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GRÁFICO 2 QUANTIDADE DE FUSÕES E AQUISIÇÕES NO BRASIL

III. METODOLOGIA DE PESQUISA

III.1. METODOLOGIAS EXISTENTES

As pesquisas podem essencialmente ser classificadas quanto à natureza da variável pesquisada, ao objetivo que pretende atingir e ao grau em que o problema de pesquisa está cristalizado.

III.1.1. COM RELAÇÃO À NATUREZA DA VARIÁVEL PESQUISADA

A pesquisa qualitativa busca inferir uma possível explicação (teoria) a partir do mundo real, ao passo que a quantitativa baseia-se, a priori, no pressuposto de que a teoria pode, ou não, ser verificada.

A pesquisa qualitativa é mais completa, ela atua mediante um embasamento teórico e, dessa forma, possibilita sensibilidade para outras experiências realizadas acerca de temas relacionados.

Característica Pesquisa Qualitativa Pesquisa Quantitativa

Objeto da Pesquisa

A realidade subjetiva, a qual pode ser dividida ou entendida

A realidade objetiva, a qual pode ser identificada e medida Modo de

trabalhar com a teoria

Descobre a Teoria Testa relações

baseadas na teoria Revisão da

Literatura

Limitada nos estágios iniciais e intensiva nos estágios posteriores Extensiva a fim de justificar questões sobre os estudos e teorias Instrumento utilizado e seus efeitos O pesquisador é o instrumento e pode influenciar os dados Utiliza instrumentos que aumentam a objetividade Processo de Pesquisa Circular (comparações constantes) Seqüencial Fonte: Rempushesk, 1997

TABELA 6– CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Segundo Kirk e Miller (MATTAR, 1994: 81), a característica diferenciadora entre esses dois tipos de pesquisa é que a qualitativa “identifica a presença ou ausência de algo”, enquanto que a quantitativa “procura medir o grau em que algo está presente”.

Apesar de as orientações filosóficas serem diferenciadas, é admitido o desenvolvimento de uma pesquisa que contemple ambas as

metodologias, ou seja, uma pesquisa que, além de indicar o modo pelo qual as pessoas pensam sobre as naturezas do mundo, explicite o grau de importância de uma variável independente com relação a outra, dependente. Tal possibilidade foi admitida por REMPUSHESK (1997), pelo método denominado triangulação, que seria justificada nos casos em que a mensuração objetiva (quantitativa) alterasse a pesquisa suficientemente para justificar o questionamento dos significados subjetivos.

III.1.2. COM RELAÇÃO AO OBJETIVO E AO GRAU EM QUE O PROBLEMA DE PESQUISA ESTÁ CRISTALIZADO

SELLTIZ e outros (1975: 5) afirmaram que o objetivo ao realizar-se uma pesquisa é “descobrir respostas para perguntas através do emprego de processos científicos” e alertaram que não existe garantia de que qualquer pesquisa apresente informação significativa, precisa e não viesada.

Dessa forma, o tipo de pesquisa a ser implementada seria direcionada pelo conhecimento do pesquisador sobre o tema a ser pesquisado e pelo conseqüente grau de definição do tema com relação:

ü ao conhecimento do pesquisador sobre o que se pretende com a pesquisa;

ü ao conhecimento do pesquisador sobre o que se deseja medir;

ü a quando, onde, como e por que deverá fazer a pesquisa (Mattar, 1994: 90)

III.1.3. PESQUISA EXPLORATÓRIA

Na concepção de SELLTIZ e outros (1959), é o tipo de pesquisa utilizado quando os pesquisadores buscam familiarizar-se com um fenômeno ou conseguir a sua compreensão, visando a melhor definição

do problema ou a criação de novas hipóteses. Tal tipo de pesquisa geralmente é utilizada:

ü nos primeiros estágios da investigação científica;

ü para ajudar a estabelecer as prioridades a serem pesquisadas; ü para classificar conceitos (Mattar, 1994).

