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A comunidade científica da educação tem demonstrado crescente preocupação com os múltiplos fatores que de alguma forma podem impactar no processo de ensino-aprendizagem e desempenho discente no meio acadêmico. Assim, este item tem como objetivo trazer pesquisas desenvolvidas que abordem a referida temática, destacando seus respectivos objetivos e principais achados, com ênfase maior em trabalhos que debatam o ensino contábil, em específico, estilos de aprendizagem.

Para dar suporte ao mesmo foram selecionadas algumas pesquisas anteriores, demonstradas abaixo no 7.

Quadro 7 – Estudos relacionados.

Autor Título Objetivos

Pinto, Paula e Gomes,

(2011)

Metodologia do Ensino: Uma Análise da Percepção dos Alunos frente a Diferentes Formas de Ensino

Verificar qual a percepção dos alunos do curso de Administração de Empresas presencial e à distância, de uma mesma Instituição de Ensino, sobre a disciplina Contabilidade Geral.

Nogueira et al. (2012)

Estilos De Aprendizagem e Desempenho em Educação a Distância: um Estudo Empírico com Alunos das Disciplinas de Contabilidade Geral e Gerencial.

Verificar se o desempenho dos alunos de educação a distância nas disciplinas de Contabilidade Geral e Gerencial é diferente de acordo com seu estilo de aprendizagem.

Nogueira (2012)

Desempenho acadêmico x estilos de aprendizagem segundo Honey-Alonso: uma análise com alunos do curso de Ciências Contábeis

Verificar se os discentes com diferentes estilos de aprendizagem apresentam diferença no desempenho acadêmico.

Oliveira (2012)

Impacto dos Estilos de Aprendizagem no Desempenho Acadêmico do Ensino de Contabilidade: Uma análise dos estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Identificar os estilos de aprendizagem dos alunos fazendo um paralelo com o estilo de aprendizagem dos professores, verificando se esta relação é refletida no desempenho acadêmico dos alunos de graduação em Ciências Contábeis da UFRN.

Cordeiro e

Silva (2012) Os Estilos de Aprendizagem Influenciam o Desempenho Acadêmico dos Estudantes de Finanças?

Verificar se existe relação entre os estilos de aprendizagem de estudantes de Administração de Instituições de Ensino Superior da cidade de João Pessoa e o desempenho acadêmico nos componentes curriculares de Finanças

Santos et al. (2013)

Estilos de Aprendizagem: um estudo empírico com alunos do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Evidenciar o estilo de aprendizagem predominante dos alunos do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus do Pantanal.

Souza et al. (2013)

Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do Curso de Administração

Confrontar os estilos de aprendizagem dos alunos com os métodos de ensino utilizados e os estilos de ensino dos professores do curso de administração da Universidade Federal de Alagoas.

Godarth et al. (2014)

Estilos de Aprendizagem dos Alunos do Curso de Administração da UTFPR/Pato Branco: Aplicação do Inventário de DAVID KOLB.

Identificar os estilos de aprendizagem dos alunos do Curso de Administração da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR.

Silva et al.

(2014) Estilos de aprendizagem e variáveis influenciadoras: um estudo entre alunos tradicionais e não tradicionais do curso de ciências contábeis.

Diagnosticar o estilo de aprendizagem predominante dos estudantes tradicionais e não tradicionais do curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual da Paraíba-Campus I, identificando o comportamento de variáveis que influenciam em seus estilos de aprender.

Albuquerque et al. (2015)

Análise dos Estilos de Aprendizagem dos Discentes do Curso de Ciências Contábeis da UFCG a partir do Inventário de Kolb.

Objetivo principal identificar o estilo de aprendizagem predominante entre os alunos do curso de graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) na Paraíba.

Santos, Panucci Filho e Hein

(2015)

Estudo dos Fatores Associativos dos Estilos de Aprendizagem dos Acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis da Furb

Evidenciar os fatores associativos dos estilos de aprendizagem dos acadêmicos do curso de ciências contábeis da FURB

Fonte: Elaboração própria (2016).

Neste início de século, os estudos sobre o ensino contábil têm se mostrado bastante significativos. Dentre as principais discussões evidenciadas na literatura, estão os estilos aprendizagem e o desempenho acadêmico. Entre os autores pesquisados que utilizaram estas variáveis encontram-se Nogueira (2012) e Oliveira (2012).

Na pesquisa realizada por Nogueira (2012) foi verificado se os discentes com distintos estilos de aprendizagem apresentavam diferença no desempenho acadêmico. Para identificação dos estilos de aprendizagem foi utilizado o questionário de estilos de aprendizagem segundo Honey-Alonso, que destaca como estilos de aprendizagem quatro tipos: Ativo, Reflexivo, Teórico e Pragmático. O mesmo foi aplicado a alunos que cursavam a disciplina de contabilidade introdutória do curso de ciências contábeis de uma instituição paranaense. Quanto aos resultados, foi identificado com predominância o estilo de aprendizagem Reflexivo, e quando comparados os desempenhos com os estilos de aprendizagem não constataram estatisticamente, diferença significativa, concluindo não ser possível afirmar que os alunos com estilos de aprendizagem distintos apresentassem diferenças em seu desempenho acadêmico.

