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A metodologia para o desenvolvimento desta pesquisa está dividida em nove etapas enumeradas abaixo e, sintetizadas pelo diagrama da Figura 3.

1. Levantamento de dados nacionais

Mortes, internações, multas, população, frota, PIB per capita, Índice de Desenvolvimento Humano, etc.;

2. Tratamento e sistematização dos dados; 3. Cálculo dos indicadores

Mortes/100.000 crianças; Internações/10.000 crianças; Mortes/100.000 veículos; etc.;

4. Elaboração de gráficos

Indicadores de acidentalidade, PIB per capita e IDH, etc.;

5. Procedimentos no Sistema de Informação Geográfica

Elaboração do banco de dados, inserção de dados, elaboração de mapas de mortalidade, PIB per capita e IDH;

6. Correlação de indicadores de mortalidade e socioeconômicos brasileiros; 7. Levantamento de dados internacionais

Ranking do Índice de desenvolvimento humano, mortes, população, Ranking do Índice de Desenvolvimento Humano;

8. Cálculo de indicador

Mortes/100.000 crianças;

9. Elaboração de gráficos

Evolução de mortalidade de cada país;

10. Correlação de indicadores de mortalidade entre países e PIB per capita.

Na Figura 3 é possível observar que o trabalho foi desenvolvido em duas fases, a nacional e internacional, que são relacionadas na análise final ao comparar os índices brasileiros com os de outros países. Cada etapa é descrita na sequência, onde o passo a passo para obtenção de cada dado e demais informações detalhadas podem ser consultadas no Capítulo 7 deste trabalho.

Figura 3 – Diagrama de etapas metodológicas

6.1. Etapa 1: Levantamento de dados nacionais

Na primeira etapa, foram levantados os dados necessários para o cálculo dos indicadores primários, ou seja, os de mortalidade e morbidade relacionados a acidentes de trânsito com crianças, os dados demográficos e de frota. E posteriormente, os dados de PIB per capita e IDH para verificação de correlação entre essas variáveis.

Mortes e internações: Os dados referentes a mortes e internações são disponibilizados

pelo Ministério da Saúde, através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. Para acessar cada tipo de informação é necessário fazer uma consulta, selecionando determinadas variáveis, cujo esquema geral é apresentado no item 7.1.1.

População: Os dados da população de 0 a 14 anos, utilizados neste trabalho, tem como

origem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e estão de acordo com as contagens e estimativas populacionais e, censos demográficos (RIPSA, 2014b). Estes dados encontram-se disponibilizados pelo Ministério da Saúde no portal Datasus (2013), no item Indicadores de Dados Básicos, conforme item 7.1.3.

Frota: A frota brasileira foi consultada em DENATRAN (2013), que disponibiliza estes

dados no site para download.

Multas: Os dados de multas presentes no trabalho, referem-se a multas por transporte

inadequado de crianças relacionados ao Código de Infração 5193-0, e é fornecido pelo Ministério das Cidades (Item 7.1.2).

PIB per capita: O PIB per capita nacional e estadual apresentados neste trabalho têm

como fonte o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, órgão responsável oficialmente pelo cálculo do PIB nacional (RIPSA, 2014a), e disponibiliza os dados para o período de 1996 a 2010. Estes dados podem ser consultados em DATASUS (2013b), conforme item 7.1.4.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Os índices referentes ao IDH estão

disponíveis no portal do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). São apresentados os indicadores dos anos de 1991, 2000 e 2010 (PNUD, 2014).

6.2. Etapa 2: Tratamento e sistematização dos dados

Após o levantamento de dados, estes foram analisados e tratados com a finalidade de se verificar a sua viabilidade da aplicação nesta pesquisa. A partir desta análise estabeleceu-se o

período de estudo como entre 1996 e 2010, em virtude da disponibilidade dos dados do MS. Apesar dos dados serem disponíveis desde 1979, observou-se que neste período (1979 a 1995) o Código Internacional de Doenças utilizado era o CID 9, que não permite a divisão por tipo de acidente, inviabilizando assim, o estudo específico de acidentes de transporte terrestre. Com a mudança para CID 10, a partir de 1996, passou a existir a classificação por tipo de acidente, viabilizando então as análises necessárias neste estudo.

Outro fato observado, foi a indisponibilidade de dados da frota para os anos de 1996 e 1997, fazendo com que neste caso, a análise dos dados compreendesse o período de 1998 a 2010.

6.3. Etapa 3: Cálculo de indicadores de acidentalidade

Na terceira etapa, após a obtenção de todos os dados descritos anteriormente, foram calculados os indicadores primários de acidentalidade, para identificar a exposição das crianças em relação à população e frota. Estes cálculos foram realizados com o auxílio de planilhas eletrônicas. A exposição da criança em relação à população foi avaliada a partir do cálculo da relação do número de internações e de fatalidades a cada 10.000 e 100.000 habitantes, respectivamente, com idade entre 0 a 14 anos. Este indicador possibilitou comparar apropriadamente a distribuição geográfica das internações e fatalidades.

