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CAPÍTULO IV Análise de Viabilidade e Especificações do Protótipo SECATI

4.2. Metodologia de projeto Aplicada

Ao iniciar o trabalho buscou-se aplicar a metodologia pertinente na literatura utilizada para desenvolvimento de sistemas especialistas, a qual era descrita em quase a totalidade dos autores pesquisados. Com o andamento do trabalho percebeu-se que havia uma lacuna, ou melhor, uma carência ao se tratar de aspectos mais amplos, como por exemplo, levantamento de riscos, tempo e registro do escopo.

Os aspectos descritos acima, entre outros, mostravam-se continuamente necessários, porém o presente trabalho não estava dando um tratamento formal ou estruturalmente organizado que possibilitasse a complementaridade dos mesmos.

Dentro deste cenário, mesmo com o trabalho em andamento, resolveu-se rever a metodologia até então aplicada. Para a formulação e estruturação da nova metodologia a ser aplicada, analisou-se dois fatores decisivos:

• O sistema especialista é um software, porém não convencional;

A análise de cada um destes fatores foi relevante na definição da metodologia proveniente de adaptações da literatura.

O fato do sistema especialista ser um software, não convencional, levou à pesquisa dos diferentes modelos de metodologias aplicados. A que melhor enquadra-se ao propósito dos sistemas especialistas é o incremental (SILVA, 1998) ou evolutivo, metodologia inicialmente utilizada neste projeto. Este modelo é um refinamento do modelo de Waterfall que tem como idéia básica o desenvolvimento através de incrementos em sua funcionalidade, possibilitando a validação em estágios (GIARRATANO & RILEY 1993). A cada incremento o protótipo inicial ganha profundidade e amplitude e atinge um nível mais especialista.

As fases apresentadas na figura 4.1 Processo de Desenvolvimento de Sistemas Especialistas apresentado por WATERMAN (1986), são consideradas ao mesmo tempo em diferentes níveis de complexidade. O que sugere um processo cíclico, no qual podem ser formalizadas partes do conhecimento enquanto outras já implementadas estão sendo validadas. O que faz, a partir do surgimento de novos requisitos e especificações tornar-se novamente alvo de incrementos. A maneira de visualizar este modelo incremental é o conceito do modelo em espiral apresentado por GIARRATANO & RILEY (1993), reforçado pelo Ciclo de Vida Representativo de um Projeto de Desenvolvimento de Software, por MUENCH apud PMBOK (2000) e pela Espiral do Conhecimento de NONOKA & TAKEUCHI apud SANTOS (2002).

Reprojetando Aprimorando Requisitos Limitações Validação Implementação e Verificação Especificações do protótipo Aquisição e Representação Análise prévia de viabilidade Regras Estrutura

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Cada fase deste modelo incremental incorpora atividades a serem seguidas, tais como: análise prévia de viabilidade, especificações do protótipo, aquisição do conhecimento, representação e verificação do conhecimento, implementação e validação. Estas etapas compõem o processo de desenvolvimento dos sistemas especialistas. As duas primeiras etapas são abordadas ainda neste capítulo, as demais são detalhadas no Capítulo 5 acompanhadas dos resultados de suas aplicações.

A metodologia incremental não é novidade no universo do desenvolvimento dos sistemas especialistas, pois, é bastante presente e seguida por quase a totalidade dos profissionais que constroem sistemas especialistas. Entretanto, esta metodologia tem maior foco no processo de desenvolvimento, propriamente dito, sem contemplação ampla e explícita do projeto.

O segundo aspecto inicialmente levantado tem âmbito mais amplo - o projeto, expandindo a execução das etapas de desenvolvimento. As definições de projeto já foram abordadas no item 4.1, agora serão vistos os grupos de processos e as áreas de conhecimento envolvidas no processo de projeto. A estrutura adotada e adaptada é a apresentada pelo PMBOK (2000), no que se refere ao ciclo de vida dos projetos. Logicamente, cada projeto tem seu processo de gerenciamento característico, mas em linhas gerais obedecem as fases descritas a seguir:

• Fase de Iniciação: É o reconhecimento da existência do projeto vinculado a uma necessidade da empresa ou outro cliente. É a autorização para execução do projeto, portanto se deve documentar os motivos pelos quais serão executados os esforços do projeto, quais as expectativas gerais esperadas ao seu final, bem como uma análise do mercado neste contexto. Não se deve esquecer de mencionar as restrições como: prazos, recursos humanos e financeiros e outros que fornecem subsídios para definir a continuação ou não do projeto;

• Fase de Planejamento: O planejamento é uma fase do projeto que visa descrever detalhada e ordenadamente todas as etapas a serem cumpridas para que o projeto seja concluído com êxito. Dependendo do tipo de projeto este planejamento pode tornar-se bastante complexo, portanto a fase de planejamento é uma maneira de facilitar o reconhecimento de todos os pontos e aspectos a serem analisados e planejados. O PMBOK (2000) fragmenta o planejamento em áreas de conhecimento, tais como qualidade, custos, recursos, e outros, mas deixa explícito que na prática eles podem sobrepor-se e interagir de diversas maneiras;

• Fase de Execução: É a execução do plano de projeto propriamente dita. É a realização das atividades previstas sob coordenação e com um grau de flexibilidade que muitas

vezes pode levar a um ajuste do plano de projeto. Nesta fase, foi alocado o processo de desenvolvimento dos sistemas especialistas citado nos parágrafos anteriores, ficando mais claro o conceito de modelo incremental e seus ciclos, conforme mostra a figura 4.2 a seguir. As etapas do processo de desenvolvimento dos sistemas especialistas podem sofrer um processo de retro-alimentação;

• Fase de Controle: O controle em sua maior parte ocorre simultaneamente à execução. A fase de controle é a fase de monitoramento e medição regular das atividades e seus possíveis desvios, constantemente compara-se o previsto com executado. Um controle regular durante o processo permite ajustes que não deixam o projeto desvirtuar-se de seus propósitos. Principalmente se foram levantados fatores de riscos previstos. O exercício do controle dos processos de desenvolvimento possibilita um planejamento futuro mais realista e uma melhor previsão dos riscos envolvidos. O controle poderá ser desmembrado obedecendo as mesmas áreas de conhecimento utilizadas no planejamento, conforme figura 4.2;

• Fase de Encerramento: É a finalização do produto, ou no caso dos sistemas especialistas o cumprimento do que foi descrito no escopo. Para este estudo além do cumprimento do escopo o encerramento dar-se-á pela apresentação do protótipo à empresa solicitante e o registro do desenvolvimento e dos resultados.

A figura 4.2 facilita a visualização da metodologia aplicada, na qual estão sintetizados todos os aspectos descritos anteriormente.

Figura 4.2. Metodologia adotada para o projeto do sistema especialista. Adaptado de PMBOK (2000), ROMANO (2003) e SILVA (1998)

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Em todo o processo apesar de haver uma seqüência, todas as etapas podem apresentar necessidade de uma nova análise, entretanto a figura 4.2 destaca apenas o processo cíclico das etapas de especificação, aquisição, representação, implementação, verificação e validação, constituintes do modelo incremental.