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Mudança social e distribuição de poder

No documento nathaliereisitaborai (páginas 90-107)

A mudança social é uma dimensão central da análise aqui empreendida, porque o objeto – transformações na condição das mulheres nas famílias e seus diferenciais por classe – engloba dinâmicas de mudança social na estratificação de classe, na estratificação de gênero e nos modelos e práticas familiares. Como mostra Tilly (1984), a sociedade é uma rede fluida, complexa e entrecruzada de relações sociais, sendo determinada por tais interações e não por totalidades sociais externas reificadas. Como sintetiza Sztompka acerca da visão de Tilly, a noção de mudança social é um termo abstrato para captar processos que concretamente são experimentadas de forma variada e complexa.

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Juliet Mitchell criticava os marxistas que viam a posição da mulher como decorrência da produção, enquanto a seu ver o que deve ser observado é a estrutura produção-reprodução. Conforme Mitchell, a libertação das mulheres só pode ser obtida pela transformação das quatro estruturas. Parecia-lhe que mudanças no trabalho doméstico e na socialização das crianças deveriam ser integrados ao programa de libertação das mulheres, ao lado da luta pelo trabalho igual e pelo fim da segregação profissional. Ao analisar a situação das diferentes estruturas nos anos 60, Mitchell observa que Produção, Reprodução e Socialização estavam praticamente estacionárias. A estrutura que mais havia mudado era a sexual, mas esta transformação, porque parcial, contribuía só parcialmente para a autodeterminação feminina. “Em um contexto de igualdade jurídica, a liberação da experiência sexual das relações que são estranhas a ela – se procriação ou propriedade – poderia levar à verdadeira liberdade inter-sexual. Mas poderia também conduzir simplesmente a novas formas de ideologia e prática neocapitalistas. Pois uma das forças por trás da atual aceleração da liberdade sexual tem sido sem dúvida a conversão do capitalismo contemporâneo de um ethos produção-e-trabalho em um ethos consumo- e-divertimento. [...] A sociedade burguesa atualmente pode bem arcar com uma área de jogo sexual pré-marital não-procriativo. Mesmo o casamento pode salvar-se aumentando os índices de divórcio e recasamentos, significando a importância da própria instituição. Estas considerações tornam claro que a sexualidade, embora possa presentemente conter o maior potencial para a libertação – pode igualmente ser organizada contra qualquer aumento de suas possibilidades humanas. Novas formas de reificação estão emergindo, que podem esvaziar a liberdade sexual de qualquer significado. Isto é um lembrete de que, embora uma estrutura possa ser o elo mais fraco em uma unidade como a da condição da mulher, jamais pode haver uma solução através dela tomada isoladamente.” (MITCHELL, 2006, p. 224-225).

Em lugar de um único processo básico de mudança social, existem, na realidade, inúmeros processos fragmentários de vários níveis de complexidade, operando em paralelo ou em direções opostas, separados ou sobrepostos, e a “mudança social” é apenas um termo abstrato para designar seus resultados globais, agregados e acumulados. (SZTOMPKA, 1998, p. 318-319)

Elias (2006), ao lado de Tilly, dedicou-se ao problema da mudança social, alertando que o curso da história humana não pode ser prognosticado. Na visão de Elias, os significados das mudanças só são compreensíveis no longo prazo, em que uma figuração é substituída por outra, como resultado não de claras e unidirecionais relações de causalidade, mas de um quadro complexo de interdependências. Elias considera que a mudança social deve ser entendida simultaneamente em seus resultados, como alteração do tipo de figuração, e também em seu curso, como processos sociais. Na análise do sentido dos processos sociais, Elias tende a opor pares conceituais como “integração e desintegração, engajamento e distanciamento, civilização e descivilização, ascensão e declínio”, afirmando, contudo, que os processos sociais são reversíveis, já que “surtos em uma direção podem dar lugar a surtos contrários e ambos podem ocorrer simultaneamente” (ELIAS, 2006, p. 28). Portanto, não há automatismo ou inevitabilidade na direção das mudanças.

