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Perfil epidemiológico audiológico dos trabalhadores das indústrias no período de 2009 a 2013: estudo de caso

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JÉSSICA MAGDA DIAS DINIZ DA SILVA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO AUDIOLÓGICO DOS TRABALHADORES DAS INDÚSTRIAS NO PERÍODO DE 2009 A 2013: ESTUDO DE CASO

Florianópolis 2017

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JÉSSICA MAGDA DIAS DINIZ DA SILVA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO AUDIOLÓGICO DOS TRABALHADORES DAS INDÚSTRIAS NO PERÍODO DE 2009 A 2013: ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.

Florianópolis 2017

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JÉSSICA MAGDA DIAS DINIZ DA SILVA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO AUDIOLÓGICO DOS TRABALHADORES DAS INDÚSTRIAS NO PERÍODO DE 2009 A 2013: ESTUDO DE CASO

Esta Monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Especialista em Segurança do Trabalho e aprovada em sua forma final pelo Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 31 de maio de 2017.

______________________________________________________ Professor e orientador José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.

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Dedico este trabalho a Deus em primeiro lugar por iluminar os meus caminhos, aos meus familiares pelo grande amor e incentivo e aos amigos pelo apoio.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar ao meu Deus, por guiar os meus passos conduzindo-me sempre pelo caminho correto e seguro, por ter conduzindo-me proporcionado a oportunidade de realizar e concluir este trabalho, pois sem ele nada seria possível.

Agradeço a minha querida e amada mãe, pois sem ela nada disto seria possível. Agradeço-te tudo o que fizeste e continuas a fazer por mim, pela tua luta e o teu esforço. Muito obrigada! Agradeço ao meu pai, José Carneiro Diniz, pela dedicação, carinho, amor e contribuição para que eu prosseguisse meus estudos.

Agradeço ao meu esposo Ricardo Alessandro da Silva pela dedicação, incentivo, ajuda e exemplo de determinação e coragem, pelo teu amor, carinho, e dedicação. Muito Obrigada!

A minha irmã Vanessa Mayres Dias Diniz, pois sempre esteve ao meu lado em todos os momentos bons e ruins, a ela expresso meu amor e carinho e sei que em qualquer situação poderei contar com sua ajuda e seu apoio.

Agradeço também à minha família, em especial ao meu irmão Jhon Magno, minha cunhada Bruna Bendelaque e meu sobrinho querido Matheus Pietro, por todo o carinho e amor que me deram e que me fizeram continuar a lutar.

De uma forma especial, ao meu orientador e professor, José Humberto Dias de Tôledo, pela paciência, orientação, correções, dedicação, apoio, incentivo e disponibilidade demonstrada ao longo deste trabalho.

Aos professores e colegas do curso, em especial à minha querida amiga Arquiteta Cassia Martinelli Rodrigues, pelo convívio e amizade conquistada e companheirismo durante o decorrer do curso. Aos meus amigos André, Edenir e Leonard pela amizade e parceria no curso.

Enfim, agradeço a todos os que por algum motivo contribuíram para a realização deste trabalho.

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“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” (José de Alencar).

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RESUMO

As doenças ocupacionais são provocadas por fatores de risco relacionados com o ambiente de trabalho, que causam alterações na vida do trabalhador. O presente estudo teve por finalidade identificar o perfil epidemiológico dos casos de doenças relacionadas ao ouvido entre trabalhadores da indústria brasileira, notificados no período de 2009 a 2013. A metodologia adotada no trabalho consistiu na revisão bibliográfica, realizada para dar embasamento ao tema em estudo, levantamento de dados junto ao banco de dados estatísticos do site da Previdência Social, no qual foram obtidos os registros de acidentes de trabalho causados por doenças ocupacionais relacionadas ao ouvido humano da indústria brasileira no período analisado. Em virtude dos dados obtidos constatou-se 9.739 (nove mil setecentos e trinta e nove) casos de doenças relacionadas ao ouvido, sendo o ouvido interno o mais atingido, verificou-se também que a região Sudeste é a mais atingida pelas doenças de ouvido, seguida pela Região Norte e o estado mais afetado é o estado de Minas Gerais representando 33% dos casos registrados no Brasil. O presente estudo ressalta a importância de se investir em ferramentas e medidas que visem reduzir ou eliminar os riscos dos ambientes de trabalho, a fim de evitar doenças ocupacionais, como as doenças relacionadas ao ouvido, favorecendo o bem estar e a integridade do trabalhador.

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ABSTRACT OU RÉSUMÉ OU RESUMEN

The occupational diseases are caused by risk factors related to the working environment that cause changes in the worker’s life. The present study had the aim to identify the epidemiological profile of cases of diseases related to the ear among workers in the Brazilian industry, notified in the period from 2009 to 2013. The methodology used in this work consisted in a bibliographic review, carried out to give background to the subject of the study, collecting information to the database from website statistical data of Social Welfare, in which it was obtained the registers of labor accidents are caused by occupational diseases related to the human ear in the brazilian industry in the period under review. In virtue of the obtained information it was found out 9.739 (nine thousand seven hundred thirty-nine) cases of diseases related to the ear, being the inner ear the worst hit. It was found out that the Southeast region is the most affected by the diseases of the ear, followed by the North Region and the state most affected is the state of Minas Gerais, representing 33% of the cases registered in Brazil. The present study highlights the importance of investing in tools and measures to reduce or eliminate the risks of environments labor in order to prevent occupational diseases, such as diseases related to the ear, favoring the well-being and the integrity of the worker.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Sons e ruídos do cotidiano ... 25

Figura 2 – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente ... 27

Figura 3 - Decibelímetro ou sonômetro ... 29

Figura 4 - Dosímetros ou Audiodosímetros ... 30

Figura 5 - Analisadores de Frequência ... 30

Figura 6 - Calibradores Acústicos ... 31

Figura 7 - Protetores Auditivos de Inserção Pré - Moldados ... 34

Figura 8 - Protetores Auditivos de Inserção Moldáveis ... 34

Figura 9 - Protetores Auditivos circum-auricular - Tipo Concha ... 34

Figura 10 - Protetores Auditivos circum-auricular - Tipo Concha acopláveis à capacetes ... 34

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil por CID ... 37 Gráfico 2 – Doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil, por CID ... 37 Gráfico 3 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil por motivo/situação ... 38 Gráfico 4 – Doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil, por CID ... 38 Gráfico 5 – Número Relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil, por CID ... 39 Gráfico 6 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Norte ... 39 Gráfico 7 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Norte ... 40 Gráfico 8 – Número relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Norte ... 40 Gráfico 9 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Nordeste ... 41 Gráfico 10 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Nordeste ... 41 Gráfico 11 – Número relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Nordeste ... 42 Gráfico 12 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Centro-Oeste ... 42 Gráfico 13 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Centro-Oeste ... 43 Gráfico 14 – Número relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Centro-Oeste ... 43 Gráfico 15 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Sul 44 Gráfico 16 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Sul ... 44 Gráfico 17 – Número relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Sul ... 45

