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Metodologia de extração, compilação e discrição dos dados empíricos

3 O processo de desconcentração industrial da região metropolitana paulista

4.1 Metodologia de extração, compilação e discrição dos dados empíricos

Como fonte principal das informações empíricas, utilizamos o banco de dados em CD-ROM RAIS/CAGED (Relação Anual de Informações Sociais e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), elaborado pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Estes bancos de dados de caráter nacional, segundo Decreto no 76.900, de 23/12/75, têm por objetivo: controlar a atividade trabalhista no país e provimento de dados para a elaboração de estatísticas do trabalho. No caso da pesquisa em questão, utilizaremos a RAIS. Ficam obrigados a responder a RAIS de acordo com a Portaria MTE 540 de 18 de dezembro de 2002: inscritos no CNPJ com ou sem empregados; todos os empregadores, conforme definidos na CLT; todas as pessoas jurídicas de direito privado, inclusive as empresas públicas domiciliadas no país; empresas individuais, inclusive as que não possuem empregados; cartórios extrajudiciais e consórcios de empresas; empregadores urbanos pessoas físicas (autônomos e profissionais liberais) que mantiveram empregados no ano-base; órgãos da administração direta e indireta dos governos federal, estadual ou municipal; condomínios e sociedades civis; empregadores rurais pessoas físicas que mantiveram empregados no ano- base; filiais, agências, sucursais, representações ou quaisquer outras formas de entidades vinculadas à pessoa jurídica domiciliada no exterior.

Para a utilização deste banco de dados utilizaremos o programa SGT micro 6.0 e SGT micro 7.0, nas tabulações simples e avançadas e nos cruzamentos. Através da RAIS serão obtidas as informações sobre renda média, número de empregados e número de empresas. Será gerando uma série histórica com início em 1994 e concluída em 2003. As variáveis serão compiladas através de três desagregações econômicas, a primeira corresponde aos grandes setores de atividade econômica, com seis setores econômicos, são eles: Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca, Construção Civil, Indústria, Comércio, Serviços, e Outros/Ignorados. O segundo corresponde à divisão de atividade econômica segundo a classificação CNAE/95 – Classificação Nacional de Atividade Econômica - com 59 grupos de atividades econômicas, elaborada pelo IBGE. A terceira e última desagregação denominada classe de atividade econômica, também elaborada pelo IBGE e de acordo com a classificação CNAE/95, possui 217 categorias até o ano 2000. Após este ano, esta

classificação passa a contar com 223 categorias. Portanto, apenas no ano de 2003 contaremos com a reformulação da classificação. Tal reformulação se dá, inclusive, nas denominações das atividades. Para esta pesquisa resolvemos utilizar a nomenclatura encontrada na CNAE/95 a partir de 2001, ou seja, a mais atualizada. Mesmo com a mudança, entendemos não haver prejuízo na elaboração das variáveis, pois, embora os anos de 1994 e 1998 tenham denominações diferentes da de 2003, elas não se alteram no agrupamento dos dados no banco de dados. Por exemplo, uma atividade que até 2000 foi denominada como Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos em lojas não especializadas, passa a ser caracterizada após 2000 como Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos.

Nosso intuito de utilizar as classificações mencionadas é pormenorizar as atividades econômicas para obtermos dados mais próximos da realidade. Assim, começamos nossas análises e descrições dos macro-setores, verticalizando até a CNAE/95 de 223 categorias, mais próxima às atividades encontradas nas ruas.

A classificação das categorias será realizada de forma a hierarquizar as atividades com maior dinamismo no decorrer da série histórica em análise. Entendemos que as atividades mais dinâmicas correspondem às com melhor desempenho no ano sob análise. Por exemplo, selecionaremos apenas as atividades com maior número de empregados na variável número de empregados. Consideramos desde já as falhas e generalizações que uma classificação pode gerar. Buscaremos por meio dos números absolutos provenientes das variáveis, renda média, número de trabalhadores e número de unidades empresariais, criar porcentagens levando em conta os setores com os melhores desempenhos, e posteriormente gerar porcentagens acumuladas. A hierarquia será elaborada para permitir o agrupamento das categorias mais representativas em cada município, analisando as alterações no período considerado.

Importante ressaltar que serão destacadas para apresentação em tabelas com os dados das classificações CNAE/95 e nas discrições de dados, as cinco atividades com melhor desempenho para cada ano de acordo com cada variável. Algumas atividades perdem destaque a medida que seu desempenho, em números absolutos, diminuem.

As variáveis já mencionadas serão construídas baseadas nos dados RAIS/CAGED, utilizando tanto para extração como para cruzamento de informações com o programa SGT micro 6.0 e SGT micro 7.0, de tal modo que os cruzamentos e os dados serão específicos a cada variável. Assim sendo, a variável número de empresas será compilada pelo cruzamento dos dados sobre a classificação CNAE/95 nas duas classificações já mencionadas e pela

classificação IBGE dos seis grandes setores, com o número de empresas para cada ano. Chegaremos ao número de empregados cruzando as classificações já mencionadas, com o número de empregados para cada ano. Por fim, a renda média, que será coligida de forma indireta pelo cruzamento das classificações mencionadas, número total de salários mínimos pagos em cada classificação econômica no ano escolhido, dividido pelo número de empregados deste mesmo setor no mesmo ano. A renda média é medida em salários mínimos, com seus valores referentes a cada ano analisado.

