluídas no banco de dados da Previdência Social.

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