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Melhorar a eficiência dos processos

4.3 Melhorar a qualidade dos serviços prestados

Melhorar a qualidade dos serviços prestados pela BCC significa tornar mais eficaz os recursos existentes. Isto passa pela realização de acções concertadas em áreas tão diversas como os acervos documentais anteriores a 2005, cujo tratamento técnico retrospectivo com vista à normalização da catalogação, classificação e indexação ainda não está concluído; os recursos electrónicos comerciais, nomeadamente as

Lecture Notes in Computer Science, editadas pela Springer, muito procuradas por

docentes e alunos, cujo acesso em linha é disponibilizado pela b-on, mas com embargo dos últimos seis anos, situação que urge alterar; as publicações científicas (dissertações e teses) efectuadas pelos alunos do DCC não disponibilizadas, até ao momento, no Repositório Institucional UP; a formação regular de utilizadores no uso dos serviços e recursos disponibilizados pela Biblioteca de modo a que estes possam tirar mais partido dos mesmos; o espaço da biblioteca cujo aproveitamento é condicionado pelo horário de funcionamento reduzido; a comunicação bilateral com os utilizadores (sobretudo os alunos), através de diversos meios, com destaque para a adopção de ferramentas e plataformas Web 2.0 de comunicação, etc.

Todas estas áreas estão a ser intervencionadas ou vão sê-lo muito em breve. Neste ponto, destacamos e desenvolvemos duas que consideramos prioritárias e exequíveis, com os recursos disponíveis, durante o ano lectivo de 2010/2011: adopção de ferramentas e plataformas Web 2.0 de comunicação e alargamento do horário de funcionamento da Biblioteca.

4.3.1 Ferramentas de Web 2.0 ao serviço da comunicação da BCC

A adopção de plataformas e ferramentas Web 2.0 de comunicação possibilita à biblioteca e aos seus utilizadores mais e melhor colaboração e comunicação; a sindicação, a partilha, a reutilização de conteúdos produzidos pelos serviços e a disseminação da informação; a criação de “comunidades online” (vale-se do conhecimento dos utilizadores e da utilização que fazem dos sistemas da biblioteca).

As iniciativas a implementar a este nível passam pela criação de um blogue, no

Facebook ou no Twitter, por se tratar de uma ferramenta de comunicação essencial ao

nível da “tão necessária redundância de pontos de acesso às fontes de informação” (Silva e Príncipe, 2010). Possibilita a presença da BCC nas redes sociais.

A BCC pretende vir a disponibilizar a “actualização de posts no novo Blog”, serviço de actualização de informação mediante tecnologia RSS.

Pensamos que a futura “Biblioteca da FCUP” poderá disponibilizar, à semelhança do que fazem outras bibliotecas universitárias do país, por exemplo: tutoriais para subscrição de Feeds, baseados em alertas de pesquisas específicas em bases de dados bibliográficos e listas regulares, actualizadas, das últimas aquisições da biblioteca. Para que a Biblioteca vá mais longe, aqui ficam algumas sugestões.

Dado o elearning ser um novo meio de concretização da missão da biblioteca, a integração dos serviços e recursos (publicações académicas acessíveis nos repositórios, bases de dados e revistas científicas electrónicas, acervos documentais, etc.) da “Biblioteca da FCUP” na plataforma elearning da Faculdade, apresenta-se, desde logo, como uma prioridade.

Na esfera desta integração, os objectivos a atingir passam por facilitar o acesso aos serviços e conteúdos fornecidos pela biblioteca, fomentar, junto da comunidade académica, a compreensão dos recursos de informação, disponibilizando serviços e conteúdos apropriados ao desenvolvimento de competências de infoliteracia e, no âmbito do processo de ensino-aprendizagem da FCUP, intensificar a função da biblioteca como centro de recursos para a aprendizagem e investigação. Este é um projecto a ser desenvolvido em estreita colaboração com a equipa do Centro de Cálculo e com o corpo docente.

