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A metodologia refere-se à maneira global de tratar o processo de pesquisa, da base teórica até a coleta e análise de dados (COLLIS; HUSSEY, 2005). Segundo Minayo (2011), entende-se por metodologia o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade, incluindo, simultaneamente, a teoria da abordagem (o método), os instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do pesquisador (sua experiência, capacidade e sensibilidade). A metodologia descreve os aspectos epistemológicos do estudo, ou seja, a maneira como se espera construir um novo saber.

Neste Capítulo será trabalhada a classificação da pesquisa, a amostra, a coleta e a análise dos dados e o design da mesma.

3.1 Classificação da Pesquisa

Quanto à natureza, a presente pesquisa caracteriza-se como aplicada (GIL, 1999), por ter como objetivo gerar conhecimentos que possam ser aplicados na prática e dirigidos à solução de problemas específicos relacionados ao tema em questão. Trata-se de analisar o estabelecimento de um modelo de sistematização das questões ambientais no hospital de uma Cooperativa Médica.

Em relação à forma, a pesquisa é qualitativa (GIL, 1999), pois ajuda a compreender e explicar o fenômeno social com o menor afastamento possível do ambiente natural, posto que a mesma só é possível se os sujeitos forem ouvidos a partir da sua lógica e exposição de razões (GODOI; BALSINI, 2010). Para Minayo (2011, p. 21), “a pesquisa qualitativa responde a questões muitos particulares. Ela se ocupa com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes”, sendo, então, este conjunto

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entendido como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da uma realidade vivida e compartilhada por seus semelhantes (MINAYO, 2011).

No tocante aos objetivos, a pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva (VERGARA, 2004). Para Gil (2012), as pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, visando a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Neste caso, embora existam alguns estudos teóricos e empíricos relacionados ao assunto, nenhum deles trata da abordagem aqui pretendida. As pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de determinada população, e podem ser elaboradas também para identificar possíveis relações entre variáveis (GIL, 2010), visando a descrever como é viabilizado o modelo de gerenciamento ambiental e qual a lacuna identificada nas organizações objetos de estudo.

Quanto aos meios ou procedimentos técnicos, o estudo é bibliográfico, considerando que necessita recolher informações e conhecimentos prévios acerca de um problema para o qual se procura resposta (BEUREN, 2004). Para Lakatos (2000), a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre algum assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem. Também se caracteriza como de campo, pois é uma investigação empírica realizada no local, que dispõe de elementos para explicar o fenômeno investigado (VERGARA, 2004). Finalmente, a investigação também se enquadra como estudo de caso, que é detalhado com uma investigação profunda e exaustiva de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento (YIN, 2010).

Ainda para Yin (2010), o método de estudo de caso permite que os investigadores retenham as características holísticas e significativas dos eventos da vida real, como os ciclos individuais da vida, o comportamento dos pequenos grupos e os processos organizacionais e administrativos.

3.2 Universo e Amostra da Pesquisa

Beuren (2004) define a população ou universo da pesquisa como a “totalidade de elementos distintos que possui certa paridade nas características definidas para determinado estudo”. Na concepção de Vergara (2004), a população é um conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas) que possui as características que serão estudadas.

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Em relação à amostra, Vergara (2004) entende ser uma parte da população escolhida segundo algum critério de representatividade. Para Beuren (2004), uma amostra é mais adequada ao processo investigatório por apresentar custos reduzidos, rapidez, facilidade de controle e possibilitar uma análise mais exata.

Para o desenvolvimento do estudo sobre “Gerenciamento ambiental em hospital de cooperativa médica: um estudo comparado”, foram selecionadas duas cooperativas de serviços médicos: uma fundada em 20 de outubro de 1971, chamada Unimed “A” e a outra, fundada em 9 de junho de 1972, chamada de Unimed “B” do Estado Rio Grande do Sul. A escolha dessas cooperativas médicas foi motivada pelo fato de as mesmas possuírem hospitais e pela importância que assumem no desenvolvimento social e econômico do município e de sua área de atuação.

A presente pesquisa será de caráter não probabilístico, pois a pesquisadora tem interesse em conhecer especificamente a questão a ser estuda em relação a hospitais de cooperativas médicas, e o critério de escolha das organizações foi definido pelo vínculo da pesquisadora com a primeira organização, e por a segunda ter hospital com acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA)26 e ser uma cooperativa operadora de grande porte, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, e também pela importância no desenvolvimento social que as mesmas assumem em sua área de atuação.