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Gráfico 18 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Sudeste ... 45 Gráfico 19 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Sudeste ... 46 Gráfico 20 – Número Relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Sudeste ... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Consequências da exposição a alguns agentes físicos ... 20

Tabela 2: Consequências da exposição a alguns agentes químicos... 20

Tabela 3: Consequências da exposição a alguns agentes biológicos... 21

Tabela 4: Consequências da exposição a alguns agentes ergonômicos... 21

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas CA - Certificado de Aprovação

CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho CID - Classificação Internacional de Doenças EPA - Equipamento de Proteção Auditiva EPC – Equipamento de Proteção Coletiva EPI – Equipamento de Proteção Individual Hz - Hertz

NR – Norma Regulamentadora

PAIR - Perda Auditiva Induzida por Ruído

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SEGPLAN – Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento SESI – Serviço Social da Indústria

SESMT - Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho

SINMETRO - Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 14 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO ... 16 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ... 16 1.3 OBJETIVOS ... 16 1.3.1 Objetivo Geral ... 16 1.3.2 Objetivos Específicos... 16 1.4 METODOLOGIA ... 17 1.5 ESTRUTURA ... 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 18

2.1 OS ACIDENTES DE TRABALHO E AS DOENÇAS OCUPACIONAIS ... 18

2.2 OS AGENTES E OS RISCOS AMBIENTAIS ... 19

2.2.1 NR9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ... 23

2.3 SOM E RUÍDO ... 23

2.4 PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO – PAIR ... 25

2.4.1 Como Constatar a PAIR ... 26

2.5 MEDIÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO ... 27

2.5.1 Limites de tolerância e doses de exposição... 27

2.5.2 Equipamentos de Medição de Ruído ... 28

2.5.2.1 Medidores de Nível de Pressão Sonora (decibelímetro ou sonômetro) ... 28

2.5.2.2 Dosímetros ou Audiodosímetros ... 29

2.5.2.3 Analisadores de Frequência ... 30

2.5.2.4 Calibradores Acústicos ... 31

2.5.3 Metodologias de Avaliação do Ruído ... 31

2.6 MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO DO RUÍDO ... 31

2.6.1 Equipamentos de Proteção Individual - EPI ... 32

3 RESULTADOS E ANÁLISES... 36

3.1 CAMPO DE PESQUISA ... 36

3.2 RESULTADOS E ANÁLISES ... 36

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49

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1 INTRODUÇÃO

O advento da Revolução Industrial no final do século XVIII transformou profundamente as relações do homem com o trabalho. Nas primeiras décadas da revolução as condições de segurança e saúde eram precárias, o rápido desenvolvimento industrial trouxe consigo inúmeros problemas sanitários e sociais, que causaram inúmeros acidentes e doenças nos ambientes de trabalho (TEIXEIRA, 2013).

Neste contexto é evidente a importância de um ambiente de trabalho adequado, eliminando-se as fontes de riscos, que são capazes de causar danos à saúde e a integridade física do trabalhador. Segundo a NR-9 (BRASIL, 2016) do ministério do trabalho, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

O ruído é um dos agentes físicos que está mais presente nas atividades desenvolvidas nos ambientes de trabalho. A exposição sonora elevada e continuada ao ruído pode ocasionar uma série de alterações na estrutura do ouvido, podendo levar a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), além de prejudicar a saúde e a vida social do ser humano. (BRASIL, 2006).

Segundo Próspero et al. (1999, apud, Brasil, 2006), estima-se que 25% da população trabalhadora exposta sejam portadoras de PAIR em algum grau. A diminuição na capacidade de ouvir é a doença do trabalho mais comum, pois o ruído está presente nos diversos setores de serviços e atividades industriais (SANTOS, U., 2000; SANTOS, M. 2000). As categorias mais atingidas estão ligadas aos setores da siderurgia, metalurgia, gráfica, têxteis, papel e papelão, vidraria, dentre outros (BRASIL, 2006)

A perda auditiva é lenta e progressiva, permanecendo despercebida por algum tempo, fazendo com que o individuo só perceba os danos quando já estão em estágios avançados. Os sintomas iniciais são discretos e não se referem diretamente à perda da audição, dentre os sintomas mais comuns estão: a presença de zumbidos e dificuldade na percepção dos sons (CEREST/SESDEC-RJ, 2010; CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, 2010).

Para o Ministério da Saúde os principais sintomas da PAIR são: perda auditiva, zumbidos, dificuldades no entendimento de fala, algiacusia, sensação de audição “abafada” e dificuldade na localização da fonte sonora, além de causar danos não auditivos também como: transtornos da comunicação, alterações do sono, transtornos neurológicos, transtornos vestibulares, transtornos digestivos e transtornos comportamentais. (BRASIL, 2006)

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Dependendo do tempo de exposição do trabalhador ao ruído e o nível desse ruído, ele pode causar danos irreversíveis à saúde do indivíduo, quando identificada a perda auditiva ela deve ser combatida a fim de evitar que se torne irreversível. (PALMA, 1999). Desse modo, torna-se imprescindível a atuação das equipes dos setores de saúde e higiene do trabalho, atuando na prevenção do PAIR, treinando e fiscalizando seus funcionários quanto à importância e o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) do tipo protetores auriculares em suas rotinas profissionais, nos setores que apresentam ruídos que ultrapassam os limites de tolerância.

O uso de EPIs auriculares é de extrema importância para atenuar o ruído no ambiente de trabalho, para Palma, 1999 este meio de prevenção vem sendo adotado muitas vezes como única forma de prevenir os trabalhadores, ainda existe uma falsa ideia amplamente difundida nas empresas que o uso de EPI isenta total e irrestritamente as responsabilidades advindas do acidente de trabalho ou doença profissional. A NR-6 elenca que as medidas de cunho administrativo e de engenharia e a implantação de Equipamento de Proteção Coletiva EPC, devem vir em primeiro e segundo lugar respectivamente e que o EPI deve ser usado enquanto essas medidas estão sendo implantadas e para atender situações de emergência. (BRASIL, 2015)

Segundo o ministério da saúde (BRASIL, 2006) os dados epidemiológicos sobre PAIR ainda são insuficientes em alguns setores da indústria brasileira, não caracterizando a real situação sobre as perdas auditivas, porém com os dados disponíveis têm-se noção da situação de risco que os trabalhadores se encontram. A inexistência de registro dos casos de PAIR contribui para que essa doença continue invisível e sem a devida prioridade nos programas de prevenção das empresas. Dessa forma é imprescindível que todo caso de PAIR seja notificado à Previdência Social, por meio de abertura de Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT (BRASIL, 2006).