As actividades passarão, primeiro, pela aprendizagem das funcionalidades do sistema Moodle28, o Learning Management System (LMS), infra-estrutura de elearning que suporta a aplicação Aulas na Web, disponível na instituição e, segundo, pela aplicação efectiva desse saber na integração dos recursos de informação, tutoriais de pesquisa, bibliografia, etc., a ser efectuada pelos docentes, nos conteúdos das suas disciplinas. Tem que existir um trabalho de comunicação e articulação entre bibliotecários e docentes.

Futuramente, poderá pensar-se, ainda, na criação de uma área de conteúdos e ligações a recursos de informação, de acesso a alunos e docentes, na aplicação

Moodle, a ser actualizada com regularidade, onde os utilizadores acedam e capturem

materiais. Também será adequado e oportuno, a criação de uma “disciplina” com uma estrutura e conteúdos próprios, segmentada por módulos correspondentes à tipologia de oferta formativa dinamizada pela biblioteca.

Com estes projectos pretende-se, no contexto do apoio ao utilizador, num ambiente de ensino-aprendizagem em evolução, não deixar de fora nenhum dos elementos (conteúdos, serviços e colecções) disponibilizados pela Biblioteca e adapta- los constantemente às aplicações ligadas à Web 2.0 e às iniciativas da comunidade académica.

Configura-se um modelo que se baseia num conceito de flexibilidade e abrangência, tendo como elementos fundamentais o novo ambiente de ensino- aprendizagem, as plataformas web de comunicação e partilha29, as bibliotecas, os serviços30 e o utilizador.

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Moodle – plataforma de eLearning grátis. Moodle é provavelmente o nome da ferramenta mais conhecida para a gestão de sites eLearning. A ferramenta grátis é desenvolvida em PHP e já conta com mais de 330 mil usuários registados em mais de 70 línguas diferentes. A ferramenta é semelhante à do Wordpress, bastando instalar e customizar conforme as necessidades.

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Exemplos de plataformas web (Silva e Princípe, 2010): SlideShare, para partilha de conteúdos e tutoriais; Facebook e Twitter como ferramentas de comunicação Web e meios essenciais de presença junto da comunidade; Youtube, para partilha de conteúdos e tutoriais vídeo; Moodle, para a partilha e integração de conteúdos e serviços; Portal Web da Faculdade (institucional), para a presença integrada no contexto institucional, nomeadamente na disseminação de informação por segmentos de públicos; Portal Web biblioteca; OPAC biblioteca; Blog, etc.

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4.3.2 Aproveitamento do espaço da biblioteca através do alargamento do

horário de funcionamento

O alargamento do horário de funcionamento da Biblioteca e, por conseguinte, um melhor aproveitamento do espaço que oferece é outra área que consideramos de intervenção prioritária para o ano lectivo em curso, e que exige, para a sua execução, um aumento pouco significativo de recursos humanos e financeiros.

As bibliotecas da FCUP praticam um horário que oscila entre as 7h e as 9h diárias, ininterruptas ou intercaladas com um intervalo de 1h a 1h30m para almoço, de segunda a sexta-feira. Durante o período de férias de Verão encerram durante a totalidade ou parte do mês de Agosto.

Estes horários são manifestamente insuficientes. Não estão adequados às actividades lectivas em funcionamento, nem vão ao encontro das solicitações e necessidades dos utilizadores.

Por comparação com outras bibliotecas de ensino superior portuguesas31, pesquisadas por critério de notoriedade, constatámos que praticamos durante o período lectivo e períodos de avaliação um horário equivalente aos períodos designados por “férias de verão” ou “férias lectivas”. A título de exemplo, a Biblioteca da Universidade de Aveiro pratica no referido período o seguinte horário: 2ª a 6ª: 09h - 17h30m; encerra ao Sábado.

