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3.2 PROCEDIMENTOS AUXILIARES EM AÇÃO

3.2.6.3 Uma metodologia de trabalho para sala de aula

Para nossas aulas, as atividades selecionadas que compuseram o nosso plano de ensino foram, na sua maioria, situações-problema propostas, pois escolhemos para desenvolver o nosso trabalho em sala de aula a metodologia alternativa Resolução de Problemas.

Não é o propósito desse estudo dar uma receita pronta para o ensino mas, apresentar uma forma diferenciada de trabalhar Matemática, pois acreditamos que a Resolução de Problemas pode desenvolver nos alunos competências e habilidades necessárias para avançar na busca de novos conhecimentos.

Contudo, ao planejar uma aula utilizando essa metodologia, concordamos com Onuchic (1998), quando evoca ser fundamental o professor refletir sobre algumas questões, tais como:  Isso é um problema? Por quê?

 Haverá necessidade de se considerar problemas menores (secundários) associados a ele?

 Para que séries você acredita ser este problema adequado?

 Que caminhos poderiam ser percorridos para se chegar à sua solução?  Como observar a razoabilidade das respostas obtidas?

 Você, como professor, teria dificuldade em trabalhar este problema?

 Que grau de dificuldade você acredita que seu aluno possa ter diante desse problema?  Como relacionar o problema dado com aspectos sociais e culturais?

Além disso, Allevatto e Onuchic (2014, p.44-46) elaboraram um roteiro contendo uma sequência de 10 etapas:

1. Proposição do problema – Seleciona ou elabora um problema e denomina-se de

problema gerador.

2. Leitura individual – Distribuir uma cópia impressa do problema para cada aluno

e solicitar a leitura do mesmo.

3. Leitura em conjunto – Distribuir a turma em pequenos grupos e, solicitar uma

nova leitura do problema.

4. Resolução do problema - A partir do momento em que o aluno entendeu o

problema tenta resolver, em grupo, permitindo assim a construção de conhecimento sobre o conteúdo que o professor planejou para aquela aula.

5. Observar e incentivar – Nesse momento, o professor muda de transmissor do

conhecimento para o de observador, organizador, consultor, mediador, interventor, controlador, incentivador da aprendizagem.

6. Registro das resoluções na lousa - Anotar os resultados obtidos pelos grupos

quer sejam certo ou errado e aqueles feitos por diferentes caminhos.

7. Plenária – Assembleia com todos os alunos. Como todos trabalham sobre o

problema dado, estão ansiosos quanto a seus resultados, dessa forma, participam.

8. Busca do consenso – Após discussões, e sanadas as dúvidas, o professor

juntamente com os alunos tentam chegar a um consenso.

9. Formalização do conteúdo – Faz-se uma síntese daquilo que se objetivava

“aprender” a partir do problema gerador. São colocadas as devidas definições, identificando propriedades, fazendo demonstrações, etc.

10. Proposição e resolução de novos problemas – Nesta etapa, após a

formalização do conteúdo, propõem-se novos problemas para fixação de aprendizagem. Ademais, o professor, através dessa última etapa, pode consolidar aprofundar e ampliar conhecimentos construídos nas etapas anteriores, sobre determinado tema ou tópico matemático.

Podemos perceber que ao desenvolver um trabalho em sala de aula através da Resolução de Problemas, esse processo permite ao professor recuperar conhecimentos prévios dos alunos,

aprofundar e ampliar o entendimento desses alunos sobre determinado conceito ou conteúdo matemático.

Segundo Onuchic & Allevato (2005), para Van de Walle (2001) para o bom desenvolvimento de uma aula, é preciso que o professor esteja atento para as seguintes etapas referentes ao momento em que os alunos trabalham na resolução do problema: antes, durante e depois. Além disso, ele é o responsável para criar e manter um ambiente agradável, onde o aluno se sinta estimulado para a aprendizagem.

Para a primeira etapa, a antes, Van de Walle (2001), citado pelas autoras supracitadas descreve as seguintes tarefas a serem realizadas: (i) o professor deve verificar se os alunos estão preparados para receber a atividade; (ii) estar seguro de que todas as expectativas estabelecidas para a tarefa estão claras. A primeira etapa começa com o planejamento, desenvolvido fora da sala de aula. Consoante com Herminio (2008), o professor pode, entre outros, seguir os seguintes passos:

 Fazer uma programação para o desenvolvimento do trabalho, com foco na sala de aula;

 Selecionar o(s) problema(s), tendo em vista a construção de novos conceitos e novos conteúdos matemáticos;

 Selecionar as estratégias ou recursos que poderão ser utilizados na resolução do problema selecionado;

 Fazer a resolução detalhada, selecionando diferentes caminhos para se chegar à solução;

 Levantar questões para estimular os alunos à discussão e à exploração do problema durante a plenária;

 Pensar na formalização.

De acordo com as referidas autoras, Van de Walle (2001), na segunda etapa, durante, é a da resolução do problema por parte do estudante. Nessa, os alunos trabalham e o professor observa, incentiva-os, motiva-os, escuta-os, atende-os sem dar respostas imediatas; acompanha como os diferentes alunos ou grupos estão pensando, que ideias eles estão usando, e como eles estão abordando o problema. Enfim, dar-lhes a oportunidade de usar suas próprias ideias, ao invés de simplesmente seguir fórmulas prontas.

Segundo, ainda, essas mesmas autoras, para Van de Walle (2001) é na fase depois que a melhor aprendizagem ocorre, pois nela o professor aceita a resposta dos estudantes e conduz a discussão enquanto os mesmos justificam seus resultados e métodos. Esse não é um tempo de verificar se as respostas estão certas ou erradas, mas para a classe socializar ideias; é o momento da plenária e formalização de conceitos.

Para isto, Herminio (2008) sugere, dentre outras, as seguintes situações:

 O Professor é o orientador de questionamentos que foram pré-programados;

 Os alunos participam também com questionamentos próprios e devem ser ouvidos em todas as suas dúvidas numa participação ativa e respeitosa;

 A busca de um consenso é de suma importância nesse momento. A discussão organizada constitui-se numa parte riquíssima para tal situação;

 Formalização dos novos conceitos e conteúdos que foram construídos ao longo da resolução desse problema, dando-lhes significado.

Assim, conforme Onuchic (1999, p. 208), o ponto chave de nosso interesse em trabalhar o ensino e aprendizagem de Matemática através da Resolução de Problemas apoia-se “na crença de que a razão mais importante para esse tipo de ensino é a de ajudar os alunos a compreender os conceitos, os processos e as técnicas operatórias necessárias dentro do trabalho feito em cada unidade temática”.

A partir desse momento, elaboramos um roteiro de atividades para serem desenvolvidas junto aos alunos da turma pesquisada.

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