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trabalho, através da qual chegamos aos resultados e conclusões tratados nas seções seguintes. Como veremos, foi utilizada uma metodologia bem simples, que pode ser facilmente repetida a partir da coleta e compilação dos dados. Entretanto, há algumas observâncias importantes de serem destacadas.

O período estudado foi o compreendido entre a Primeira e a Décima Rodada de Licitações da ANP, isto é, de 1999 a 2008.

A pesquisa teve início com o levantamento dos dados pertinentes ao trabalho, isto é, os valores de BA, CL e PEM ofertados por cada bloco arrematado, rodada a rodada, pelas empresas ou consórcios vencedores. Tais dados foram obtidos de publicações eletrônicas, em grande maioria dos sítios na internet da Petrobras e da ANP. Com esses valores compilados, e as Rodadas de Licitações minuciosamente descritas, inicia-se, de fato, a metodologia deste trabalho, a partir da avaliação de cada item ofertado.

Cada bloco arrematado foi listado para cada rodada separadamente, a partir das informações disponíveis dos resultados de cada rodada. Juntamente com o bloco arrematado, listou-se também sua oferta vencedora em termos de BA, CL e PEM, quando pertinente, já que o PEM passou a vigorar como variável das ofertas apenas a partir da Rodada 5. Neste momento, também se separaram os blocos arrematados pela Petrobras dos arrematados pelas demais empresas. A critério de simplificação, considerou-se, em todo o estudo, a Petrobras e consórcios como apenas um agente, isto é: neste estudo, não se levou em conta a influência nas ofertas da Petrobras quando essa agia sozinha ou não, se era operadora ou apenas parceira. Essa simplificação é bem razoável dado o domínio nacional da Petrobras no mercado de E&P, o que nos leva a crer que, mesmo em consórcio, a oferta depende basicamente da aprovação e dos conhecimentos da Petrobras. Desta forma, considera-se “outras empresas” qualquer empresa ou consórcio vencedor no qual a Petrobras não tenha participação.

De posse desses números, fez-se a soma e a média para cada variável, rodada a rodada, considerando-se: a rodada como um todo, Petrobras e parceiras, e as demais empresas. Vale ressaltar aqui que, embora o BA e o PEM sejam ofertados em números

absolutos (em reais e em unidades de trabalho, respectivamente), o CL não é: sua oferta é sempre em pontos percentuais. Sendo assim, não faz sentido fazer o somatório das ofertas de CL. Para esta variável, obtemos a média Petrobras e a média outras, além da média de cada rodada, para se analisar a importância daquele item naquele momento. Já para o BA e o PEM, calcularam-se os valores absolutos, os valores percentuais e as médias por bloco arrematado, referentes à rodada como um todo, à participação da Petrobras e à participação das demais empresas.

Como observação adicional, ressaltamos que nas Rodadas 5 e 6, graças a mudanças no edital, o CL deixou de ser ofertado diretamente para as Fases de Exploração e de Desenvolvimento da Produção. Nessas rodadas, essa variável foi subdividida em ofertas de CL para as operações abaixo. Contudo, para mantermos um padrão que facilitasse a comparação desses itens entre as empresas e ao longo das rodadas, obtiveram-se, através das regras contidas nos mesmos editais, os pesos referentes a cada um desses sub-itens para a oferta de CL para Exploração e para o Desenvolvimento da Produção. Assim, o teor de CL para cada fase foi calculado, para essas rodadas, conforme se segue:

 CL – Fase de Exploração:

o Blocos terrestres - média ponderada entre: i) operações de aquisição de dados de geologia e geofísica (peso 4); ii) operações de processamento de dados geofísicos, estudos e interpretação de dados de geologia e geofísica (peso 4); e iii) perfuração, completação e avaliação de poços (peso 7).

o Blocos marítimos - média ponderada entre: i) operações de processamento de dados geofísicos, estudos e interpretação de dados de geologia e geofísica (peso 7); e ii) perfuração, completação e avaliação de poços (peso 8).

 CL – Etapa de Desenvolvimento da Produção:

o Blocos terrestres - média ponderada entre: i) Serviços de engenharia de detalhamento (peso 7); e ii) Perfuração de poços, completação, avaliação, estações coletoras e unidades de tratamento de fluidos e sistema de escoamento da produção (peso

o Blocos marítimos - média ponderada entre: i) Serviços de engenharia de detalhamento (peso 7); e ii) Perfuração de poços, completação, avaliação, construção e montagem da plataforma (unidade de produção), plantas de processo e utilidades, sistema de coleta de produção (linhas, risers e equipamentos submarinos) e sistema de escoamento da produção (peso 18).

Algumas ressalvas fazem-se ainda necessárias neste momento. Embora o presente trabalho trate e mencione as Rodadas de Licitações das Áreas Inativas com Acumulações Marginais, as mesmas foram desprezadas na compilação dos dados e, consequentemente, na geração e análise dos resultados tratados na seção seguinte. Essa simplificação é altamente viável tendo em vista a pequena importância e os baixos valores movimentados nessas rodadas em comparação com as Rodadas de Licitações de Blocos com Risco Exploratório, e também pelo fato da Petrobras, um dos focos desta pesquisa, não ter participado das mesmas. Assim, para efeito de resultados e conclusões, essa metodologia considerou apenas os leilões dos blocos com risco exploratório.

Importante também relembrar que, com o passar dos anos, as Rodadas de Licitações sofreram significantes modificações, conforme abordado nas seções anteriores. Em relação às variáveis de que trata este trabalho, destacam-se as alterações que dizem respeito à introdução de patamares mínimos e/ou máximos, bem como o detalhamento e a mudança nos pesos de cada variável no julgamento das ofertas, pelas quais as variáveis ganharam ou perderam em importância nos leilões. Assim, deve-se ressaltar que a metodologia apresentada, por hipóteses simplificadoras, não leva essas questões em consideração, a princípio. Essas alterações serão novamente mencionadas e analisadas quando dos resultados finais do trabalho, nas seções a seguir. A justificativa para tal simplificação vem do fato de nosso interesse ser o de comparar o comportamento da Petrobras com os das demais companhias do setor como um todo, não importando especificamente a rodada em que tal fato ocorreu. Ou seja, embora tenham ocorrido mudanças rodada a rodada, dentro de cada rodada as condições de concorrência entre a Petrobras e as demais são, a priori, as mesmas.

Desta forma, pudemos comparar as ofertas vencedoras da Petrobras com as das demais empresas, analisando o comportamento dessas a cada rodada. Dessa análise, notamos uma tendência na oferta de cada item julgado, e assim chegamos aos resultados abaixo relatados.

O objetivo foi verificar se a Petrobras, sozinha ou em parceria, ofertou mais ou menos que a média das demais empresas, antes e depois das mudanças dos critérios de julgamento das ofertas a partir da 5ª Rodada da ANP.