• Nenhum resultado encontrado

10.4 - Mudanças significativas nas práticas contábeis - Ressalvas e ênfases no parecer do auditor

10.4.

a) Mudanças significativas nas praticas contábeis

Conforme informado pelos nossos Diretores, as principais mudanças nas práticas contábeis decorreram da Resolução CMN 3.533, de 31 de janeiro de 2008, que alterou os procedimentos para classificação contábil e divulgação de operações de venda ou de transferência de ativos financeiros.

Com o objetivo de incrementar nossa liquidez e como parte de nossa estratégia de captação de recursos, cedemos periodicamente, com e sem co-obrigação, créditos de nossa carteira de operações de crédito consignado, em contrapartida a pagamentos em dinheiro. Em 31 de dezembro de 2009, as receitas decorrentes de operações de cessão de crédito correspondiam a 1,5% de nossas receitas de operações de crédito e a 1,6% de nossas receitas da intermediação financeira.

As cessões de créditos realizadas por nós até outubro de 2008, foram contabilizadas de acordo com a Circular nº 3.213, com reconhecimento do resultado no momento da realização da cessão, independente da retenção ou não do risco. A partir de novembro de 2008, conforme permitido pela Resolução nº 3.673, passamos a adotar de forma antecipada os procedimentos estipulados pela Resolução CMN 3.533. Com a adoção do novo procedimento, todas as cessões com retenção de riscos passaram a ter seu resultado reconhecido pelo prazo remanescente das operações. Assim, o ativo financeiro objeto da cessão deve permanecer registrado na rubrica operações de crédito e o valor recebido na cessão deve ser contabilizado em obrigações por operações de venda ou de transferência de ativos financeiros. Todavia, recentemente o Banco Central postergou o prazo para a adoção da Resolução CMN 3.533 para o início de 2011, obrigando todas as instituições financeiras que haviam adotado antecipadamente os procedimentos contábeis definidos nesta norma a restabelecerem os procedimentos anteriores. Em razão disto, a partir de novembro de 2009, nossas demonstrações financeiras deixaram de refletir tais procedimentos.

Tanto os créditos cedidos sem co-obrigação quanto àqueles cedidos com co-obrigação são contabilizados em contas de compensação (contas não patrimoniais), exceto FIDCs.

Ao realizarmos cessões de crédito com co-obrigação, permanecemos expostos ao risco de crédito relativo aos créditos cedidos, como se continuássemos sendo os titulares destes créditos. Os pagamentos de créditos consignados são estruturados de modo que cada parcela deduzida da folha de pagamento do tomador inclua o valor do principal e dos juros devidos. Em caso de inadimplemento de qualquer parcela, devemos recomprar somente a parcela de principal e juros então devida e inadimplida, ao invés da totalidade do crédito. No fim de cada mês, nós recompramos, em dinheiro, qualquer parcela inadimplida do cessionário, pelo seu valor contábil, e registramos tal parcela inadimplida em nosso balanço patrimonial como um crédito.

De acordo com a regulamentação do Banco Central, os créditos que tenham sido cedidos com co-obrigação são escriturados em contas de compensação (contas não patrimoniais) para fins de classificação de risco de crédito. Nós aplicamos as regras de provisionamento com relação a esses créditos e, portanto, nossa provisão para créditos de liquidação duvidosa é calculada como se nossa carteira de créditos cedidos com co-obrigação, contabilizada em contas de compensação (contas não patrimoniais), fosse registrada em nosso balanço patrimonial. Em 31 de dezembro de 2009, mantínhamos provisão de R$1,6 milhões relacionada a créditos cedidos com co-obrigação. Além disso, conforme regulamentação do Banco Central, atribuímos fator de ponderação de risco de 50,0% a créditos cedidos com co-obrigação, para fins de cálculo de nosso índice de adequação de capital. Os créditos cedidos sem co-obrigação, na medida em que deixam de constituir um ativo do Banco, não são levados em conta na ponderação de risco.

Nossas demonstrações financeiras foram elaboradas considerando as alterações na Legislação Societária introduzidas pela Lei nº 11.638/07, com as respectivas modificações introduzidas pela Lei nº 11.941/09, que foram regulamentadas pelo Banco Central, até o momento. São elas: (a) tratamento do saldo das reservas de capital e da destinação dos lucros acumulados; (b) reconhecimento, mensuração e divulgação de perdas em relação ao valor recuperável de ativos; (c) tratamento do ativo imobilizado e diferido; (d) contabilização do ativo intangível; e (e) apresentação das demonstrações do fluxo de caixa ao

10.4 - Mudanças significativas nas práticas contábeis - Ressalvas e ênfases no parecer do

auditor

b) Efeitos significativos das alterações em práticas contábeis:

A seguir encontram-se efeitos das alterações significativas das alterações das práticas contábeis da Companhia, as quais foram analisadas e comentadas por nossos Diretores, conforme aplicável, nos termos abaixo.

