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Projeto 28: Capítulo um/ Princípios Básicos

1. RESGATE HISTÓRICO: FORMAÇÃO DAS CIDADES MODERNAS

1.5. PANORAMA DA MOBILIDADE NAS CIDADES

1.5.1. Mobilidade Urbana

De acordo com o MINISTÉRIO DAS CIDADES (2005, p.11), a mobilidade urbana, pode ser entendida como resultado da interação dos fluxos de deslocamento de pessoas e bens

no espaço urbano, contemplando tanto os fluxos motorizados quanto os não motorizados. A mobilidade urbana é, portanto, um atributo da cidade sendo determinada principalmente, pelo desenvolvimento socioeconômico, pela apropriação do espaço e evolução tecnológica.

A promoção da mobilidade urbana compreende a construção de um sistema que garanta e facilite aos cidadãos, de forma permanente e definitiva, o acesso físico as oportunidades e às funções econômicas e sociais das cidades. Trata-se de um sistema estruturado e organizado que compreende os vários modos e infra-estruturas de transporte e circulação e que mantém fortes relações com outros sistemas e políticas urbanas (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005 p.11).

Sendo o conceito de mobilidade centrado nas pessoas, a única forma de alcançá-lo em sua plenitude torna-se possibilitar a todos a satisfação individual e coletiva de atingir os destinos desejados. Nesse contexto torna-se fundamental priorizar, no desenvolvimento urbano, as demandas de mobilidade peculiares dos usuários em geral e em especial as necessidades dos usuários mais frágeis do sistema, como as crianças, as pessoas com deficiência e os idosos. A principal alternativa, para a obtenção do direito pleno da mobilidade, de acordo com o Ministério das Cidades em sua cartilha sobre Mobilidade (2005), trata-se na valorização e estruturação do transporte público.

A promoção da mobilidade urbana requer a ênfase no transporte público coletivo e não no transporte individual, o que significa, ao mesmo tempo, uma orientação de inclusão social, de racionalidade de investimentos públicos e de redução de congestionamentos, poluição e acidentes (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005 p.11).

A importância primordial dos equipamentos e infra-estrutura de transportes no desenvolvimento das cidades, requer que sejam implantadas cada vez mais, políticas sustentáveis de mobilidade que ofereçam maior dinamismo as funções urbanas, aliados a uma maior e melhor circulação, bens e mercadorias, estas atitudes se reverterão em uma correta valorização do espaço público, em uma maior sustentabilidade e no desenvolvimento econômico e social.

1.6. ACESSIBILIDADE NAS ÁREAS URBANAS

De acordo com o Ministério das Cidades (2006, p.13), cidadão é o indivíduo que possui obrigações e direitos perante a sociedade, da qual é parte integrante e dela participa.

Possui como principais direitos o acesso à moradia, à saúde, à educação, ao trabalho, ao lazer e à circulação.

Entretanto, para que esses direitos sejam exercidos, há a necessidade de que sejam respeitados os princípios de independência, autonomia e dignidade, de forma coletiva e individual.

A comprovação dos direitos de todos os cidadãos, perante as leis, deve ser considerada um passo significativo na formação de uma sociedade mais humana e igualitária. Sendo assim, essas leis vêem corrigir desigualdades históricas e diminuir diferenças, inserindo no contexto social as minorias até então marginalizadas pelos processos de evolução socioeconômicos. O fato é que elas possuem papel importante proporcionando respaldo e assegurando o cidadão dos seus direitos. No entanto somente isto não basta, pois são necessárias medidas práticas que atendam as necessidades de todos os indivíduos de forma ampla e efetiva.

Essas medidas devem contemplar a totalidade dos indivíduos que compõem a sociedade; entretanto, há uma parcela da população que sofre com a exclusão social, causada principalmente, pela dificuldade de locomoção e movimentação, que os impedem de poder deslocar-se pelos ambientes de uso comum das cidades. Estas pessoas são usuárias de cadeiras de rodas, muletas, ou possuem deficiências visuais auditivas e mentais de diversos níveis. Há também, grupos de indivíduos que sofrem com a falta de mobilidade tanto quanto o primeiro; idosos, as gestantes, os anões, os obesos, pessoas em tratamento de saúde, entre outros.

