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3.1 TIPOLOGIAS DE DELINEAMENTO

No que diz respeito às pesquisas quanto as tipologias de delineamento e considerando os aspectos particulares da contabilidade, segundo BEUREN et al (2012) esta subdivide em três grupos: quanto ao objetivo, quanto aos procedimentos e abordagens.

A presente pesquisa pode ser classificada, quanto aos objetivos como sendo descritiva. De acordo com Gil (1999) apud Beuren (2012, p. 81) “pesquisa descritiva é definida como sendo aquela que objetiva a descrição das características de determinada população ou fenômeno, assim como o estabelecer de relações entre variáveis”.

Ainda citando Gil (1999) apud Beuren (2012, p. 81), ele esclarece que “descrever significa identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos”. Assim sendo, compreende-se que o presente estudo enquadra-se como uma pesquisa descritiva, tendo em vista, que este tem como desígnio identificar, relatar e comparar o perfil de aprendizagem de uma população, neste caso, os estudantes das disciplinas de Contabilidade introdutória II e Orçamento Empresarial do curso de contabilidade da UFRN.

Em se tratando de procedimentos, o estudo classifica-se como levantamento, que conforme Gil (2008, p.55) diz “As pesquisas deste tipo caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”. Esta pesquisa considera-se de levantamento, tendo em vista envolver a indagação direta de pessoas, no caso, um grupo alunos de contabilidade, o qual se deseja conhecer, ou dele extrair informações, de forma que se possa conhecer seu perfil e estilos de aprendizagem.

Ainda em relação aos procedimentos, a pesquisa também pode ser classificada como sendo bibliográfica, já que se utilizou de livros, periódicos e documentos publicados para a construção do referencial teórico. Gil (2008) assevera que estudos podem ser desenvolvidos a partir de fontes bibliográficas exclusivamente, porém em quase todas as pesquisas elaboradas necessitam desse tipo de procedimento. Neste sentido, assim se classifica esse estudo, pois se recorreu à literatura pertinente para fundamentação de todo o processo de desenvolvimento do trabalho.

A pesquisa é caracterizada como estudo de caso, acerca do mesmo, Yin ( 2001 p. 34) “defende que se trata um estudo empírico que admite investigar um fenômeno no contexto da

vida real”. Também sobre estudo de caso, Gil (2008, p.57, 58) explana que é um "estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados do mesmo, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados”. Passa a ser considerada como estudo de caso, por ser um estudo com alunos de inicio e final do curso de Ciências Contábeis na UFRN/Campus Natal.

Quanto à abordagem a pesquisa pode ser considerada como quantitativa, uma vez que recorreu-se a procedimentos estatísticos simples, valendo-se da correção de Pearson. A abordagem quantitativa de acordo com a definição de Beuren et al (2012. p. 92) “é aquela que caracteriza-se pela utilização de ferramentas estatísticas, empregando-a desde de a coleta de informações até o tratamento das mesmas”.

Complementando as discussões acerca do instrumento utilizado, Gil (2008 p. 17) explica que o uso do método estatístico, torna mais preciso o nível das informações, oferecendo a comunidade de pesquisadores um maior grau de confiabilidade quanto as suas conclusões, do mesmo modo “a margem de erro contraída”. Neste sentido, espera-se que a abordagem empregada neste estudo possa oferecer subsidio que admita um resultado mais próximo da realidade, e assim, evitar as possíveis distorções, possibilitando inferir com maior grau de a segurança.

A pesquisa também enquadra-se como replique, pois se baseou no artigo “Desempenho acadêmico x estilos de aprendizagem segundo Honey-Alonso: uma análise com alunos do curso de Ciências Contábeis”. O estudo foi elaborado por Nogueira em 2012, realizado em uma instituição de ensino superior localizada no Estado do Paraná. Foram investigados graduandos que cursavam a disciplina de contabilidade introdutória. O objetivo constituiu-se em verificar se os discentes com diferentes estilos de aprendizagem apresentavam diferença em seu desempenho acadêmico. Foi identificado com predominância o estilo de aprendizagem Reflexivo, e quando comparados os desempenhos com os estilos de aprendizagem, não constataram estatisticamente diferença significativa. Concluindo não ser possível afirmar que os alunos com estilos de aprendizagem distintos apresentassem diferenças no desempenho acadêmico.

