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QUADRO 6: ESTRATÉGIAS DE CONDUÇÃO DAS ATIVIDADES DE LEITURA DO LIVRO DIDÁTICO

P: muito bem! Vocês tiveram uma compreensão.

A: e no tamanho

P: você acha que as pessoas são todas iguais? Sim ou não? A: são diferentes

P: antigamente vocês pensavam que as pessoas eram diferentes ou iguais umas das outras? Antes... Lembrem de Stela. Você pensava que todas eram iguais Stela?

A: diferente

P: muito bem! Vocês tiveram uma compreensão.

No extrato, a professora comenta sobre a fala de um personagem do texto, e, em seguida, faz com que os alunos emitam sua opinião sobre as diferenças entre as frutas e entre os seres humanos como abordado no texto, explorando com os alunos a estratégia de emitir opinião sobre o que se trata no texto. Por fim, vemos que a professora elogia os alunos afirmando que eles compreenderam o texto lido.

Elaborar inferências

Dos 7 textos trabalhados, 2 eram não verbais e por isso não envolviam a estratégia de elaborar inferências sobre o texto. E meio aos textos lidos encontramos em 3 questões propostas pelas autoras que sugeriam a exploração da estratégia de elaborar/produzir inferências sobre o texto. Mas, analisando as aulas da professora 1, verificamos que a referida estratégia não foi constatada nas aulas em que a professora leu textos do LD.

Salientamos que a exploração da estratégia de produzir inferências poderia ter contribuído significativamente no processo de interpretação e compreensão durante a leitura de alguns gêneros estudados pela turma da professora 1.

Explorar o vocabulário ou aspectos linguísticos

A exploração do vocabulário ou aspectos linguísticos dos textos também ocorreu ao fazer uso do livro, independentemente de haver indicações no LD.

No quadro 7 referente às estratégias de leitura observamos que 2 textos traziam propostas para a exploração do vocabulário: a parlenda Tumbalacatumba e a cantiga Minha avó. Embora a estratégia foi sugerida nos dois textos citados, a professora realizou apenas durante a leitura da parlenda.

A seguir apresentamos como exemplo a questão que o LD propõe para saber a respeito do significado da palavra TUMABALACATUMBA:

De acordo com a análise apresentada no quadro, identificamos que tal exploração foi realizada em 1 aula, sendo pouco explorada pela professora 1. No extrato constatamos com se deu a exploração da estratégia de leitura com foco no vocabulário das palavras.

P:a uma hora ela sai da tumba, daí as duas horas elas vão para a rua. Elas fizeram muitas

atividades. Elas comeram biscoito... Tumbalacatumba P: Tumbalacatumba significa o que mesmo?

A: cova

P: a palavra TUMBA significa COVA.

P: Então aqui vemos o significado da palavra. Se perceberem na página 122 ela ta saindo da tumba, que significa cova. A gente não usa muito a palavra tumba, mas a gente usa a palavra cova.

(Em seguida, a prof. perguntou as letras da palavra COVA e nomes de animais que começam com cada letra dessa palavra)

Ao se referir à parlenda a professora explorou em alguns momentos o significado da palavra Tumba. Constatamos que, mesmo que os alunos não apresentassem dúvidas sobre determinadas palavras, a professora realizou tal exploração.

A última coluna do quadro diz respeito à intertextualidade, porém não encontramos na prática da referida professora momentos que se configuram-se com a exploração da

intertextualidade entre os gêneros lidos.

A análise da P1 apresentou que a mesma fez uso do LD em 8 das 10 aulas observadas, e nessas aulas em que conduziu a leitura de 7 gêneros textuais do livro ela procurava solicitar a leitura dos textos aos alunos, e só realizava a leitura em voz alta para as crianças quando percebia que precisavam de ajuda para ler.

Acreditamos que a professora valorizava o fato das crianças tentar fazer a leitura dos textos trabalhados para desenvolver nos alunos as habilidades básicas que permite a evolução do aluno como leitor. Mesmo assim, sempre a professora lia para sua turma para ajudar no processo de compreensão do texto já que os alunos estavam em processo de aprendizagem da leitura e da escrita.

