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Mercado brasileiro de caminhões

No documento Ana claudia bellintane (páginas 42-46)

4. Estudo de caso: montadora de caminhões Iveco

4.1 Mercado brasileiro de caminhões

Para objeto de análise desse trabalho, serão abordados os dados do mercado brasileiro de caminhões em um período de cinco anos, entre 2007 e 2011. Conforme demonstra o Tabela 1, elaborado a partir dos dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção de caminhões no País passou de 133.791 unidades no início do período para 223.388 no final, o que representa um crescimento de 67%.

Em relação ao volume de vendas no mercado interno, a progressão foi de 98.498 para 172.902 veículos comercializados. O percentual de crescimento neste indicador foi de 75,5%.

Tabela 1 – Produção e Vendas de Caminhões no Brasil Ano  Produção  Venda 

2007  133.791  98.498 

2008  163.681  122.349 

2009  120.994  109.873 

2010  189.941  157.694 

2011  223.388  172.902 

Fonte: Anfavea/Elaboração da Autora

Analisando o gráfico 1 pode-se observar que a evolução de vendas do segmento de caminhões no mercado brasileiro nesse período só não foi maior devido à quebra provocada em 2009 pela crise econômica internacional.

Em 2010, entretanto, houve uma retomada acelerada em relação ao ano anterior, centro da crise, com alta de 43,5%, mas, sobretudo, de 28,9% sobre 2008, anterior ao período de instabilidade.

Em 2011, as vendas mais uma vez tiveram alta, de 9,6%, muito acima da evolução do Produto Interno Bruto (PIB), que ficou em 2,7% segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já a produção cresceu em 2010 aproximadamente 57% sobre 2009, mas também 16% em relação a 2008. Em 2011, quando a indústria nacional apresentou desenvolvimento de apenas 0,3%, as montadoras de caminhões alcançaram incremento de 17,6%.

Gráfico 1: Comparativo entre produção e vendas

Fonte: Anfavea / Elaborado pela autora

Atualmente, seis marcas lideram o ranking de participação no mercado brasileiro de caminhões, conforme pode-se observar na tabela 2 e no gráfico 2.

São elas: MAN, Mercedes, Ford, Volvo, Iveco e Scania. Outras marcas com menor expressividade são Agrale, Hyundai e International. Essas fabricantes produzem modelos semileves, leves, médios, semipesados e pesados.

0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 2007 2008 2009 2010 2011 Produção Venda

Tabela 2: Distribuição de mercado por marca

MAN  Mercedes  Ford  Volvo  Iveco  Scania 

2007  29.676  32.234  18.585  7.853  5.500  6.505 

2008  37.112  37.565  21.902  10.134  10.043  8.010 

2009  34.341  32.332  21.497  8.730  7.810  8.327 

2010  48.649  46.505  29.627  16.224  13.539  15.411 

2011  50.811  42.623  30.345  19.069  14.246  13.484 

Fonte: Anfavea / Elaborado pela autora

Gráfico 2: Comparativo entre marcas

Fonte: Anfavea / Elaborado pela autora

O segmento de caminhões entra agora em nova fase no País. Entre 2010 e 2011, cinco novas marcas internacionais anunciaram a intenção de instalar fábricas no País: a holandesa DAF (Paccar), a norte-americana International, além das chinesas Foton, Sinotruk e Shacman.

Além do acentuado crescimento dos últimos cinco anos, há uma série de outros atrativos que parecem empolgar os fabricantes. O Brasil é atualmente o quarto maior consumidor de caminhões do mundo, atrás de China, Índia e Estados Unidos. A previsão de especialistas, divulgada por alguns órgãos de imprensa, é de que o

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 2007 2008 2009 2010 2011 MAN Mercedes Ford Volvo Iveco Scania

mercado brasileiro dobre de tamanho nos próximos 10 anos, impulsionado pelo crescimento econômico e pela necessária renovação da frota nacional, cuja idade média é de 15 anos. Além disso, o País é referência para as empresas que querem atuar também na América do Sul.

A DAF lançou a pedra fundamental de construção das novas instalações no Brasil em janeiro de 2012 na cidade de Ponta Grossa (PR). Com investimentos de US$ 200 milhões, a unidade deve começar a produzir em junho de 2013 e terá capacidade para fabricar 10 mil caminhões por ano. O objetivo da companhia é conquistar 10% do mercado nacional em cinco anos.

A norte-americana International, do grupo Navistar (mesmo da fabricante de motores MWM International), está voltada para um plano de internacionalização que lhe permitirá reduzir a dependência do mercado americano. Para isso, investirá nos países do BRIC, começando pelo Brasil. A fábrica no País ainda não tinha local definido em julho de 2012, mas deverá receber investimentos de US$ 200 milhões para começar a produzir em 2013 modelos de 10 a 74 toneladas PBTC (peso bruto total combinado).

Entre as chinesas, a Sinotruk deve chegar primeiro ao País, já que antecipou os planos de início das obras da fábrica de 2015 para julho de 2012. O investimento deverá ser de R$ 300 milhões e a capacidade de produção nos 12 primeiros meses de operação será de cinco mil unidades, com plano de alcançar oito mil.

A Foton pretende lançar sua pedra fundamental apenas em 2015 e negocia com os estados de São Paulo, Goiás e Pernambuco. A exemplo da americana International, a companhia baseia sua estratégia de internacionalização para os próximos anos nos BRICs, mas faz o caminho inverso. Está fincando suas bases na Rússia e na Índia, para somente então voltar-se ao Brasil. Já sobre a Shacman não haviam informações disponíveis até julho de 2012, além da intenção de instalar-se em terras brasileiras.

O mercado mundial de caminhões passou por um período de adequação tecnológica a partir de 2011 com o advento do Euro 5, que determinou a redução de emissões de poluentes para os motores a diesel. Desde 01 de janeiro de 2012, os fabricantes que atuam no Brasil tiveram que se adequar a norma do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que segue as regras do Euro

5. Além da redução das emissões, o programa determina o uso do diesel S-10, com teor de enxofre de 10 partículas por milhão, em substituição ao S-50, utilizado até então.

O Proconve, regulamentado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), subordinado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), trouxe um avanço tecnológico significativo ao mercado e forçou as empresas a investirem em novos motores, levando a maioria delas a rever toda a sua linha de caminhões.

No documento Ana claudia bellintane (páginas 42-46)

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