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5 RESULTADOS

5.2 ANÁLISE INFERENCIAL: MODELOS DE REGRESSÃO LOGÍSTICA DA

5.2.5 Modelo (D) de regressão logística da qualidade de vida dos pacientes com

As demais variáveis que se mostraram estatisticamente significantes (p-valor ≤ 0,10) para explicar o desfecho qualidade de vida dos pacientes com tratamento finalizado estão apresentadas no quadro 11, juntamente com sua estimativa para o coeficiente do modelo, erro- padrão, p-valor, razão de chances (OR) e intervalo de confiança (IC) para OR.

Quadro 11 - Ajuste do modelo de regressão logística (D) da qualidade de vida dos pacientes com

tratamento finalizado

Variável Coeficiente Erro

padrão p-valor OR

IC para OR (90%)

Muita insatisfação com os dentes ( 1) 2,5490 1,3160 0,0527 12,8000 [-0,593; 15,99]

A equação para o modelo (D) de regressão logística da qualidade de vida no grupo dos pacientes com tratamento finalizado é mostrada a seguir:

� =

(−3,4660 + 2,5490 (

1

))

1 +

(−3,4660 + 2,5490

1

)

A função desvio apresentou um valor de 17,338 (Residual deviance), sendo menor que o valor da distribuição qui-quadrado de referência (2

(0,05, 38) = 53,383), portanto, os resultados

mostram que o modelo é válido quando considerado o teste de adequação global.

No modelo (D), observa-se que assim como no grupo dos pacientes em tratamento, para os pacientes com tratamento finalizado, o sentimento de muita insatisfação com os dentes é fator de risco para o prejuízo na qualidade de vida. Sendo assim, os pacientes que se dizem muito insatisfeitos com os seus dentes apresentam aumento de 12,80 (OR=12,80) vezes

na chance de ter prejuízo na qualidade de vida quando comparados aos pacientes que estão muito satisfeitos, satisfeitos, nem satisfeitos nem insatisfeitos ou insatisfeitos.

Neste modelo (D), pode-se afirmar, por exemplo, que um paciente que está muito satisfeito com seus dentes irá apresentar uma probabilidade de 0,03 de ter prejuízo na qualidade de vida.

A figura 12 é referente à curva ROC do modelo (D) de regressão logística do grupo de pacientes com tratamento finalizado, que teve como área 0,77.

Figura 12 - Curva ROC do modelo (D) de regressão logística da qualidade de vida dos

pacientes com tratamento finalizado

A matriz de contingência do modelo (D) dos pacientes com tratamento finalizado está demonstrada na tabela 23. Para construção da matriz de confusão, foi determinado  = 0,28, que resultou em uma taxa de verdadeiro positivo de 66,67% e de falso positivo de 13,51%. Tabela 23 - Teste de adequação do modelo (D) de regressão logística da qualidade de vida dos

pacientes com tratamento finalizado

Valores observados Valores previstos

Y = 0 Y = 1

Y = 0 32 5

5.3 ANÁLISE INFERENCIAL: MODELOS DE REGRESSÃO LOGÍSTICA DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES NO RELATO DOS PACIENTES E CUIDADORES

Nesta seção serão apresentados os modelos de regressão logística binária para a variável dependente ou desfecho “qualidade de vida”, coletada mediante entrevista com os pacientes e cuidadores utilizando o questionário específico para o câncer. Para efeito desta análise, foram considerados dois grupos, os pacientes que responderam o questionário (n=71) e, o outro grupo em que o questionário foi respondido pelos cuidadores dos pacientes respondentes (n=71). A divisão foi feita objetivando identificar variáveis que podem ser importantes para explicar a qualidade de vida na visão do paciente, mas que não são importantes para a qualidade de vida dos pacientes sob o olhar dos cuidadores, e vice-versa.

5.3.1 Seleção das variáveis

Como nos modelos anteriores, as variáveis foram submetidas ao teste qui-quadrado e as que se mostraram associadas com o desfecho estudado foram selecionadas. O quadro 12 apresenta tais variáveis no grupo dos pacientes, o quadro 13, no grupo dos cuidadores. O nível de significância () adotado foi de 30%.

Quadro 12 - Variáveis associadas à qualidade de vida no relato dos pacientes

Qualidade de vida

Domínios do questionário qualidade de vida:

- Dores e machucados (0,01); - Náusea (0,16);

- Ansiedade frente aos procedimentos (0,18); - Ansiedade frente ao tratamento (0,04)

- Preocupações (0,15); - Dificuldades cognitivas (1x10-5);

- Percepção da aparência física (1x10-5);

- Comunicação (0,02). Demais variáveis: - Município (0,05); - Idade (0,20); - Faixa etária (1x10-5); - Sexo (0,23); - Cor (1x10-5);

- Número de elementos dentários perdidos por cárie (0,06); - Número de pessoas que residem com o paciente (0,04);

- Faixa de renda (0,26);

- Percepção de necessidade de tratamento odontológico (0,16); - Dor de dente nos últimos 6 meses (0,04);

- Qualidade do último atendimento odontológico (0,08); - Dificuldade de comer por causa dos dentes (0,05);

- Incômodo no ato da escovação dentária (0,03); - Deixar de sair por causa dos dentes (0,05); - Ficar nervoso por causa dos dentes (0,01); - Deixar de praticar esportes por causa dos dentes (0,03);

- Dificuldade de falar por causa dos dentes (0,05); - Vergonha de sorrir (0,03);

- Dificuldade para estudar por causa dos dentes (1x10-5);

- Dificuldade para dormir por causa dos dentes (0,05).

Quadro 13 - Variáveis associadas à qualidade de vida no relato dos cuidadores

Qualidade de vida

Domínios do questionário qualidade de vida:

- Dores e machucados (0,19); - Náusea (0,07);

- Ansiedade frente aos procedimentos (0,01); - Ansiedade frente ao tratamento (0,15);

- Dificuldades Cognitivas (0,01); - Percepção da aparência física (0,00).

Demais variáveis:

- Sexo (0,07);

- Número de elementos dentários perdidos por cárie (0,14); - Número de elementos dentários cariados (0,14); - Número de pessoas que residem com o paciente (0,03);

- Número de dormitórios onde reside (0,03); - Grau de escolaridade do cuidador (0,11);

- Faixa de renda familiar (0,06);

- Motivo do último atendimento odontológico (0,12); - Grau de satisfação com os dentes (0,29);

- Incômodo no ato da escovação (0,27); - Ficar nervoso por causa dos dentes (0,04); - Deixar de sair por causa dos dentes (0,21); - Deixar de praticar esportes por causa dos dentes (0,27);

- Dificuldades de falar por causa dos dentes (0,07); - Vergonha de sorrir (0,06);

- Dificuldades para estudar por causa dos dentes (0,06); - Dificuldades de dormir por causa dos dentes (0,10).

Mais uma vez optou-se por construir quatro modelos, sendo dois para cada grupo de pacientes, dois modelos apenas com as variáveis referentes às médias dos domínios do questionário de qualidade de vida: modelos (E) e (G), outros dois com as demais variáveis: modelos (F) e (H). Dessa forma, foram obtidos modelos melhores quando comparado à análise conjunta de todas as variáveis em um único. Os quatro modelos serão detalhados nas subseções seguintes.