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MOTIVO DE DESISTÊNCIA LISTA DE ESPERA

No documento RELATÓRIO DE ACTIVIDADES E CONTAS (páginas 43-46)

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Ao efetuar uma análise aos motivos que levaram as pessoas a desistir da lista de espera, percebemos um dado interessante, o número de desistências por motivo de apoio familiar teve um aumento considerável. As famílias estiveram mais disponíveis para prestar cuidados aos seus idosos.

Em dezembro de 2020 estavam inscritas em lista de espera 10 pessoas. Todas correspondem a inscrições preventivas, para situações futuras de maior dependência ou falta de retaguarda familiar.

 Admissões

Das pessoas inscritas na lista de espera, 14 foram admitidas, verificando-se um decréscimo quando comparado com o ano anterior.

Do número total de pessoas admitidas, 4 procuraram internamentos temporários para recuperação de situações de doença. Um número bastante inferior à tendência dos últimos dois anos. Importa ainda, considerar que entre o inicio de março e final de junho de 2020, se verificaram apenas duas admissões. Situação que coincide com o inicio da primeira vaga de pandemia em Portugal. Entre a 2º metade do mês de novembro e o final de dezembro, voltamos a registar ausência de internamentos nesta resposta, coincidindo com novo aumento de casos no nosso país. Ao associarmos esta situação com a pouca procura registada nestes períodos (apenas 3 pessoas procuraram esta resposta entre março e junho), facilmente percebemos que a pandemia de Covid19 teve um impacto menos favorável nas admissões na CST.

Durante o ano faleceram 9 pessoas por motivo de doença prolongada. A CST não registou óbitos por motivo de Covid19.

Não se verificaram desistências por inadaptação à resposta social ou por inadequação da resposta social às necessidades e expectativas dos nossos clientes.

45 Planos Individual (PI)

Manter os planos individuais ativos, exigiu uma enorme capacidade de improviso e adaptação. O afastamento de familiares e pessoas significativas, a limitação de liberdade de circulação, de autonomia e a constante ameaça de possíveis surtos de infeção por Covid19, constituíram constrangimentos aos sentimentos de segurança, desenvolvimento de atividades significativas, funcionalidade e autonomia. Foi necessário desenvolver um trabalho mais individualizado explorando domínios como o conforto, dignidade, privacidade e individualidade.

O conceito de qualidade de vida sofreu alterações. As mudanças não foram inócuas. O que era dado como adquirido, uma necessidade básica perfeitamente satisfeita, ganhou nova importância e passou a ser mais difícil de assegurar. O trabalho desenvolvido assentou, essencialmente, em 3 pilares:

Motivação e envolvimento de todos os intervenientes neste processo,

Comunicação efetiva,

Equilíbrio, ainda que frágil, entre o rigor da implementação de medidas de proteção e

contenção e a flexibilização…. necessária ao contacto humano. O objetivo final: dar segurança, manter a humanização dos cuidados.

Entre os meses de junho e outubro de 2020, foram aplicadas escalas de avaliação da qualidade de vida a 22 pessoas que residem na CST de um universo de 41. Destas, 13 são mulheres e 9 são homens.

Não foi possível aplicar o questionário aos restantes residentes, por se encontrarem em situação de dependência grave, com comprometimento cognitivo sério.

O propósito foi perceber qual o sentimento face à auto perceção da qualidade de vida nesta resposta social, qual o impacto das medidas adotadas ao longo deste período de crise e quais as áreas a serem intervencionadas/ajustadas nos planos individuais de cada residente.

Nesta primeira fase, foi aplicada a Escala de Fumat, que avalia oito dimensões associadas à qualidade de vida:  Bem-estar emocional,  Relacionamento interpessoal,  Bem-estar material,  Desenvolvimento pessoal,  Bem-estar físico,  Autodeterminação,  Inclusão social  Direitos.

Da avaliação de todas estas dimensões, destacamos cinco, para abordar neste ponto. Esta é apenas, uma avaliação muito sumária, com dados ainda prematuros, de um estudo que está a decorrer nesta resposta social e que inclui outros instrumentos de trabalho.

Contudo, consideramos que já se podem retirar algumas considerações prévias, acerca da qualidade de vida nesta resposta, em contexto pandémico.

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Assim, conseguimos perceber que o sentimento de bem-estar emocional e os relacionamentos interpessoais se encontram em níveis inferiores, quando comparados com os sentimentos associados ao desenvolvimento pessoal, salvaguarda dos seus direitos e capacidade de autodeterminação. Nestas 3 dimensões, apenas uma pessoa se encontra num percentil inferior a 50.

Os residentes da CST são pessoas conscientes dos seus direitos e deveres e sabem como exercer a sua cidadania, o que constitui um desafio acrescido para toda a equipa, na medida em que todas as ações adotadas para conter a evolução pandémica, foram alvo de escrutínio.

Informar e envolver foram ações que ganharam relevância em todo este processo e que contribuíram para minimizar o sofrimento provocado pelo distanciamento social e isolamento. Da análise do gráfico conseguimos perceber que em todas estas áreas, apesar da oscilação mais significativa no bem-estar emocional e nos relacionamentos interpessoais, as medidas adotadas ao longo do ano surtiram resultados muito satisfatórios, em especial nas dimensões como o desenvolvimento pessoal, autodeterminação e salvaguarda dos direitos de cada individuo. Os residentes da CST foram envolvidos e participaram, de forma efetiva, na tomada de decisões. As suas necessidades e expectativas foram sempre consideradas em todo o processo decisório.

Em média, os homens demonstraram maior resiliência em contexto adverso. Quando comparado com as senhoras, percebe-se que estas demonstram mais fragilidades em áreas como o bem-estar emocional e autodeterminação. O mesmo não acontece nas dimensões de

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Bem estar emocional Relacionamentos

interpessoais Desenvolvimento Pessoal Salvaguarda dos direitos Autodeterminação PE R CE N TIL DIMENSÕES

Percentil das dimensões da qualidade de vida

No documento RELATÓRIO DE ACTIVIDADES E CONTAS (páginas 43-46)