Conforme a NR-7, todos os trabalhadores que exerçam ou exercerão suas atividades em ambientes cujos níveis de pressão sonora ultrapassem os limites de tolerância estabelecidos pela NR-15 devem ser submetidos a exames audiométricos de referência e sequenciais, no mínimo, independente do uso de protetor auditivo em suas atividades laborais. O controle médico tem como objetivo identificar a doença em seu estado latente ou inicial, quando ainda é possível intervir para reverter ou diminuir a velocidade da doença (BRASIL, 2001b).

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O presente estudo busca traçar o perfil epidemiológico audiológico dos trabalhadores da indústria brasileira entre os anos de 2009 a 2013, conforme os dados estatísticos do anuário da Previdência Social.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

Este projeto de pesquisa delimitou-se em traçar o perfil epidemiológico audiológico dos trabalhadores da indústria brasileira nos períodos de 2009 a 2013.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Qual o perfil epidemiológico audiológico dos trabalhadores da indústria brasileira?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Descrever o perfil epidemiológico dos casos de doenças relacionadas ao ouvido entre trabalhadores da indústria brasileira, notificados no período de 2009 a 2013.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Caracterizar o perfil auditivo dos trabalhadores da indústria brasileira.

 Definir quais são as regiões do Brasil mais atingidas pelas doenças relacionadas ao ouvido.

 Definir qual estado de cada região tem seus trabalhadores mais atingidos por doenças relacionadas ao ouvido.

 Verificar a evolução do número de registros dos casos de doenças do ouvido no período analisado.

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1.4 METODOLOGIA

Essa pesquisa quanto à natureza é básica, quanto ao problema se caracteriza como quantitativa (MUSZKAT, 2005), do ponto de vista dos objetivos é descritiva e quanto aos procedimentos técnicos é uma pesquisa bibliográfica e de levantamento (GIL, 1991).

Os procedimentos metodológicos foram divididos em duas etapas principais: a revisão bibliográfica e a coleta de dados.

A primeira etapa do trabalho consistiu no levantamento dos subsídios teóricos, sobre os seguintes temas: os fundamentos de doenças ocupacionais, perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), medição da exposição ocupacional ao ruído e métodos de controle do ruído.

Na segunda fase foram levantados junto ao banco de dados estatísticos do site da Previdência Social, os registros de acidentes de trabalho causados por doenças ocupacionais relacionadas ao ouvido humano da indústria brasileira nos anos de 2009 a 2013.

Por último foram compilados os registros e documentados os resultados das fases anteriores e elaborada a presente dissertação.

1.5 ESTRUTURA

O presente estudo foi estruturado da seguinte forma:

 A seção 1 é constituída pela Introdução, Tema e Delimitação, Problema da Pesquisa, Objetivos, Metodologia e Estrutura.

 A seção 2 apresenta a fundamentação teórica, na qual realiza uma abordagem sobre os acidentes de trabalho, os agentes e os riscos ambientais presentes nos ambiente de trabalho. Define som e ruído, além de tratar sobre a PAIR que é a perda auditiva induzida por ruído; mostra como medir os níveis de ruído e de que forma preveni-lo nos ambientes de trabalho.

 A seção 3 trata dos resultados e análises

 A seção 4 apresenta a conclusão e recomendação para trabalhos futuros.  O trabalho finaliza com as Referências Bibliográficas.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 OS ACIDENTES DE TRABALHO E AS DOENÇAS OCUPACIONAIS

A Lei previdenciária 8.213 de 1991 define no Art. 19 o termo acidente de trabalho da seguinte forma:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Conforme o Art. 20 da mesma lei consideram-se acidente de trabalho as doenças profissionais e as doenças do trabalho:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

Ainda conforme o Art. 20 desta lei no § 1º não é considerado doença de trabalho as seguintes doenças:

a) degenerativa;

b) inerente a grupo etário;

c) que não produza incapacidade laborativa; e

d) endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

O art. 21 da Lei nº 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

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d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Em suma a Previdência considera as doenças ocupacionais (doenças profissionais e doenças do trabalho), como acidente de trabalho. Equiparam-se também ao acidente do trabalho: o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a ocorrência da lesão; certos acidentes sofridos pelo segurado no local e no horário de trabalho; a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; e o acidente sofrido a serviço da empresa ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa.

Para Teixeira (2013) as doenças profissionais são enfermidades adquiridas durante a jornada de trabalho devido às condições ambientais ou de execução de determinadas atividades remuneradas, causadas por atos ou condições inseguras relacionadas à execução de determinadas atividades profissionais ou inerentes ao ambiente de trabalho.

2.2 OS AGENTES E OS RISCOS AMBIENTAIS

Para que o ambiente de trabalho não ofereça riscos de acidentes e doenças ao trabalhador uma dos fatores indispensáveis é o controle dos riscos ambientais.

A NR-9 do Ministério do Trabalho que trata do PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

a) agentes físicos: Segundo a NR-9 são as diversas formas de energia, tais como

ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, etc.

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Tabela 1: Consequências da exposição a alguns agentes físicos

Agentes Físicos Consequências

Ruídos Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição (surdez temporária, surdez definitiva e trauma acústico), aumento da pressão arterial, problemas no aparelho digestivo, taquicardia, perigo de infarto...

Vibrações Cansaço, irritação, dores nos membros, dores na coluna, doença do movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos moles, lesões circulatórias.

Calor ou frio extremo Taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação, fadiga térmica, prostração térmica, choque térmico, perturbação das funções digestivas, hipertensão.

Radiações ionizantes Alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, acidentes do trabalho. Radiações não

ionizantes

Queimaduras, lesões na pele, nos olhos e em outros órgãos, problemas visuais (ex. catarata, queimaduras, lesões na pele, etc.).

Umidade Doenças do aparelho respiratório, da pele e circulatórias, e traumatismos por quedas. Pressões anormais Embolia traumática pelo ar, embriaguez das profundidades, intoxicação por oxigênio

e gás carbônico, doença descompressiva. Fonte: Adaptado de SEGPLAN, 2012

b) agentes químicos: A NR-9 define como as substâncias, compostos ou produtos

que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Tabela 2: Consequências da exposição a alguns agentes químicos

Agentes Químicos Consequências

Poeiras minerais (sílica, asbesto, carvão, minerais)

Provocam silicose (quartzo), asbestose (asbesto), pneumoconioses (ex.: carvão mineral, minerais em geral).

