• Nenhum resultado encontrado

Modais de transporte

No documento Assessoria em comércio exterior (páginas 30-36)

2.3 ETAPAS DE UM PROCESSO DE IMPORTAÇÃO

2.3.7 Modais de transporte

Neste tópico será abordado um comparativo entre os modais de transporte, podendo ser marítimo, terrestre e aéreo, além dos documentos que envolvem cada um deles. Cada modalidade de transporte apresenta uma característica própria, não sendo um melhor que outro, mas adequado conforme a necessidade do exportador ou importador.

2.3.7.1 Marítimo

O transporte marítimo é aquele realizado por navios, tem um grande percurso e o tempo de entrega é longo. Esse modal de transporte é “bastante compatível com praticamente qualquer tipo de produto” (REBONO, 2009).

De acordo com Vazquez (2002, p. 199), o “contrato de fretamento é definido pelo art. 566 do Código Comercial brasileiro como aquele pelo qual, mediante preço ajustado (frete), alguém (fretador) concede-se a uma pessoa (afretador) o uso total ou parcial de seu navio”.

Sendo assim, o navio é um veículo que poderá ser usado para pequenas ou grandes cargas, podendo transportar mercadorias comuns ou perigosas. Não é indicado apenas quando se trata de mercadorias como Rebono (2009, p.231) cita, “de alto valor agregado e/ou sujeitas a perecibilidade tecnológica, como computadores”.

O navio normalmente é utilizado para transportar grandes mercadorias, ou ainda, para importar ou exportar um volume excessivo de mercadorias.

Segundo Rebono o frete nesse modal representará:

O montante recebido pelo armador como remuneração pelo transporte da carga. Há também outras despesas que, embora não integrem o valor do frete, são devidas na movimentação das cargas nos portos, como capatazia, taxa cobrada pela utilização das instalações portuárias, estivas e taxa cobrada pela arrumação das cargas no navio com utilização do equipamento de bordo.

Portanto é importante informar ao importador sobre os custos das taxas além do frete internacional, para que o mesmo esteja ciente dos custos a mais que terá para a nacionalização da mercadoria.

Comparando este modal com todos os outros modais a vantagem do mesmo é poder transportar maior quantidade e grandes mercadorias. A principal desvantagem seria o tempo do percurso, que é longo e conseqüentemente estende o processo de importação.

O conhecimento de embarque (Bill of Lading), segundo Keedi e Mendonça (2000, p.87) “é o documento mais importante da navegação, e um dos mais importantes do comércio exterior”. Um documento que na hora de conferir tem que tomar todo o

cuidado, para certificar que não se esquecerão de incluir nenhum item pertinente a mercadoria que será transportada. Os autores Keedi e Mendonça ( 2000, p.87) ainda afirmam sobre o B/L que trata-se de um “documento de emissão do armador, podendo ser assinado pelo comandante do navio, bem como pela agência marítima representante do armador, em seu nome”.

2.3.7.2 Rodoviário

De acordo com Rebono (2009, p. 232) o “transporte rodoviário é bastante utilizado em decorrência do desenvolvimento e da melhoria da malha rodoviária e em razão da modernização da rede ferroviária. É também o mais flexível e permite melhor integração”. Não podemos verdadeiramente concordar com essa informação de Rebono, pois as estradas brasileiras em alguns Estados do Brasil são críticas e de difícil acesso. Ainda a mesma autora afirma que esta modalidade de transporte poderá ser usada pelo importador, “no trânsito da mercadoria do porto ou aeroporto até a fábrica” (REBONO, 2009).

Este modal é mais indicado no transporte de mercadorias que, como afirmam Keedi e Mendoça (2000, p. 127), “nas viagens de curtas e médias distâncias. É mais recomendado para mercadoria de alto valor ou perecível”.

