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Capítulo III – Estágio Curricular

3.3. Metodologias de intervenção

Quando falamos de metodologia de intervenção, referimo-nos a todos os métodos usados para colocarmos em prática as atividades desenvolvidas. Estas atividades, para poderem, ser desenvolvidas, têm de ser pensadas e avaliadas para sabermos se é possível aplica-las e se vão de encontro aos objetivos delineados.

No meu caso fui acompanhada por três educadoras: uma delas estava responsável pelo meu desenvolvimento e desempenho na instituição, enquanto as outras duas educadoras me ajudavam a realizar bem como a integrar na instituição e nos trabalhos que nela se realizavam. Esta foi a razão não realizar qualquer levantamento relativamente as necessidades existentes, quer das crianças quer da instituição, pois existia já um programa de atividades. Eu teria de me integrar para poder ajudar no seu desenvolvimento e só no caso de surgir alguma alteração é que poderia realizar uma atividade. Desta forma ao início senti algumas dificuldades em distinguir qual o tipo de intervenção que deveria e poderia fazer, isto no caso de ser necessário colocar em prática alguma atividade.

Contudo, com o passar do tempo e após conhecer já as crianças com quem desenvolvia atividades foi muito mais fácil planear e desenvolver as mesmas.

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3.3.1. Expressão plástica

Segundo Sousa (2003) o termo Expressão Plástica foi adotado pela educação pela arte portuguesa, assim designa-se o modo de expressão-criação através do manuseamento e modificação de materiais plásticos. Na antiga Grécia, a palavra plastike referia-se à arte de modelar figuras em barro. O termo latino plástica já abrangia os outros materiais (gesso, pedra, madeira, metal). Atualmente, consideram-se os materiais como tendo características físicas elásticas ou plásticas. O barro, o gesso, a pedra, a madeira, os metais, o plástico, são exemplos de materiais plásticos.

As artes plásticas ou a expressão plástica referem-se às atividades artísticas envolvendo estes materiais. Este método é essencialmente uma atitude educativa diferente, não centrada na produção de obras de arte, mas na criança, no desenvolvimento das suas capacidades e na satisfação das suas necessidades.

Esta posição e atitude educacional tanto poderá estar presente nas aulas e ateliers de artes plásticas como poderá constituir uma terceira área de intervenção educacional por exemplo, jogos de criação e expressão plástica.

A expressão plástica é essencialmente uma atividade natural, livre e espontânea da criança. O seu principal objetivo é a expressão das emoções e sentimentos através da criação com materiais plásticos. Desenha-se, pinta-se e modela-se apenas pelo prazer que esses atos proporcionam e não com a intenção de produzir algo que seja arte.

Não interessa se a obra é “boa” ou “má”, “bonita” ou “feia”, o que interessa é o ato expressivo e não a plástica. Trata-se de “expressão” plástica e não de produção plástica.

3.3.2. Expressão plástica na infância

A expressão plástica tem uma grande importância no desenvolvimento das crianças, fazendo assim com que desenvolvam a sua capacidade de expressão, a sua personalidade, conhecimentos de diversas culturas, criatividade e imaginação. Esta permite também que as crianças possam expressar os seus sentimentos, alegrias, desejos, medos e ou ansiedades.

A expressão plástica da criança é uma linguagem convencional. O desenho, a pintura, a moldagem, a reciclagem, e a dobragem, bem como a rasgagem, recorte e colagem são técnicas de expressão plástica comuns na educação pré-escolar. Existem ainda outras técnicas nesta área, que dão “asas” à criatividade e à imaginação que fazem as delícias dos mais novos.

34 Por sua vez a linguagem plástica da criança é expressão afetiva antes de ser figuração. A arte infantil é então formada por dois elementos. Há a considerar aqueles que vem da criança do seu subconsciente e aqueles que vem do exterior, pela observação ou pelas experiências.

O educador deverá estar consciente de que se algumas crianças chegam à educação pré-escolar com alguma experiência na utilização de materiais e instrumentos de expressão plástica, outras não tiveram a mesma oportunidade. É necessário, então, que o educador proporcione experiências nessa área, permitindo que todas as crianças possam progredir a partir da situação em que se encontram.

Ele tem de inspirar confiança, criar um ambiente no qual as crianças tomem consciência das decisões por si próprias. O educador tem, simultaneamente, a função de conselheiro técnico.