Poeiras vegetais (algodão, bagaço de

cana-de-açúcar)

Bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açúcar), etc.

Poeiras alcalinas (calcário)

Doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema pulmonar

Fumos metálicos Doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metálicos e intoxicação específica, de acordo com o metal.

Névoas, gases e vapores (substâncias

compostas,

Efeitos irritantes: são causados, por exemplo, por ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, soda cáustica, cloro, que provocam irritação das vias aéreas superiores. Efeitos asfixiantes: gases como hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno,

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compostos ou produtos químicos

em geral)

dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros causam dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e até morte.

Efeitos anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos assim como o butano, propano, aldeídos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno, álcoois, tolueno, tem ação depressiva sobre o sistema nervoso central, provocando danos aos diversos órgãos. O benzeno especialmente é responsável por danos ao sistema formador do sangue.

Fonte: Adaptado de SEGPLAN, 2012.

c) agentes biológicos: Conforme a NR-9 são as bactérias, fungos, bacilos,

parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

Tabela 3: Consequências da exposição a alguns agentes biológicos

Agentes Biológicos Consequências

Vírus, bactérias e protozoários

Doenças infecto-contagiosas. Ex.: hepatite, cólera, amebíase, AIDS, tétano, etc.

Fungos e bacilos Infecções variadas externas (na pele, ex.: dermatites) e internas (ex.: doenças pulmonares)

Parasitas Infecções cutâneas ou sistêmicas, podendo causar contágio. Fonte: Adaptado de SEGPLAN, 2012.

Além dos riscos físicos, químicos e biológicos é importante destacar também os riscos ergonômicos e de acidentes que embora não sejam contemplados pela NR 9 devem ser observados também, pois estes riscos são causadores de inúmeros acidentes e doenças nos ambientes de trabalho.

d) agentes ergonômicos: São os agentes caracterizados pela falta de adaptação

das condições de trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador. A Norma Regulamentadora nº17 que trata sobre ergonomia, diz que a organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

Tabela 4: Consequências da exposição a alguns agentes ergonômicos

Agentes Ergonômicos Consequências

Trabalho físico pesado, posturas

Provocam cansaço, dores musculares e fraqueza, além de doenças como hipertensão arterial, diabetes, úlceras, moléstias nervosas, alterações no sono, acidentes,

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incorretas e posições incômodas.

problemas de coluna, etc.

Ritmo excessivo, monotonia, trabalho em turnos, jornada prolongada, conflitos, excesso de responsabilidade.

Provocam desconforto, cansaço, ansiedade, doenças no aparelho digestivo (gastrite, úlcera), dores musculares, fraqueza, alterações no sono e na vida social (com reflexos na saúde e no comportamento), hipertensão arterial, taquicardia, cardiopatias (angina, infarto), tenossinovite, diabetes, asmas, doenças nervosas, tensão, medo, ansiedade.

Fonte: Adaptado de SEGPLAN, 2012.

e) agentes de acidentes: São arranjos físicos inadequados ou deficientes,

máquinas e equipamentos, ferramentas defeituosas, inadequadas ou inexistentes, eletricidade, sinalização, perigo de incêndio ou explosão, transporte de materiais, edificações, armazenamento inadequado, etc.

Tabela 5: Consequências da exposição a alguns agentes de acidentes

Agentes Físicos Consequências

Arranjo físico Quando inadequado ou deficiente, pode causar acidentes e desgaste físico excessivo nos servidores.

Máquinas sem proteção

Podem provocar acidentes graves.

Instalações elétricas deficientes

Trazem riscos de curto circuito, choque elétrico, incêndio, queimaduras, acidentes fatais.

Matéria prima sem especificação e

inadequada

Acidentes, doenças profissionais, queda da qualidade de produção.

Ferramentas defeituosas ou

inadequadas

Acidentes, com repercussão principalmente nos membros superiores.

Falta de EPI ou EPI inadequado

Acidentes, doenças profissionais.

Transporte inadequado de materiais, peças e equipamentos. Acidentes Edificações com defeitos de contsrução Quedas e acidentes

(24)

23

Armazenamento e transporte de

materiais

A obstrução de áreas traz riscos de acidentes, de quedas, de incêndio, de explosão etc.

Equipamento de proteção contra

incêndios

Quando deficiente ou insuficiente, traz efetivos riscos de incêndios.

Fonte: Adaptado de SEGPLAN, 2012.

2.2.1 NR9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

A Norma Regulamentadora n°9, do Ministério do Trabalho e Emprego estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA por parte de todos os empregadores, visando a manutenção e preservação da saúde dos colaboradores, através das etapas de antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais, levando em conta também a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

O PPRA deve ser estruturado da seguinte forma:

a) Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma; b) Estratégia e Metodologia de ação;

c) Forma do registro, manutenção e divulgação dos dados.

d) Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

Segundo a NR-9, todas as etapas poderão ser feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho – SESMT, ou por profissional ou equipe de profissionais capacitados, a critério do empregador.

2.3 SOM E RUÍDO

Para Saliba (2014) a origem do som se dá por uma vibração que se propaga no ar e atinge o ouvido. Quando o aparelho do ouvido é estimulado por essa vibração, ela é chamada de vibração sonora. Dessa forma, o som é definido como qualquer vibração ou conjunto de vibrações ou ondas mecânicas que podem ser ouvidas.

Todo som que é indesejável denomina-se de barulho, sendo assim o ruído é uma consequência indesejável e desagradável do som. O ruído e o barulho são interpretações subjetivas e desagradáveis do som (SALIBA, 2014).

(25)

24

Segundo Lima (2007) o ruído é um fenômeno físico que pode gerar sensações desagradáveis, insuportáveis e irritantes. Ele está presente em fábricas, metalúrgicas, gráficas, ateliês de costura, entre outros ambientes de trabalho.

A NR-15 classifica o ruído de duas formas como ruído contínuo ou intermitente ou ruído de impacto. Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, o ruído que não seja ruído de impacto e por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo em intervalos superiores a 1 (um) segundo.

O som ou ruído tem duas características principais a intensidade e a frequência, Santos, U., 2000 & Santos, M., 2000 definem elas da seguinte forma:

 intensidade: indica a quantidade de energia transmitida por uma onda sonora emitida por uma máquina, equipamento ou grito de uma pessoa que, quanto maior, mais nociva para a audição, essa intensidade é medida em decibel, e quanto maior a medida significa que maior é a intensidade.

 frequência: indica o número de vibrações sonoras produzidas em um segundo. Os aparelhos que medem as frequências indicam os resultado em hertz (Hz). Os sons com frequência menores do que 10 Hz são chamados infra-sons e os sons com frequência acima de 10000 Hz são chamados ultra-sons. O ouvido humano só percebe sons entre 16 e 20.000Hz, dessa forma o homem não ouve os infra-sons e a maioria dos ultra-sons.