Elias realça que as mudanças sociais são necessariamente acompanhadas de mudanças nas relações de poder, visão que aplicou à análise de transformações nas sensibilidades e no equilíbrio de poder entre diferentes coletividades, oferecendo exemplos de mudanças nas relações de classes, de gêneros e geracionais em diferentes períodos históricos. Em uma análise da mudança do equilíbrio do poder entre os sexos na República Romana, Elias constata que a passagem de uma extrema sujeição social das mulheres a uma condição de igualdade virtual envolveu mudanças nas condições materiais, político-jurídicas e nas sensibilidades, listando aspectos como: o acesso ao controle de propriedade pela mulher casada, a formação do Estado e com ele de legislações mais imparciais, e um surto civilizatório que levou a um refinamento nas maneiras e no amor81. Ao analisar o processo de atenuação das desigualdades entre os sexos na república Romana, Elias propõe o conceito de equilíbrio de poder.

The concept of balance of power permits, as one may see, the conceptualization of shades and grades in the power differentials of human groups. Tradition has

81 Interessante destacar que a descrição de Elias poderia ser aplicada às transformações experimentadas ao longo do século XX pelas mulheres casadas brasileiras, sobretudo das camadas mais altas onde o casamento sempre foi mais institucionalizado. “Women in Rome, once entirely subject to the rule of men, had become, in late Republican and in early imperial times self-ruling human beings in their marriages. That they had independent means, an income of their own, played a large part in their personal, social and thus also in their marital independence. Within their married lives they had gained for themselves full equality with their husbands. Like their husbands they could end their marriage at will or by mutual consent.” (ELIAS, 1987, p. 304).

confined us too long to simple static polarities, such as rulers and ruled, where one obviously needs the imagery of a gliding approach, the ability to say “more” or “less”. (ELIAS, 1987, p. 289-290)

As transformações no equilíbrio de poder nas relações familiares foram analisadas por Elias não apenas quanto às relações de gênero, mas também quanto às relações entre pais e filhos. Elias notou a tendência de democratização, no Ocidente, desta relação de dominação que, no passado, era ainda mais desigual, incluindo violência física e abandono admitidos por costumes tradicionais muito distintos das atuais prescrições fundadas em reflexões científicas: “[...] a relação entre pais e filhos é uma relação de dominação com uma balança de poder extremamente desigual. [...] as oportunidades de poder dos pais são muito grandes se compa- radas às oportunidades das crianças, principalmente no que diz respeito aos infantes” (ELIAS, 2012, p. 475).

O processo que Elias descreve como “civilização dos pais” permite evidenciar sua visão da mudança social como processo cujo nó central é a distribuição do poder. Nesta análise, Elias reitera sua crítica a alguns mal-entendidos presentes na análise da mudança social, seja sua compreensão como um processo planejado e consciente, seja como resultado de uma sequência causal predeterminada. “A interação de ações planejadas de muitos indivíduos resulta em um desenvolvimento das unidades sociais por eles formadas, que não foi planejado por nenhum dos implicados.” (ELIAS, 2012, p. 485-486).

Elias mostra que as mudanças na distribuição de poder nas famílias estão relacionadas à própria diversificação de seu formato, sendo inadequados os clichês convencionais que tratam a família como algo dado pela natureza ou como uma estrutura uniforme e imutável, uma vez que se observa uma extraordinária mutabilidade das famílias, que se torna mais intensa quando se reduzem os diferenciais de poder entre seus membros82.