As alterações decorrentes da Resolução CMN 3.533 provocaram variações significativas em algumas contas contábeis registradas nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e 2008, e no o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2009, em comparação com o exercício de 31 de dezembro de 2008, uma vez que o Banco deixou de aplicar a referida resolução somente em novembro de 2009, por consequência da postergação do início de sua aplicação para 2011, conforme decisão do Banco Central.

Principais Alterações nas Contas Patrimoniais Consolidadas 31 de dezembro de 2009 comparado com 31 de dezembro de 2008

Outras obrigações.

Outras obrigações. O saldo da conta de outras obrigações diminuiu 20,0%, atingindo R$2.010,0 milhões em 31 de dezembro de 2009, comparado com R$2.511,4 milhões em 31 de dezembro de 2008. A redução ocorreu devido principalmente à redução no saldo da participação de terceiros nos FIDCs de R$412,7 milhões.

31 de dezembro de 2008 comparado com 31 de dezembro de 2007

Outras obrigações.

Outras obrigações. O saldo da conta de outras obrigações aumentou 102,4%, atingindo R$2.511,4 milhões em 31 de dezembro de 2008, comparado com R$1.241,1 milhões em 31 de dezembro de 2007. Essa variação foi devida principalmente: (i) ao aumento da captação através de quotas seniores de FIDCs no montante de R$844,5 milhões; (ii) ao aumento na provisão para imposto de renda e contribuição social diferidos incidentes sobre o ajuste a valor de mercado de títulos e valores mobiliários, no montante de R$179,3 milhões; (iii) ao aumento de R$52,8 milhões referente a valores repassados a lojistas, relacionados a operações com cartões de crédito; (iv) ao aumento do saldo da carteira de câmbio em função do início das operações no montante de R$34,2 milhões; e (v) ao aumento do saldo de obrigações por operações de venda ou de transferência de ativos no montante de R$279,5 milhões em função da adoção antecipada da Resolução CMN 3.533, compensados por uma redução no saldo de repasses de pagamentos para cessionários, no montante de R$171,9 milhões.

Situação Financeira

Fluxo de Caixa

Durante os exercícios de 2009, 2008 e 2007, nosso fluxo de caixa foi afetado principalmente pela crise de liquidez iniciada a partir da quebra do banco Lehman Brothes INC, em setembro de 2008 e pela venda de ativos de crédito adotada pelo Banco a partir de novembro de 2008 em acordo com a Resolução CMN 3.533.

A tabela a seguir apresenta as principais variações em nossos fluxos de caixa nos exercícios indicados:

Informações Financeiras Consolidadas Em 31 de dezembro de

10.4 - Mudanças significativas nas práticas contábeis - Ressalvas e ênfases no parecer do

auditor

2009 2008 2007

(R$ milhões) Caixa líquido proveniente de (aplicado em)

atividades operacionais ... (114,1) 588,5 (507,7) Caixa líquido proveniente de (aplicado em)

atividades de investimentos ... (31,7) (49,0) 6,6 Caixa líquido proveniente de (aplicado em)

atividades de financiamento ... (63,4) (95,0) 522,7 Aumento (redução) líquido do caixa e disponibilidades ... (209,2) 444,5 21,6

10.4 - Mudanças significativas nas práticas contábeis - Ressalvas e ênfases no parecer do

auditor

c) ressalvas e ênfases presentes no parecer do auditor

Em nossas demonstrações financeiras do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2009, o parecer dos auditores continha a seguinte ênfase: “A Administração do Banco, em atendimento à determinação da Comissão de Valores Mobiliários conforme Oficio CVM SEP GEA 022/2010, decidiu pelo refazimento das demonstrações financeiras consolidadas relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2008, sobre as quais havíamos emitido parecer sem ressalvas datado de 20 de março de 2009. Nessas demonstrações financeiras consolidadas a Administração passa a consolidar o Prosper Flex FIDC Multicendentes, reconhecendo deter o controle sobre o mesmo, conforme determinado no referido Oficio. O parecer anteriormente emitido baseou-se na documentação fornecida à época e na representação da Administração, que evidenciavam que tal entidade não era por ela controlada e nem sobre ela detinha influencia significativa, razão pela qual justificava sua não consolidação. Tendo em vista o reconhecimento dos fatos mencionados no Oficio e a conseqüente mudança de prática contábil, as demonstrações financeiras ora apresentadas passam a refletir essa consolidação cujos efeitos, detalhados na Nota Explicativa nº 2, implicaram em redução do Patrimônio Líquido e do Resultado consolidado do Banco no montante de R$14.131 mil. Conseqüentemente, a opinião expressa no parágrafo 3 acima, substitui a opinião anteriormente emitida”.

