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4 Resultados

4.4 Nitratos na rede de monitorização

4.4.1 Análise geral

Uma vez que se pretende estudar a relação das concentrações de nitratos nas águas

subterrâneas com o N surplus, interessa saber, para os mesmos anos do balanço, quais as

concentrações de NO3- medidas nos poços de monitorização.

O Quadro 18 mostra as principais estatísticas das [NO3-] na água subterrânea da ZVT. O

Quadro 19 apresenta as percentagens de poços que apresentaram, pelo menos uma vez, um

valor máximo nas classes 0 - 50 mg L-1, 50 – 100 mg L-1 e > 100 mg L-1.

Quadro 18 – Estatísticas das concentrações de nitratos [NO3-] nos diferentes aquíferos Aquíferos

[NO3-] (mg L-1)

Mínimo Média Máximo Mediana DP Nº de

registos

Aluviões do Tejo 0,5 38,9 320 20,7 30,5 55

Margem E/D 0,2 14,4 250 2,5 14,1 43

Quadro 19 – Percentagem da distribuição dos poços por diferentes intervalos de concentrações de nitratos

Aquíferos % poços com [NO3-] entre 0 – 50 50 – 100 > 100

Aluviões do Tejo 45,5 21,8 32,7

59

1989 1999 2009

60

1989 1999 2009

61

As maiores concentrações de nitratos ocorreram nos Aluviões do Tejo, sendo que o maior

valor (320 mg L-1) foi registado no Outono, após a colheita das culturas de primavera-verão.

Neste aquífero, 54,5 % dos poços apresentaram pelo menos uma medição superior ao VMA

de 50 mg L-1.

O aquífero dos Aluviões do Tejo apresentam valores de concentração de nitratos com maior

variabilidade comparativamente ao aquífero da Margem Esquerda/Direita, uma vez que o

desvio padrão do primeiro é aproximadamente o dobro do segundo. Observando a mediana,

é possível perceber que pelo menos metade dos valores de [NO3-] registados no aquífero

ME/MD e dos AT é inferior a 2,5 mg L-1 e 20,7 mg L-1, respetivamente. A média neste exemplo

pode não servir de grande indicador devido à distorção causada pelos valores extremos em

ambos os aquíferos.

O aquífero semi-confinado da Margem Esquerda/Direita apresenta 16,3% dos poços com

medições superiores ao VMA, tendo sido de 250 mg L-1 o valor máximo apresentado. Neste

aquífero os valores máximos foram registados na primavera, o que significa que foi necessária

a precipitação do período Outono-Inverno para promover a lixiviação do nitrato para as

camadas mais profundas a que se encontra este aquífero. O Anexo X apresenta de modo

detalhado estas estatísticas por poço e por época de medição.

4.4.2 Distribuição geográfica do N na água subterrânea

A Figura 36a) apresenta a distibuição dos poços de monitorização da qualidade da água, por

aquifero. Os poços de monitorização nos Aluviões do Tejo (amarelo) prefazem um conjunto

de 55 poços. A verde e a vermelho identificam-se os poços de monitorização dos aquíferos mais profundos da Margem Direita e da Margem Esquerda, com um conjunto de 6 e 39 poços, respetivamente. Existem alguns locais da ZVT que possuem uma má cobertura de poços de medição de nitratos (concelhos de Vila Franca de Xira e Azambuja), enquanto que noutros locais existe uma elevada densidade (concelho da Golegã).

Uma vez categorizados estes poços em SIG, segundo o seu valor mais alto registado em toda a série temporal, obteve-se a Figura 36b). Num total de 100 poços de medição de qualidade

existentes na ZVT, 37 já registaram pelo menos um valor superior a 50 mg L-1, isto é, superior

ao VMA imposto para as zonas vulneráveis. O poço 365/AG18 é o que apresenta o maior

valor nitratos já medido em toda a ZVT (650 mg L-1 a 22/10/2008), estando localizado na

freguesia de Fazendas de Almeirim, do concelho Almeirim, que se verificou que se localiza na proximidade de uma nitreira, influenciando bastante os valores de medição. No entanto, este poço apresenta registos apenas para o período de 2006 a 2008, tendo sido desativado. Ocupando o segundo lugar com a medição mais elevada está o poço 341/269 com um valor

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concelho Golegã. Este poço também foi desativado, não sendo possível observar a evolução

da sua concentração de NO3-.

Figura 36 – a) Mapa com poços de qualidade dos diferentes aquíferos; b) Distribuição geográfica das concentrações de NO3- > 50 mg L-1 nas águas subterrâneas.

Uma vez que os registos da rede de monitorização da qualidade das águas subterrâneas

existem a partir de 2000, não foi possível apresentar os mapas correspondentes para os anos

do BBN de 1989 e 1999. No entanto, para além do mapa para o ano do BBN de 2009,

apresenta-se também para o ano de 2015, isto é, para a data mais recente para a qual existem valores registados.

A Figura 37 mostra que, em 2009, a região onde se registou maiores valores de contaminação por nitratos foi a região norte, embora se observem alguns poços com valores superiores ao VMA nos concelhos mais a sul. Os poços que apresentaram valores mais elevados (> 100 mg

L-1) foram: 341/253, 342/113 e 342/114 no concelho da Golegã; o poço 365/AG25 no concelho

de Almeirim; e os poços 391/AG14, 418/AG49 e 419/AG3 no concelho de Benavente. Os

poços que contêm valores entre 50 – 100 mg L-1 localizam-se nos concelhos de Abrantes (2

poços); Golegã (3 poços); Torres Novas (1 poço); Alpiarça (1 poço) e Almeirim (2 poços). A

maioria dos poços que apresentam valores de nitratos superiores a 50 mg L-1, pertencem aos

Aluviões do Tejo, à exceção de quatro poços que pertencem ao aquífero da Margem Esquerda.

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Em 2015, a região norte da ZVT permanece a zona com maior contaminação por nitratos, no

entanto, há uma melhoria dos valores de concentração de nitratos registados em alguns

poços, nomeadamente no concelho de Benavente onde se deixou de registar poços com

valores de [NO3-] superiores a 100 mg L-1. Os poços que apresentaram maiores concentrações

(> 100 mg L-1) foram: 342/253, 342/114 e 342/115 no concelho da Golegã e o poço 365/AG25

no concelho de Almeirim. Os poços que contêm valores entre 50 – 100 mg L-1 localizam-se

nos concelhos de Abrantes (2 poços); Golegã (3 poços); Alpiarça (1 poço), Almeirim (3 poços) e Benavente (1 poço).

Figura 37– Distribuição geográfica das [NO3-] mais elevadas observadas em 2009 e 2015.

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