Foram entrevistados os diretores, gerentes, supervisores, enfermeiros e pessoas com cargos de liderança ligados à gestão ambiental das organizações, de forma direta ou indireta.

3.3 Coleta e Análise dos Dados

A coleta de dados para os estudos de caso pode vir de várias fontes (YIN, 2010), dentre elas documentação, registros em arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos, considerando que cada fonte está associada a uma série de dados ou evidências.

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ONA é uma organização não governamental caracterizada como pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, de direito coletivo, com abrangência de atuação nacional. Tem por objetivo geral promover a instalação de um processo permanente de avaliação e de certificação da qualidade dos serviços de saúde, permitindo o aprimoramento contínuo da atenção, de forma a melhorar a qualidade da assistência em todas as organizações prestadoras de serviços de saúde do país. Disponível em: <https://www.ona.org.br/Pagina/20/Conheca-a-ONA>. Acesso em: ago. 2014>.

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A coleta de dados nesta pesquisa envolveu:

a) pesquisa bibliográfica em livros, revistas especializadas, artigos publicados, Teses e Dissertações com dados relativos ao assunto, indicados na seção da classificação da pesquisa quanto aos meios;

b) aplicação da lista de verificação segundo o método Gaia. A análise dos dados será de acordo com o Método Gaia.

3.4 Design da Pesquisa

O design da pesquisa é considerado como a sequência lógica que conecta os dados empíricos com as questões iniciais e suas conclusões, ou seja, procura demonstrar as diferentes etapas que foram seguidas na pesquisa, como também o caminho percorrido para a resposta aos objetivos da mesma.

A pesquisa possui as seguintes fases apresentadas na Figura 10: Figura 10 – Fases da pesquisa

Revisão dos

• Explicitação do questionários paraadaptação do • Definição Método Gaia método ao segmento integrantes da

hospitalar pesquisa

• Adequação do

Análise de cada

Revisão do estudos método ao Aplicação da

organização

que utilizam o segmento pesquisas nas

método Gaia organizações

hospital comparando

com a fase estudada e os

resultados

Inventário de esperados de

• Mapeamento aspectos e impactosambientais cada fase

da cadeia de • Estudo de consumo e entradas e produção saídas do Mapeamento do macro fluxo do processo processo

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3.5 Escalas Sociais – Escala Lickert

Conforme Gil (2012), escalas sociais são instrumentos construídos com o objetivo de medir a intensidade das opiniões e atitudes da maneira mais objetiva possível, e consistem em solicitar ao indivíduo pesquisado que assinale, dentro de uma série graduada de itens, aqueles que melhor correspondem a sua percepção acerca do fato pesquisado.

Para Marconi e Lakatos (2011), escala é um instrumento científico de observação e mensuração dos fenômenos sociais. Constitui-se em uma série de índices de atitudes, em que cada um recebe valor quantitativo em relação aos demais, sendo um instrumento de mensuração.

De acordo com Cooper e Schindler (2011), as escalas em pesquisa empresarial são geralmente construídas para mensurar comportamentos, conhecimentos e atitude.

A construção de escalas sociais envolve diversos problemas, posto que, por serem de natureza quantitativa, constituem instrumentos complexos (GIL, 2012). Ainda para Gil (2012), as escalas sociais têm por objetivo possibilitar o estudo de opiniões e atitudes de forma precisa e mensurável. Isto implica transformar fatos que habitualmente são vistos como qualitativos em quantitativos.

Na concepção de Marconi e Lakatos (2011), ao se construir uma escala colhe-se uma série de proposições cujas respostas realmente podem medir uma atitude de maneira gradual, variando de intensidade ou de posição em relação a um objeto. Esses diferentes graus devem manter distância semelhante ao das escalas de objetos materiais, e a escala deve ser operacional, ter fidedignidade e validez.

Uma escala social prevê sempre a possibilidade de ordenação de itens ao longo de um contínuo, e é tida como fidedigna quando aplicada à mesma amostra e produz consistentemente os mesmos resultados (GIL, 2012).

No entendimento de Gil (2012), dentre as escalas mais utilizadas encontra-se a Escala Likert, de elaboração simples e de caráter ordinal, não medindo o quanto uma atitude é mais ou menos favorável.

Conforme Marconi e Lakatos (2011), a escala Likert é um método mais simples de construir escalas de atitudes, que não requer especialistas sem, entretanto, excluí-los.

