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Desenvolvemos este estudo a partir do método dialético3. O termo, derivado de diálogo4, não tem sido empregado, na história da filosofia, com um único significado, que se possa determinar e esclarecer de uma vez por todas. Pelo contrário, recebe significados diferentes, “diferentemente aparentados entre si e não redutíveis uns aos outros ou a um significado comum” (ABBAGNANO, 1977, p. 252).

Tomamos a dialética na concepção de Hegel, que com a sua preocupação com a história, a torna “uma descrição prática do progresso cotidiano do mundo” (BRONOWSKI; MAZLISCH, 1960, p.495).

Dessa forma, entendemos que o mundo cotidiano está sempre em situação de mudança e, porque o processo dialético se move sempre em direção a uma síntese superior, as mudanças no mundo são mudanças para melhor. O processo dialético, assim, não é apenas uma progressão: é, por natureza própria, um progresso.

Nessa linha, Hegel considera que a história é o grande transformador, o grande motor; é a justificação de todos os acontecimentos da existência; é o operar, a realização física do espírito de todos os homens.E se os homens fazem história, é com o objetivo de que a história faça estados; a história torna-se uma divindade na qual Hegel vê a realização de todos os sonhos conservadores da velhice, tanto quanto os sonhos radicais da juventude:

A história é sempre de grande importância para um povo; quando por meio dela se torna consciente do movimento de progresso do seu próprio espírito, que a si mesmo se expressa em leis, usos, costumes e feitos. A história apresenta um povo com a sua própria imagem numa condição que, desse modo, se torna para ele objetivo. (HEGEl, apud BRONOWSKI; MAZLISCH, 1960, p. 496).

3 do gr.dialektikê arte de discutir , particularmente por meio de perguntas e respostas. In MACHADO, José Pedro. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. 2º volume. Terceira Edição. Lisboa: livros Horizontes LtDA., 1977: 333. 4 do gr. “diálogos, conversa, do lat. dialogu-, mesmo sentido”. In MACHADO, José Pedro. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. 2 volume. Terceira Edição. Lisboa: livros Horizontes LTDA, 1977: 334.

Vale ressaltar que a história, no sentido hegeliano, não é simplesmente uma memória do passado. É progresso, uma evolução, exprime o processo dialético de mudança. Nessa linha, adotamos a dialética como método de investigação da realidade e, a partir daí, identificamos alguns princípios comuns a toda abordagem dialética:

a) princípio da unidade e luta dos contrários;

b) princípio da transformação das mudanças quantitativas em qualitativas; c) princípio da negação da negação.

Desses princípios deriva uma conclusão metodológica: para conhecer realmente a história da globalização no Brasil, é preciso estudá-la em todos os seus aspectos, em todas as suas relações e em todas as suas conexões. Fica evidente, também, que a dialética é contrária a todo conhecimento rígido. Toda a história é vista em constante mudança.

Finalmente, a escolha do método dialético se justifica, pois “sua concreção histórica milita contra a quantificação e a matematização de um lado, e, de outro, contra o positivismo e empirismo” (MARCUSE, 1969, p.141).

3.2 Delineamento da Pesquisa

Quanto ao delineamento, trata-se de uma pesquisa documental, pois se vale de materiais que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. Dessa forma, consideramos os documentos de primeira mão, que não receberam qualquer tratamento analítico como documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, discursos, contratos e os documentos de segunda mão que, de alguma forma, já foram analisados como relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, dentre outros (GIL, 1995, p. 73).

3.3 Coleta de Dados

O material pesquisado é o conjunto de publicações acerca da globalização, no caso específico da ALCA e suas relações com o Brasil, disponíveis nas bibliotecas da Universidade, nas bibliotecas públicas do Estado, na Internet, em registros estatísticos, documentos e nos meios de comunicação de massa. Vale ressaltar que os documentos de comunicação de massa, como os jornais, revistas, por exemplo, constituem importante fonte de dados para a pesquisa social, possibilitando que o pesquisador passe a conhecer os mais variados aspectos da sociedade atual, além de lidar com o passado histórico. No entanto, esses documentos foram tratados com muito cuidado.

3.4 A Análise e a Interpretação

Após a coleta de dados, pretendemos partir para a análise, com o objetivo de organizar e sumariar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto A interpretação, por sua vez, tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos (GIL, 1995, p. 166).

3.5 Delimitação do Estudo

O estudo se volta para o acompanhamento histórico do conceito de globalização, desde a descoberta do Brasil e dos países formadores do MERCOSUL, penetrando na análise do projeto ALCA até outubro de 2001.

3.6 Tempo Verbal

Optamos pelo presente histórico, por permitir uma “aproximação” maior entre o leitor e os fatos.

3.7 Resultados Esperados

Esperamos com o estudo mostrar que o conhecimento histórico: é perspectivista, ou seja, afasta de si o passado e quer entendê-lo no seu tempo e lugar, mas não assimilá-lo ou reduzi-lo ao presente; é individuante, porque individualizado por dois parâmetros fundamentais o cronológico e o geográfico; pelo material documentário da História e pelos critérios de opção historiográfica na medida em que tende a evidenciar um fato entre os outros, sublinhar-lhe a importância e, portanto, o seu caráter singular e único; é, ainda, seletivo (Abbagnano, 1977, p. 485) e, a partir desses resultados, mostrar que a ALCA é apenas um dos cenários possíveis do diálogo da globalização entre brasileiros e norte- americanos, cujas agendas bilaterais extensas abrangem interesses conflitantes e metas convergentes.

3.8 Limitações do Método

O método pode ser limitado por fontes secundárias não-fidedignas, o que, na medida do possível pode ser minimizado pela verificação cuidadosa dessas fontes.

4 ALCA: perspectivas e entraves para o Brasil

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