A depender das características do ruído como, intensidade, qualidade, o tipo (contínuo, intermitente ou de impacto) e o tempo que o indivíduo fica exposto ao ruído, ele pode se tornar um sério agravante para o aparecimento de PAIR (LIMA, 2007).

Alguns exemplos de sons e ruídos do cotidiano e sua intensidade em decibéis (dB) são apresentados na Figura 1.

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Figura 1 – Sons e ruídos do cotidiano

Fonte: Rosskan (2009).

2.4 PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO – PAIR

A PAIR é reconhecida como uma das doenças ocupacionais mais comuns no mundo todo. Ela leva a diminuição gradativa da acuidade auditiva, em caráter irreversível, proveniente da contínua exposição a níveis de pressão sonora elevados no ambiente de trabalho, ela pode levar o indivíduo a alterações funcionais e psicossociais, principalmente relacionados à comunicação, o que afeta a qualidade de vida do trabalhador e a própria segurança no trabalho (UFBA, 2013).

O Ministério da Saúde considera como sinônimos de PAIR:  perda auditiva por exposição ao ruído no trabalho,  perda auditiva ocupacional,

 surdez profissional,  disacusia ocupacional,

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26

 perda auditiva induzida por ruído ocupacional,

 perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora de origem ocupacional (BRASIL, 2006).

A NR-7 no seu item 2.1 do anexo I do quadro II define perda auditiva da seguinte forma:

Entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevados as alterações dos limiares auditivos, do tipo sensorioneural, decorrente da exposição ocupacional sistemática a níveis de pressão sonora elevados. Tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco. A sua história natural mostra, inicialmente, o acometimento dos limiares auditivos em uma ou mais freqüências da faixa de 3.000 a 6.000 Hz. As freqüências mais altas e mais baixas poderão levar mais tempo para serem afetadas. Uma vez cessada a exposição, não haverá progressão da redução auditiva.

Para Lima, 2007 a PAIR é a perda auditiva ocasionada pela exposição sistemática e prolongada a elevados níveis de ruído. Algumas de suas características segundo Brasil, 2001a são:

 é sempre neurossensorial, por causar dano às células do órgão de CORTI;  é irreversível e quase sempre similar bilateralmente;

 é passível de não progressão, uma vez cessada a exposição ao ruído intenso. O ruído é um agente físico universalmente distribuído, que está presente em quase todos os setores da indústria. O surgimento da PAIR está relacionado com o tempo de exposição ao agente agressor, às características físicas do ruído e as susceptibilidades de cada indivíduo, por exemplo, se já for portador de alguma doença. O surgimento de PAIR pode ser potencializado por exposição concomitante a vibração, a produtos químicos, principalmente os solventes orgânicos e pelo uso de medicação ototóxica (BRASIL, 2001a).

2.4.1 Como Constatar a PAIR

Conforme a NR-7 estabelece, o diagnóstico da PAIR deve ser realizado por meio de exames audiológicos de referência e sequenciais, que são definidos como um conjunto de procedimentos necessários para avaliar a audição do trabalhador durante o tempo de exposição ao ruído. Esses exames incluem: anamnese clínico-ocupacional, exame otológico, exame audiométrico e outros exames audiológicos complementares.

Ainda segundo a NR-7 devem ser submetidos aos exames audiométricos todos os profissionais que exerçam ou exercerão atividades em ambientes cujos níveis de ruído

(28)

27

ultrapassem os limites de tolerância definidos pela NR-15, independentemente do uso de protetor auditivo.

Os exames audiométricos devem ser realizados por profissionais capacitados sendo eles os médicos e fonoaudiólogos, os quais devem ser devidamente registrados em seus Conselhos Federais e possuir capacitação na área.

A perda auditiva, por si só, não torna o individuo inapto para o trabalho, para que isso ocorra outros fatores devem estar associados à perda auditiva, como por exemplo: o histórico clínico e ocupacional do trabalhador, a idade do trabalhador, a intensidade do ruído ao qual está exposto no exercício do trabalho, a capacitação profissional do trabalhador examinado, entre outros fatores.

2.5 MEDIÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO

2.5.1 Limites de tolerância e doses de exposição

Segundo a NR 15 entende-se por "Limite de Tolerância", a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

O tempo de exposição do trabalhador aos níveis de ruídos no ambiente de trabalho não devem exceder os limites de tolerância fixados no quadro do Anexo nº 1 da NR-15 (Figura 2).

Figura 2 – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente

(29)

28

Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador (NR-15)

Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados de forma que a soma das frações exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância, conforme fórmula apresentada a seguir: C1/T1 + C2/T2 + C3/T3 + Cn/Tn (NR-15)

Onde Cn é o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível.

2.5.2 Equipamentos de Medição de Ruído

Os equipamentos utilizados para avaliarem os níveis de pressão sonora nos ambientes de trabalho, deverão seguir as normas ou especificações existentes, além disso devem ser calibrados constantemente.

A Fundacentro (2001) define que antes das medições serem iniciadas deve-se verificar a integridade eletromecânica e coerência na resposta do instrumento; verificar as condições de cargas das baterias; ajustar os parâmetros de medição, conforme o critério a ser utilizado e efetuar a calibração de acordo com as instruções do fabricante.

Os medidores e calibradores mais usados para medição de ruídos são apresentados a seguir.

2.5.2.1 Medidores de Nível de Pressão Sonora (decibelímetro ou sonômetro)

Estes aparelhos (Figura 3) são mais limitados, pois não registram diferentes medições aferidas em um determinado tempo, apenas realizam medições de ruídos instantâneos, o que pode dificultar o trabalho do profissional que está realizando a medição (SCHETTINI, 2014), porém eles apresentam algumas vantagens como menor custo se comparados a outros medidores e são aparelhos pequenos que podem ser levados para qualquer lugar sem dificuldade.

Os decibelímetros são aparelhos utilizados para avaliar a exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente, ou de impacto.

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29

Figura 3 - Decibelímetro ou sonômetro

Fonte: Instrutherm, 2017

2.5.2.2 Dosímetros ou Audiodosímetros

A norma NHO-01 da Fundacentro define dosímetro como um medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional ao ruído (Figura 4). Seu uso é recomendado para avaliar ruído intermitente ou contínuo.