3.2 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

A população foi constituída por alunos do 2º e 8º período de 2016.2. Assim distribuídos: I) Básica II matutino, uma população de 39 discentes, porém os respondentes totalizaram 66,67% da turma; II) Básica II noturno, a população é de 35 discentes e os respondentes totalizaram 60% da turma; III) Orçamento matutino, uma população 21 discentes, tendo como respondentes 47,62% da turma; e, IV) Orçamento noturno, com uma população de 45 discentes, contudo o número de respondentes representou apenas 28,89% da turma, totalizando 140 discentes. A proporção da amostra é de 50% sobre a população selecionada.

Foram aplicados questionários em sala de aula, sendo apontadas a finalidade e relevância do estudo, o sigilo dos dados, e o caráter opcional de participação do aluno, porém, foi explicado que a contribuição de cada um era de suma importância para a consolidação da pesquisa no formato prendido. O questionário constitui-se de dois blocos. O primeiro apresentou informações gerais acerca do perfil do respondente, como por exemplo, semestre que está cursando, turno que estuda, gênero, atuação profissional, idade por faixa etária, tempo semanal destinado aos estudos, entre outros. O segundo bloco está representado pelo Questionário de Honey-Alonso e é destinado a capturar os estilos de aprendizagem dos discentes da amostra utilizada. Este questionário compõe-se de 80 afirmativas, as quais o respondente deve assinalar as que melhor enquadrem-se ao seu modo particular de ser, pensar e/ou agir.

Após a coleta de dados, estes foram analisados estatisticamente pelo programa Microsoft Excel, para análise descritiva e correlação entre variáveis dummy para identificar aspectos que possam influenciar no tipo de aprendizagem: reflexivo, ativo, teórico ou pragmático.

3.3. LIMITAÇÃO DA PESQUISA

Podem ser destacadas na presente pesquisa algumas limitações. “Cabe salientar que em toda a pesquisa científica existem limitações” (AMARO, 2014, p. 64). Sendo assim, se faz necessário “antecipar-se às críticas que o leitor poderá fazer ao trabalho explicando quais as limitações que o método escolhido oferece” (VERGARA 2000, apud AMARO, 2014, p. 64).

Apresentam-se como fatores de limitação as diversas dificuldades enfrentadas para realizar o levantamento dos dados. Por se tratar de um questionário bastante extenso, se optou inicialmente por entregá-lo em uma aula e recolher no encontro posterior, acreditando-se que o preenchimento do instrumento sem pressão de tempo traria respostas mais fidedignas. O procedimento se realizou nas duas primeiras turmas, entretanto, a falta de comprometimento dos alunos não permitiu que se obtivessem retornos suficientes para que o estudo tivesse continuidade, sendo necessário voltar às salas de aulas em buscar de respostas. Nas outras duas turmas, após esclarecimentos aos discentes, os questionários foram entregues ao docente da disciplina, que se comprometeu em aplicar no horário de aula, e ao término de cada uma devolver para a orientadora da pesquisadora. Porém, por esquecimento do docente, a pesquisadora e a orientadora precisaram novamente a sala de aula para aplicar pessoalmente os questionários. No total foram entregues apenas 110 questionários, de uma população de 140 discentes, obtendo-se um retorno de somente 73, destes, três (3) foram invalidados por incorreção de preenchimento.

O próprio método utilizado também pode ser um fator limitante, pela possível ausência de comprometimento dos respondentes por trazer risco de infidelidade nos dados coletados pelo levantamento através de questionário.

O tamanho da amostra também se apresenta como fator de limitação, pois somente 70 (50%) questionários foram considerados válidos, admitindo-se uma população de 140 alunos. impossibilitando assim a generalização dos resultados.

Ainda constitui-se fator limitante de amostragem, a não realização de testes estatísticos de validação da amostra.

Outra limitação diz respeito a não obtenção de dados que eram essenciais para materialização do estudo no formato pretendido. Com intuito de verificar o desempenho dos alunos, solicitou-se a estes que disponibilizassem suas matriculas, mas por tratar-se de um dado pessoal, não havia a obrigatoriedade de resposta. O acesso às notas tinha como propósito, a comparabilidade do desempenho dos discentes com seus estilos de aprendizagem e a observação de possíveis diferenças entre os grupos matutino e noturno e, os que estavam no início do curso com os que estavam no final. Porém, pela indisponibilidade de dados não foi possível concretizar-se. Os dados não foram fornecidos talvez, pelo caráter opcional de

resposta ou por insuficiência de esclarecimento por parte do pesquisador ou ainda, por descomprometimento daqueles que aceitaram participar da pesquisa.

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