Os estudos exploratórios não verificam nem formulam hipóteses, restringem-se a conduzir a possíveis explicações do fenômeno observado, sendo, dessa forma, um primeiro passo para a elaboração de estudos nos quais sejam exercidos maiores controles, para verificar se as hipóteses que surgem têm a aplicabilidade geral.

Entre os principais métodos existentes para a realização de estudos exploratórios estão levantamentos bibliográficos, levantamentos documentais, estudos de caso e observação informal.

O levantamento bibliográfico é indicado para o pesquisador “amadurecer” ou aprofundar problema de pesquisa e pode ser realizado por meio de consultas em livros, trabalhos acadêmicos, artigos na imprensa, associações ligadas ao tema de pesquisa, entre outros.

A pesquisa documental implica a utilização de documentos públicos ou de outros cujo acesso é restrito, para levantar fatos ou hipóteses a respeito do fenômeno a ser estudado.

O estudo de casos é um método que envolve, entre outras possibilidades, o exame de registros existentes, a observação da ocorrência do fato e a utilização de entrevistas. Tal método tem por objetivo gerar hipóteses e estimular a compreensão para a pesquisa. MATTAR (1994) teceu considerações sobre estudos de caso, quanto a: ü profundidade da análise, permite o detalhamento dos casos em

estudo e a comparação com outros casos estudados;

ü receptividade do pesquisador, sua atitude deve ser de buscar informações e gerar hipóteses; multiplicidade de aspectos do estudo,

o pesquisador deve ser capaz de integrar e reunir inúmeros aspectos do objeto pesquisado.

Os estudos de caso geralmente ocorrem em situações extremadas, nas quais o pesquisador sabe, de antemão, que encontrará as características que procura em alto grau.

O último método, a observação informal, é a análise contínua de objetos, comportamentos e fatos ao redor do pesquisador, permitindo- lhe utilizar sua capacidade de percepção sobre objetos, comportamentos e fatos de interesse para o problema em estudo.

III.1.4. PESQUISA CONCLUSIVA DESCRITIVA

“As questões de estudo descritivos pressupõem muitos conhecimentos anteriores do problema a ser pesquisado, ao contrário do que ocorre com as questões que constituem o fundamento para os estudos exploratórios” (Selltiz e outros, 1959: 77).

As pesquisas conclusivas são bem-estruturadas e propõem objetivos bem-definidos. Geralmente tratam da descrição das características das comunidades e dos seus padrões de comportamento, requerendo, na sua condução, maior preocupação com o viés do que nas pesquisas exploratórias – requer informações exatas e completas.

Os principais métodos utilizados para realização de estudos descritivos são:

ü levantamento de campo, que pressupõe um grande conhecimento técnico do pesquisador e trabalha com uma população representativa (gerada a partir de métodos probabilísticos);

ü estudo de campo, que trabalha com uma amostra dos elementos da população de interesse e atende a um objetivo específico.

III.1.5. PESQUISA CASUAL

É realizado quando o pesquisador tem como objetivo determinar as causas das ocorrências. O método mais utilizado é a experimentação, no qual uma ou mais variáveis independentes são controladas ou manipuladas pelo pesquisador, que procede à medição do efeito destas sobre a variável dependente.

'As pesquisas causais são conduzidas para verificar hipóteses formuladas sobre condições contribuintes para o efeito em estudo. Tais pesquisas nunca esgotam a determinação de variáveis causadoras de um efeito – o que é sempre questionável por meio de estudos exploratórios.

Algumas precauções metodológicas devem ser tomadas para extrair inferências a respeito das causas contributivas para a ocorrência de um determinado efeito:

ü a consideração da sincronia temporal das variáveis em contribuir para a ocorrência do efeito;

ü a verificação da adequabilidade da escolha do grupo experimental para a pesquisa (Selltiz e outros, 1959)