Segundo a referida norma os aparelhos devem estar ajustados de forma a atender os seguintes parâmetros:

 circuito de ponderação – “A”;  circuito de resposta – lenta (slow);

 critério de referência – 85dB(A), que corresponde a dose de 100% para uma exposição de 8 horas;

 nível limiar de integração 80dB(A);

 faixa de medição mínima – 80 a 115 dB(A);  incremento de duplicação de dose = 3 (q = 3) e

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30

Figura 4 - Dosímetros ou Audiodosímetros

Fonte: Instrutherm, 2017

2.5.2.3 Analisadores de Frequência

Quando se necessita fazer um estudo mais apurado do ruído em um determinado ambiente de trabalho, faz-se necessário o uso de medidores integradores de nível de pressão sonora. Para Fernandes, 2010 o conhecimento das frequências de maior nível sonoro do ruído facilitará o projeto de atenuação dos níveis sonoros, como por exemplo, a escolha de superfícies tratadas acusticamente, o enclausuramento de fontes de ruído, a escolha de protetores auriculares, dentre outros. Vale ressaltar que a análise das frequências do ruído se faz apenas em ruídos contínuos e flutuantes, não se faz a análise de frequência de ruídos de impacto.

Figura 5 - Analisadores de Frequência

(32)

31

2.5.2.4 Calibradores Acústicos

De acordo com a Fundacentro (2001) os calibradores acústicos são “equipamentos utilizados na calibração dos medidores de nível de pressão sonora” (Figura 6). De acordo com a norma NHO-01 devem ser, preferencialmente, da mesma marca que o medidor, porém, devem, por obrigatoriedade, permitir o adequado acoplamento entre o microfone e o calibrador.

Figura 6 - Calibradores Acústicos

Fonte: Instrutherm, 2017

Os medidores e calibradores deveram ser periodicamente aferidos e certificados pelo fabricante, assistência técnica autorizada, ou laboratórios credenciados para esta finalidade (FUNDACENTRO, 2001).

2.5.3 Metodologias de Avaliação do Ruído

2.6 MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO DO RUÍDO

As medidas para reduzir a exposição ou atenuar os efeitos oriundos do ruído sobre os trabalhadores se faz pela melhoria dos ambientes de trabalho eliminando os possíveis riscos ou já existentes. Para Santos, U., 2000 & Santos, M., 2000, para se reduzir a geração de ruído e impedir a exposição do trabalhador ao ruído, podem ser adotadas medidas de controle ambiental e medidas quanto a organização do trabalho.

Pode-se destacar como medidas de controle ambiental: eliminação das fontes de risco, substituição de maquinários ruidosos por máquinas com tecnologia que gere menos

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32

ruído, enclausuramento de máquinas, colocação de dispositivos silenciosos em motores, instalação de suportes amortecedores sob as máquinas para reduzir sua vibração e ruído, realizar tratamento acústico em paredes tetos e pisos, dentre outros.

Dentre as medidas sobre a organização do trabalho, pode-se citar: redução da jornada de trabalho, realização de pausas durante a jornada de trabalho, redução do ritmo de trabalho, rodízios de maquinários ruidosos e etc.

Paralelamente as medidas de melhoria do ambiente de trabalho, devem ser implantadas medidas de proteção individual, que servem como paliativos até que as medidas ambientais sejam implantadas (LIMA, 2007).

2.6.1 Equipamentos de Proteção Individual - EPI

A NR-6 considera Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Esta mesma NR estabelece que todo equipamento de proteção individual, só poderá ser posto a venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o caso.

As empresas são obrigadas a fornecer aos trabalhadores EPI gratuito e em perfeito estado de conservação e funcionamentos, sempre que as medidas administrativas não ofereçam proteção completa, enquanto as medidas de proteção coletivas estiverem sendo implantadas e para atender situações de emergência.

Segundo a NR 6, são obrigações dos empregadores, quanto ao EPI:  fornecer o EPI adequado ao risco de cada atividade e exigir o seu uso;  fornecer ao trabalhador somente EPI aprovado e certificado;

 instruir e treinar o trabalhador quanto ao uso adequado, guarda e conservação de seu EPI;

(34)

33

 responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica e comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade observada.

 registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.

São responsabilidades dos trabalhadores segundo a NR-6, quanto ao EPI:  usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

 responsabilizar-se pela guarda e conservação;

 comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,  cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

O uso de Equipamentos de Proteção Auditiva - EPA pelos trabalhadores é obrigatório quando realizam atividades em ambientes com nível de ruído superior ao estabelecido pela NR-15, porém de acordo com a NR-9 ações preventivas devem se iniciar a partir do nível de ação, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição, essas ações devem incluir: o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico.

Para o ruído o Nível de Ação segundo a NR-9 corresponde à dose de 0,5 (dose superior a 50%), e deve ser estabelecido conforme os critérios da NR-15, Anexo I, que mostra que no ruído ocupacional a exposição dobra ou diminui a cada 5 dB(A), ou seja, para uma exposição diária de 85dB(A), a metade da dose seria 80dB(A) e assim por diante.

A partir do nível de ação a empresa já deve adotar as medidas de controle do ruído ocupacional, investindo em medidas administrativas e coletivas para reduzir o risco e se não for possível à eliminação do ruído adotar o uso de Equipamento de Proteção Individual Auditiva.

Existem três tipos diferentes de protetores auditivos contra níveis de pressão sonora estabelecidos pela NR-6, que são eles: protetor auditivo de inserção (Figura 7 e 8), protetor auditivo circum-auricular (Figura 9 e 10) e protetor auditivo semi-auricular (Figura 11).

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34

Figura 7 - Protetores Auditivos de Inserção Pré - Moldados

Fonte: (GABAS, 2004).

Figura 8 - Protetores Auditivos de Inserção Moldáveis

Fonte: (GABAS, 2004).

Figura 9 - Protetores Auditivos circum-auricular - Tipo Concha

Fonte: (GABAS, 2004).

Figura 10 - Protetores Auditivos circum-auricular - Tipo Concha acopláveis à capacetes

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Figura 11 - Protetores Auditivos semi-auricular - Tipo Capa de Canal

Fonte: (GABAS, 2004).

A escolha do tipo de protetor auricular depende de uma série de fatores, dentre ele podemos destacar: o nível de ruído gerado no local do ambiente de trabalho, o tempo de exposição do trabalhador ao ruído, a capacidade auditiva do trabalhador, a compatibilidade com outros EPIs, dentre outros. Além disso, na escolha do EPA deve-se considerar o nível de mitigação que se deseja alcançar, escolhendo-se assim o protetor auditivo mais adequado ao nível de ruído que o trabalhador está exposto.