Figura 3: Exemplo de dificuldades enfrentadas por pessoas com limitações físicas Fonte: MINISTÉRIO DAS CIDADES (2006, p.17)

De acordo com o Ministério das Cidades(2006) através da observação deste contexto, deve-se pensar em possibilidades que auxiliem o conjunto dos cidadãos, considerando suas particularidades e limitações. Assim sendo, torna-se de essencial importância a busca por

políticas públicas, que compreendam um aspecto amplo e includente sobre a mobilidade e acessibilidade no ambiente urbano.

1.6.1. Acessibilidade Urbana

Conforme especifica a NBR 9050:2004, a acessibilidade caracteriza-se na possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia de edificações, espaços públicos, mobiliário e equipamentos urbanos. Consequentemente, o ambiente considerado acessível deve possuir elementos que possam interagir, de forma ampla e irrestrita, com todos os indivíduos, inclusive aquelas com mobilidade reduzida e deficiência intelectual [...] a acessibilidade pode ser compreendida como um conceito básico a ser pensado, avaliado e aplicado em todas as ações públicas que resultem em oferta de qualidade de vida, relacionados ao comportamento físico do espaço urbano (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2006 p.20).

Figura 4: Transporte público adaptado ao transporte de cadeirantes Fonte: MINISTÉRIO DAS CIDADES (2006, P.81)

Para adaptar-se a esta nova forma de ver a cidade, promovendo adequações físicas voltadas à acessibilidade na mobilidade urbana, vem -se propagando mundialmente, um conceito fundamental para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência ou com dificuldades de locomoção. Esta ideia consiste em um Desenho urbano Universal.

1.6.2. Desenho Universal

Segundo o Ministério das Cidades (2006) o conceito de Desenho Universal é razoavelmente novo dentro da concepção da formação das cidades, sendo que ele surgiu em 1963, na cidade de Washington nos EUA, com o objetivo de apresentar um projeto mais amplo para as cidades que pudesse atender pessoas com deficiência, originando na época o conceito de " Desenho livre de barreiras".

Atualmente o Desenho Universal pretende ir além da eliminação de barreiras. Sua função não é adaptar os ambientes as pessoas com necessidades especiais, mais sim, propor um novo desenho que atenda e facilite a inclusão de todos os indivíduos. Além disso, sua execução passou a ser assegurada por lei.

No Brasil por exemplo, a lei descreve o Desenho Universal como a concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade. ( Decreto Federal nº 5.296/04 Art. 8º, Inciso IX apud MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2006, p. 28)

Para haver um entendimento correto do Desenho Universal temos de diferenciá-lo do Desenho Acessível. Sendo que Desenho Acessível consiste em:

O desenho acessível é o conceito que busca desenvolver edificações, objetos ou espaços que sejam acessíveis às pessoas com mobilidade reduzida (o que antigamente se resumia às pessoas com deficiência), em muitos casos adequá-los a este público específico, produzindo elementos diferenciados ( MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2006, p.28).

Por sua vez o Desenho Universal, possui uma proposta mais ampla que busca atender uma gama maior de indivíduos. Através da elaboração de ambientes, espaços, edificações e objetos que atendam a todas as pessoas, inclusive aquelas que possuem alguma deficiência intelectual e limitação da mobilidade, sem serem necessárias adaptações especiais. Portanto, é importante destacar que o conceito de Desenho Universal transcende os limites das deficiências e limitações individuais, sendo aplicado como um todo, atendendo assim, não somente as pessoas que necessitam dele.

Figura 5: Cidade de Curitiba - Desenho Universal com características próprias Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br/

Ao chegarmos a essência do conceito de Desenho Universal, torna-se possível perceber semelhanças e estabelecer uma ponte que nos liga ao design, afinal, ambos representam fundamentalmente o desenho, mais além disso, buscam através da representação gráfica, aliada a um projeto, compreender e sanar problemas sociais e comunicacionais complexos.

No capítulo dois serão analisados aspectos do design que possuem características potenciais, que vão ao encontro do conceito de Desenho Universal. Através de uma análise comparativa poderemos estabelecer, no decorrer do próximo capítulo, elementos que se adéquem e auxiliem à percepção de novos olhares sob este conceito, auxiliando assim, a construção de futuros projetos voltados à promoção da acessibilidade e mobilidade pública.