A vantagem comparativa deste transporte está na flexibilidade da carga e a maior agilidade no acesso as cargas. Permitem-nos ter acesso às regiões mais remotas e distantes, principalmente em locais que não tenham nenhum porto ou aeroporto próximo. A desvantagem seria como o Keedi e Mendoça (2000, p. 129) dizem está no fato de que o “frete mais alto do que alguns outros modais que são ou estão apresentando-se como seus concorrentes”. “Outros pontos que os autores citam seria a menor capacidade de carga entre todos os modais e um custo elevado da sua infraestrutura” (KEEDI e MENDONÇA, 2000). Como já havíamos citado anteriormente a questão da qualidade das estradas influencia nos custos do transporte.

O conhecimento de embarque rodoviário é denominado CRT (Conhecimento de Transporte Internacional por Rodovia e, segundo Keedi e Mendoça (2000, p. 133), “é o documento mais importante no sistema, de uso obrigatório no transporte entre os países do Cone Sul”. Os mesmos autores ainda dizem que, esse documento deve ser datado e assinado pelo transportador ou seu representante (KEEDI e MENDONÇA, 2000).

2.3.7.3 Ferroviário

Este transporte não é muito comum no Brasil, como explica Rebono (2009, p. 232):

O transporte ferroviário normalmente é utilizado para os países fronteiriços, que não têm flexibilidade de percurso. Por ficar restrito a um único caminho, não é tão ágil quanto o transporte rodoviário e sua utilização no Brasil para os países latino-americanos é ainda pequena, sendo a diferença de bitola um dos entraves do tráfego mútuo.

Comparando este modal com os outros, a vantagem como citam Keedi e Mendonça (2000, p. 142) está no “menor custo de transporte em face do mesmo ser movido à energia elétrica ou diesel, e ter grande capacidade de transporte”. Outras vantagens que os autores citam são o “frete mais barato em relação ao rodoviário” ou ainda “estar livre de congestionamento, tendo normalmente caminho livre a frete” (KEEDI e MENDONÇA, 2000).

Como em todas as outras modalidades, essa também apresenta desvantagens e uma delas, que os autores Keedi e Mendonça (2000, P. 143) citam “é um modal de transporte mais lento do que o rodoviário, gastando mais tempo para entrega da carga”, ou ainda, “não tem flexibilidade de trajeto, devendo ater-se à sua linha férrea”.

Como em todos os outros modais, o conhecimento de transporte ferroviário não é diferente dos outros. Segundo Keedi e Medonça (2000, p. 145) o documento é conhecido como “TIF/DTA, Conhecimento-Carta de Porte Internacional – TIF/Declaração de Trânsito Aduaneiro”. Os autores ainda citam que o TIF/DTA é um

documento de uso obrigatório em viagens internacionais no Cone Sul (KEEDI e MENDONÇA, 2000). Assim sendo, o documento também deverá ser assinado e datado pelo transportador ou seu representante.

2.3.7.4 Aéreo

Segundo Keedi e Mendonça (2000, p. 28), “no início do século XX o homem criou o avião, este maravilhoso modal voador que estava faltando e que possibilitou a integração definitiva dos países, permitindo transportar mercadorias de um lugar a outro, em qualquer ponto do planeta, em questão de horas”. Assim sendo, permitiu que as trocas tornassem mais rápidas, ocorressem ao redor do mundo num menor espaço de tempo e com maior eficiência. Diferente do transporte marítimo, que é definitivamente mais lento.

Keedi e Mendonça (2000, p. 28) citam que o modal aéreo tomou um impulso após a II Guerra Mundial, que a partir de então começou a se desenvolver e a crescer no mercado internacional, oferecendo escalas para todo o mundo com o menor tempo, comparado-se ao transporte marítimo.

Desde que se criou este modal a facilidade de acesso e rapidez de entrega da mercadoria a outros países aumentou absurdamente e, como cita Mendonça, (1997, p. 167) “o transporte aéreo é uma atividade que envolve com facilidade vários países, em decorrência da velocidade”. Assim sendo, a empresa J optou por utilizar nessa importação a modalidade aérea.

A vantagem de utilizá-la está relacionada à rapidez da chegada da mercadoria no seu destino final. Isso a torna ideal para transportar mercadorias perecíveis e tecnológicas. Outro fator relevante está nos custos envolvidos, como a armazenagem na Infraero, que é menor comparada a outras modalidades, principalmente com a marítima.

