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Mensuração das Inclinações Dentárias

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4.2 Metodologia

4.2.3 Mensuração das Inclinações Dentárias

Após a aquisição das imagens, o mesmo operador fez a mensuração das inclinações dentárias, com auxílio do software QR DVT-9000. Para cada exame feito pelo paciente, os procedimentos abaixo foram repetidos.

A partir do scout lateral, que é a imagem em duas dimensões do exame, fez- se a reconstrução primária das imagens para se obter os slices dentro dos parâmetros desejados (Figura 4.4) . Como a inclinação e angulação dentárias são obtidas a partir do plano oclusal, segundo metodologia utilizada por Andrews, utilizou-se este plano como referência para a reconstrução primária da maxila, e em seguida, para a reconstrução primária da mandíbula, de modo que todos os slices tivessem este plano como referência, e fossem paralelos a ele, viabilizando as mensurações de inclinação dentária. O plano oclusal utilizado tinha como referência na região anterior a intersecção entre as bordas incisais dos incisivos centrais superior e inferior, e na região posterior a cúspide mesial do último molar em oclusão(Figura 4.5). Com toda a imagem volumétrica reformatada segundo o plano oclusal, escolheram-se os slices mais próximos ao centro da coroa clínica dos dentes anteriores. Estes slices são representados por linhas coloridas (Figura 4.5 ), de cores verde, amarela e vermelha, e possuem 0,3 mm de espessura. Após a definição da região mais próxima do centro da coroa clínica, três imagens axiais são disponibilizadas na tela, para escolha. Selecionou-se a imagem axial entre estas três que melhor representava o centro da coroa clínica dos dentes anteriores, e a partir desta imagem selecionada, foram feitos os procedimentos para a reconstrução secundária da mesma (Figura 4.6). Nesta imagem axial pudemos ter a visualização de todos os dentes no sentido axial, como uma radiografia oclusal, porém,

representando apenas o slice de 0,3 mm, correspondente ao centro da coroa clínica dos dentes anteriores. Nesta imagem selecionada, utilizaram-se ferramentas da estação de trabalho do software para definir a imagem coronal de cada dente, conforme procedimento descrito a seguir (Figura 4.8).

Figura 4.5 – Reformatação da mandíbula tendo como referência o plano oclusal

Com a ferramenta de construção de linha, desenhou-se uma reta que tangencia a porção mais vestibular da face vestibular de cada dente anterior estudado, eqüidistante das faces mesial e distal (Figura 4.7). Sobre esta linha, com a ferramenta de angulação do software, colocou-se o vértice do ângulo sobre o centro da face vestibular e acertou-se a angulação em 90°, para se obter a perpendicular a esta tangente vestibular. Esta reta representa o eixo vestibular da coroa clínica (EVCC). Sobre esta linha perpendicular, fez-se a reconstrução secundária da imagem, na região exata para a obtenção da imagem transaxial do dente, exatamente no EVCC (Figura 4.8).

Figura 4.7 – Tangente vestibular

A imagem transaxial de cada dente é a representação vestíbulolingual de toda a extensão do dente, e suas estruturas adjacentes, representada nesta metodologia pelo slice coincidente com EVCC.

Figura 4.8 – Corte em norma coronal

Na imagem transaxial de cada dente obtida, fizeram-se os procedimentos, com o auxílio das ferramentas do software para se determinar a inclinação exata de cada dente. Inicialmente , delimitou-se a junção amelocementária (JAC), definindo a coroa anatômica do dente. Conforme preconizado por Orban, e citado por Andrews em sua metodologia, a diferença entre a coroa anatômica e a coroa clínica é de 1,8 mm; por isso, subtraiu-se, a partir da JAC, esta medida da coroa anatômica previamente delimitada, para definir-se a coroa clínica do dente, necessária para a obtenção do ponto do eixo vestibular (ponto EV). Para chegar-se a indicação do ponto EV, localizado no centro da coroa clínica do dente sobre EVCC, utilizou-se uma ferramenta que nos dá sua localização exata. Primeiramente a distância total obtida é medida entre as extremidades incisal e cervical da coroa clínica, em seguida, com a mesma ferramenta de distância, determina -se a sua média (Figura 4.9). Com a ferramenta de angulação, encontra-se a perpendicula r a esta linha de medida média

da coroa, e onde esta perpendicular coincidir com a proeminência vestibular, encontra-se o ponto EV (Figura 4.10).

Figura 4.9 – Ponto EVCC

Figura 4.10 – Perpendicular ao plano oclusal

Para se avaliar o valor de angulação da inclinação do dente, utilizou-se a ferramenta de angulação disponibilizada pelo software. A angulação exata do dente é dada pelo ângulo formado entre a perpendicular ao plano oclusal, representada no limite da imagem, obtido na reconstrução primária do exame, e uma tangente e

paralela ao ponto EV. Para isso, com o vértice do ângulo sobre o limite da imagem transaxial, ajusta -se uma das suas linhas ao ponto EV, e em seguida, ajusta -se a outra, perpendicular ao plano oclusal. Automaticamente, a ferramenta nos dá a medida obtida. Para valores positivos, a extremidade do ângulo, perpendicular ao plano oclusal está à frente da extremidade passando por EV, e para valores negativos, este braço perpendicular está atrás da extremidade passando por EV. (Figura 4.11 A e B) Este procedimento para determinação do valor angular de inclinação dentária foi realizado para cada dente anterior (de canino direito a canino esquerdo), superiores e inferiores, de maneira individual.

Figura 4.11 - A - Valores positivos B - Valores negativos

Como forma de padronização, o primeiro dente a ter sua imagem transaxial obtida foi sempre o canino direito, que recebia o número 1 em sua imagem coronal, seguido do número 2 para o incisivo lateral direito, número 3 para o incisivo central direito, número 4 para o incisivo central esquerdo, número 5 para o incisivo lateral

esquerdo, e finalmente o número 6 para o canino esquerdo. Esta numeração também foi respeitada tanto para os dentes da maxila, quanto da mandíbula. Após a execução de todos estes procedimentos para cada elemento dentário anterior, os valores foram tabulados e enviados para a análise estatística.

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