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O modelo proposto permitirá uma análise mais detalhada da capacidade de criação de conhecimento organizacional por meio das inter-relações dimensionais. Para isso aplicam-se a este modelo os conceitos da Lógica Fuzzy. O foco deste modelo é apresentar um parecer sobre o estado de criação do conhecimento de uma empresa, bem como os níveis em que a capacidade de criação de conhecimento, na empresa, se destaca, conforme seu core business, ou seja, a área de concentração de suas atividades comerciais.

4.3.1 Escopo do modelo avaliativo

A especificação funcional deste modelo está pautada na arquitetura dimensional holística estabelecida na Figura 4.2. Na medida em que um fluxo de energia percorre por toda a estrutura da árvore, interagindo com as diferentes sefiroth, denominadas neste trabalho para o campo da organização de dimensão, este fluxo se materializa, passando da energia mais sutil, iniciada na sefirah 1, para a energia mais densa na sefirah 10. Subjacente a este fluxo, há uma inter-relação entre as sefiroth que são interligadas pelos vinte e dois canais que interconectam toda a estrutura.

Os canais possibilitam que diferentes sefiroth ou dimensões tenham relações diretas e indiretas. Assim, para que se possa avaliar a capacidade de criação de conhecimento organizacional de uma empresa é necessário primeiro levantar os pontos importantes dentro de cada dimensão levantada na pesquisa. Esses pontos ou premissas devem expressar, dentro da dimensão analisada, situações que aconteçam na prática da empresa e que promovam a criação de conhecimento organizacional por meio daquela dimensão. Esta estimativa deve ser valorada por um gestor com amplo conhecimento do negócio e visão sistêmica do negócio, pois envolvem questões abstratas do dia a dia organizacional.

Desta forma, um instrumento avaliativo foi desenvolvido para expressar em cada dimensão, premissas que pudessem ser valoradas pelos gestores indicando se aquela situação acontece numa escala de zero a dez em sua empresa. Sendo assim, foram definidos 128 itens de análise distribuídos nas onze dimensões do instrumento avaliativo. Após o preenchimento deste instrumento é possível iniciar a análise dos dados da empresa consultada com a implementação da ferramenta Fuzzy, que será detalhada na seção 4.4 deste capítulo. A seguir são descritas a lógica do modelo avaliativo.

4.3.2 Funcionalidade do modelo avaliativo

Ao se obter os dados da empresa consultada, por meio do instrumento avaliativo, deve-se obter a média para cada dimensão do instrumento avaliativo. Estas médias servirão de entradas na ferramenta Fuzzy. Os valores estimados pelo gestor/diretor é uma estimativa da realidade da empresa. Na prática organizacional, os gestores não conseguem estimar um valor na inter-relação entre diferentes dimensões, tais como, cultura organizacional versus capacidade de absorção, ou aprendizagem organizacional versus capital intelectual. Os valores estimados são crisps, ou seja, pertencentes apenas a uma dimensão.

O uso da ferramenta Fuzzy, para o tratamento dos dados, permite a criação de regras para inferência dos diferentes valores de entrada. As médias das dimensões são esses valores de entrada. E como a arquitetura holística tem muitas possibilidades de interconexão, a formulação das regras permite que essas interconexões sejam consideradas e estimadas, resultando num valor de saída. O valor de saída pode ser definido, então, como a capacidade de criação de conhecimento na dimensão. Os valores de entrada, ou seja, as médias de cada dimensão, ao passarem pela inferência do motor Fuzzy resultarão em valores de saída.

Serão definidas onze entradas e dez saídas. As onze entradas se referem as dimensões - Espaço-tempo Organizacional-ET, Cultura Organizacional-CO, Aprendizagem Organizacional-AO, Cognição Organizacional-CgO, Capital Intelectual-CI, Processos e Rotinas-PR, Fluxo de Comunicação-FC, Ontológica-Otl, Epistemológica-Ept, Capacidade de Absorção-CA, e Axiológica-Axl). E as variáveis de saída são as dimensões - Cultura Organizacional-CO, Aprendizagem Organizacional-AO, Cognição Organizacional-CgO, Capital Intelectual- CI, Processos e Rotinas-PR, Fluxo de Comunicação-FC, Ontológica-Otl, Epistemológica-Ept, Capacidade de Absorção-CA, e Axiológica-Axl.

A dimensão Espaço-tempo organizacional-ET será definida apenas como valor de entrada por representar uma consciência primordial. As premissas pertencentes a esta dimensão expressam de forma inconsciente como o conhecimento organizacional é tratado, utilizado e compartilhado, refletindo nas demais dimensões.

A composição das regras refere-se as possibilidades de interconexão na arquitetura holística, onde a energia pode fluir livremente por toda a estrutura. A interação dada pelas regras possibilita uma saída arrojada, ou seja, otimizada pela interação entre as diferentes dimensões. Os valores resultantes, das inter-relações por meio das

regras, para cada dimensão de saída será então, a capacidade de criação de conhecimento que cada dimensão estabelece. Quanto aos níveis de conhecimento coginitivo, emocional e comportamental que a Figura 4.2 apresenta, bem como as sete camadas da construção do conhecimento são possibilidades em que os escores de saídas (Desfuzzyficação) poderão resultar. Para verificar os níveis de criação de conhecimento cognitivo, basta somar os escores das dimensões de saída CO, Ao e CgO e extraír a média para resultar na capacidade de conhecimento cognitivo da empresa analisada, e assim com os demais níveis.

Como as regras fazem parte da parametrização da modelagem Fuzzy, seão detalhadas na próxima seção.