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Anos 70 até à criação da ANEFA

3.5 Modelo de Operacionalização proposto

Desta conceptualização resultou o presente modelo, que afere as competências de LE nas duas vertentes, oral e escrita. De salientar que esta aferição é feita já em fase de reconhecimento de competências, ou seja, quando já existe frequência das sessões de processo de RVCC.

A primeira componente avaliada é a oral. Esta avaliação ocorre geralmente no 1º mês após o início do processo de RVCC e consiste na realização de uma entrevista com o formador de Língua Estrangeira. A mesma é individual e tem a duração aproximada de 30 minutos.

As questões abordadas, como foi referido anteriormente, incidem nas áreas de “Saúde” e “Saberes Fundamentais”. Inicialmente, o formador faz algumas questões de forma a obter informação pessoal (nome, idade, área de residência, constituição do agregado) e que servem de “desbloqueador” de conversa.

As restantes estão mencionadas no Quadro V74. De salientar que foram privilegiadas questões de natureza fechada, tendo em conta a complexidade dos temas abordados75

Esse primeiro momento serve também para determinar se o candidato tem/ou não competências em LE. Se é verificado um défice a esse respeito é recomendado que faça formação complementar, UFCD´s

na área de “Saúde”.

76 em LE. Se tal não suceder, o candidato é sinalizado para

certificação parcial. É ainda um momento importante para confrontar na prática o candidato com as suas lacunas 77

O nível mínimo de proficiência para obter um parecer favorável foi definido, pela equipa do CNO, como sendo o A2

, a nível de competências de LE.

78

O Quadro VI

(nível do Quadro Europeu de Referência para as Línguas). A este respeito, definiu-se internamente (no CNO) que um candidato que não tenha competências em LE é aquele que “não se conseguiu fazer compreender, nem compreender o que é dito, que não conseguiu fazer passar a mensagem oral”.

79

74 Quadro V-Operacionalização das competências em Língua Estrangeira-Vertente Oral-Guião de entrevista.

diz respeito à operacionalização da componente escrita e surge sob a

forma de actividades que o candidato deverá realizar à medida que vai elaborando o seu PRA, em função também dos domínios de referência que escolhe abordar em cada núcleo gerador. Estas propostas não são rígidas e o candidato é livre de fazer sugestões que

75 Higiene e Segurança no Trabalho, terapias médicas alternativas.

76Unidades de Formação de Curta Duração, que constituem os actuais referenciais de formação. Designadas ainda por

Unidades de Competência no âmbito do Catálogo Nacional de Qualificações.

77 É frequente na fase de diagnóstico, em entrevista com o Técnico de Diagnóstico e Encaminhamento, os candidatos

sobrevalorizarem as suas competências em LE porque sabem à partida que um défice nessa área pode levar a um encaminhamento para um curso de Educação e Formação de Adulto ou a uma certificação parcial.

78 No Quadro Europeu de Referência para as Línguas, corresponde ao 2º grau do Nível Utilizador Elementar. 79 Quadro VI-Operacionalização das competências em Língua Estrangeira-Vertente Escrita.

considere pertinentes. A grelha de operacionalização é dada no início da descodificação do referencial de Cultura, Língua e Comunicação. Nesse momento é pedido ao candidato que mapeie as actividades escritas de LE que desenvolve, através da respectiva colocação, em documento facultado pelo Profissional de RVC, do número da página do PRA. O nível O nível mínimo de proficiência para obter um parecer favorável foi definido como sendo o B180

Na recta final do processo, após o Formador de CLC determinar os núcleos geradores e domínios de referência que o adulto irá validar e consequentemente certificar, o profissional verifica a concordância com actividades desenvolvidas em Língua Estrangeira. Se houver um correcto emparelhamento, faz chegar as actividades ao formador, que as corrige (verifica a adequação da estrutura gramatical e ortográfica) e são posteriormente devolvidas ao adulto, que as irá integrar no seu Portefólio Reflexivo de Aprendizagem.

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3. 6 Críticas ao modelo

Não obstante o rigor contemplado na criação do modelo apresentado não tenho dúvidas que subsistem alguns aspectos menos bem conseguidos. O facto da aferição da componente escrita não ser feita in loco é um deles. Tal constrangimento resulta da diminuta carga horária semanal que os formadores de Língua Estrangeira têm de actividade no nosso CNO, 6 horas semanais. Contudo, devemos ressalvar que obedece à metodologia inerente à realização dos portefólios, em que a totalidade do trabalho desenvolvido pelo adulto é realizada extra-sessões de reconhecimento.

Em relação à aferição da componente oral, realizada em entrevista, podemos apontar que neste primeiro momento não temos ainda a real noção dos domínios de referência que o candidato irá validar na área de CLC, portanto avaliamos todos em que a evidência da oralidade se coloca, ainda que por excesso, porque consideramos que o candidato terá que se pronunciar oralmente sobre várias temáticas (pressuposto do Referencial).

Outra questão pertinente foi a dificuldade em definir internamente o nível mínimo de conhecimentos de LE requerido para determinar a necessidade de formação complementar. O facto da Agência Nacional para a Qualificação não ter definido, e recusar-se a definir, um nível de proficiência, por considerar que tal seria uma prática muito escolarizada (posição defendida num encontro inter-CNO´s81) leva a que cada CNO tenha de encontrar o seu “ponto de equilíbrio”.

Não obstante ter sido definido como nível mínimo o A2, temos a plena consciência que tal não vai ao encontro do que é sustentado na apresentação das competências gerais de CLC que incluem Língua Estrangeira. A razão deste nivelamento “por baixo” prende-se com o facto de um nível de proficiência superior ser factor condicionante no acesso a uma certificação total de nível secundário. Ou seja, à excepção de uma pequena minoria, todos os candidatos necessitariam de formação complementar em LE ou alcançariam uma certificação parcial. A escolha para a entrevista apenas dos núcleos geradores onde a oralidade surgia referida no referencial82