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AO MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA CO

-MARCA M, ESTADO Y. (10 linhas)

JORGE, estado civil, mecânico, domicílio e residência, endereço eletrôni-co, CPF e RG, por seu advogado, instrumento de mandato em anexo, com escritório na..., vem perante V. Exa., com fundamento no art. 37, §6º da CF c/c, 43 do Código Civil, propor AÇÃO PELO RITO COMUM, contra o ESTADO Y,

pessoa jurídica de direito público interno, com sede na..., CNPJ, pelos fatos e

fundamentos jurídicos abaixo:

DOS FATOS

O Autor trabalhava como mecânico na Cidade M, tendo sido preso por engano pela polícia militar do Estado Y.

Ocorre que, mesmo sendo inocente, Jorge permaneceu preso por 10 anos até que o Diretor do presídio estadual, revendo a situação de cada preso, per-cebeu que o processo penal instaurado contra si resultou na sua absolvição,

constatando que este, de fato, não havia praticado qualquer crime.

Nesse período, o Autor naturalmente não pode exercer suas atividades laborais e ainda ficou cego de um dos olhos em razão de uma “batida” rea -lizada pela polícia militar durante uma rebelião do presídio em que estava

encarcerado, além de ter sido queimado também durante uma rebelião, fi -cando com marcas irreversíveis por todo o corpo.

Patente a responsabilidade do Réu quanto aos danos sofridos pelo Autor, consoante a seguir demonstrado.

É o que se verá a seguir.

DO DIREITO

O ordenamento jurídico pátrio garante, além do direito à vida, a

integri-dade física e moral aos presos, consoante disposto no art. 5º, inciso XLIX, da

CRFB, “in verbis”:

“Art. 5º [...] XLIX – É assegurado aos presos o respeito a integridade física e moral”

Por sua vez, a Carta Magna, no art. 37, §6º, fixa as balizas da responsabili

-dade do estado por atos que seus agentes, nessa quali-dade, praticam contra

“Art. 37 [...] §6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re-gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.

A seu turno, o Código Civil repete, no seu art. 43, a norma acima referi-da, estabelecendo a responsabilidade das pessoas jurídicas pelos danos que seus agentes causam a terceiros.

No caso dos autos, o Autor sofreu danos, não apenas em razão da

pri-são ilegal sofrida, ficando impedido de exercer suas atividades laborais, mas também por ter ficado cego e ter sido queimado dentro do estabelecimento

prisional, enquanto se encontrava sob a custódia e direta proteção do Réu.

Cumpre registrar que o caso dos autos configura típico erro judiciário,

decorrendo, também por isso, na responsabilidade do Estado, na medida em

que o Autor foi preso por engano, já que não praticou qualquer crime, con -forme processo penal contra si instaurado.

Nesse diapasão, institui o art. 5º, LXXV, da CRFB, abaixo transcrito: “Art. 5º [...] LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;”

Patente, pois, o nexo de causalidade entre a conduta do Réu, ao prender indevidamente o Autor, e os danos materiais sofridos, correspondente ao

período em que, preso, ficou impedido de exercer sua atividade laborativa, a

resultar no dever do Estado em repará-los.

Por outro lado, cumpre ressaltar que o Autor tem direito, também, ao

ressarcimento por danos morais e estéticos em valores independentes, con -forme jurisprudência sumulada no Colendo STJ:

“Súmula 387. É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.”

DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer a V. Exa.:

a) a designação de audiência prévia de conciliação;

b) a citação do Réu, na pessoa do seu representante judicial, qual seja o Procurador geral do Estado, para contestar a ação, sob pena de aplicação dos efeitos de revelia;

c) a procedência dos pedidos, para condenar o Réu a ressarcir o Autor dos

danos materiais, morais e estéticos sofridos, no valor a ser estipulado por

esse MM. Juízo e apurados em posterior liquidação;

d) a condenação do Réu nos ônus da sucumbência, notadamente

e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especifi -camente documental;

f) a juntada dos documentos em anexo. Dá a causa o valor de...

P. deferimento. Local..., data... Advogado... OAB...

B) PEÇA PROFISSIONAL

Expedito é catador de lixo e encontrou próximo a uma usina nuclear um material brilhante. Sem saber que se tratava de um material radioativo, Expedito o levou para casa e no mesmo dia precisou ser internado com fortes dores. Constada sua contaminação em razão do contato com o referido material radioativo e a necessi-dade de um tratamento contínuo com medicamentos de alto custo não fornecido pelo Poder Público, Expedito encaminhou pedido de reparação à União, que, me-diante parecer exarado pelo Advogado da União competente, negou o pedido, ao entendimento de que Expedito foi culpado ao pegar no lixo o material radioativo, configurando a sua culpa exclusiva. Inconformado, Expedito procura um advoga-do para buscar a satisfação de seus direitos. Faça a peça apropriada.