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3.6 Adequação do Método Gaia ao Segmento Hospitalar

Para Pfitscher et al. (2007), o aumento da quantidade de pacientes nas clínicas de saúde e hospitais, associado às deficiências das estruturas organizacionais, fez surgir a necessidade da criação de processos e organizações capazes de reciclar e tratar resíduos hospitalares.

Conforme Burmester (2012), para que se consiga eliminar ou minimizar impactos é preciso, primeiro, conhecê-los, pois organizações de saúde (hospitais, laboratórios, etc.) são grandes consumidores de recursos (água, energia e outros), assim como poluidores, pela criação de grandes quantidades de resíduos orgânicos contaminados, tóxicos ou radioativos.

O autor da tese sobre o método Gaia não efetuou estudos sobre a aplicação do mesmo em ambiente hospitalar, entretanto cita que o método Gaia “pode ser aplicado em qualquer tipo de processo produtivo, indiferente do setor da organização, como um modelo multicritério de apoio à decisão ambiental estratégica e operacional da empresa” (LERIPIO, 2001, p. 138).

Segundo estudo de Pfitscher et al. (2007, p. 17), que aplicaram o método Gaia em hospital, “pode-se constatar que o Gaia (Gerenciamento de Aspectos e Impactos Ambientais), pode auxiliar os gestores dos hospitais, tornando as suas estruturas organizacionais mais confortáveis, se houver o envolvimento da sociedade”.

Neste sentido, busca-se verificar se o Método Gaia tem aplicabilidade ao segmento hospitalar de cooperativas médicas, efetuando-se uma adaptação dos questionários desenvolvidos pelo autor da Tese, professor doutor Alexandre de Avila Leripio. Para efeitos de pesquisa, será efetuado um recorte nas fases do método, sendo aplicado somente o estudo relativo às fases: 1. Sensibilização e 2. Conscientização.

Na sequência, segue lista de verificação da sustentabilidade adaptada para organização hospitalar, proposta pela pesquisadora, com base nas pesquisas realizadas para elaboração do projeto, sendo a mesma utilizada como base para instituição da pesquisa.

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Tabela 4 – Lista de verificação da sustentabilidade para organização hospitalar

CRITÉRIO 1 – FORNECEDORES Sim Não NA* Método Adaptado

Gaia pela autora

1. O processo hospitalar segue a legislação ambiental? X 2. Os fornecedores apresentam processos produtivos X

impactantes ao meio ambiente? 3. Para extração/transporte/processamento/distribuição da X

matéria-prima é necessário grande consumo de

energia?

4. Os fornecedores apresentam alternativas para o X

tratamento de resíduos? 5. Os principais fornecedores da organização são X

certificados pelas normas ambientais ISO 14001? 6. Os principais fornecedores da organização são X

certificados pelas normas de saúde e segurança BS 8800 ou OHSAS 18001?

7. A organização procura comprar produtos passíveis de X reciclagem ou que tenham origem em produtos

reciclados, desde que isso não prejudique a prestação

do serviço?

CRITÉRIO 2 – PROCESSO PRODUTIVO A) ECOEFICIÊNCIA DO PROCESSO

PRODUTIVO

8. Os processos produtivos são poluentes ou X

potencialmente poluentes? 9. Ocorre a geração de resíduos perigosos durante o X

processamento do produto? 10. O processo produtivo é responsável por um alto X

consumo de energia?

11. A tecnologia, na prestação do serviço, demanda a X utilização de recursos não renováveis?

12. É utilizada para o tratamento de resíduos de alta X

periculosidade, a incineração?

13. É verificado se existe a destruição completa e segura X

no processo de incineração?

14. As escórias e cinzas, resultantes do processo de X

incineração, são dispostas em aterro sanitário próprio?

15. Os gases oriundos da queima são tratados e X

monitorados?

16. A organização utiliza o processo de autoclavagem?

17. A organização tem conhecimento da empresa X terceirizada que faz o tratamento dos resíduos com

visitas periódicas à mesma?

18. A organização tem realizado visitas “in loco” sobre o X

tratamento dos resíduos hospitalares com visitas

periódicas?

19. A organização verifica e controla se a empresa X terceirizada está em dia com suas obrigações junto aos

órgãos fiscalizadores? 20. Existe, na organização, um manual de segurança interna,

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B) NÍVEL DA TECNOLOGIA UTILIZADA NO

PROCESSO

C) ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS DO

PROCESSO

21. A fonte hídrica utilizada é comunitária? X 22. Existe alto consumo de água no processo produtivo? X 23. Existe um alto consumo de água total na organização? X 24. Existe algum tipo de reaproveitamento de água no X

processo?