Semelhantemente, Oliveira (2012), buscou identificar os Estilos de Aprendizagem dos alunos e professores do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte no período 2011.2, examinando posteriormente se a relação entre os estilos de aprendizagem de ambos apresentavam impacto no desempenho acadêmico discente. Para tanto, a autora recorreu ao Índice de Estilo de Aprendizagem desenvolvido em 1991 por Felder-Soloman (IFS) que contempla quatro dimensões. O resultado revelou que os Estilos de Aprendizagem dos discentes eram reflexivo, visual, sensorial e sequencial, enquanto que os Estilos de Aprendizagem dos docentes eram Ativo, Visual, Intuitivo e Sequencial. Quanto à combinação dos estilos discentes e docentes, constatou que em três das quatro dimensões, a influência sobre o desempenho discente foi significativa. Concluiu ainda, que professores e alunos ativos apresentaram melhor desempenho, que nas palavras da autora, “se os alunos preferem discutir e questionar, tendo um professor que estimula essas características em sala, tais indivíduos tenderão a compreender e reter melhor a informação, resultando, assim, em notas médias estatisticamente maiores” (OLIVEIRA 2012, p. 7).

Além dos estudos acima referidos foram encontrados vários outros estudos como demonstrado no quadro 7, que evidenciam inquietações com a temática apresentada, incluindo além dos fatores mencionados outras variáveis capazes de interferir no processo de aprendizagem e desempenho de acadêmicos do curso de Ciências Contábeis em instituições brasileiras.

Em suas investigações, Silva et al (2014) buscaram diagnosticar o estilo de aprendizagem predominante dos estudantes tradicionais e não tradicionais do curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual da Paraíba-Campus I, bem como avaliar o comportamento das variáveis: motivação, ambiente de aprendizado, atividades de trabalho e família, entre si e entre os estilos de aprendizagem identificados. Consideraram estudantes tradicionais aqueles de idade inferior a 25 anos e não tradicionais os que tivessem de 25 anos ou mais. Para diagnosticar os estilos e aprendizagem aplicaram o questionário de Honey- Alonso. Os resultados apontaram o estilo reflexivo nos dois grupos de estudantes. Quanto à correlação entre as variáveis, utilizaram métodos estatísticos. Para os alunos tradicionais encontraram uma correlação estatisticamente significativa, positiva e de intensidade moderada entre o estilo predominante e a motivação. Já para os alunos não tradicionais, identificaram correlação significativa positiva moderada entre o estilo predominante e as atividades de trabalho e família. Evidenciaram entre a motivação e o ambiente de aprendizado uma correlação estatisticamente significativa e positiva, para os alunos tradicionais.

Utilizando o questionário de Kolb (LSI) e métodos estatísticos, Nogueira et al. (2012) pesquisaram os discentes de educação à distância em contabilidade geral e gerencial, cujo objetivo era verificar se o desempenho acadêmico dos mesmos, diferiam conforme o estilo de aprendizagem. Utilizaram como variável independente o estilo de aprendizagem dos alunos, identificados por meio do questionário aplicado, e como variável dependente, usaram o desempenho acadêmico, obtido pelas notas das referidas disciplinas. Os resultados encontrados demonstraram que o estilo de maior predominância era o assimilador e divergente, e constataram que não houve diferença no desempenho em relação aos estilos de aprendizagem, consideram que as conclusões não deviam ser generalizadas em função do pequeno número de observações, devendo restringir-se apenas à população examinada.

Já Santos et al (2013) propuseram-se evidenciar o estilo de aprendizagem predominante dos alunos do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul – Campus do Pantanal, avaliando grupos isoladamente. Os resultados evidenciaram que o estilo de aprendizagem predominante era o assimilador em 54,66% dos pesquisados. Quando analisados por gênero, confirmaram o estilo assimilador para sexo masculino e, estilo convergente para o gênero feminino. Identificaram este mesmo estilo de aprendizagem quando avaliados grupos isoladamente, como acadêmicos do 4º semestre, faixa etária entre 21 a 25 anos e os que estudavam de 8 a 10 horas semanais. Os autores ressaltaram que mesmo os estudantes de contabilidade tendo apresentado predominância com o estilo de aprendizagem assimilador, também evidenciaram a existência de grupos de alunos com métodos de aprendizagens diferentes, carecendo assim, a adoção de um planejamento de ensino que possa alcançar uma diversidade maior de estilos de aprendizagem.

