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Metodologia para a quantificação e caracterização de RSU

II.1 RSU abrangidos

II.1. Os resíduos alvo desta metodologia dizem respeito aos resíduos sólidos residuais (RSR) isto é, à fracção dos resí‑

duos de habitações e co‑recolhidos, nomeadamente comércio, edifícios departamentais e serviços, produzidos diariamente e recolhidos de forma indiferenciada, bem como às fracções recolhidas selectivamente que dizem respeito às embalagens usadas (incluindo papel e cartão não embalagem) e aos resíduos urbanos biodegradáveis (RUB).

II.2 Registo do planeamento

II.2. Deve ser elaborado um Plano de Amostragem que determine quando, onde, por quem e como, as amostras devem

ser recolhidas para se obter uma amostra representativa e manuseável que cumpra os objectivos estabelecidos.

II.3. O Plano deve registar a informação que irá permitir que qualquer resultado seja interpretado no contexto apro‑

priado e que possa ser repetido um programa semelhante. O Plano deve estar concluído antes de ser realizada a amostragem.

II.3 Dimensão espacial da análise

II.4. A dimensão espacial da análise corresponde à área abrangida pelo Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos

Urbanos.

II.4 Dimensão temporal da análise

II.5. Devem ser realizadas duas campanhas de triagem por ano, uma na época húmida e outra na época seca.

II.6. Os Sistemas de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos poderão solicitar autorização à Autoridade Nacional de

Resíduos para realizar campanhas bi‑anuais, caso se verifique uma estabilização dos resultados obtidos em anos anteriores, mediante a verificação prévia da inexistência de diferenças estatisticamente significativas nos parâ‑ metros válidos entre períodos de análise.

II.5 Tipo de amostragem

II.7. Deve ser realizada uma amostragem aleatória simples, porque é um tipo de amostragem fácil de implementar,

garante a representatividade da amostra e permite a verificação do cumprimento das directrizes e metas preco‑ nizadas a nível nacional e europeu. Deste modo, fica assegurada a independência das observações.

II.6 Nível de amostragem

ao transporte de RSU a partir de estações de transferência, relativamente ás quais a ponderação de resultados deverá ser salvaguardada.

II.7 Unidade de amostragem

II.9. No caso dos RSR, a unidade de amostragem deve ser de no mínimo 350 kg e no máximo de 500 Kg, o que

corresponde a cerca de 1m3.

II.10. Relativamente à recolha selectiva de embalagens usadas e de RUB, deve ser adoptada a unidade de amostragem

de 250 kg.

II.8 Padrões estatísticos

II.11. No que se refere aos padrões estatísticos, os resultados devem ser expressos com um nível de confiança de

95%.

II.12. A precisão relativa do resultado total (peso das unidades de amostragem) deve ser abaixo de 10% (máximo

permitido para o erro da amostragem aleatória para os resultados totais).

II.13. A precisão relativa para as categorias resíduos orgânicos, papel/cartão, plástico, vidro, metais e finos deve ser

abaixo de 20% (máximo permitido para o erro da amostragem aleatória).

II.14. Após a execução da análise, estes padrões estatísticos devem obrigatoriamente ser verificados e caso não tenham

sido cumpridos deverão ser revistas as condições da amostragem.

II.9 Tamanho da amostra

II.15. O tamanho da amostra deve ser o que se apresenta na Tabela 1.

II.16. O número de unidades de amostragem deve ser distribuído proporcionalmente à quantidade de resíduos rece‑

bidos nas diversas instalações do sistema durante o ano anterior à análise, por fluxo de resíduos considerado.

II.17. Os Sistemas de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos poderão solicitar autorização à Autoridade Nacional de

Resíduos para diminuir o tamanho da amostra dos fluxos de resíduos, caso se verifique uma estabilização dos resultados obtidos em anos anteriores, mediante a verificação prévia da inexistência de diferenças estatistica‑ mente significativas nos parâmetros válidos entre períodos de análise.

II.10 Duração da campanha individual de análise de resíduos

II.18. A duração da campanha individual deve obedecer aos seguintes requisitos:

quando a recolha de resíduos é repetida numa base diária ou semanal, a recolha de amostras deve durar,

no mínimo, uma semana;

quando a recolha de resíduos é repetida numa base quinzenal, a recolha de amostras deve durar, no mínimo,

duas semanas.

QUADRO II.1. TAMANHO DA AMOSTRA

FLUXO DE RESÍDUOS COMPONENTE

PRINCIPAL VARIAÇÃO MÁXIMOCOEFICIENTE DE NÚMERO DE UNIDADES DE AMOSTRAGEM

RSR Resíduos fermentáveis 22% 21

Papel/cartão (embalagem e não embalagem), recolhido selectivamente Papel/cartão alvo no caso de estudo 2% 2 Embalagens de plástico/metal/ embalagens de cartão para alimentos líquidos, recolhidas selectivamente

Embalagens alvo no

caso de estudo 14% 10

Embalagens de vidro, recolhidas

selectivamente Embalagens de vidro 1% 2 RUB recolhidos selectivamente Desconhecido Desconhecido 10

TOTAL 45

II.11 Recolha da amostra e registo de informação

II.20. Para a escolha da viatura deve ser usado o método aleatório.

