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1. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

1.4. Conclusões mais relevantes dos artigos publicados nos principais periódicos brasileiros e

1.4.3. Modelos de QVT

- Necessidade de se dar uma maior ênfase na coleta de dados qualitativos, devido principalmente a algumas divergências que foram encontradas entre a análise quantitativa e a qualitativa (BISPO et al, 2005); (EL-AOUAR; SOUZA, 2003).

- Ampliar o modelo de Hackman e Oldhan incluindo a variável stress, tendo em vista que a presença em grau excessivo das dimensões do trab alho pode também provocar o stress no trabalho (MORAES et al, 1990).

- Parcialidade da eficiência do modelo de Hackman e Oldhan para aplicação ao nível gerencial brasileiro (RODRIGUES, 1989).

- Validação da aplicação do modelo de Hackman e Oldhan entre adm inistradores e estudantes de administração (MORAES; KILIMNIK, 1989).

- Principais fatores determinantes de QVT: o próprio trabalhador, relações interpessoais, colegas, chefe, trabalho, política de administração de RH e a empresa. (SIQUEIRA; COLETA, 1989).

- Modificação no questionário de Hackman e Oldhan (1975), em sua parte que avalia a satisfação com as variáveis contextuais. Constatou -se a necessidade de um maior detalhamento dessas variáveis, por exemplo, no sentido de que seja feita uma discriminação entre segurança no trabalho (quanto a acidentes) e segurança no trabalho (quanto à segurança

no mesmo). Também entre satisfação com o trabalho (quanto ao equilíbrio interno) e satisfação com o salário (quanto ao equilíbrio externo). Além disso, deveria ser agregada a essa parte do questionário a variável satisfação com as condições físicas do ambiente de trabalho, como ruído, calor, ventilação etc (MORAES et al, 1992).

- Recomendação para trabalhos futuros de uma maior utilização de análise qualitativa, procurando-se desta forma eximir qualquer dúvida que possa surgir em uma pesquisa que tenha como maior peso a análise quantitativa (BISPO et al, 2005).

- Recomendação para o desenvolvimento de um instrumento de pesquisa mais flexível, para que características próprias de cada organização ou de cada categoria profissional possam também ser avaliadas; a utilização de mais pesquisas qualitativas, para que a situação identificada nos locais pesquisados possa ser mais bem compreendida (MOURÃO; KILIMNIK; FERNANDES, 2005);

- O instrumento de coleta de dados de QVT utilizado nesse estudo tem sua Parte I composta por questões relativas ao perfil da amostra: dados pessoais, ocupacionais e econômicos. A Parte II, de questões relativas à categoria dimensões básicas da taref a do modelo de Hackman e Oldham (1975), sendo analisadas as variáveis: variedade de

habilidades, identidade da tarefa, significado da tarefa, interrelacionamento, autonomia,

feedback extrínseco e feedback intrínseco. A Parte III, de questões sobre a categoria interação indivíduo-organização, baseadas no modelo de Walton (1973), sendo analisadas as variáveis:

compensação justa e adequada; segurança e saúde no trabalho; oportunidade de uso das capacidades humanas; oportunidade de crescimento profissional; int egração social; constitucionalismo; equilíbrio trabalho e vida; e relevância social do trabalho. A Parte IV aborda a categoria fatores organizacionais e ambientais de acordo com as abordagens de QVT de Westley (1979) e de Werther e Davis (1983). Do modelo de Westley (1979) foram analisadas as variáveis: segurança no emprego, realização profissional, atuação sindical e participação. Do modelo de Werther e Davis (1983) foram analisadas as variáveis: organização escolar, atuação do Governo e interação com outr as instituições. Esse instrumento se revelou adequado à amostra; contudo, propõe-se a inclusão de outras variáveis relacionadas ao contexto atual de trabalho do País, tais como: pressão exercida por parte dos superiores; desenvolvimento cultural; capacidad e produtiva; atendimento aos objetivos individuais; forma de tratamento de conflitos internos; comunicação; complexidade do trabalho; volume de trabalho e políticas de gestão de pessoal. (ADORNO; MARQUES; BORGES, 2005).

- Questiona-se o conteúdo do modelo de Hackman e Oldhan e a forma como busca alcançar a QVT. Sua linguagem, de difícil compreensão para indivíduos com reduzido nível de escolaridade, indica o caráter elitista do instrumento; a falta de clareza observada em algumas questões; a extensão do ins trumento, o que torna a aplicação cansativa; e, por fim, uma concepção que demonstra estar voltada para trabalhadores assalariados e inseridos no mercado formal competitivo, o que traz características da época e da realidade do país (EUA) em que foi desenvolvido o instrumento (CARVALHO; SOUZA, 2003).

- É possível que metodologias de natureza qualitativa sejam mais indicadas a uma situação de trabalho não remunerado, permitindo alcançar indicadores de QVT específicos (CARVALHO; SOUZA, 2003).

- Ficou evidenc iado, quanto ao conteúdo que, dentre os atributos colocados pelos profissionais pesquisados (músicos), dois deles – competitividade e divulgação do trabalho – não estão presentes nos modelos usualmente difundidos no meio acadêmico e aplicados em situações do cotidiano. A competitividade entre pares apareceu como atributo descritivo e valorativo ao passo que a divulgação do trabalho, apenas como atributo valorativo (EL - AOUAR; SOUZA, 2003).

- Foi incluído um item referente à inovação no trabalho, o que condi z com o momento de mudanças no mundo do trabalho e vai ao encontro do que Walton (1973) salientou: a possibilidade de se incluirem novos fatores, em decorrência do contexto (TOLFO; PICCININI, 1998 e 2002).

- Sugere-se o desenvolvimento de um instrumento de pesquisa mais maleável, sendo composto de uma parte “fixa” que abranja aspectos de Qualidade de Vida, Stress e Dados Demográficos; e outra parte variável, de acordo com as peculiaridades da categoria profissional investigada (PAIVA; MARQUES, 1999).

- Há que se ressaltar, todavia, a necessidade do desenvolvimento de modelos de qualidade de vida no trabalho mais aderentes às nossas especificidades culturais, econômicas e sociais. Afinal, é preciso levar em conta que os modelos tradicionais foram desenvolvi dos em realidades significativamente diferentes da qual nos inserimos (SANT`ANNA; COSTA; MORAES, 2000).

- O estudo revela a necessidade de novas pesquisas que visem avaliar até que ponto fatores de contexto (extrínsecos à tarefa) não se têm revelado tão ou mais significativos para a qualidade de vida dos trabalhadores que fatores mais diretamente ligados ao escopo da tarefa; contrariamente ao que se poderia supor com base em trabalhos desenvolvidos por autores

clássicos de QVT, como Herzberg (1968), Nadler e Lawler (1983), Hackman e Oldham (1975), Werther e Davis (1983), dentre outros (SANTANNA; COSTA; MORAES, 2000).

- Se a QVT interfere diretamente na produtividade das empresas, mas seus resultados positivos não são ainda observáveis, fica ressaltada a nec essidade de modelos para a mensuração ou avaliação destes resultados (OLIVEIRA; LIMONGI-FRANÇA, 2005).

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