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3 RESULTADOS E ANÁLISES

As notificações registradas no banco de dados da Previdência Social consideram a classificação de doenças causadas no ouvido, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças – CID, que incluem as seguintes classificações:

 (H60-H62) doenças do ouvido externo;

 (H65-H75) doenças do ouvido médio e da mastoide;  (H80-H83) doenças do ouvido interno e

 (H90-H95) outros transtornos do ouvido.

Para esta pesquisa foram levadas em consideração todas as doenças de ouvido acima citadas e as adquiridas em: acidentes típicos, acidentes de trajeto e as doenças do trabalho incluídas no banco de dados da Previdência Social.

3.1 CAMPO DE PESQUISA

Esta pesquisa abrangeu todas as cinco regiões da Unidade Federativa do Brasil, que são elas:

 Região Norte - composta por sete estados: Amazonas (AM), Roraima (RR), Amapá (AP), Pará (PA), Tocantins (TO), Rondônia (RO) e Acre (AC);

 Região Nordeste - composta por nove estados: Maranhão (MA), Piauí (PI), Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Pernambuco (PE), Paraíba (PB), Sergipe (SE), Alagoas (AL) e Bahia (BA);

 Região Centro-Oeste – composta por três estados e o Distrito Federal: Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS) e Goiás (GO).

 Região Sul – composta por três estados: Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC).

 Região Sudeste – composta por quatro estados: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Espírito Santo (ES) e Minas Gerais (MG).

3.2 RESULTADOS E ANÁLISES

De 2009 a 2013 foram notificados 9.739 (nove mil setecentos e trinta e nove) casos de doenças relacionadas ao ouvido no Brasil, conforme ilustra o Gráfico 1, vale

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37

ressaltar que os casos de doenças do ouvido interno foram de 3.816 (três mil oitocentos e dezesseis), o que representa 39% dos casos registrados.

Gráfico 1 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil por CID

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Na evolução dos anos, pode-se observar no Gráfico 2, que houve uma certa constante no que diz respeito a ordem de registros dos quatro tipos de doenças, sendo as de maiores proporções, as doenças do ouvido interno e outros transtornos do ouvido, percebe-se também que no decorrer dos anos os casos registrados de modo geral diminuíram, porém entre os anos de 2010 a 2012 as doenças do ouvido interno tenderam a um leve aumento.

Gráfico 2 – Doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil, por CID

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Do total dos acidentes de trabalho relacionados ao ouvido, as doenças do trabalho são as que aparecem com maior incidência representando 70% dos casos registrados, sendo acompanhada dos acidentes típicos que representam 21%, os de trajeto 1% e os acidentes sem CAT totalizam 8%, de acordo com o Gráfico 3.

Gráfico 3 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil por motivo/situação

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Dos 9.739 (nove mil setecentos e trinta e nove) casos de doenças relacionadas ao ouvido entre 2009 a 2013, a região Sudeste foi a que concentrou o maior número 7.032 (sete mil e trinta e dois), o que equivale a 72%, sendo a região Centro-Oeste a com menor registro de casos 284 (duzentos e oitenta e quatro), conforme o Gráfico 4 ilustra.

Gráfico 4 – Doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil, por CID

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Considerando apenas o número absoluto de casos registrados, a região Sul é disparada a região que mais registra acidentes de trabalho. Em número relativo, levando-se em consideração a população de cada região, o Gráfico gerado (Gráfico 5) tem um

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comportamento bem distinto do Gráfico anterior. A região Sudeste continua sendo a que possui o maior número de casos, embora sua proporção com as demais regiões não seja mais tão grande quanto no Gráfico anterior, a região apresenta 8,75 casos para cada 100.000 (cem mil) habitantes, seguida da região Norte que apresenta 4,60 casos, a região Sul apresenta 2,99, a região Centro-Oeste 2,02 casos e a região Nordeste 1,65 casos.

Gráfico 5 – Número Relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013 no Brasil, por CID

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Nos registros da região Norte percebe-se uma grande variação no decorrer dos anos, de 2009 para 2010 houve um aumento de mais de 50% nos casos registrados e de 2010 para 2011 houve uma queda em proporções ainda maiores, sendo que no ano de 2010 a região apresentou o seu maior registro de casos 330 (trezentos e trinta) e no ano de 2013 o menor registro 59 (cinquenta e nove) casos. A região Norte apresentou um total de 729 (setecentos e vinte e nove) acidentes relacionados ao ouvido no período analisado (Gráfico 6).

Gráfico 6 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Norte

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Em números absolutos, do estado da região Norte o que mais se destacou no registro de casos foi o estado de Rondônia com 466 (quatrocentos e sessenta e seis) registros, seguido do estado do Pará com 137 (cento e trinta e sete). Os estados de Roraima e Amapá foram os que apresentaram menos casos registrados no decorrer desses cinco anos, somando juntos oito casos no total (Gráfico 7).

Gráfico 7 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Norte

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Em números relativos pode-se perceber no Gráfico 8, que o estado de Rondônia ainda continua como o estado da região Norte que mais notificou, sendo 29,83 casos para cada 100.000 habitantes, seguido dessa vez pelo Acre com 3,68 casos.

Gráfico 8 – Número relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Norte

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41

A região Nordeste totalizou 874 (oitocentos e setenta e quatro) casos registrados, sendo que de 2009 a 2012, houve uma diminuição nos casos conforme ilustra o Gráfico 9.

Gráfico 9 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Nordeste

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

O estado da Bahia registrou o maior número absoluto de casos da Região Nordeste, sendo de 302 (trezentos e dois), seguido do estado do Ceará com 150 (cento e cinquenta), de Pernambuco com 118 (cento e dezoito) e do estado do Maranhão com 113 (cento e treze) registros (Gráfico 10).

Gráfico 10 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Nordeste

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Analisando os casos registrados nos estados da região Nordeste em números relativos, pode-se perceber uma variação na proporção dos casos se relacionados com a análise em números absolutos ilustrada no Gráfico anterior. No Gráfico 11 a Bahia ainda

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apresenta o estado com maior incidência de registros, com 2,15 casos para cada 100.000 habitantes, sucedido pelo Ceará com 1,77 casos, Maranhão com 1,72 e Sergipe com 1,69.

Gráfico 11 – Número relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Nordeste

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Na região Centro-Oeste houve um total de 284 (duzentos e oitenta e quatro) registros no período analisado, sendo que nos anos de 2009 a 2012 houve uma redução nos casos e no ano de 2013 o Gráfico voltou a subir (Gráfico 12).

Gráfico 12 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Centro-Oeste

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Na região do Centro-Oeste, o estado que mais se destacou no quantitativo de registros foi o estado de Mato Grosso, totalizando 140 (cento e quarenta) casos, seguido de Goiás com 68 (sessenta e oito), do Distrito Federal com 57 (cinquenta e sete) e do estado do Mato Grosso do Sul com 19 (dezenove) casos, conforme mostra o Gráfico 13.

