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Mudanças na produtividade ou na capacidade produtiva Esse último caso diz respeito a alterações

No documento ESCLARECIMENTOS AOS CANDIDATOS (páginas 132-136)

na capacidade produtiva da economia, que se dá ou pelas variações na produtividade ou pela própria modificação da capacidade produtiva da economia. Muitas firmas investem em pesquisa e desenvolvimento tendo em vista os benefícios que a descoberta de uma nova tecnologia terá sobre a produção e os custos de produção. Suponha que uma firma qualquer tenha inventado uma máquina que lhe permite produzir mais em

44 A taxa de juros real é apenas a taxa nomial deflacionada. Nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o Bacen define a taxa nominal de juros. A taxa real depende da inflação verificada no período.

NESSE MODELO, QUE CONSIDERA O PAPEL DAS

EXPECTATIVAS DE INFLAÇÃO, UMA POLÍTICA

EXPANSIONISTA SEMPRE TERÁ UM IMPACTO SOBRE A INFLAÇÃO.

menos tempo – aumento de produtividade. Com a adoção da máquina, a firma conseguiu aumentar a produtividade, a produção e reduzir os custos. A nova máquina aumentou a capacidade produtiva da economia. Agora, o produto potencial será maior, como mostra o gráfico:

(a) Expansão do PIB potencial (b) Novo equilíbrio de longo prazo P P OA1 OA1 OA2 DA1 DA1 Yp 1 yp2 y y1 yp2 y

O gráfico (a) mostra que uma expansão da capacidade produtiva (e/ou da produtivade) desloca a linha do PIB de pleno-emprego para direita. Agora, o PIB potencial é maior. O nível anterior deixa de representar o máximo que a economia pode produzir. Note, portanto, que o produto yp

1 passará a representar o produto efetivo (ou real). Embora a capacidade produtiva tenha sido expandida, a economia não migrará instantaneamente para o novo equilíbrio de longo prazo. Em outras palavras, a nova máquia (ou tecnologia) dá a firma a possibilidade de expandir sua produção, mas a firma não elevará a sua produção necessariamente, ao menos no curto prazo. A sua produção vai depender do nível de demanda. Como a demanda não sofreu nenhuma alteração, a economia permanecerá produzindo o equivalente a y1. Nesse sentido, a expansão do PIB potencial faz a economia operar com capacidade ociosa (ou hiato do produto) no curto prazo. A presença de capacidade ociosa na economia faz os agentes esperarem queda nos preços no longo prazo. A redução nas expectativas de inflação faz a oferta agregada deslocar para a direita, de OA1 para OA2, até a economia atingir o novo equilíbrio de longo prazo. A conclusão final é que uma expansão da produtividade ou da capacidade produtiva faz permite a economia crescer sem pressão sobre os preços; antes o contrário, no novo equilíbrio de longo prazo os preços são menores do que inicialmente. Note que, por analogia, uma retração do PIB potencial elevará os preços no longo prazo.

LEMBRE-SE DISTO!

Uma expansão da produtividade ou da capacidade produtiva faz permite a economia crescer sem pressão sobre os preços; antes o contrário, no novo equilíbrio de longo prazo os preços são menores do que inicialmente.

Exercícios:

1. (AFTN) Supondo que a economia se encontre no pleno-emprego:

a) um aumento nos gastos dos governo, tudo o mais constante, provocaria aumento do produto real e redução do nivel geral de preços.

b) uma redução dos tributos, tudo o mais constante, levaria a uma redução no produto real da economia. c) uma expansão dos meios de pagamento, tudo o mais constante, provocaria inflação de oferta. d) um aumento nos níveis de investimento, tudo o mais constante, provocaria inflação de oferta. e) um aumento nos níveis de investimento, tudo o mais constante, provocaria inflação de demanda. (Reposta: e)

2. (Concurso Receita Federal) Considere:

• curva de demanda agregada derivada do modelo IS/LM • curva de oferta agregada de curto prazo horizontal • curva de ofertra agregada de longo prazo vertical