Da mesma forma, Santos, Panucci Filho e Hein (2015) evidenciaram os fatores associativos dos estilos de aprendizagem dos acadêmicos do curso de ciências contábeis da Universidade Regional de Blumenau – FURB, Santa Catarina. Para apropriação do estilo de aprendizagem dominante os pesquisadores usaram o Inventário de Estilo de Aprendizagem (Kolb, 1975), adicionando questões de identificação dos fatores associativos. Os resultados apontaram o predomínio do estilo de aprendizagem convergente entre os graduandos investigados. Quanto à associação, os achados revelaram a associação dos estilos de aprendizagem acomodador e divergente com acadêmicos de gênero feminino, acadêmicos da fase inicial do curso, com alunos de idade até 20 anos e com os acadêmicos que apresentaram altos níveis de estudos semanais. Apontaram ainda a associação dos estilos assimilador e convergente com os acadêmicos da fase terminal do curso, com os acadêmicos do gênero masculino com 21 a 25 anos, e que também possuíam elevadas horas de estudos semanais. Assim como no estudo anterior também se observa a necessidade de uso de metodologias variadas de forma que beneficie um maior número de Estilos de Aprendizagem.

Albuquerque et al (2015) também buscaram identificar o estilo de aprendizagem predominante entre os alunos do curso de graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) na Paraíba. Utilizaram o modelo de estilos de aprendizagem segundo a visão de David Kolb. Como resultado obtiveram o estilo assimilador, com 47,20%. Este estilo é compatível com os estilos de aprendizagem evidenciados nas pesquisas de Nogueira et al (2012) que pesquisaram os discentes de educação à distância em contabilidade geral e gerencial e com a de Santos et al (2013)

realizada com discentes do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Segundo os autores do estudo, esse estilo revela pessoas com raciocínio indutivo e com habilidades para desenvolver modelos abstratos e teóricos.

Outros estudos, semelhantes aos anteriormente mencionados são os que discutem as questões de melhoria no processo de ensino e aprendizagem nas ciências administrativas. Alguns destes estudos serão demonstrados a seguir.

Souza et al (2013) desenvolveram um estudo com discentes do curso de administração da Universidade Federal de Alagoas com o objetivo de Confrontar os estilos de aprendizagem dos alunos com os métodos de ensino utilizados e os estilos de ensino dos professores. Os resultados evidenciaram compatibilidades entre os estilos de aprendizagem dos discentes e as metodologias de ensino aplicadas pelos docentes, mas constataram assimetria entre os estilos de aprendizagem discente e o estilo de ensino dos educadores. Concluíram que essa diferença poderia justificar as dificuldades apresentadas pelos acadêmicos em sala de aula.

Considerando o conhecimento da Contabilidade como uma importante ferramenta para a gestão, Pinto, Paula e Gomes (2011) preocuparam-se com o ensino e a aprendizagem dos estudantes do curso de Administração de Empresas presencial e à distância de uma Universidade Pública do Rio de Janeiro. Tiveram como objetivo verificar a percepção dos mesmos quanto às metodologias utilizadas (ativa ou passiva) pelo docente na disciplina Contabilidade Geral I e II. Os resultados demonstraram que a percepção dos graduandos quanto aos métodos de ensino apresentaram diferenças significantes, e no que se refere à participação dos discentes, se ativa ou passiva, identificaram que no ensino à distância os alunos eram mais ativos pela busca do conhecimento do que os alunos do curso presencial. Os autores perceberam que em algumas situações essa divergência é explicada pela diferença de metodologias aplicadas por cada forma de ensino. Entretanto, é possível que essas diferenças sejam decorrentes das distintas formas existentes de aprender que os acadêmicos pesquisados possam apresentar. Os pesquisadores advertiram que os resultados não deviam ser generalizados, pois, os métodos de ensino avaliados foram de apenas um profissional.

O estudo desenvolvido por Cordeiro e Silva (2012) pretendeu verificar a existência de relação entre os estilos de aprendizagem de estudantes de Administração de Instituições de Ensino Superior da cidade de João Pessoa/PB e o desempenho acadêmico nos componentes

curriculares de Finanças. Através do uso de técnicas estatísticas constataram que os estilos de aprendizagem não interferiam no desempenho acadêmico nos componentes curriculares de Finanças. Porém perceberam divergência no desempenho dos discentes com relação ao tipo de instituição de ensino. Verificaram ainda, que a experiência profissional interferia nos estilos de aprendizagem dos acadêmicos pesquisados.

Em 2014, Godarth et al investigaram os estudantes do Curso de Administração da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, objetivando identificar seus estilos de aprendizagem aplicaram o inventário de David Kolb. Os resultados indicaram uma maior concentração de estudantes com estilo de aprendizagem divergente. Sendo menos representado o grupo Convergente. Observaram também, uma maior representatividade de alunos com Experimentação Ativa (49%), ficando a Experiência Concreta com apenas 6% dos acadêmicos entrevistados.

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