O segundo indicador calculado levou em consideração a relação de número de óbitos e a frota brasileira, procurando compreender se o aumento ou diminuição da frota interfere no número de fatalidade de crianças no trânsito.

6.4. Etapa 4: Elaboração de gráficos

A partir do cálculo dos indicadores, foram elaborados gráficos que permitissem compreender a evolução dos indicadores de acidentalidade em nível nacional e estadual. Tais gráficos permitem visualizar a evolução dos dados, comparar os diferentes índices, a distribuição proporcional em relação a cada estado e região, entre outros, com a finalidade de subsidiar a análise.

6.5. Etapa 5: Procedimentos do Sistema de Informação Geográfica

Os mapas para avaliar a distribuição geográfica dos indicadores brasileiros foram elaborados com auxílio do software de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) gratuito, Ilwis versão 3.0. Inicialmente foi necessário importar um arquivo do mapa do Brasil no formato shape (.shp), com tabela de atributos associada.

Os dados de taxa de mortalidade, PIB per capita e IDH foram divididos em cinco classes cada um. Após a divisão, estas classes foram criadas no SIG, com seus respectivos valores e variando entre as cores amarelo e vermelho, onde a cor mais clara representa a classe dos valores menores, e a mais escura, as classes de maior valor. Na tabela de atributos onde constava a divisão dos estados, foram inseridas as colunas de atributos da taxa de mortalidade, PIB per capita e IDH, que foram preenchidas conforme a classificação de cada Estado nas respectivas classes. Finalizada esta etapa, os mapas foram gerados apresentando a distribuição espacial desses dados e formatados como uma coleção de mapas para comparação.

6.6. Etapa 6: Correlação de dados de mortalidade e socioeconômico brasileiros

Procura-se, nesta etapa, investigar possíveis correlações entre a variável taxa de mortalidade por acidente de trânsito com as variáveis socioeconômicas PIB per capita e IDH. O estudo da correlação foi realizado com auxílio de suplementos de análise de dados da planilha eletrônica, fazendo-se uso do coeficiente de correlação de Pearson (r) para cada ano estudado. O coeficiente é calculado a partir da Equação 6 (OFFICE, 2014):

𝒓 =√∑(𝒙−𝒙̅)² ∑(𝒚−𝒚̅)²∑(𝒙−𝒙̅)(𝐲−𝒚̅) (Equação 6)

Segundo Stevenson (1981)8 apud Cabral (2009), mais precisamente, pode-se dizer que

o valor de r varia de -1,00 a +1,00.

 Um relacionamento positivo (r é +) entre duas variáveis indica que a valores altos (baixos) de uma das variáveis, correspondem valores altos (baixos) da outra;

 Um relacionamento negativo (r é -) significa que a valores altos (baixos) de uma variável correspondem valores baixos (altos) da outra; e

 Relacionamento zero (r = 0) indica que alguns valores altos estão em correspondência com valores baixos e outros estão em correspondência com valores altos.

Segundo Francisco (1993)9 apud Cabral (2009), quanto mais próximo dos extremos

deste intervalo (-1 e 1), maior a correlação estabelecida entre as variáveis. A Tabela 5 apresenta a interpretação da correlação para as faixas de valores do coeficiente “r”. Dessa forma, a interpretação dada aos resultados desta análise será feita acompanhando segundo os critérios adotados por esse autor e apresentados na Tabela 5.

Tabela 5 – Interpretação da correlação para as faixas de valores do coeficiente “r” Valor (Positivo ou Negativo) Interpretação

0,00 – 0,20 Correlação bem fraca

0,20 – 0,40 Correlação fraca

0,40 – 0,70 Correlação moderada

0,70 – 0,90 Correlação forte

0,90 – 1,00 Correlação muito forte Fonte: Francisco (1993², apud Cabral, 2009)

6.7. Etapa 7: Levantamento de indicadores internacionais

Os dados de morte e população, necessários para o cálculo dos indicadores dos países estudados neste trabalho foram consultados no Banco de Dados de Mortalidade da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2013c). As variáveis selecionadas para obtenção de cada informações são apresentadas no item 7.1.6. Os países foram escolhidos conforme o ranking do IDH e a disponibilidade dos dados, conforme apresenta o Apêndice 7.1.5. O PIB per capita de cada país teve como fonte o Banco Mundial (WORLD BANK, 2014).

6.8. Etapa 8: Cálculo do indicador

Para a análise internacional somente um indicador primário foi calculado, sendo ele mortes/100.000 crianças.

6.9. Etapa 9: Correlação dos dados

Os indicadores dos diversos países e do Brasil foram submetidos a uma análise de correlação considerando as taxas de mortalidade e o PIB per capita (US$) de cada país, em todos os anos estudados. O coeficiente de correlação de Pearson foi calculado como mencionado no item 6.6.

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