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MERCADO COMUM DO SUL (Mercosul)

2.8.1 Histórico do MERCOSUL

A primeira tentativa de um projeto de integração no Cone Sul remonta a 1909. Um grupo de políticos e empresários da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai propuseram a criação da União Aduaneira do Sul, o que não vingou, mas acabou refletindo na iniciativa Européia, em 1929, de criar a União Aduaneira da Europa74.

Em 1947, surge o tratado interamericano de ajuda recíproca (TIAR) ou Tratado do Rio e era um tratado de defesa mútua baseado na chamada “doutrina da defesa mutua (um ataque contra um dos membros será considerado como um ataque contra todos). No ano de 1960, institui-se a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALCA) como tentativa de criar uma integração comercial a qual não teve resultados positivos e posteriormente foi substituída pela ALADI75.

Um ano mais tarde surge a Assistência Recíproca Petroleira Estatal Latino- Americana, e em 1968, a Associação Latino-America de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento. O Pacto Andino é criado e nele participam os seguintes países: Chile, Peru, Equador Colômbia e Bolívia. Durante 1975 é criado no Panamá o Sistema Econômico Latino-Americano (SELA), em 1980 criou-se a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI); e a partir de 1991 o MERCOSUL76.

A década de 90 iniciou-se com uma clara tendência para a segmentação da economia mundial em blocos regionais, tirando as tradicionais negociações multilaterais entre os países, pelo agrupamento de países menos industrializados ao redor de um ou mais 74 MERCADO COMUM DO SUL. MERCOSUL. Disponível em: <http://www.mercosur.int/> Acesso em

10 abril 2010

75 ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE INTEGRAÇÃO. ALADI. Disponível em:

<www.aladi.org/> Acesso em 11 abril 2010

76 CÂMARA INTERNACIONAL DE COMÉRCIO DO CONE SUL. Antecedentes do MERCOSUL.

países industrializados. É importante citar que na América Latina, esta integração intra- regional acelerou-se e foi acompanhada por uma abertura e liberalização comercial diante das demais regiões do mundo.

O Mercado Comum do Sul foi oficialmente estabelecido em 26 de março de 1991 com a assinatura do Tratado de Assunção pela República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai com vistas a criar o Mercado Comum do Sul. Os quatro Estados Partes partilham uma inserção internacional competitiva, proteção do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, e ainda o compromisso com a consolidação da democracia, com a segurança jurídica, com o combate à pobreza e com o desenvolvimento econômico e social com equidade77.

O objetivo primordial do Tratado de Assunção é a integração dos quatro Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), adotando uma política comercial comum, coordenando políticas macroeconômicas e setoriais. Com essa base fundamental os parceiros buscaram a ampliação das dimensões dos respectivos mercados nacionais por meio da integração.

Na Cúpula de Presidentes de Ouro Preto, em dezembro de 1994, foi aprovado o Protocolo de Ouro Preto que estabelece a estrutura institucional do MERCOSUL e o dota de personalidade jurídica internacional. Foram adotados os instrumentos fundamentais de política comercial comum que caracterizam a União Aduaneira por meio do aproveitamento da especialização produtiva, das economias de escala, da complementação comercial e do maior poder negociador do bloco com outros blocos ou países.

77 MACHADO, João Bosco M. Mercosul: processo de integração : origem, evolução e crise. São Paulo:

2.8.2 A integração energética no MERCOSUL:

Devido à expectativa manifestada no Tratado de Assunção (1991), na formação do MERCOSUL, em criar um espaço de livre comércio e de união aduaneira, que culmine com o mercado comum e favoreça a inserção competitiva na economia global, temas como o meio ambiente e o da integração energética no MERCOSUL foram pouco difundidos no Brasil.

No MERCOSUL as questões ambientais sempre foram contempladas desde sua formação, quando os Estados Partes destacaram no Preâmbulo do Tratado de Assunção que a integração constitui uma condição fundamental para o desenvolvimento do processo econômico, sem deixar de lado a justiça social. Para alcançar este objetivo torna-se necessário o aproveitamento eficaz dos recursos naturais disponíveis, a preservação do meio ambiente e a complementação dos setores econômicos dos paises que o conformam.

Como já foi mencionado o Mercado Comum, segundo a teoria do comércio internacional, trata-se de uma forma de integração onde à livre circulação de bens e serviços junta-se a de fatores de produção, incluindo a coordenação das políticas macroeconômicas e setoriais (dentre essas, a energética). Quando nos referimos em Integração Energética estamos indo além da simples comercialização dos produtos energéticos, a integração energética se dá através da complementação dos sistemas, ou seja, da integração física dos mesmos ou do desenvolvimento de programas e projetos comuns, e da coordenação das políticas energéticas78.

A integração energética numa região é de suma importância, porque a energia permeia todas as formas de integração, muito particularmente a comercial (todos os produtos têm a sua quota de energia embutida no seu custo). No MERCOSUL, as condições físicas da região são excelentes no que tange ao desenvolvimento sustentável79

por meio da integração física, destacando-se a Bacia do Rio da Prata, de cuja formação participam os rios Paraná e Uruguai. Temos também as Usinas Hidrelétricas de Salto

78 UNIVERSIDADE DE BRASILIA. Boletim de Integração Latino-Americana nº 16, janeiro-

abril/1995 - MRE/SGIE/GETEC. Disponível em: < http://ftp.unb.br/pub/unb/ipr/rel/bila/1998/954.pdf>

Acesso em 29 abril 2010

Grande (Argentina-Uruguai, no rio Uruguai), Itaipu (Brasil-Paraguai, no rio Paraná) e Yaciretá (Argentina-Paraguai, no rio Paraná).

Tabela 2: Usinas Hidroelétricas Binacionais no Âmbito do MERCOSUL

A integração energética no cone Sul da América do Sul e, principalmente, aquela envolvendo os quatro países membros do MERCOSUL, deverá se aprofundar ainda mais nos próximos anos. A integração energética pode ser vista como fator determinante de uma integração total, propiciando vantagens econômicas e estratégicas, favorecendo assim o desenvolvimento equilibrado e auto-sustentável. Soma-se a isso o fornecimento de uma infra-estrutura fundamental para a realização de políticas conjuntas, visando o desenvolvimento humano, com justiça social e preservação ambiental.

Gráfico 7: Sistema interligado de distribuição de eletricidade no Brasil

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A seguir, faz-se a apresentação e análise dos dados, com uma breve descrição do mercado das ERs no Brasil, a caracterização do local de estágio. Na continuação faremos uma apresentação dos objetivos específicos da pesquisa e a análise dos dados apresentados.

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