Espelho de correção:

Item Pontuação

(faixa de valores)

Qualificação das partes: (0,25 para cada item)

EXPEDITO / UNIÃO FEDERAL / pessoa jurídica de direito público interno

0 / 0,25 / 0,50/ 0,75

Ação pelo rito comum 0 / 0,25

Narrativa lógica e coerente dos fatos (causa de pedir remota / causa

Item Pontuação (faixa de valores)

Fundamentação para a pretensão indenizatória (0,5 para cada item) 1. Responsabilidade extracontratual do Estado com base no art. 37, § 6º, da CRFB

2. Responsabilidade extracontratual do Estado com base no art. 43, da CC

3. Menção a tratar a hipótese de teoria do risco integral, não se admitindo a oposição de excludente de responsabilidade, decorrente de dano nuclear, com base no art. 21, XXIII, “d”, da CRFB

4. Indicação da presença do nexo de causalidade entre a conduta (omissão e os danos sofridos)

0 / 0,50 / 1,00/ 1,50 / 2,00

Pedidos (0,25 para cada item)

1. Requerimento de citação da União, na pessoa de seu representante judicial (Advogado da União)

2. Procedência do pedido para condenar a União a indenizar o autor pelo prejuízo material e moral, assim como a custear o tratamento com os medicamentos de alto custo de que necessita o Autor 3. Requerimento de produção de provas documental

4. Condenação em honorários sucumbenciais

0 / 0,25 / 0,50/ 0,75 / 1,0

Atribuição de valor à causa 0 / 0,50

Modelo de Peça Profissional

AO MERITÍSSIMO JUÍZO FEDERAL DA VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO

ESTADO...

(10 linhas)

EXPEDITO, estado civil, profissão, domicílio e residência, endereço ele -trônico, CPF e RG, por seu advogado, instrumento de mandato em anexo, com escritório na..., vem perante V. Exa., com fundamento no art. 37, §6º da CF c/c, 43 do Código Civil, propor AÇÃO PELO RITO COMUM contra a UNIÃO,

pessoa jurídica de direito público interno, com sede na..., CNPJ, pelos fatos e

fundamentos jurídicos abaixo:

DOS FATOS

O Autor é catador de lixo e encontrou próximo a uma usina nuclear um material brilhante.

Sem saber que se tratava de um material radioativo, o Autor o levou para

Constada sua contaminação em razão do contato com o referido material

radioativo e a necessidade de um tratamento contínuo com medicamentos de alto custo não fornecido pelo Poder Público, o Autor encaminhou pedido

de reparação à União.

Ocorre que, mediante parecer exarado pelo Advogado da União compe-tente, a Ré negou o pedido, ao entendimento de que o Autor foi culpado ao

pegar no lixo o material radioativo, configurando a sua culpa exclusiva.

Patente a procedência da presente ação, consoante se demonstrará a se-guir.

DO DIREITO

O ordenamento jurídico pátrio estabelece a responsabilidade do estado

por atos que seus agentes, nessa qualidade, praticam contra terceiros.

É o que se vê da norma do art. 37, §6º da CF, “in verbis”:

“Art. 37. [...]

§6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado presta -doras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.

Por sua vez, o Código Civil, repetindo a norma acima referida estabelece,

“literis”:

“Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.”

No caso dos autos, o Autor sofreu danos em razão da atividade nuclear desenvolvida pela Ré, que não efetivou corretamente o descarte do material radioativo, restando patente o seu dever de reparar pelos danos observados.

Cumpre registrar que o caso dos autos configura dano decorrente de ati -vidade nuclear, prevalecendo a teoria do risco integral, de modo que não se admite a oposição de excludente de responsabilidade decorrente de

hipoté-tica culpa exclusiva da vítima, de modo que não se afigura idônea a justifica

-tiva apresentada pela Ré para negar o pedido formulado pelo Autor na via administrativa.

Nesse diapasão, institui o art. 21, XXIII, “d”, da CRFB, abaixo transcrito: “Art. 21. Compete à União: [...]

XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e re-processamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: [...]

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;”

Patente, pois, o nexo de causalidade entre a omissão da Ré e os danos materiais e morais sofridos pelo Autor, a resultar no dever da União em repa-rá-los, assim como de pagar o tratamento de que necessita.

DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer a V. Exa.:

a) a designação de audiência prévia de conciliação;

b) a citação da Ré, na pessoa do seu representante judicial, qual seja, o advogado da União, para contestar a ação, sob pena de aplicação dos efeitos de revelia;

c) a procedência dos pedidos, paracondenar a Ré a ressarcir o Autor dos

danos materiais e morais sofridos, estes no valor a ser estipulado por esse

MM. Juízo e apurados em posterior liquidação de sentença, assim como a custear o tratamento com os medicamentos de alto custo de que necessita o Autor;

d) a condenação da Ré nos ônus da sucumbência, notadamente

honorá-rios advocatícios;

e) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especifi -camente documental;

f) a juntada dos documentos em anexo. Dá a causa o valor de...

P. deferimento. Local..., data... Advogado... OAB...

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