Considere a ocorrência de um choque adverso de oferta como, por exemplo, uma elevação nos preços internacionais do petróleo. Supondo que este choque não desloca a curva de oferta agregada de longo prazo, é correto afirmar que:

a) uma elevação na demanda tenderá a intensificar a queda no produto que decorre do choque de oferta. b) o choque adverso de oferta aumenta os custos e, portanto, os preços. Se não houver alterações na demanda agregada, teremos uma combinação, no curto prazo, de preços crescentes com redução do produto. No longo prazo, com a queda dos preços, a economia retornará ao seu nível de pleno-emprego.

c) se não ocorrer deslocamentos na curva de demanda agregada, o choque de oferta causará deflação. d) o choque de oferta alterará apenas o produto de pleno-emprego.

e) não ocorrerá alterações nem nos preços nem no nível do produto, tanto no curto quanto no longo prazo, uma vez que, se o choque de oferta não desloca a curva de oferta de longo prazo, também não deslocará a curva de oferta no curto prazo.

(Resposta: b)

A resolução desse exercício é bastante simples. Num primeiro momento, você pode ter pensado que o fato de a oferta de curto prazo ser horizontal mudaria alguma coisa. Mas, para a sua surpresa, a oferta horizontal significa apenas que as expectativas não exercem nenhuma influência sobre a oferta agregada. Em outros termos, não há expectativas nesse exercício. Isso facilita ainda mais o raciocínio, embora a lógica do processo de ajuste dessa economia seja essencialmente o mesmo. Inicialmente, um choque de oferta desloca a OA para cima, já que os preços aumentaram. Esse deslocamento da OA torna o produto da economia inferior ao nível de pleno-emprego. Portanto, o choque de oferta adverso gerou o fenômeno da estagflação. No longo prazo, os preços devem cair uma vez que (i) o choque é temporário e (ii) com a redução do PIB as empresas tendem a reduzir os preços para que os estoques não aumentem indefinidamente. Portanto, com a dissipação do choque a economia volta exatamente para a sua posição original (pleno-emprego). Graficamente,

P P2 OA2 E P1 OA1 DA y y2 yp

A economia encontra-se inicialmente no nível de pleno-emprego (ponto E). O equilíbrio ocorre no cruzamente entre OA1 e DA no nível do produto de pleno-emprego. Com o choque de oferta adverso, a OA desloca para cima, para OA2; os preços aumentam para P2. Com isso, o produto da economia reduz de yp para y2. Está caracterizada estagflação. Como o choque é temporário, a OA retorna ao seu nível inicial e a economia volta a operar no ponto E.

3. Considere o modelo de oferta e demanda agregada, sendo a curva de oferta agregada horizontal no curto prazo. Considere um choque adverso de oferta. Supondo que não ocorram alterações na curva de demanda agregada e que o choque de oferta não altere o nível natural do produto, é correto afirmar que:

a) no curto prazo, ocorrerá o fenômeno conhecido como “estagflação”: uma combinação de inflação com redução do produto. No longo prazo, com a queda dos preços, a economia retornará à sua taxa natural. b) no curto prazo, ocorrerá apenas queda no produto. No longo prazo, ocorrerá inflação e a economia retornará para o equilíbrio de longo prazo.

c) no curto prazo, ocorrerá apenas inflação. No longo prazo, o produto irá cair até o novo equilíbrio de pleno- emprego.

d) se o governo aumentar a demanda agregada em resposta ao choque adverso de oferta, ocorrerá deflação. e) se a economia encontra-se no pleno-emprego, ocorrerá inflação que será mais intensa no longo prazo em relação ao curto prazo.

(Resposta: a)

A resposta desse exercício é direta. Você já sabe que choques de oferta adversos fazem o produto cair e os preços aumentarem no curto prazo. No longo prazo, desde que a demanda agregada permaneça constante, a economia volta para a posição original.

Um sugestão importante: não se assuste com o enunciado! Às vezes, um enunciado hermético pode desestabilizar alguns dos candidatos. Que não seja você!

No documento ESCLARECIMENTOS AOS CANDIDATOS (páginas 132-136)