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Após o desenvolvimento de algumas etapas do processo de pesquisa, uma reavaliação do fenômeno nos remeteu a uma nova escolha de variáveis, o que resultou na elaboração de um novo modelo pra nossa pesquisa.

Antes de conhecermos a turma de 6º ano, na qual iríamos desenvolver o nosso projeto de pesquisa, realizamos uma reunião com a professora de Matemática dessa classe e a coordenadora pedagógica da escola, com o intuito de termos uma noção de como seria a turma. A pedagoga nos relatou que “os alunos que estão se matriculando no 6º ano na escola, estão chegando cada vez mais imaturos e com grande dificuldade em Matemática. Essa classe, em particular, além da imaturidade, tem muita dificuldade em conteúdos básicos, que são pré- requisitos para a série em que [os alunos] estão, como, por exemplo, as operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão) e, quando [se] fala em divisão, eles nem tentam [fazer as atividades propostas]”. A professora afirmou que “realmente a operação de divisão é um problema para eles resolverem, e se for com dois ou três algarismos [no divisor] ou em forma de um problema que envolve a divisão, pior ainda, pois no problema eles não conseguem interpretar direito o que se pede no enunciado e param na primeira tentativa”.

Ao perguntarmos sobre o uso do material manipulativo nas aulas de Matemática, para auxiliar no entendimento das atividades, a professora disse: “já tentei, mas eles são muito danados, não param sentados e, então, não usei mais”.

Durante essa reunião, agendamos duas aulas de 55 minutos para levarmos para a turma alguns problemas sobre as quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão). Os objetivos foram observar quais caminhos os alunos utilizariam para resolver os problemas e quais seriam os conhecimentos prévios necessários dessa turma em relação a esse conteúdo.

Isso corrobora com o que prega os PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática:

[...] é fundamental que o professor, antes de elaborar situações de aprendizagem, investigue qual é o domínio que cada criança tem sobre o assunto que vai explorar, em que situações algumas concepções são ainda instáveis, quais as possibilidades e as dificuldades de cada uma para enfrentar este ou aquele desafio (BRASIL, 2000, p. 63).

A primeira aula agendada ocorreu no dia 26 de maio de 2015, no 3º horário9 de aula, com 19 alunos presentes. Chegamos à turma, conversamos com eles sobre o nosso projeto, do que se tratava e como seria desenvolvido, etc. Então, distribuímos uma lista com seis questões extraídos de livros didáticos de 4º ano do Ensino Fundamental (seção 3.2.4). Pedimos a eles para resolver da forma que achassem melhor, mas sem pedir ajuda a mim ou à professora.

A maioria dos presentes reclamou dos dois problemas de divisão que estavam na lista. Alguns comentários surgiram durante a resolução das atividades como, por exemplo, “eu não vou fazer essa conta de dividir... não sei isso... é muito difícil tio”; “esse problema é de dividir ou de menos?”; “divisão é muito difícil... eu não sei isso não”; alguns chamavam a professora: “tia... tia... me ajuda aqui”. Sem contar os que tentaram e erraram, dez deixaram as duas questões em branco. As outras quatro questões, alguns acertaram e outros as resolveram parcialmente.

A segunda aula agendada ocorreu no dia 28 de maio de 2015, no último horário de aula da turma, com 17 alunos presentes. Nessa ocasião, levamos uma lista com oito operações, sendo que duas delas eram de divisão. Uma, tinha no divisor um algarismo e a outra, dois algarismos. Ao distribuir a lista, repetimos para eles o que havíamos dito na primeira aula, para resolver como quisessem e sem nossa ajuda. E a história se repetiu. “Conta de dividir de novo... eu não sei isso não tio!”, bradou um no fundo da sala quando se deparou com uma das operações de divisão. A operação que tinha um algarismo no divisor, a maioria deles deixou em branco ou errou; já a operação que tinha dois algarismos no divisor, todos erraram ou deixaram em branco. Quanto às outras operações, a maioria acertou ou acertou parcialmente.

Para conhecer a professora de Matemática da turma, marcamos uma data para conversarmos na escola, num horário que coincidisse com o seu planejamento. Preparamos um roteiro de entrevista, contemplando questões sobre sua formação, tempo de trabalho e experiência no Ensino Fundamental, qual sua percepção sobre a classe em que iríamos desenvolver o projeto, etc. (seção 3.2.3).

No decorrer da entrevista ela demonstrou preocupação com o tempo que sobraria para trabalhar divisibilidade após o término da nossa pesquisa. Então, nos fez a proposta para desenvolvermos o projeto de pesquisa incluindo esse tópico todo, visando não prejudicar o

plano de ensino para o trimestre letivo10, ora planejado por ela, baseado no livro didático adotado pela escola e respaldado pela equipe pedagógica.

Diante da situação exposta pela professora e analisando o transtorno que seria para ela atrasar o seu conteúdo trimestral, ter que modificar seu plano de ensino, conduzir a turma com dois assuntos diferentes ao mesmo tempo e, também, levando em consideração os relatos dela e da pedagoga da escola a respeito da turma e o resultado das atividades diagnósticas aplicadas, decidimos mudar o nosso Fenômeno de Interesse para ensino e aprendizagem de divisibilidade, através da Resolução de Problemas no 6º ano do Ensino Fundamental.

Desta forma, o nosso Modelo Preliminar sofreu uma mudança considerável e passou a ser chamado Modelo Modificado, como mostra o fluxograma, Figura 4, com as modificações destacadas em negrito.

Figura 4 - Fluxograma do Modelo Modificado da Pesquisa

Escola pública escolhida

para desenvolver a

pesquisa:

EEEFM ”Professor Elpídio Campos de Oliveira” Entrar em contato com a direção da escola escolhida Conversar com os professores de Matemática que trabalhavam no 6º ano do Ensino Fundamental na escola escolhida, sobre a pesquisa pretendida

Escolha do(a) professor(a), turma e turno onde seria aplicado o Plano de Trabalho

Criação de um Plano de Trabalho para o ensino e aprendizagem de divisibilidade, através da Resolução de Problemas, no 6º ano do Ensino Fundamental

Aplicação do projeto, em sala de aula, na escola escolhida

Termo de compromisso

Conclusões

Coletar evidências ocorridas durante a aplicação do projeto

Analisar as evidências Autorização

Unidade temática: Divisibilidade Metodologia alternativa de ensino:

2.4 RELAÇÃO DO FENÔMENO DE INTERESSE E MODELO MODIFICADO COM

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