25. São gerados efluentes perigosos durante o processo? X 26. Os padrões legais referentes a efluentes líquidos são X

integralmente atendidos? 27. Existe algum tipo de reaproveitamento de resíduos X

sólidos no processo? 28. Existe algum resíduo gerado passível de valorização X

em outros processos produtivos?

29. Existe algum tipo de reaproveitamento de papel e X

outros no processo?

D) INDICADORES GERENCIAIS E CONTÁBEIS

30. A organização está submetida a uma intensa X

fiscalização por parte dos órgãos ambientais municipais, estaduais e federais? 31. A organização é ré em alguma ação judicial referente à X

poluição ambiental, acidentes ambientais e/ou

indenizações trabalhistas?

32. Já ocorreram reclamações sobre aspectos e impactos do X

processo produtivo por parte da comunidade vizinha? 33. Em caso afirmativo, foram tomadas ações corretivas X

e/ou preventivas para a resolução do problema? 34. Em caso afirmativo, os acidentes ou incidentes foram X

resolvidos de acordo com as expectativas das partes

interessadas?

35. Os acidentes ou incidentes foram documentados e X

registrados em meio adequado? 36. São realizados investimentos sistemáticos em proteção X

ambiental?

37. A eficiência de utilização de insumos e matérias primas X

é igual ou superior à média do setor?

38. A organização possui balanço social? X 39. A organização tem auferido receitas relativas à X

valorização do meio ambiente?

40. A organização paga taxas, contribuições e demais X

gastos relacionados com a área ambiental?

41. A organização paga multa e indenizações por falhas X operacionais, como infração à legislação ou direito de

terceiros?

42. A organização possui gastos com pesquisas e X

desenvolvimento de tecnologias ambientais?

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43. A organização possui salários e encargos de X especialistas na área ambiental?

44. A empresa possui gastos com divulgação da área X ambiental?

45. A organização possui economia de gastos com pessoal? X (saúde, improdutividade, absenteísmo, etc.)

46. Há receita com reaproveitamento da venda de energia X não consumida como de caldeiras e solar?

47. Há gastos com auditoria ambiental? X

48. Há gastos com custos relativos à adaptação à legislação X ambiental?

49. A organização possui programa de economia de X energia?

50. A organização possui programa de economia de X transporte?

51. A organização possui programa de economia de X matérias-primas?

52. A organização possui reservas para contingências de X natureza ambiental?

53. Existe aplicações financeiras em projetos ambientais? X 54. O hospital tem informação sobre o custo dos itens X

consumidos nas suas unidades (sistema de custo) E) RECURSOS HUMANOS NA ORGANIZAÇÃO

55. A alta administração se mostra efetivamente X comprometida com gestão ambiental?

56. O corpo gerencial se apresenta efetivamente X comprometido com a gestão ambiental?

57. Existe uma política de valorização do capital X intelectual?

58. A organização oferece participação nos lucros ou X outras formas de motivação dos colaboradores?

59. A organização possui uma política de treinamento na X área de gestão de resíduos?

60. É realizado acompanhamento do processo após curso X de qualificação?

F) DISPONIBILIADE DE CAPITAL

61. Existe capital próprio disponível para investimentos em X gestão ambiental?

62. Existem restrições cadastrais ou legais para a X concessão de empréstimos para investimentos em

gestão ambiental?

CRITÉRIO 3 – UTILIZAÇÃO DO PRODUTO/SERVIÇO

63. O consumidor tradicional do serviço apresenta alta X X consciência e nível de esclarecimento ambiental?

64. O serviço requer atenção e cuidados por parte do X usuário?

65. A utilização dos serviços ocasiona impacto ou risco X potencial ao meio ambiente?

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66. O serviço situa-se em um mercado de alta X concorrência?

CRITÉRIO 4 – PRODUTO PÓS- CONSUMIDO/SERVIÇO PÓS-VENDA

67. A organização assume a responsabilidade pela X reciclagem dos seus produtos usados?

68. A organização mantém contato com o consumidor após X alta hospitalar para verificar como está sua condição de

saúde?