II.21. No caso da amostragem dos RSR é necessário o apoio da informação prestada pelos motoristas das viaturas de

recolha, no que diz respeito à tipologia de RSU transportados. Caso a viatura seleccionada não transporte RSR deverá ser seleccionada a viatura imediatamente a seguir que transporte a referida tipologia de resíduos.

II.22. Na recolha da amostra deve ser cumprido o Plano de Amostragem anteriormente definido.

II.23. Deve ainda ser preenchido um Registo de Amostragem pela pessoa que recolhe a amostra.

II.24. Os problemas encontrados durante a amostragem devem ser registados no Registo de

Amostragem de modo a que as influências na qualidade das amostras possam ser avaliadas.

II.12 Preparação da amostra

II.25. Para preparação da amostra deve ser utilizado o quarteio, tendo em atenção que este deverá prosseguir até ser

atingido o peso pretendido para a unidade de amostragem, ou seja:

• misturar os resíduos com a pá carregadora, efectuando diversos revolvimentos;

• seguidamente, espalhar os resíduos de forma a constituir um “disco” grosseiro com uma altura até cerca de

50 centímetros;

• dividir este “disco” em quatro partes, sensivelmente iguais e rejeitar dois quartos opostos;

• misturar os quartos restantes;

• repetir esta sequência de operações até se atingir o peso pretendido para a unidade de amostragem

II.13 Triagem e análise das amostras

II.26. A triagem da amostra deve ocorrer até 24 h após a sua constituição.

II.27. Os resultados desta fase da campanha de caracterização devem ser registados numa folha de registo e cálculo.

II.28. O procedimento de triagem deve seguir as seguintes regras:

uma triagem da fracção superior a 20 mm, ou

• opcionalmente, a utilização de dois crivos: um de 40 mm e triagem da fracção superior e outro de 20 mm

em que, após a pesagem da fracção 20‑40 mm, é triada apenas uma sub‑amostra; a composição observada da sub amostra é depois aplicada ao peso total da fracção 20‑40 mm.

II.29. Apresenta‑se na Quadro II.2 o catálogo de triagem que deve ser usado, onde estão indicadas as categorias prin‑

cipais e as subcategorias necessárias tendo em conta os requisitos existentes, em termos de informação, a nível nacional e europeu.

II.30. Os Sistemas de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, caso estejam interessados, poderão ampliar o catálogo de

QUADRO II.2. CATÁLOGO DA TRIAGEM

CATEGORIA PRINCIPAL SUBCATEGORIA Fermentáveis Alimentares

Jardins Outros

Papel/cartão Embalagens usadas Jornais, revistas, papel Outros

Plásticos Embalagens usadas (PP, PE, PET, PVC) Outras embalagens

Não embalagens (PP, PE, PET, PVC) Filmes

Outros

Vidro Embalagens usadas Outros

Compósitos Embalagens Outros

Têxteis Embalagens usadas Outros

Têxteis sanitários

Metais Embalagens usadas ferrosas Outros ferrosos

Embalagens usadas não ferrosas Outros não ferrosos

Madeira Embalagens usadas Outros

Outros Embalagens usadas Outros

Finos (<20 mm)

II.14 Contaminação e teor de humidade

II.31. Para a determinação da composição global dos RSU (provenientes da recolha indiferenciada e selectiva) é neces‑

sário corrigir‑se os pesos relativos aos resíduos de embalagens usadas considerando a taxa de humidade natural dos resíduos de embalagens.

II.15 Apresentação dos dados

II.32. Devem ser apresentados os seguintes parâmetros estatísticos, para cada categoria de resíduos, em cada

campanha e para o resultado total: 1 . mínimo;

2 . máximo; 3 . média; 4 . mediana; 5 . desvio padrão;

6 . coeficiente de variação da amostra e da média; 7 . coeficiente de confiança;

8 . intervalo de confiança relativo (%); 9 . intervalo de confiança;

10 . composição (%); 11 . erro (%).

II.33. Os parâmetros estatísticos são calculados com base no kg e não devem ser convertidos em percentagens.

II.34. As unidades de amostragem recolhidas devem ter pesos próximos do peso recomendado para a unidade de

triagem (i.e. 250 kg).

II.35. Na apresentação dos dados deve ainda ser referido que os mesmos são reportados na base do peso húmido (com

humidade e contaminantes).

II.16 Quantificação

II.36. Para a implementação desta metodologia é necessário conhecer‑se a produção de cada um dos tipos de resíduos

alvo, ou seja:

• RSR;

• Resíduos recolhidos selectivamente (embalagens usadas e RUB).

II.17 Saúde, higiene e segurança

II.37. Deverão ser tomadas as medidas necessárias que garantam a saúde, higiene e segurança na implementação