No período histórico selecionado, a RAIS passou por um aprimoramento metodológico. Em um primeiro momento, acuramos uma melhora qualitativa, uma vez que, categorias de agrupamento da CNAE/95 pouco objetivos como Outros e Ignorados, diminuem sua participação a partir de 1994. Nos anos seguintes, estes agrupamentos, inclusive, deixam de aparecer na listagem de categorias selecionadas em cada ano. Observando o comportamento dos dados, porém, levantamos junto ao orientador a hipótese de que, a partir do ano de 1999, pode ter ocorrido outra mudança metodológica na apuração dos dados da RAIS, já que, ocorrem sobressaltos relevantes nos dados coligidos no ano de 1999 em relação a 1994 e a 2003. Infelizmente não obtemos informações nem junto à empresa DATAMEC, distribuidora do banco de dados, nem do Ministério do Trabalho, que poderiam explicar estes sobressaltos. A alternativa encontrada foi mudar o ano de análise. Assim ao invés de 1999 selecionamos o ano de 1998. Se por um lado, os intervalos entre os anos ficam disformes, por outro, podemos acompanhar o movimento das variáveis.

Apesar das constatações e hipóteses levantadas até o momento, a metodologia utilizada para analisarmos as variáveis se baseia em observar os números absolutos das classificações econômicas já destacadas, selecionando as categorias mais relevantes em comparação com a economia dos municípios de Araçatuba, Bauru e Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto. Entendemos que as categorias mais relevantes para a variável número de empresas sejam aquelas que concentrem o maior número de firmas. Para a variável renda média, entendemos que as categorias que oferecem maiores remunerações médias a seus empregados sejam as mais relevantes; e por fim, entendemos que as categorias que concentrem o maior número de empregados sejam as mais relevantes na variável número de trabalhadores. Para fins de acompanhamento do desempenho das atividades principais, vamos apontar nas tabelas os números destas atividades em todos os anos, mesmo que destaquemos apenas os cinco principais desempenhos.

Ainda, como ferramenta de agrupamento, compilação e descrição de desempenhos, lançaremos mão da divisão de empresas por porte (micro, pequenas, médias e grandes), de

acordo como o SEBRAE: microempresas no comércio e serviços possuem até 09 empregados e na indústria até 19 empregados; empresas de pequeno porte no comércio e serviços possuem de 10 a 49 empregados e na indústria de 20 a 99 empregados; empresas de médio porte no comércio e serviços possuem de 50 a 99 empregados e na indústria de 100 a 499 empregados; empresas de grande porte no comércio e serviços possuem mais de 99 empregados e na indústria mais de 499 empregados. A classificação utilizada não contempla setores como agropecuária, extrativismo vegetal, caça e pesca e construção civil. Os números destes setores então contemplados no que nós chamamos de outras empresas. Todavia, na análise das categorias com melhor desempenho, não levaremos em conta apenas esta classificação por porte. As análises mais significativas ficarão a cargo da verificação dos números pormenorizados através das categorias econômicas, selecionadas através da classificação CNAE/95 de 59 categorias e a de 217 categorias até o ano 2000 e de 223 categorias a partir do ano de 2001.

Nossa intenção era levantar junto a internet em sites de busca, de associações classistas ou nos sites das cidades estudadas o nome comercial das principais atividades de cada variável. Estas informações não foram encontradas com segurança a ponto de vincularmos as atividades principais de cada cidade com os nomes comerciais. Conseguimos achar nomes importantes como os hipermercados Carrefour e Pão de Açúcar; empresas alimentícias e de bebidas como Nestlé, Marilan, Bunge, bebidas Wilson, Arco-íris; usinas de açúcar e álcool como Aralco, usina Alcoazul, usina Alto Alegre; lojas de departamentos como Pernambucanas, Casas Bahia; nas atividades do setor financeiro encontramos vários bancos e financeiras de capital nacional; na educação superior encontramos várias unidades da Unip, Unesp, Toledo, Fib, Usc, Univem, Unimar, Famema, Unoeste, Unirp, Unilago, Unorp, Famerp; encontramos as prefeituras dos municípios estudados; nas atividades de atenção à saúde encontramos vários hospitais particulares e públicos; entre outros.

O problema de vincularmos os nomes com as variáveisestá na falta de informações. Não encontramos nos sites o número de empregados das unidades sediadas nos municípios, nem a renda média paga aos empregados. Sendo assim, não podemos afirmar, por exemplo, o nome comercial das duas grandes indústrias de Araçatuba.

Devido às dificuldades encontradas nos prenderemos aos nomes dos setores e das principais atividades encontradas em cada cidade média de acordo com a CNAE/95 e o banco de dados RAIS/CAGED.