À medida que, de acordo com a estrutura global de uma sociedade, a distribuição de poder entre as pessoas que conformam a família é muito desigual, a relação entre pais e filhos, assim como de homens e mulheres, se apresenta sob um modo altamente formalizado. Em outras palavras, essa relação se apresenta sob uma forma socialmente sancionada e relativamente rígida. Supostamente, essa forma deixa alguma abertura para variações individuais, mas os modelos de anteposição e subordinação, de mando e obediência, são inexoráveis. A margem de variação só é grande para os superiores e os que mandam; já para os subordinados e obedientes é relativamente limitada. Quando o diferencial de poder, em uma família e, também, entre pais e filhos, vai se reduzindo – e é essa a tendência do desenvolvimento social, em nossos tempos –, a situação se modifica. As pessoas que conformam a

82 Elias demonstrou que a redução de diferenciais de poder nas famílias tem favorecido mais diversificação nos seus formatos. Tais mudanças estão relacionadas à possibilidade das pessoas tomarem decisões mais livres, aspecto que, do ponto de vista do equilíbrio de poder nos casais, vem sendo tratado através de outras noções como o conceito de empowerment (empoderamento) de England (1997) e de exit (saída) de Hirschman (1973), como tratado no capítulo 4.

família se encontram atadas às formas pré-definidas em menor medida que antes; o que lhes exige, mais do que em tempos anteriores, a elaboração conjunta de um modus vivendi mediante seu próprio esforço, ou seja, de uma maneira mais consciente que no passado. (ELIAS, 2012, p. 492-493).

Elias comumente emprega o termo “democratização funcional”, que se refere a uma alteração na distribuição social do poder (1970, p. 73), não se confundindo com a noção de democracia institucional. Democratização funcional é um termo aplicado por Elias a diferentes vínculos sociais e a diferentes configurações em mudança, como “um estreitamento das diferenças de poder e de desenvolvimento para com uma distribuição mais igual de oportunidades de poder” (1970, p. 74). Elias considera que o poder “é uma característica estrutural das relações humanas – de todas as relações humanas” (p. 81) e “o equilíbrio de poder está sempre presente onde quer que haja uma interdependência funcional entre pessoas” (p. 81). O poder não é algo que um indivíduo possui e outro não, deve ser pensado em termos de equilíbrio e não de forma reificante. Utilizando a metáfora dos jogos de competição para mostrar o caráter relacional do poder, Elias fala da “força relativa dos jogadores”.

Paulle, Heerikhuizen e Emirbayer (2012) consideram que Elias e Bourdieu têm em comum o fato de serem sociólogos que tratam de configurações de poder em mudança. Pode-se considerar que configuração de poder é uma forma de referir-se ao problema da estratificação social, termo empregado por Weber para referir-se a fenômenos de distribuição de poder. Elias e Bourdieu realçam o caráter dinâmico e relacional da vida social, além da importância de analisar a estratificação em fluxo.

Although Bourdieu certainly elaborated on Elias’s ideas about power, both authors can also be treated essentially as sociologists of shifting configurations of power. Elias never assumed that people would be able adequately to appraise, let alone put into words, the ways in which power relations emerge and operate within the figurations they comprise. Much like Bourdieu, he regarded a staunchly realist (objectivizing) delineation of changing power imbalances to be the primary task of the sociologist. For him, it often went without saying that social configurations are always configurations of power and that the second natures operating in them (and to varying degrees produced by them) are by definition more or less empowering. After all, shifting ‘power ratios’ (or ever-changing ‘balances’ or ‘distributions’ of ‘power chances’) were, for Elias, the very stuff of human interdependence. From his perspective, people do not just need other people (for everything from physical and emotional contact to cognitive orientations); they need others – and are naturally oriented towards others – who are objectively more or less powerful than themselves. There are no feelings or thoughts about group formation (for example, I or we are ‘Irish’) outside of power relations (for example, with ‘the English’). It would be absurd, Elias believed, to consider the habitus of a person or group as somehow separate from the (longer- or shorter-term) effects of specific experiences within specifically structured configurations of power. And to thematize a person’s (or a group’s) habitus was always already to discuss what is at least potentially a scarce power resource. (PAULLE; HEERIKHUIZEN; EMIRBAYER, 2012, p. 80)