Algumas vantagens podem atenuar o custo dessa modalidade: crescente aumento de frotas e rotas; acesso a determinados mercados, difíceis de alcançar por outros meios de transporte; redução no custo de embalagem; redução nas despesas de manuseio de carga; redução dos gastos de armazenagem; carga referente a pequenos volumes.

Maia (2004, p. 51) cita, “hoje, grande parte do transporte internacional de passageiros é feita por via aérea. Com relação ao transporte de carga até há poucos anos era praticamente efetuado somente por via marítima. Assim sendo, se em 2004 quando o autor lançou sua 9ª edição do livro o desenvolvimento do modal aéreo vinha crescendo cada vez mais, então imagina hoje em dia. Todavia, mesmos com esses aumentos de procura, o transporte aéreo apresenta desvantagem.

As desvantagens continuam sendo as mesmas desde o início, decorrentes do alto valor das altas tarifas aéreas, que encare o processo. A quantidade de vôos executados hoje é maior que antigamente, mas ainda há uma necessidade de aperfeiçoamento. Outro ponto a ser considerado é a expectativa de que os custos de fretes aéreos sejam cada vez mais reduzidos, através do desenvolvimento tecnológico e da procura maior do mercado internacional por este meio de transporte. Há certas limitações para o uso deste modal comparado ao marítimo, como o tamanho, o peso, a quantidade a ser transportada e a o frete relativamente alto em comparação com os outros modais.

O Airway Bill (Conhecimento de embarque) é o documento mais importante do transporte e na hora do desembaraço da mercadoria deverá ser apresentado a Receita Federal e depois do desembaraço precisa ser entregue a INFRAERO para poder coletar a mercadoria. Existem na verdade dois tipos de documento o Master

Airway Bill (MAWB) que é de agente para agente de cargas e o House Airway Bill

(HAWB) que é do exportador ao importador.

Keedi e Medonça (2000, p. 169 e 170), explica melhor cada um dos documentos:

AWB – conhecimento aéreo que cobre uma determinada mercadoria, embarcada individualmente numa aeronave, sendo emitido diretamente pela empresa aérea para o exportador.

MAWB – É um conhecimento emitido pela companhia aérea, para cargas/expedições consolidadas, para o agente de carga. Este conhecimento é denominado Master – Mãe, e representa a totalidade da carga recebida pelo agente e entregue para o embarque, e que permanece com ele, não chegando aos embarcadores.

HAWB – É o conhecimento aéreo emitido pelo agente de carga, relativo a uma carga que tenha sido objeto de uma consolidação. É denominado House – Filhote, e normalmente são emitidos vários destes conhecimentos para cada Master. A soma dos HAWB será igual ao MAWB.

Assim sendo, será apresentado a Receita o House original e a cópia do

Master, para poder concluir com o desembaraço aduaneiro. A apresentação

documental só será feita após o registro da DI e parametrização fiscal, que informará o canal.

2.3.7.5 Agente de Carga

Keedi e Medonça (2000, p. 154) explicam que os agentes de carga “são as empresas de ligação entre as companhias aéreas e os usuários do transporte aéreo. Este intermediário é denominado de agente de carga e pode ser ou não autorizado a operar pela IATA”. Ainda de acordo com os autores, “os agentes de carga exercem um papel muito importante no transporte aéreo”(KEEDI E MENDONÇA, 2000). Assim sendo são responsáveis por contratar o transportador e a emissão do conhecimento de embarque aéreo (AWB – Airway Bill) e cobrar o frete internacional.

De acordo com Keedi e Medonça (2000, p. 155) os agentes de cargas ainda auxiliam diretamente os usuários, “bem como as empresas aéreas, fazendo a ligação entre os dois interessados no transporte. Podem obter para os embarcadores informações quanto aos vôos, empresas, rotas, disponibilidade de espaço em aeronaves e frete”. Sendo assim, o agente de carga fica responsável por passar ao importador à informação do valor do frete internacional, a melhor rota, a previsão de chegada da mercadoria no Brasil etc.

No documento Assessoria em comércio exterior (páginas 30-36)

Documentos relacionados