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Gráfico 13 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Centro-Oeste

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Analisando o Gráfico 14 que ilustra os casos nos estados da região Centro-Oeste em números relativos, verificou-se em primeiro lugar ainda o estado de Mato Grosso, com 4,61 casos para cada 100.000 mil habitantes, seguido agora do Distrito Federal com 2,22, Goiás com 1,13 e por último Mato Grosso do Sul com 0,78 registros.

Gráfico 14 – Número relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Centro-Oeste

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

A região sul apresentou um total de 820 (oitocentos e vinte) casos registrados. Nos anos de 2009 a 2012 como se pode observar no Gráfico 15, o número de acidentes teve tendência a diminuir, sendo que de 2010 a 2011 manteve-se constante,

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Gráfico 15 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Sul

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Os estados da Região Sul apresentaram em ordem decrescente os seguintes registros de casos, em primeiro lugar o Rio Grande do Sul com 327 (trezentos e vinte e sete) notificações, seguido logo adiante pelo estado do Paraná com 307 (trezentos e sete) e por último o estado de Santa Catarina com 186 (cento e oitenta e seis) casos (Gráfico 16).

Gráfico 16 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Sul

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Considerando os casos registrados pelos estados da região Sul, em números relativos, percebe-se que o Rio Grande do Sul ainda segue como líder, com 3,06 casos para cada 100.000 habitantes, o Estado de Santa Catarina assume a segunda posição com 2,98 registros, seguido pelo estado do Paraná com 2,94 casos (Gráfico 17).

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Gráfico 17 – Número relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Sul

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

O ano de 2009 foi o que mais se destacou na região Sudeste, apresentando 2.078 (dois mil e setenta e oito) casos de notificações, no ano seguinte houve uma redução para 1278 (mil duzentos e setenta e oito) casos, e nos anos de 2010 a 1012 a diferença de notificações entre si não passaram de 66 (sessenta e seis) casos. Do ano 2012 para o ano de 2013 houve uma redução de 293 (duzentos e noventa e três) casos (Gráfico 18).

Gráfico 18 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, na região Sudeste

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

No Estado de Minas Gerais houve o maior registro de casos da região Sul, sendo de 3.232 (três mil duzentos e trinta e dois), seguido pelo estado do Rio de Janeiro com 2.178 (dois mil cento e setenta e oito) casos, São Paulo com 1.523 (mil quinhentos e vinte e três) e o estado do Espírito Santo com 99 (noventa e nove) notificações, conforme mostra o Gráfico 19.

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Gráfico 19 – Quantidade de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Sudeste

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Nos casos dos estados da Região Sudeste, o número absoluto não alterou a posição dos mesmos, alterando somente a proporção entre eles, o estado de Minas apresentou 16,49 casos para cada 100.000 habitantes, o Rio de Janeiro 13, 62, São Paulo apresentou 3,69 e o estado do Espírito Santo 2,82 casos (Gráfico 20).

Gráfico 20 – Número Relativo de doenças do ouvido registradas entre 2009 a 2013, nos estados da região Sudeste

Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2017).

Pode-se observar de modo geral que dos 9.739 (nove mil setecentos e trinta e nove) casos de doenças relacionadas ao ouvido, o ouvido interno é o mais atingido representado 39% do total. No decorrer dos anos os casos das doenças diminuíram, apesar disso as doenças do ouvido interno não seguiram essa mesma evolução, apresentando uma leve alta nos anos de 2010 a 2012.

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Quando avaliado por motivo e situação a causa dos acidentes de trabalho relacionados ao ouvido, as doenças do trabalho são as maiores causadoras de acidentes, totalizando 70% das causas.

Analisando as cinco macrorregiões demográficas brasileiras em números absolutos, a região Sudeste conta com o maior número de acidentes, com um total de 7.032 (sete mil e trinta e duas) ocorrências, cerca de 72% do total nacional, Nordeste com 874 (oitocentos e setenta e quatro), Sul 820 (oitocentos e vinte), Norte 729 (setecentos e vinte e nove) e em último, a região Centro-Oeste com 284 (duzentos e oitenta e quatro) casos.

Em números relativos a região Sudeste ainda continua sendo a que mais registra acidentes, apresenta 8,75 casos da doença para cada 100.000 (cem mil) habitantes seguida da região Norte com 4,60 casos e a região que menos registra acidentes é a região Nordeste com 1,65 casos.

As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul apresentaram uma evolução semelhante no período analisado, uma queda no número de casos nos anos de 2009 a 2012 e também um leve aumento nos registros no ano de 2013.

Na região Sudeste houve uma queda nos registros nos anos de 2009 a 2010, um aumento nos anos de 2010 a 2012 e novamente uma queda nos anos de 2012 a 2013.

Já a Região Norte foi a que mais oscilou na apresentação dos dados, pois de um ano para o outro, do período analisado, sempre houve um aumento no número de casos seguido de uma queda. Isso pode ser reflexo da ausência de registros nos períodos analisados, oque pode estar falseando o resultado apresentado, pois no decorrer do tratamento dos dados, pode-se perceber que em alguns anos faltavam os registros de alguns estados.

Analisando cada região separadamente, pode-se observar que na região Norte o estado que mais registrou casos, em número absoluto e relativo, foi o estado de Rondônia, apresentando 64% em número absoluto do total de acidentes da região. Em número absoluto e relativo, o estado que menos causou acidentes foram o estado de Roraima, logo seguido pelo estado do Amapá, os dois somando 1,1% do total de registros.

Na região Nordeste o estado que mais registrou acidentes foi a Bahia, com 35% dos casos da região, tanto em número absoluto quanto relativo. Os estados que menos registraram acidentes em número absoluto foram os estados de Alagoas, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, cada um não ultrapassou 5% de casos. Em número relativo o Estado da Paraíba foi o que teve menos casos.

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Na região Centro-Oeste foi o estado de Mato Grosso que apresentou o maior número de caso, em número absoluto e relativo, 49% do total de casos da região. O Mato Grosso do Sul foi o que registrou menos casos, 7% do total.

Em número absoluto o estado da região Sul que mais teve casos foi o Rio Grande do Sul com 40% do total, Santa Catarina foi o que menos registrou sendo 23% do total. Já em número relativo o Paraná obteve o menor número de casos registrados na região.

A região Sudeste é detentora do estado que mais registrou casos da doença no País, o estado de Minas Gerais, ele apresenta 46% dos casos da região e 33% dos casos registrados no País. O estado que menos apresentou casos foi o Espírito Santo, com 1% do total de registros para a região Sudeste.

Referências

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