O espaço da sala, deverá estar organizado adequadamente e enriquecido por uma diversidade e qualidade dos materiais disponibilizados. A disposição ordenada desses materiais, a sua diversidade e acessibilidade são condições essenciais para que a criança possa realizar o que deseja. O cuidado da criança com os materiais, assim como o respeito pelo trabalho dos outros, relaciona-se com a área da formação pessoal e social.

Na última atualização (2016) da organização do meio ambiente educativo (Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar) da sala verificamos que a educação pré-escolar é uma aprendizagem contextualizada de vivências relacionadas com alargamento do meio familiar de cada criança e nas experiências relacionadas. Este sistema educativo deverá realizar-se num determinado tempo e situar-se num determinado espaço em que as crianças tenham à disposição uma variedade de materiais para que, assim, possa haver um ambiente que possibilite a interação das crianças num grupo em que estas poderão interagir entre elas e com educadoras e auxiliares.

A organização do grupo, do espaço e do tempo consiste na organização do ambiente educativo bem como da sala. Esta constitui o suporte do desenvolvimento curricular, pois as formas de interação no grupo, os materiais disponíveis e a sua orientação, a distribuição e utilização do tempo são determinantes para que as crianças possam escolher, realizar e aprender. Importa assim, que o/a educador/a possa refletir sobre as oportunidades educativas que esse ambiente possa proporcionar, ou seja, que possa planear intencionalmente essa organização e avalie o modo como contribui para o

35 ensino das crianças, introduzindo correções e ajustamentos consoante as necessidades que encontrar.3

Na expressão plástica todas as crianças terão a oportunidade de explorar diversos materiais e instrumentos, mas há que ter e conta que, se algumas crianças chegarem à educação pré-escolar com uma grande experiência na sua utilização outras podem não ter tido a mesma oportunidade. Todas e sem exceção terão de progredir a partir da situação em que se enquadram. Esta implica um controlo da motricidade fina que esta relacionada com expressão motora, tendo assim que recorrer a materiais e instrumentos específicos e a códigos próprios que são mediadores deste tipo de expressão.

Para a realização de atividades de expressão plástica é necessário uma boa organização e um espaço adequado, um ambiente cuidado e uma grande diversidade de materiais para serem disponibilizados.

Todos os materiais bem como todos os instrumentos para a expressão plástica têm de obedecer a critérios de qualidade. Esses materiais deveram ser disponibilizados ordenadamente às crianças para que estas possam realizar o que desejam. Para isso implica que tenham um breve conhecimento de regras, como por exemplo, não molhar o mesmo pincel em diferentes frascos de tinta, limpá-los depois de os utilizar, cuidar dos lápis e servir-se de cola e tesouras. Assim cuidando os materiais coletivos vão assim adquirindo responsabilidade pelo trabalho dos outros e desenvolvem um bom relacionamento pessoal e social. As crianças deverão ter sempre á disponibilização uma variedade de cores para que estas possam assim escolher e utilizar diferentes cores e possam também fazer diferentes combinações. Também é importante a identificação e nomeação de cores para poderem misturar as cores básicas e assim formarem outras. Com este exercício de expressão plástica verificam-se aspetos que ligam com a linguagem e o conhecimento do mundo.

O educador deverá pôr à disposição das crianças várias cores que lhe permitam escolher e utilizar várias formas de combinação. A identificação e nomeação das cores básicas para formar outras, embora sejam aspetos a trabalhar na expressão plástica, estão ainda relacionados com a linguagem e com o domínio da matéria bem como a área do conhecimento do mundo.

Pode-se, assim, afirmar que a expressão plástica permite à criança exprimir um conjunto de sentimentos, emoções, pensamentos, ideias e vivências do seu meio.

36 Através da expressão plástica as crianças desenvolvem competências como por exemplo a destreza, a criatividade, a motricidade fina e assim evoluem e descobrem o espaço que as rodeia. O educador é fundamental para a criatividade e imaginação das crianças, guiando-as nas suas descobertas e abrindo caminho à experimentação de várias possibilidades e potencialidades que a expressão plástica tem para oferecer.

Acima foi citada a definição de Expressão Plástica porque em todos os exercícios desenvolvidos no meu estágio apliquei a mesma, como por exemplo quando realizei os trabalhos de pintura, a criação de uma abobora, criação de uma maraca, entre outros.

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