2. DESIGN GRÁFICO

Conforme, Michael Erlhoff e Tim Marshall, apontam em seu livro Design Dictionary: Perspectives on Design Terminology (2008) o design gráfico constitui um ramo do design e consiste na organização consciente de textos e/ou imagens, de modo a compor peças gráficas, destinadas a ser reproduzidas, e com o objetivo de comunicar mensagens específicas.

Levando em consideração esta definição e analisando os fatos históricos levantados por Rafael Cardoso Denis, no livro Uma introdução a história do Design (2000), podemos considerar que os primórdios do design gráfico, tal como o entendemos hoje, se situam no final do século XIX e início do século XX, na sequência da Revolução Industrial, do início da produção em série, da larga concentração de população nas cidades e na inerente necessidade de comunicação da cultura urbana.

De acordo com DENIS (2000) a influência dessa efervescente cultura urbana, amplamente baseada no desenvolvimento industrial, onde a forma física e a funcionalidade dos produtos começavam a ganhar papel de destaque, foram preponderantes no surgimento e na formação ética e filosófica da profissão do design, como comentado anteriormente, é inegável que as necessidades de um novo mercado emergente moldaram e orientaram os profissionais desta área durante mais de dois séculos. Portanto, o design sempre soube se portar bem dentro desse contexto.

Entretanto, também faz parte de sua formação moral a busca pelo estabelecimento de uma identidade gráfica e artística própria, que trabalhe com o resgate, valorização e fortalecimento cultural regional e nacional, levando em consideração as condições socioeconômicas do ambiente no qual está inserido.

Podemos encontrar nas palavras de ESCOREL (2000) uma definição direta a objetividade do design gráfico:

O designer gráfico tem de desenvolver uma acuidade suplementar que o dote de um sistema de medidas interno, no manejo do qual os elementos com que constrói seu discurso possam ser calculados de maneira que o produto resulte harmonioso, nem muito carregado de informação a ponto de não ser apreendido, nem muito banal, a ponto de se dissolver no meio dos outros (ESCOREL, 2000 p.18).

Figura 6: Planejamento de layout gráfico Fonte: RIBEIRO (2003, p. 361)

Paralela a esta dicotomia moral surge a dificuldade de transpor algumas barreiras que ainda limitam a capacidade plena de atuação dos profissionais da área do design, uma vez que estes enfrentam ainda, uma considerável resistência do mercado, o que pode em parte ser justificado pela não regulamentação da profissão.

Além do que isto faz com que os designers concentrem seus esforços no setor privado, competindo e buscando constantemente mostrar sua singularidade diante de profissionais de outras áreas, ocasionando assim, uma restrição do seu potencial caráter social.

Se por um lado o cliente do designer gráfico não costuma aceitar aquilo que valoriza culturalmente que já conhece e a que já se habituou, por outro duvida dos recursos do público ao qual dirige seus produtos. As duas atitudes funcionam como freios a expressão, restringindo as possibilidades do projetista. E o que é mais grave, esses freios acabam por ser interiorizados pelo designer que passa a ter com sua linguagem uma relação de excessiva prudência, aparando as próprias asas e comprometendo o vôo (ESCOREL, 2000 p.18).

A importância do design na sociedade atual vai além do foco obstinado e restrito da autopromoção de empresas, deve funcionar igualmente como instrumento cultural e de crítica. Sendo assim, o designer tem como função, estar consciente deste aspecto, para evoluir enquanto profissional e desenvolver trabalhos de qualidade e relevância social, que venham ao encontro das necessidades coletivas, diminuindo as barreiras físicas e econômicas, integrando assim, socialmente os indivíduos.

Para que isso ocorra cabe a cada profissional, além de se especializar na área, buscar referências originais, desconectar-se temporariamente do mundo virtual e prestar mais atenção a sua volta. Procurando, formar a sua própria identidade profissional, porque é só através do estabelecimento de uma postura ética e diferenciada que conseguiremos nos destacar em um mercado cada vez mais competitivo.

Serão analisados no decorrer deste capítulo, elementos que influenciam de forma direta na formação e estruturação do conhecimento e na singularidade da identidade gráfica dos profissionais da área do design.