Dentre as afinidades entre Elias e Bourdieu destacadas por Paulle, Heerikhuizen e Emirbayer (2012) estão conceitos semelhantes e com caráter relacional e processual. As noções de campo de Bourdieu e de figuração de Elias, por exemplo, apontam ambas para uma visão de pessoas interdependentes na sociedade, enquanto poder e capital remetem à questão geral da distribuição de recursos. Se ambos são estudiosos da dinâmica do equilíbrio de poder entre grupos, as ênfases são, no entanto, distintas. A Bourdieu inquietou mais a dinâmica com que grupos mantém seus privilégios e como se metamorfoseia o poder, passando, por exemplo, da nobreza de terras e propriedades para os títulos acadêmicos (Bourdieu, 1989). Essa é uma dimensão importante da realidade social. Outra é a mudança, melhor abordada por Elias, que se detém na dinâmica pelas quais grupos lutam para melhorar sua posição. Ambas as perspectivas oferecem contribuições importantes, já que é preciso compreender tanto a reprodução quanto a mudança na estratificação social.

Outra contribuição importante de Elias é mostrar que a explicação das transformações sociais não passa apenas por mudanças em condições materiais, mas inclui mudanças nas sensibilidades, tema desenvolvido em especial nos livros O processo civilizatório e A sociedade de corte. A luta de concorrência entre a burguesia, que imita as maneiras de ser aristocráticas, e a nobreza de corte, que aumenta as exigências de civilidade a fim de intensificar as formas de diferenciação, gera uma dinâmica pela qual regras de civilidade são criadas e disseminadas na sociedade83. Assim, Elias inscreve a tensão entre distinção e divulgação no próprio centro do processo de civilização, e na sua expansão pela sociedade. Conforme Chartier, Elias elabora, no livro A sociedade de corte, uma interpretação da circulação de modelos culturais.

Elias constrói uma interpretação absolutamente original da circulação dos modelos culturais, que coloca em seu centro a tensão entre distinção e divulgação. A generalização dos comportamentos e coerções inicialmente próprios da sociedade de corte não deve ser compreendida como uma simples difusão, ganhando progressivamente todo o corpo social a partir da elite que o domina. É bem antes o resultado de uma luta de concorrência que faz com que as camadas burguesas imitem as maneiras de ser aristocráticas e que, em contrapartida, obriga a noblesse de robe a aumentar as exigências de civilidade a fim de lhe restituir um valor discriminante. Essa competição pela apropriação ou, ao contrário, o confisco perpétuo da distinção é o motor principal do processo civilizador, uma vez que leva

83 Para uma síntese da visão de Elias e das críticas a sua interpretação, ver Heinich (2001, p. 31 e seg.). Esta autora rebate as críticas a Elias, inclusive a visão de que haveria evolucionismo em sua interpretação do processo de controle das emoções, visto que ele trata de um movimento – específico, histórico, complexo, pois inclui progressões e regressões – da Europa Ocidental em direção a um maior controle das emoções. Neste sentido, o “evolucionismo” de Elias é empírico e refutável (e não teórico e especulativo), constatando uma estruturação inteligível da transformação da sociedade, sem relacioná-la a uma finalidade.

a aumentar as sofisticações do savoir-vivre, a multiplicar as proibições, a intensificar ainda mais o limiar das censuras (CHARTIER, 2001, p. 23).

Deve-se considerar que os processos de imitação não são uma cópia exata que leva à completa homogeneização de comportamentos e que mesmo comportamentos semelhantes podem assumir significados variados segundo as diferentes condições e contextos sociais. Em suas pesquisas históricas sobre práticas culturais, Chartier apresenta o conceito de apropriação, adequado para analisar práticas e utilizações variadas da cultura. Chartier afirma que as práticas são histórica e socialmente variáveis e que o uso da oposição distinção-divulgação para a compreensão da circulação de bens e modelos culturais não pressupõe uma direção específica.

