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III. Propósito do estudo e metodologia de investigação

3.2. Metodologia de investigação

A questão-chave deste estudo é: feito o mapeamento do processo de candidatura à instalação de Jovens Agricultores quais são as etapas passíveis de serem redefinidas para obter maior eficácia? Para tal tentar-se-á responder às seguintes sub-questões:

1) Quais são as etapas tidas como críticas e problemáticas pelos destinatários para a apresentação de candidatura à instalação de Jovens Agricultores?

2) Que etapas das acima contempladas poderão ser simplificadas sem colocar em causa a legalidade e a finalidade do processo?

3) Que ganhos se obterão em termos de recursos, adotando essa simplificação? Esta questão-chave foi considerada relevante pelas frequentes queixas dos Jovens Agricultores candidatos a uma projeto PRODER, que recorrem às instalações da DRAP Centro, tal como já se mencionou.

Para dar resposta à questão e consequentes sub-questões, cumprindo o objetivos previamente estabelecidos (item 0), procurou-se obter um conhecimento mais profundo de todo o processo de candidatura e da forma como a informação estava disponível para os candidatos. Para além de se conhecer melhor que tipo de interações com a Administração Pública eram necessárias para o desenvolvimento da candidatura. Depois desta parte, essencialmente de recolha de informação, passou-se ao tratamento dessa informação e à análise crítica da mesma, de forma a poder propor alguma simplificação neste processo.

Ao constatar que não havia informação clara, para os candidatos, acerca da sequência dos passos que deveriam dar, no sentido da apresentação da candidatura, procurou-se estabelecer um fluxograma de todo o processo (Anexo 1). O estabelecimento deste fluxograma permite uma abordagem mais focada e sequencial no estudo mas também orientar o candidato na preparação da candidatura.

Este fluxograma foi elaborado recorrendo a documentação disponibilizada nos sites do PRODER e da DRAP Centro e dos normativos PRODER. Para além disso, recorreu-se ao contributo de Técnicos da DRAP Centro, conhecedores do processo, que permitiram a validação do mesmo.

O fluxograma permitiu a divisão do processo em nove fases: fase I - requisitos do candidato; fase II - procedimentos prévios à candidatura; fase III - requisitos específicos, restrições especiais e licenciamento camarário; fase IV - elaboração da candidatura; fase V - submissão da candidatura; fase VI - análise da candidatura; fase VII - aprovação/indeferimento da candidatura; fase VIII – contratualização e fase IX – execução do projeto.

Ao longo deste estudo, procurou-se identificar os constrangimentos em cada uma das fases e apresentar as respetivas sugestões de melhoria. Todas estes constrangimentos foram identificados com base na informação recolhida junto dos candidatos e dos Técnicos Analistas dos projetos. A recolha de informação baseou-se em entrevistas, a Jovens Agricultores e a Técnicos Analistas das Divisões de Investimento da DRAP Centro, e num inquérito disponibilizado on-line, para que todos os candidatos a projetos PRODER pudessem responder.

Com o objetivo de fazer uma primeira aproximação à temática a abordar, nomeadamente, saber quais as motivações e as principais dificuldades sentidas pelos Jovens Agricultores, que apresentaram candidaturas ao PRODER, foram realizadas oito entrevistas a jovens candidatos. Todos eles possuíam área de residência no distrito de Leiria e encontravam-se distribuídos equitativamente por género (quatro do sexo masculino e quatro do sexo feminino). Para além disso teve-se o cuidado de selecionar jovens com diferentes áreas de projeto.

As entrevistas foram semiestruturadas, seguindo um guião elaborado previamente (Anexo 2). Este guião continha vinte e duas perguntas semi-direcionadas e uma completamente aberta, na qual, os jovens, poderiam fazer comentários livremente

As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas, codificadas de A1 a A4 e de B1 a B4 (Anexo 3) e tratadas respeitando estritamente, a confidencialidade das respostas e o anonimato dos entrevistados. Um tratamento prévio permitiu agrupar as opções de resposta (anexo 4).

Após estes procedimentos efetuou-se uma cuidada análise e interpretação da informação obtida (Anexo 5), de forma a conhecer melhor as motivações para os projetos e a facilitar a elaboração do inquérito, a aplicar a jovens candidatos.

A fim de conhecer a opinião dos analistas da Divisão de Investimento da DRAP Centro, nomeadamente quanto às principais dificuldades sentidas pelos Jovens Agricultores que apresentaram candidaturas ao PRODER, foram realizadas três entrevistas a trabalhadores que efetuam análises de projetos. Os entrevistados foram indicados pelo Diretor de Serviços de Investimento (um) e pelos Chefes da respetiva Divisão de Investimento a que os trabalhadores pertencem (dois). Para cobrir toda a área territorial de abrangência da DRAP Centro e uma vez que há especificidades Litoral/Interior, foram escolhidos três locais diferentes para efetuar as respetivas entrevistas: Zona Litoral (uma), Zona Interior (uma) e Zona mais Central (uma). Os indivíduos entrevistados foram dois do género feminino e um do género masculino. As entrevistas foram semiestruturadas, seguindo um guião elaborado previamente (Anexo 6). Foram gravadas e posteriormente transcritas, codificadas de T1 a T3 (Anexo 7) e tratadas respeitando estritamente a confidencialidade das respostas e o anonimato dos entrevistados. Um tratamento prévio permitiu agrupar as opções de resposta (Anexo 8).

Após estas ações, procedeu-se à análise cuidada das entrevistas (Anexo 9), de modo a conhecer a perceção dos analistas de projetos, acerca da forma como o processo de candidatura e análise de projetos PRODER de Jovem Agricultor decorre e facilitar a elaboração do inquérito a aplicar a jovens candidatos a PRODER do QREN.

Depois de desenvolvido este trabalho ficou a conhecer-se, de forma mais aprofundada, as dificuldades sentidas pelos indivíduos que apresentaram projeto de Jovem Agricultor na área de atuação da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAP Centro), para além de ter a perceção dos Técnicos Analistas deste projetos sobre o mesmo assunto. Nesta fase pôde partir-se para a elaboração do inquérito, com o rigor que este necessitava, para obter informação fidedigna.

O inquérito contém cinquenta e quatro questões (Anexo 10), cinquenta e três de seleção e uma aberta, onde os candidatos podiam apresentar sugestões ou abordar algum aspeto que não estivesse contemplado nas questões anteriores. Este inquérito foi disponibilizado on-line e os candidatos podiam aceder através de um link que lhes foi remetido por email.

Após a aplicação do questionário procedeu-se à codificação da informação e ao respetivo tratamento dos dados, recorrendo a software como o SPSS e o Excel.

O tratamento de toda a informação obtida nas entrevistas e no inquérito é apresentada nos capítulos seguintes, começando pela caracterização da amostra, seguindo-se a apresentação e discussão dos resultados, sugestões de melhoria e, por fim, a conclusão.

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