2.1. LAYOUT

O que diferencia o estilo de organização gráfica de qualquer impresso é o seu layout, este por sua vez, abrange e coordena todos os elementos inseridos dentro da proposta visual.

Para que isso ocorra, o designer trabalha com um conjunto de artes e técnicas; como proporções, contrastes, equilíbrio, coordenação, ritmo, unidade, além dos tipos de letras, medidas e pontos tipográficos, formatos, cores, ornamentos, cortes de texto e de fotografias, que tem como objetivo alcançar a excelência e a unidade gráfica, agregando maior peso à comunicação do projeto.

O layout caracteriza-se no resultado final do projeto ou o seu "design" propriamente dito, o objeto da mensagem obtida pela disposição dos elementos visuais na página, que se destina a afetar e sensibilizar o observador.

A seguir serão comentados os principais elementos que auxiliam na elaboração do layout em um projeto gráfico.

2.2. FUNDAMENTOS DA DIAGRAMAÇÃO

O trabalho de design gráfico em um contexto geral compreende a solução de problemas em níveis visuais e organizativos, reunir e conciliar elementos gráficos como; figuras e símbolos, campos de textos, títulos, tabelas, de modo que transmitam a informação de forma clara é compreensiva é papel do designer. Para que isto aconteça estes profissionais possuem ao seu alcance ferramentas que permitem a organização dos diferentes elementos visuais presentes nas composições gráficas, dentre elas o grid, a diagramação, tipografia, cores, ilustrações, identidade visual, bem como as Leis da Gestalt e a Semiótica que orientam e agregam respaldo técnico aos projetos gráficos.

Um grid consiste num conjunto específico de relações de alinhamento que funcionam como guias para a distribuição dos elementos num formato. Todo grid possui as mesmas partes básicas, por mais complexo que seja. Cada parte desempenha uma função específica; as partes podem ser combinadas segundo a necessidade, ou omitidas da estrutura geral a critério do designer, conforme elas atendam ou não as exigências informativas do conteúdo ( SAMARA, 2007 p.09)

Os grids podem ser construídos de forma solta e orgânica ou possuir um desenho mais rigoroso e mecânico, mas em ambos os casos sua função é ajudar a resolver problemas de comunicação de alta complexidade.

[...] um grid introduz uma ordem sistemática num leiaute, diferenciando tipos de informação e facilitando a navegação entre eles. O grid permite que o designer diagrame rapidamente uma quantidade enorme de informação, como um livro ou uma coleção de catálogos, porque muitas questões de design já foram respondidas ao construir a estrutura do grid ( SAMARA, 2007 p.22).

2.2.1. Grid

A partir do início do século XX os grids começaram a assumir um papel preponderante na organização e estruturação de impressos.

Conforme nos relata Samara (2007) as artes gráficas impressas sempre foram influenciadas de forma direta pelos movimentos artísticos, isto ocorreu, por exemplo, com o Art Nouveau trazendo os traços orgânicos e fluídos, que representavam as linhas da natureza, e foram muito bem adaptados para os impressos desta época. Através do movimento Art Decó, os impressos assumiram uma linha menos rebuscada mais direta e geométrica.

Esta forma de organização visual gráfica mais limpa foi aprimorada na Rússia pelo movimento Construtivista, que se originou na esteira da instabilidade política russa, tendo como base a abstração o cubismo e o futurismo. O construtivismo gráfico ganhou adeptos em várias partes do mundo, grandes movimentos artísticos e escolas de arte da época tinham em sua essência a aplicação dos grids construtivistas, tais como a famosa escola de artes alemã Bauhaus e o movimento artístico holandês De Stijl.

O desenvolvimento da estética do design europeu foi bruscamente interrompido nos anos 1930. Com o nazismo no poder, designer e artistas que usavam a nova linguagem visual, tachados de degenerados, foram presos ou obrigados a sair do país. ( SAMARA, 2007 p.16).

Mesmo com a perseguição do regime nazista alguns artistas conseguiram estabelecer- se na Suíça. Sendo assim, em Zurique e na Basiléia, as novas formas gráficas continuaram a ser utilizadas e desenvolvidas livremente, a evolução do grid de diagramação proporcionou o surgimento do que mais tarde foi denominado estilo suíço ou Estilo Internacional.

