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Modificações na razão de relevância do fundo partidário para os partidos pequenos

A variabilidade na dependência de recursos públicos que os partidos maiores apresentaram também parece se apresentar entre os pequenos. Nos partidos deste grupo, alguns possuem seus diretório nacionais majoritariamente financiados pelo Fundo Partidário, enquanto que outros têm nestes recursos uma fonte secundária. A tabela abaixo ilustra a diversidade encontrada:

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Tabela 4.3 - Razão de relevância do fundo partidário para os partidos pequenos Partido / RRFP por ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 PCdoB 0,06 0,27 0,27 0,33 0,27 ND ND ND ND ND ND 0,41 0,43 PDT ND 0,92 ND ND 0,92 0,92 0,94 0,97 ND ND ND ND ND PL 0,35 0,92 ND 0,61 0,95 0,7 0,94 ND 0,86 ND ND 0,93 0,2447 PPS 0,19 0,61 ND ND 0,16 0,07 ND ND ND ND ND 0,82 0,95 PSC ND ND 1 0,9 0,76 0,97 0,95 0,87 0,97 ND ND 0,41 0,99 PTB 0,79 0,96 0,96 0,97 1 1 1 ND 1 0,95 ND 0,84 1 PV ND 0,58 ND ND 0,43 0,25 0,26 0,06 0,3 ND ND 0,41 0,9748 Fonte: Elaborado pelo autor baseado nos processos de prestação de contas dos partidos

consultados no TSE A importância que o Fundo Partidário detém no financiamento dos diretórios nacionais dos partidos contidos na tabela 4.3 varia consideravelmente. PCdoB e PV são os partidos menos dependentes. PDT, PTB, PSC e PL são mais dependentes dos recursos públicos, e o PPS apresentou um comportamento um tanto quanto errático, sendo difícil de analisá-lo, uma vez que há somente seis observações. Na maioria dos casos, parece haver um crescimento da importância do Fundo Partidário, mas esta mudança está concentrada no período 1995-1996. A partir de 1996, os valores tendem a se manter razoavelmente estáveis, altos para alguns partidos e reduzidos para outros.

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Esta queda na relevância do Fundo Partidário para o financiamento do PL parece estar muito mais relacionada com o fato deste partido ter se fundido com o PRONA, dando origem ao PR, do que propriamente com um aumento na arrecadação de fundos privados por parte do partido.

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O aparente aumento da relevância do Fundo Partidário para o PV em 2007 pode ser enganosa, uma vez que é baseada unicamente na primeira versão dos documentos contábeis apresentados pelo partido. Em muitos dos anos observados, os primeiros demonstrativos apresentados pelo PV não consideravam a maior parcela do financiamento privado recebido. Tiveram, pois, de ser reconstruídos em diferentes anos, durante o trâmite dos processos de prestação de contas. De fato, a correção de demonstrativos é um expediente até certo ponto comum na prestação de contas dos partidos, mas o caso do PV chama a atenção pelo fato de constantemente terem de ser re-elaborados muitos de seus demonstrativos.

4.5 MODIFICAÇÕES NA RAZÃO DE RELEVÂNCIA DO FUNDO PARTIDÁRIO PARA OS PARTIDOS NANICOS

Conforme diminui a presença dos partidos no Legislativo nacional, reduz-se também a disponibilidade de dados acerca das suas prestações de contas. Há, todavia, ao menos duas razões para tal. A primeira consiste no fato de muitos dos menores partidos serem relativamente novos. Isto diminui o número de observações disponíveis. Além de serem mais jovens, muitos destes partidos passaram por processos de fusão com outros partidos, o que pode ter provocado, especialmente nos anos mais recentes, um esvaziamento das doações de origem privada, ao mesmo tempo em que os repasses do Fundo Partidário persistiam. Em segundo lugar – e este é um ponto bastante importante - os partidos menores, em muitos casos, possuem suas contas rejeitadas pela Justiça Eleitoral. O Partido da Mobilização Nacional - PMN, por exemplo, teve – de um total de sete observações – nada menos do que quatro desaprovadas pelo TSE. E o PMN não é exceção. Muitos dos menores partidos têm suas contas rejeitadas, incorrendo em penalidades que afetam justamente o repasse do Fundo Partidário. Ter as contas anuais rejeitadas significa que as informações prestadas pelo partido não são suficientemente confiáveis para traçar um retrato acurado da realidade financeira do partido, razão pela qual tais contas não possuem utilidade para esta pesquisa.

O quadro abaixo ilustra a dificuldade em se conseguir dados confiáveis para os partidos nanicos, bem como traz os valores da RRFP quando esta é possível de ser calculada com precisão:

Tabela 4.4 - Razão de relevância do fundo partidário para os partidos nanicos Partido / RRFP por ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 PAN ND ND ND 0,52 0,55 0,19 ND ND ND ND ND ND ND PHS ND ND ND ND 0,18 0,3 0,28 ND ND ND ND 0,6 0,93 PMN 0,59 0,45 0,67 0,4 0,18 ND 0,11 ND ND ND ND ND 0,9 PRB ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 0,02 0,88 PRN/PTC ND 1 ND 1 1 1 ND 0,42 ND ND ND ND 0,94 PRONA 0,91 0,7 ND 1 1 1 ND ND ND ND ND ND ND PSOL ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 0,18 0,63 PTdoB 0 ND ND ND 0,5 ND ND ND ND ND ND 0,33 0,88 Fonte: Elaborado pelo autor baseado nos processos de prestação de contas dos partidos

Uma vez que o número de observações é bastante reduzido, é difícil perceber tendências para os diferentes partidos. No entanto, mais uma vez é visível a variabilidade da dependência dos partidos em relação ao Fundo Partidário. Partidos de tamanho aproximado parecem possuir diferentes graus de dependência de recursos públicos em seus orçamentos de diretórios nacionais. Em 1999, por exemplo, PTC e PRONA possuíam todos ou praticamente todos os recursos que financiavam seus diretórios nacionais com origem nos repasses do Fundo Partidário. No mesmo ano, a RRFP para o PAN era de 0,55, para o PHS e o PMN de 0,18 e para o PTdoB, 0,5. Nos outros anos também é possível perceber as expressivas variações entre os partidos dentro de um mesmo período. No entanto, quanto ao incremento da dependência ao longo do tempo, para os partidos nanicos resta um tanto difícil de se fazer tal afirmativa, assim como também inexistem observações suficientes e suficientemente claras para se concluir pelo oposto.

4.6 MODIFICAÇÕES NA RAZÃO DE RELEVÂNCIA DO FUNDO PARTIDÁRIO PARA