• Nenhum resultado encontrado

3 Materiais e métodos

3.2 Metodologia para a criação do mapa de solos da ZVT

A criação do mapa de solos da ZVT com um detalhe adequado à realização do presente

estudo foi a tarefa mais exigente ao nível da utilização do SIG, justificando a sua descrição

com um maior detalhe. O Sistema de Informação Geográfico (SIG) usado neste trabalho,

Quantum GIS, é uma ferramenta open-source (QGIS, 2017) que permitiu a recolha, entrada,

armazenamento, tratamento, análise e fornecimento de informação de natureza geográfica.

Para produzir o mapa de solos com o detalhe pretendido, foi necessário processar os dados de base relativos às cartas CSP e CAA introduzidas previamente na base de dados do SIG (QGIS). Esta pré-edição de dados consistiu na execução de diversas tarefas apresentadas na Figura 6.

Figura 6 - Esquema geral da metodologia utilizada para a produção do mapa de solos da ZVT.

A metodologia utilizada para o processamento dos ficheiros introduzidos no programa QGIS,

denominados neste sistema por layers, será descrita de seguida. Uma vez que os vários

layers são de origens diferentes, os mesmos possuem sistemas de coordenadas (CRS,

Coordinate Reference System) diferentes entre si. Desta forma, foi necessário converter todos os layers para o mesmo sistema de coordenadas.

A carta dos solos de Portugal produzida pelo Instituto de Hidráulica Engenharia Rural e

Ambiente (IHERA, 1999) é constituída por ficheiros com a extensão E00 e ADF. Estes

ficheiros foram importados para o ArcGIS através do ArcCatalog. Após a importação dos

ficheiros, estes foram exportados para uma shapefile para poderem ser utilizados pelo QGIS, uma vez que este software não aceitava os formatos originais da CSP e da CAA.

Com base na informação geográfica armazenado no QGIS, foram gerados os polígonos de

solos correspondentes à agregação das várias famílias de solos nas suas respetivas Sub-

Ordens, correspondendo a classes de infiltração semelhantes e que servirão de base para a definição das classes de risco da permeabilidade dos solos (vide 3.4.2).

22

A produção de uma carta de solos para a ZVT agregada ao nível da respetivas Sub-Ordem tem as seguintes vantagens:

• Aumentar a capacidade de gestão de informação, uma vez que a discriminação muito pormenorizada original contida nos ficheiros resultava num grande volume de dados que dificultava a utilização dos mesmos;

• Homogeneizar o mapa reduzindo a escala das manchas de solo aumentando a sua legibilidade.

A Figura 7 representa, de uma forma esquemática, o processamento efetuado às cartas de

solos (CSP e CAA) adicionadas ao SIG, descrevendo as operações intermédias realizadas

que resultaram da junção das duas cartas, originando um único layer correspondente aos

limites da ZVT (mancha cor-de-rosa), contendo toda a informação necessária para proceder a reclassificações de solos. Na Figura 7 as setas representam operações de transformação dos diversos layers utilizando os comandos do QGIS:

• Em (1) são adicionadas 25 folhas da carta CSP. Nesta fase cada folha da carta representa um layer. Utilizou-se o comando merge “MMQGIS” de modo a converter as 25 folhas num único layer (2);

• Em (3) e (5) procedeu-se ao “recorte” das folhas da carta de solos do IHERA ou Atlas do Ambiente pela delimitação da ZV Tejo. Usou-se o comando Clip;

• Em (4) adicionou-se a CAA para cobrir a inexistência de folhas de solos disponíveis na CSP para a restante ZVT;

• Em (6) procedeu-se à junção dos dois layers de modo a gerar o mapa de solos da zona vulnerável. Usou-se o comando Union.

Figura 7 - Esquema do processamento das cartas de solos CSP e CAA para obtenção da carta de solos da ZVT.

23

Posteriormente, realizou-se uma reclassificação nos atributos do novo layer de solos (6) com o objetivo de gerar uma nova coluna de atributos “Sub-Ordem”, agrupando as classes de solos

com a mesma textura e permeabilidade. Esta operação foi possível utilizando a ferramenta

“calculadora de campos” do QGIS com a condicionante case, gerando uma nova coluna denominada por “Sub-Ordem”. A Figura 8 mostra a calculadora de campos do QGIS utilizada para efetuar este passo.

De seguida, apresenta-se a Figura 9 que mostra um excerto integrante das 16 páginas do

script utilizado para reclassificar todas as manchas de solo existentes na ZVT, devolvendo uma nova coluna (atributo) denominada por “Sub-Ordem”.

Os atributos “nome_2” e “COD1” dizem respeito aos antigos atributos dos layers da CAA e da CSP, respetivamente. A operação efetuada tem como objetivo unificar as duas cartas e as manchas de solos da mesma Sub-Ordem. Posteriormente, efetuou-se a operação dissolve no atributo criado “Sub-Ordem” de forma a dissolver todas as fronteiras de contacto entre classes semelhantes, transformando os vários polígonos contíguos da mesma classe, num polígono de maiores dimensões.

24

WHEN "COD1" = 'Vc(d,a)' THEN 'Calcarios Vermelhos' WHEN "COD1" = 'Vc(a)' THEN 'Calcarios Vermelhos' WHEN "COD1" = 'Vc(d)' THEN 'Calcarios Vermelhos' WHEN "COD1" = 'Pc(a)' THEN 'Calcarios pardos' WHEN "COD1" = 'Pca(a)' THEN 'Calcarios pardos' WHEN "nome_2" = 'REGOSSOLOS' THEN 'Regossolos' WHEN "nome_2" = 'FLUVISSOLOS' THEN 'Aluviossolos' WHEN "nome_2" = 'CAMBISSOLOS' THEN 'Aluviossolos' WHEN "COD1" = 'ASoc' THEN 'Areas Sociais'

WHEN "COD1" = 'De' THEN 'Depósito de pedras' WHEN "COD1" = 'Ds' THEN 'Depósito de pedras' WHEN "nome_2" = 'SOLONCHAKS' THEN 'Salinos' WHEN "COD1" = 'Asl' THEN 'Salinos'

WHEN "COD1" = 'Asl(i)' THEN 'Salinos'

WHEN "COD1" = 'Pca(d)' THEN 'Calcarios pardos' WHEN "COD1" = 'Apr(p)' THEN 'Podzois'

WHEN "COD1" = 'Apr' THEN 'Podzois'

Figura 9 – Excerto do script com o comando case para reclassificação de solos.

Por último, utilizou-se a operação “categorize” para atribuir diferentes cores a cada Sub-

Ordem, de modo a obter-se o mapa final de solos da ZVT. A Figura 10 mostra esquematicamente o modo como foram realizadas estas operações.

Figura 10 – Esquema de imagens (layers) geradas através dos comandos “dissolve” e “categorize”.

Na Figura 11 apresenta-se um esquema geral da metodologia utilizada para agrupar as

manchas de solos por Sub-Ordem, onde são representados os dados de entrada, algumas

25

Figura 11 – Esquema geral do SIG desenvolvido para definição das manchas de solo da ZVT para realização do balanço de azoto.

Por fim, apresenta-se na Figura 12 o mapa de solos final que resultou de todas estas operações, agrupado pela Sub-Ordem.

Figura 12 - Mapa de solos final.

Documentos relacionados