Os horários de Verão correspondem a cerca de seis semanas. Começam na última semana de Julho e terminam no fim da primeira semana de Setembro. Nesse período todas as bibliotecas encerram ao Sábado.

Constatámos, também, durante este estudo, que as bibliotecas de ensino superior portuguesas estão abertas de segunda à sexta, ininterruptamente, ente 13h a 16h diárias, com abertura que oscila entre as 8h e as 9h da manhã e fecho entre as 22h e as 24h da noite. A abertura em horário nocturno, das 19h30m/20h às 24h, é efectuado por algumas instituições a título permanente (ex.: Faculdades de Medicina e Farmácia da UC), enquanto outras o praticam exclusivamente em períodos de avaliação (ex.: a Universidade do Minho). A abertura ao sábado de manhã é prática comum, oscilando entre 3h e 4h de abertura. Em períodos de avaliação há bibliotecas que também abrem ao sábado à tarde (ex.: as bibliotecas da Universidade do Minho), mas trata-se de uma situação excepcional.

De acordo com um estudo efectuado pela e na Universidade do Minho, da autoria de Eloy Rodrigues e Augusta Guimarães (2007), “a elevada procura dos espaços das bibliotecas acontece mesmo registando-se uma diminuição da procura de alguns serviços “tradicionais”, como empréstimo de publicações, que diminuiu mais de 30% nos últimos três anos, ou do serviço de fotocópias. E é essa elevada procura e valorização dos espaços das bibliotecas, bem como de alguns dos serviços e funcionalidades que oferecem – como os terminais de pesquisa e acesso à Internet, os serviços de referência e ajuda na localização e obtenção de informação e documentos – que justifica a crescente pressão para o alargamento dos horários de funcionamento das bibliotecas no período nocturno e aos sábados”.

De acordo com o mesmo estudo, “questionados em relação ao alargamento do horário de funcionamento das bibliotecas, as respostas dos alunos de licenciatura

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Verificamos os horários das seguintes bibliotecas: Universidade de Aveiro; Universidade do Minho; Universidade de Coimbra. Biblioteca do pólo das Ciências da Saúde (Faculdades de Medicina e Farmácia); Universidade de Lisboa. Faculdade de Letras; Universidade Fernando Pessoa.

apontam para a preferência para o alargamento nocturno (até às 22h ou 24h) enquanto os alunos de pós-graduação e de doutoramento manifestam preferência pelo alargamento de “sábado das 14h às 17,30 horas”. (Rodrigues e Guimarães, 2007)

A investigação efectuada apurou, também, que a utilização das bibliotecas universitárias visa vários fins, mas principalmente, requisitar para leitura domiciliária, estudar e consultar livros na sala de leitura.

Com a futura reconstituição da BG da FCUP, prevista para 2011, tornar-se-á possível a abertura da biblioteca (atendimento/empréstimo) em horário alargado, através da criação de turnos (rotativos ou não) e escalas de serviço32 em que todos os funcionários, sem excepção (só assim será possível), participem, à semelhança do que acontece na FEUP. Esta medida não acarretará custos extraordinários ao erário da faculdade e irá “ao encontro das solicitações e necessidades dos utilizadores”.

Até lá, e no que à BCC diz respeito, propomos para o próximo ano lectivo (2010/11) um alargamento do horário de funcionamento da biblioteca, de segunda a sexta, entre as 18h e as 22h, sustentado por um aluno de pós-graduação, por contratação na modalidade de prestação de serviços em regime de tarefa ou avença. Relembro que a biblioteca está aberta ininterruptamente entre as 9h e as 18h.

A medida apresentada é, do nosso ponto de vista, o mínimo que o DCC pode oferecer aos seus alunos e implica custos extraordinários reduzidos. O ideal corresponderia a abrir a biblioteca em horário nocturno, pelo menos nos períodos de avaliação, e aos sábados de manhã. Em períodos de avaliação é frequente, à hora do fecho, a biblioteca encontra-se lotada.