Este segundo par de noções solidárias [distinção e divulgação] permite propor uma compreensão da circulação dos objetos ou dos modelos culturais que não a reduz a simples difusão, pensada geralmente como um movimento descendente na escala social. Os processos de imitação ou de divulgação são mais complexos e mais dinâmicos e devem ser entendidos, antes de mais, como lutas de concorrência onde toda a divulgação, concedida ou conquistada, produz imediatamente a procura de uma nova distinção. Por exemplo, quando o livro se torna um objeto menos raro, menos confiscado, menos distintivo pela sua simples posse, são as maneiras de ler que se encarregam de mostrar as distâncias, de manifestar as diferenças socialmente hierarquizadas. (CHARTIER, 2002, p. 138)

As variadas formas de apropriação e circulação cultural são também objeto de disputas simbólicas em torno de variadas estratégias de distinção e imitação/difusão. Analisando a relação e o conflito entre alta cultura e cultura popular84, Gans (1974) argumenta que a crítica da cultura popular é uma crítica da elite contra a democratização na esfera cultural. Gans comenta os efeitos dos meios de comunicação na sociedade, os quais parecem colaborar para o declínio da cultura popular e para a homogeneização em direção aos gostos culturais das classes médias. Um dos aspectos criticados na cultura de massa é de que ela seria um perigo para a alta cultura, na medida em que a cultura popular toma empréstimos da alta cultura e os deforma. Gans ressalta que o inverso também é válido como no exemplo histórico do jazz, que circulou de baixo para cima. Nota que talvez a cultura popular tome mais empréstimos da alta do que o contrário, já que sua audiência é maior e requer maior produção, além de que o uso pela cultura popular diminui o prestígio cultural de produtos da alta cultura dada sua vulgarização (1974, p. 28)85.

84 Dado que o termo cultura de massa é pejorativo, o autor opta pelo termo cultura popular. Gans esclarece que o termo cultura de massa é a combinação de duas ideias germânicas; massa enquanto parcela não aristocrática e não educada da sociedade europeia; e cultura como produtos simbólicos preferidos por uma elite bem-educada. “Cultura de massa [...] refere-se a produtos simbólicos usados pela maioria inculta” (1974, p. 10).

85 Gans lembra também que há uma diferença considerável entre os efeitos da mídia tal como postulado pelos críticos da cultura de massa e aqueles descobertos em pesquisas empíricas. “A cultura popular tem tido um papel

Já Mills, ao analisar as mudanças na estratificação associadas ao crescimento da classe média86, observa que uma “democracia de status”, pelo menos no sentido visual, está associada à difusão dos meios de comunicação de massa, que transformaram a forma de expressar o status social, na medida em que “o domínio do prestígio tornou-se realmente nacional; as camadas inferiores podiam assistir à vida das superiores, pelo menos na versão que lhes era apresentada” (MILLS, 1979, p. 271). Nota que numa sociedade de massas, as imitações são rápidas e baratas e a roupa já não é um talismã como havia descrito Dickens para a nobreza do século XVIII. Mills observa também que a difusão da ideologia de classe média é favorecida pela expansão da educação, uma vez que os professores representam tal ideologia. “O aumento maciço das matrículas reforçou o sentimento de igualdade social [...] ajudou também a difundir e reforçar em geral as ideologias da classe média, pois os professores representam as atitudes e valores, costumes e capacidades intelectuais da classe média” (1979, p. 283).

Pode-se supor que, na circulação de práticas, tenha um peso maior o movimento de cima para baixo, dado o efeito de legitimação descrito por Bourdieu (2007) – que certamente não só estimula a confessar as práticas legítimas, como incentiva a experimentá- las se possível –, quanto pelo fato de as instituições as consagrarem e difundirem. Por exemplo, os sistemas de saúde e educação adotam, pelo menos formalmente, modelos eruditos e científicos de comportamento e não os populares. No entanto, há evidências de fluxos mais variados.

Em um estudo sobre a moda, Crane indica que não há uma única direção de circulação da cultura, bem como que o influxo criativo pode ter critérios diferentes em

útil no processo de tornar as pessoas comuns indivíduos, desenvolver suas identidades e encontrar maneiras de adquirir criatividade e auto-expressão. A cultura popular não causou essas mudanças; ela apenas ajudou as pessoas predispostas a adquiri-las provendo exemplos e sugerindo ideias. [...] Muitos trabalhadores e mesmo membros das classes médias americanos ainda estão no processo de liberar eles mesmos das culturas parentais

No documento nathaliereisitaborai (páginas 90-107)

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