Os tipos de grid aprimorados nessa época e que são utilizados até hoje são; grid retangular, grid de coluna, grid modular e grid hierárquico. A seguir, contextualizaremos estas formas de organização gráficas.

2.2.1.1. Grid retangular

O grid retangular ou manuscrito caracteriza-se na estrutura mais simples. Sua forma básica é constituída de uma grande área retangular que ocupa a maior parte da página. Este sistema teve origem a partir da tradição dos manuscritos, sua função era acomodar um longo texto corrido como ensaio e romances, esta estrutura organizacional foi utilizada tempos mais tarde, com o advento da criação dos tipos móveis de Gutenberg, nos primeiros livros impressos.

Ele tem uma estrutura primária - bloco de texto e as margens que definem sua posição na página - e outras secundárias que definem outros detalhes importantes - a localização e as proporções dos cabeçalhos no topo ou no pé, o nome do capítulo e os fólios (números de página), além do espaço para notas de rodapé[...] ( SAMARA, 2007 p.26).

Figura 7: Grid Regular Fonte: SAMARA (2007, p.26)

2.2.1.2 .Grid de colunas

O grid de colunas verticais possui grande flexibilidade podendo ser usado para separar e organizar diversos tipos de informações, tais como; texto, imagens e legenda. A largura das colunas esta intrinsecamente ligada ao tamanho da fonte utilizada no texto principal. Segundo Samara (2007) o objetivo é definir uma largura capaz de conter uma quantidade cômoda de caracteres numa linha de tipos em um determinado tamanho. Portanto a coluna não poderá ser nem muito estreita, para que não haja muitas quebras de palavras, tão pouco larga demais para que não ocorram problemas de legibilidade e leitura por parte do leitor.

De acordo com Samara (2007),quando se lida com vários tipos de informação radicalmente diferentes entre si, uma opção é criar um grid de colunas para cada um deles, em vez de juntá-los em um só, chamamos esta estruturação de grid composto. Os grids de colunas compostas podem ser formados por dois, três, quatro ou mais grids diferentes, cada um destinado a tipo de conteúdo específico.

Figura 8: Grid Colunas Fonte: SAMARA (2007, p.27)

2.2.1.3. Grid modular

Para se obter maior controle sobre a organização de projetos complexos

recomenda-se a utilização de estruturas modulares, esta se caracteriza em uma evolução da estrutura de colunas, além disto a mesma permite maior liberdade e clareza na disposição do conteúdo gráfico a ser trabalhado.

Um grid modular é, essencialmente, um grid de coluna com muitas guias horizontais que subdividem as colunas em faixas horizontais, criando uma matriz de células chamadas módulos.Cada módulo define um pequeno campo de informação. Juntos, esses módulos definem áreas chamadas zonas espaciais que podem receber funções específicas. O grau de controle dentro do grid depende do tamanho dos módulos. Os menores oferecem mais flexibilidade e maior precisão, mais um excesso de subdivisões pode gerar confusão ou redundância (SAMARA, 2007 p.119).

As formas de proporções dos módulos podem ser determinadas de várias maneiras. Podem servir como referência, por exemplo, a largura e altura de um dos parágrafos do texto, a proporção dos módulos pode ter relação com os tipos de imagens ou fontes tipográficas que serão utilizadas, ou com a ênfase geral pretendida pelo designer.

Figura 9: Grid Modular Fonte: SAMARA (2007, p.28)

2.2.1.4. Grid hierárquico

Conforme Samara (2007) esses grids se adaptam às exigências da informação, mas se baseiam mais numa disposição intuitiva dos alinhamentos, levando em consideração as diferentes proporções dos elementos, ao invés da repetição regular dos intervalos, variando com isso também a largura das colunas e entre colunas.

A página de internet é um exemplo de grid hierárquico. No começo da web, muitas variáveis da composição de página eram instáveis devido às configurações do navegador do usuário final (SAMARA, 2007 p.09). Em alguns casos ainda hoje, as configurações existentes não permitem a aplicação de grids modulares em sites, sendo assim as estruturas hierárquicas continuam sendo uma excelente forma de diagramação visual para web.

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