Em relação à ênfase incluída no parecer dos auditores sobre o refazimento das demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2008, os Diretores entendem que a mudança na representação da administração citada pelo auditor independente é decorrente da determinação da CVM de que o fundo pertence à mesma unidade consolidada, tendo em vista a relevância do percentual de quota sênior detido pelo Banco em relação à totalidade de quotas emitidas pelo fundo.

Em nossas demonstrações financeiras do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2008, o parecer dos auditores continha a seguinte ênfase: “Conforme destacado na nota explicativa nº 1, a Administração do Banco, frente à crise internacional instalada, adotou medidas visando à geração de recursos para manutenção de sua liquidez e o seu realinhamento operacional frente às atuais condições de mercado”.

Em nossas demonstrações financeiras do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2007, o parecer dos auditores continha a seguinte ênfase: “Nossos exames foram conduzidos com o objetivo de emitir parecer sobre as demonstrações financeiras referidas no primeiro parágrafo, tomadas em conjunto. As demonstrações do fluxo de caixa e do valor adicionado dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e 2006, que estão sendo apresentadas para propiciar informações suplementares sobre o Banco, suas controladas e entidades de propósito específico, não eram requeridas até 31 de dezembro de 2007 como parte integrante das demonstrações financeiras, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos no segundo parágrafo e, em nossa opinião, estão adequadamente apresentadas em todos os seus aspectos relevantes em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto”.

No entendimento dos nossos Diretores, a ênfase incluída no parecer dos auditores independentes em relação às operações realizadas no fim do exercício de 2008 visando à formação de reservas que permitiram a manutenção de sua liquidez e seus resultados operacionais, teve como objetivo dar destaque às mesmas em função de suas características, as quais estão sumarizadas abaixo.

Em virtude da crise internacional no sistema financeiro e na liquidez e para fazer frente a esta, o Banco procedeu cessões de crédito de seus ativos consignados no quarto trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009 em volumes superiores à média dos demais trimestres anteriores de 2008 e posteriores de 2009; o acreditamos que levou a Auditoria Independente a ressaltar em seu Parecer dos Auditores de 2008 este movimento.

No 4º trimestre de 2008 o banco adotou algumas medidas para formação de reservas que permitiram a manutenção de sua liquidez e seus resultados operacionais frente a crise internacional instalada, as quais destacamos:

10.4 - Mudanças significativas nas práticas contábeis - Ressalvas e ênfases no parecer do

auditor

Cessão de direitos creditórios originados por empréstimos direto consignados em folha de pagamento para fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDC’s) e outras instituições financeiras, que geraram um aumento de caixa no montante de R$ 1.208.121 e um prejuízo de R$ 292.891. Este prejuízo se deve as altas taxas das cessões realizadas em outubro de 2008, em função do momento de crise e escassez de liquidez.

Cessões de crédito, originadas por empréstimos consignados através de cartão de crédito, para fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDC’s) onde o banco possui participações em cotas subordinadas, que geraram o reconhecimento de um resultado positivo de R$ 377.813. Venda das ações remanescentes da BM&F Bovespa Holding, que saíram do “lock up” em 24 de

outubro passado, pelo montante de R$ 27.566, com reconhecimento de um prejuízo de R$ 56.358.

Reestruturação do quadro funcional, com a redução de 173 pessoas, aproximadamente 22% do quadro funcional.

Estrategicamente, o Conglomerado decidiu utilizar-se a partir de 01 de novembro de 2008 da Resolução CMN nº 3.627 que facultou a aplicação antecipada dos procedimentos para classificação, registro contábil e divulgação de operações de venda ou transferência de ativos financeiros de que trata a Resolução CMN nº 3.533, aplicando de forma uniforme para todas as cessões realizadas a partir desta data. Desta forma, com a adoção do novo procedimento todos os impactos das cessões com retenção de riscos, passaram a ser reconhecidos ao resultado pelo prazo remanescente da operação, diferentemente dos procedimentos vigentes até a data que, sob a égide da Carta-Circular nº 3.360, eram reconhecidos ao resultado na data das cessões. Isto permitiu o diferimento do prejuízo apurado nas referidas cessões, realizadas nos meses de novembro e dezembro de 2008 no montante de R$ 103.858.

As medidas destacadas acima garantiram a formação de caixa no montante de R$ 1.487.305 e um resultado positivo líquido de R$ 11.425, que permitiu o realinhamento operacional da instituição frente às novas condições de mercado.

Neste contexto, também foi firmado contrato de parceria com outra instituição financeira para cessão de ativos com a finalidade de proporcionar maior liquidez enquanto às condições de captação nos mercados interno e externo não retornassem aos patamares que permitam a volta de nossa estratégia de manutenção dos créditos originados no portfólio. O contrato de parceria lavrado era no valor de R$ 900.000 milhões (R$ 90.000/mês).