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Nesta seção, apresenta-se a classificação deste trabalho, seus participantes, o local onde foi realizado, o instrumento de pesquisa e os procedimentos de coleta de dados.

5.1 Tipologia de pesquisa

Trata-se de uma pesquisa descritiva. Entende-se pesquisa descritiva como aquela cujo objetivo é observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os fatos, sem que o pesquisador interfira neles, ou seja, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador (ANDRADE, 2010).

Trata-se também de uma pesquisa de campo. Segundo Marconi e Lakatos (2003), pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presume relevantes, para analisá-los.

5.2 Participantes e local da pesquisa

Foram convidados a participar da pesquisa os servidores da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) do TRE-CE durante o mês de dezembro de 2015. O critério para a escolha da população foi a importância da SGP para o bom funcionamento do órgão e sua faceta estratégica junto a administração, bem como a proximidade do pesquisador junto aos pesquisados e a facilidade para entregar e recolher o instrumento de pesquisa, já que o pesquisador na época era estagiário de uma das seções da SGP. Como critério de exclusão, foi estabelecido previamente que estagiários e funcionários terceirizados não fariam parte da pesquisa.

A SGP, no período da realização da pesquisa, era composta por 82 (oitenta e dois) servidores, dentre eles estavam servidores que compunham o quadro de colaboradores efetivos do TRE-CE juntamente com servidores removidos ou requisitados de outros órgãos da administração pública. Encontravam-se 61 (sessenta e um) servidores no ambiente de trabalho, pois parte da equipe da secretaria encontrava-se de férias ou desfrutando de licença para capacitação. Dentre os que se encontravam no ambiente de trabalho, 32 (trinta e dois)

devolveram o questionário devidamente respondido. Os demais não devolveram o questionário até o encerramento da coleta de dados, deixaram o questionário com itens não respondidos ou preferiram não participar da pesquisa.

5.3 Instrumento de pesquisa

O instrumento utilizado para coletar os dados foi o questionário. Segundo Andrade (2010, p. 134), “questionário é um conjunto de perguntas que o informante responde, sem necessidade da presença do pesquisador.” O questionário foi dividido em duas seções, a primeira é um questionário sociodemográfico e a segunda refere-se ao Questionário Quociente de Resiliência ou RQ Test, desenvolvido por Reivich e Shatté (2002) e traduzido para o português e validado por Oliveira (2007).

O questionário sociodemográfico foi elaborado com o objetivo identificar o perfil dos respondentes quanto a idade, gênero, estado civil, escolaridade, tempo de serviço no órgão, o cargo ocupado e se o respondente estaria exercendo cargo de chefia no período da pesquisa. O RQ Test tem como objetivo mensurar os níveis de resiliência do respondente de acordo com os fatores de resiliência propostos por Reivich e Shatté (2002). A primeira versão, em inglês, do RQ Test foi apresentada pelos autores no já mencionado livro The Resilience Factor: 7 Keys to Finding Your Inner Strength and Overcoming Life’s Hurdles e trata-se de um questionário composto por 56 itens. Cada fator de resiliência é representado por 8 desses itens, sendo que 4 correspondem a aspectos positivos e os outros 4, aspectos negativos do fator relacionado. Ao subtrair a soma de escores dos itens negativos da soma de escores dos itens positivos, obtém-se o quociente de resiliência daquele determinado fator. Na tabela 1, é mostrada a relação dos itens com os fatores de resiliência.

Tabela 1 – Relação entre os itens do RQ Test e os fatores de resiliência

Fator de Resiliência Itens Positivos Associados Itens Negativos Associados

Administração de emoções 13, 25, 26, 56 2, 7, 23, 31 Controle de Impulsos 4, 15, 42, 47 11, 36, 38, 55 Otimismo 18, 27, 32, 53 3, 33, 39, 43 Análise Causal 12, 19, 21, 48 1, 41, 44, 52 Empatia 10, 34, 37, 46 24, 30, 50, 54 Autoeficácia 5, 28, 29, 49 9, 17, 20, 22 Reaching Out 6, 8, 14, 40 16, 35, 45, 51

Posteriormente o RQ Test foi traduzido em duas teses de doutorado em Psicologia: Barbosa (2006) e Oliveira (2007). Optou-se por utilizar a versão de Oliveira (2007) por se tratar de uma tradução que preserva adequadamente o sentido e os significados da versão original em inglês.

É importante ressaltar que, na versão em inglês do RQ Test, os itens devem ser avaliados em um escala com cinco opções, a saber: (1) not at all true, (2) sometimes or somewhat true, (3) moderately true, (4) usually true e (5) very true of me. Contudo, na versão traduzida e adaptada por Oliveira (2007), foi utilizada uma escala com apenas quatro opções: (1) nem um pouco verdadeiro, (2) algumas vezes ou pouco verdadeiro, (3) normalmente verdadeiro e (4) muito verdadeiro.

Para preservar o instrumento traduzido e validado, aplicou-se o questionário com apenas as quatro opções. O citado questionário, então, foi utilizado para medir os escores de resiliência dos servidores da SGP e observar suas relações com as variáveis conseguidas através do questionário sociodemográfico.

5.4 Procedimentos da coleta de dados

Antes da coleta de dados em todo o âmbito da Secretaria de Gestão de Pessoas, foi realizado um pré-teste com oito servidores da coordenadoria onde o pesquisador realizava seu estágio, utilizando a primeira versão do instrumento de pesquisa. Após o pré-teste, foi sugerida a inclusão da escala de respostas em todas as laudas do questionário para facilitar o seu preenchimento. Sugestão que foi prontamente atendida e, com a adição da escala de respostas em todas as páginas do instrumento, consolidou-se a versão final do questionário a ser aplicada com os servidores da SGP.

A coleta de dados foi feita pessoalmente pelo pesquisador. Foi solicitada autorização ao responsável pela SGP que consentiu quanto à aplicação dos questionários durante o expediente.

Durante o prazo de realização da pesquisa, o pesquisador dirigiu-se às seções e coordenadorias existentes, explicando do que se tratava a pesquisa e solicitando a colaboração dos servidores. Posteriormente, o questionário era distribuído àqueles que concordavam em participar.

Cada pesquisado foi orientado a responder isoladamente e individualmente seu questionário o qual seria recolhido em hora combinada com o pesquisador, atendendo a conveniência e a disponibilidade do pesquisado.

Os questionários respondidos eram armazenados juntos e em envelope apropriado para manter o anonimato dos respondentes.

Foram considerados inválidos aqueles questionários que continham pelo menos 1 (um) item não respondido em qualquer das seções do questionário. Os questionários considerados válidos foram numerados sequencialmente, gerando um total de 32 (trinta e dois) instrumentos respondidos.

Em seguida foi criada e preparada uma planilha no programa Microsoft Office 2013 para receber a digitação dos dados. A planilha também foi utilizada para calcular as frequências absolutas e relativas de respondentes em cada item do questionário sociodemográfico, bem como as médias e desvios padrões de cada item e de cada fator do RQ Test.

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