• Nenhum resultado encontrado

7. ANÁLISE DOS DADOS

7.10. MOMENTOS DE REFLEXÃO

O término da visita ao Museu de Biologia “Professor Mello Leitão” se deu com o repouso dos alunos na varanda da casa onde morou Augusto Ruschi. O local é conhecido pelos visitantes como o local de observação dos beija-flores, uma vez que as aves vão até este ponto para beber a água com açúcar disponibilizada pelos funcionários do Museu, este costume iniciou com o naturalista. O momento de meditação funcionou para o professor/pesquisador como um levantamento dos resultados pessoais conquistados nos dois dias de visitas e nas cinco turmas atendidas. Portanto, sendo justificado no que Ausubel (2003, p. 184) descreve:

Para que a prática resulte no domínio significativo do material, as únicas condições verdadeiramente essenciais são: (1) a tarefa de aprendizagem ser logicamente significativa; (2) o aprendiz apresentar um âmbito de aprendizagem significativo e possuir as ideias ancoradas necessárias; e (3) o número, distribuição, sequência e organização de experiências práticas estarem em conformidade com princípios empiricamente estabelecidos de aprendizagem e retenção eficiente.

Em determinados momentos da visita ao Museu, o professor/pesquisador precisou fazer uso da repetição dos conceitos, sendo esta ação ainda justificada por David Ausubel (2003), uma vez que este admite a repetição como um método de resistência ao esquecimento. O autor descreve ainda em suas obras a importância de uma base de ancoragem, sendo esta construída pelo professor/pesquisador em suas aulas teóricas e havendo o objetivo de concluir a apreensão dos conceitos durante e após a visita ao Museu.

No período que os estudantes estavam sentados e registrando fotografias das aves que estavam em volta, como mostrado pela fotografia 24, o professor/pesquisador pediu para que os alunos refletissem sobre a importância do naturalista Augusto Ruschi na preservação do espaço que haviam acabado de visitar. Neste momento, a professora regente também realizou um pequeno discurso sobre o impacto positivo

ou negativo que cada pessoa pode ter para o cuidado com o ambiente natural que vivemos.

Fotografia 24 – Momento de repouso e reflexão no espaço de observação dos beija-flores na casa onde morou Augusto Ruschi, o fundador do Museu.

Foto: Isaque Alves Coimbra da Silva

O questionário prévio aplicado aos alunos perguntava sobre a sua ida a algum Museu e o objetivo em realizarmos um levantamento com o número de alunos que já conheciam o conceito de Museu e principalmente o de História Natural ou de Ciências. Sendo assim, a pergunta do questionário pós a intervenção da pesquisa pedia um relato da experiência dentro do Espaço Não Formal de Ensino visitado.

Após a visita foram obtidas resenhas onde a maioria dos estudantes afirmava o contentamento em estar saindo para uma aula fora do ambiente da escola. Essas resenhas incluíram a satisfação em conhecer o ENFE.

Além disso, o professor/professor buscou compreender a impressão dos professores e monitores participantes da pesquisa com a realização de questionários após a mesma. A lista de perguntas feitas para as docentes regentes das turmas está no apêndice E. A professora “A” descreveu o conceito de Educação Formal e Educação Não Formal segundo a sua maneira:

A meu ver, a educação formal é estruturada, obediente ao conteúdo e ao programa escolar pré-estabelecido, seguindo sequências didáticas que nem sempre contemplam os diferentes níveis de aprendizagem ou possibilidades de conhecimento, contudo, é importante para que a teoria seja ferramenta para a prática, para a vivência. [...] a educação não formal é aquela que acontece fora da sala de aula, sendo veiculada por meio de espaços que favoreçam o ensino mais heterogêneo e multinível, como museus, escolas de ciência, observatórios, feiras ou instituições que promovam a observação e a prática. (Fragmento da entrevista à professora ''A'')

Não cabe a este trabalho realizar correções sobre os conceitos apresentados pelas professoras regentes das turmas. Ambas as professoras responderam já ter conhecido o Museu em uma experiência anterior. A professora “A” disse ter conhecido em sua pesquisa do doutorado e a professora “B” em uma atividade escolar envolvendo alunos da escola trabalhada, porém em anos passados e com outras turmas. Quando perguntadas sobre os pontos positivos e negativos da visita, a professora “A” expôs:

Como ponto negativo eu posso mencionar o tempo curto para as atividades que gostaríamos de realizar. Dentre os pontos positivos, destacam-se a possibilidade para os estudantes conhecerem o museu, bem como toda a riqueza de conhecimento em história natural, biodiversidade e ecologia proporcionada pela visita e pelo roteiro realizado. (Fragmento da entrevista à professora ''A'')

Para a mesma pergunta, a professora “B” disse:

Os pontos positivos são o bom comportamento dos alunos e uma atividade bem proveitosa para o conteúdo de Biologia. O ponto negativo é a distancia da Escola para o Museu (Fragmento da entrevista à professora ''B'')

Como é encontrado nos relatos das professoras, o percurso dentro do espaço e a necessidade de voltar antes do término do dia letivo fez com que algumas explicações fossem desconsideradas. A professora “A” planejava aplicar uma atividade de plotagem10 dos ambientes, sendo essa considerada quando a mesma poderia atrapalhar o horário de almoço dos alunos. A aplicação dos questionários às professoras se fez antes da visita ao Museu, sendo então realizada uma pequena explanação sobre os objetivos alcançados e de como a participação das mesmas foi importante para esta efetivação após a intervenção. O professor/pesquisador recebeu uma resposta positivo da administração escolar e dos pais dos alunos participantes da pesquisa, abrindo inclusive a oportunidade para o retorno à Escola e possível aplicação do projeto de visita à outras turmas nos próximos anos.

10O termo Plotagem é utilizado aqui para definir o esquema de um espaço delimitado para a identificação de espécies de animais de plantas e as possíveis relações ecológicas ali encontradas.

As questões montadas para os monitores são apresentadas no apêndice F, porém todos os monitores do Museu se recusaram a participar da entrevista, os mesmos afirmaram não estar à vontade com as perguntas, sendo este também um resultado.

Mesmo com a insistência do professor/pesquisador e até o contato com a administração do Instituto Nacional da Mata Atlântica resultou na negativa em serem entrevistados.