69. A organização possui um sistema de tratamento de seus X efluentes?

70. O produto, após sua utilização, pode ser reciclado em X todo ou em parte?

Fonte: LERIPIO (2001). Adaptado pela autora. * NA – não se aplica

Para o autor da tese sobre o método Gaia, a partir da identificação do nível de sustentabilidade do negócio pode-se estabelecer relações importantes, como a Análise Estratégica Ambiental, que é um instrumento de sensibilização voltado para a alta administração e, em seguida, efetuar análises sobre os impactos ambientais em relação às exigências legais, à imagem organizacional e ao balanço financeiro ambiental, que pode ser entendido como uma rubrica contábil independente para o gerenciamento e controle ambiental (LERIPIO, 2001).

A seguir apresentamos a Tabela desenvolvida pelo autor da tese sobre cenários de organizações de acordo com seu desempenho ambiental.

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Tabela 5 – Cenários de organizações de acordo com seu desempenho ambiental

Desempenho Impacto Imagem Balanço Financeiro Ambiental (aplicável Resultado ambiental Organizacional somente à rubrica gerenciamento de resíduos, Organizacional

associados às junto a órgãos efluentes e emissões)

atividades ambientais,

ONGs e

consumidores

conscientes

MUITO MÁXIMO PÉSSIMA ZERO MÁXIMO NENHUMA Lucro

POBRE (nenhum custo Aparente

em proteção Prejuízo a ambiental) médio prazo,Risco de sobrevivência no mercado

POBRE ALTO RUIM BAIXO ALTO NENHUMA Prejuízo a

(desembolso curto prazo,

insuficiente risco de

para proteção sobrevivência

ambiental) no mercado.

ADEQUADO TOLERADO NEUTRA ALTO (custos TOLERADO NENHUMA Prejuízo associados ao imediato, controle da tendência de poluição) perda de competitividade e de mercado

BOM BAIXO BOA MÉDIO BAIXO PEQUENA Lucro real a

(investimentos médio prazo,

associados à tendência de

prevenção da aumento de

poluição) competitividade

e de mercado

EXCELENTE MÍNIMO OU EXCELENTE BAIXO MÍNIMO GRANDE Lucro real a

INEXISTENTE (agregação de curto prazo,

valor a tendência de resíduos mercado efluentes e emissões) Fonte: LERIPIO (2001, p. 73).

O próprio autor da tese sobre o método Gaia coloca em sua lista de verificação e seu quadro de cenários da gestão ambiental a questão da contabilidade, citando que o balanço financeiro ambiental pode ser entendido como uma rubrica contábil independente para o gerenciamento e controle ambiental.

Para Carvalho (2009), os demonstrativos contábeis, como Balanço Patrimonial, Demonstração do resultado do exercício, Demonstração do Valor Adicionado e Balanço Social, além dos relatórios internos da empresa e das Notas explicativas às demonstrações contábeis, são instrumentos que devem viabilizar as informações dos fatos ambientais.

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Faz-se necessário uma abordagem da contabilidade, pois é nos relatórios e demonstrativos contábeis que temos as informações relativas às receitas, custos e resultados gerados por uma organização (BASSO, 2011), posto que a contabilidade, ao identificar, avaliar e imputar os custos ambientais, permite aos gestores adotar procedimentos para reduzir custos (KRAEMER; TINOCO, 2011).

Uma organização hospitalar necessita das informações geradas pela contabilidade para conhecimento do custo e resultado produzido pelas suas atividades, pois todos os processos para prestação de serviços resultam em transformação numérica.

Para identificação do resultado foi usada a seguinte correlação entre a escala Likert e Método Gaia.

Tabela 6 – Referencial para classificação da sustentabilidade do negócio – Escala Likert

RESULTADO SUSTENTABILIDADE Escala Likert

Inferior a 30% CRÍTICA – VERMELHA Nunca

Entre 30 e 50% PÉSSIMA – LARANJA Raramente

Entre 50 e 70% ADEQUADA – AMARELA Algumas vezes

Entre 70 e 90% BOA – AZUL Na maioria das vezes

Superior a 90% EXCELENTE – VERDE Sempre

Fonte: LERIPIO (2001). Adaptado pela autora (2014).

Foram adotados os seguintes passo para a obtenção dos dados a serem analisados: a) somada a quantidade de respostas obtidas em cada critério; b) dividida a quantidade de respostas em cada item da escala e c) dividido pelo total de respostas do critério. No capítulo seguinte efetua-se a apresentação dos resultados obtidos na pesquisa.

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