Além das estratégias relacionadas ao ato de ler textos do livro para os alunos, a P1 desenvolveu algumas questões que envolviam estratégias de compreensão leitora consideradas importantes para o processo de formação do leitor que atribui sentido ao que ler. Embora não tenha se aprofundado nas conversas sobre os textos lidos, a professora explorou algumas estratégias de leitura que ora estavam propostas no livro e ora foram elaboradas por ela.

5.4 ANÁLISE DO USO DO LIVRO DIDÁTICO PELA PROFESSORA 2

Assim como apresentamos o uso do livro didático pela professora 1, apresentaremos nesse bloco como se dava o uso do livro no que se refere à proposta de ensino do eixo da leitura desenvolvido pela professora 2, explicitando como as atividades eram realizadas por ela nas aulas e quais estratégias de leitura foram exploradas, sempre buscando relacionar com as estratégias propostas ou não pelo LD nos textos que foram trabalhados pela referida docente.

A rotina e o trabalho com o eixo da leitura

O Quadro 8, apresentado a seguir, foi organizado para indicar as atividades que foram desenvolvidas pela professora 2 durante os dez dias em que observamos suas aulas, destacando as aulas em que a mesma fez uso do livro didático de alfabetização.

Quadro: Rotina da professora 2 – 1º ano Tarde Atividades Realizadas 1° Obs. 2° Obs. Obs. Obs. Obs. Obs. Obs. Obs. Obs. 10° Obs. Leitura Deleite X X X X X X X Produção de Texto X Livro Didático X X X X X X Merenda Recreio Jogos (CEEL/ OUTROS) X FILME X Tarefa de Casa X Leitura Livre (Catinho da leitura) X X X

Inicialmente destacaremos que a P2 realizou, em 7 dos 10 dias observados, uma leitura deleite sempre no início de cada tarde de aula. Essa atividade envolveu, em 5 dias, a leitura de livros do acervo das Obras Complementares ou do PNBE (ambos das caixas que cada professor recebeu pelo PNAIC) e nos outro 2 dias a professora utilizou uma poesia retirada de outro livro intitulado: O baú de brinquedos, de Edmilson Lima, o qual trazia várias poesias relacionadas à brincadeiras infantis. A professora destacou o uso do referido livro de poesia pelo fato de ter relação com a semana da criança que estava sendo vivenciada por todas as turmas da escola.

Logo no início da primeira aula que observamos, a P2 realizou a leitura deleite do livro “De mãos dadas”, parte do acervo das Obras Complementares. A professora explicou, antes de iniciar a leitura, que o livro seria lido para que pudessem “tirar alguma lição para a vivência”, mas que não seria feito nenhum trabalho posterior sobre a leitura realizada. Em seguida, ela começou pela exploração da capa do livro e depois iniciou a leitura em voz alta fazendo pausas para perguntar sobre os direitos da criança apresentados durante o texto.

Após a leitura, a professora desenvolveu uma conversa com a turma a partir de perguntas sobre os direitos que de fato são assegurados aos alunos.

A segunda leitura deleite realizada pela P2 foi o livro “Dandara, o Dragão e a lua”. A professora deu início explorando alguns aspectos do livro como: autores, ilustradores, além de fazer a leitura da dedicatória escrita pelo autor. Ainda antes de iniciar a leitura do texto propriamente dito, a professora explorou os conhecimentos prévios dos alunos sobre o “dragão” lançando algumas perguntas como: “O que é um dragão? Existe dragão?”. Logo em seguida, começou a ler em voz alta para os alunos, fazendo algumas pausas para explorar as imagens do livro, pelo fato dele ser ricamente ilustrado. Durante a leitura a professora também realizou algumas perguntas que extrapolavam o texto. Depois da leitura ela explorou várias estratégias para identificar o que as crianças entenderam sobre o texto lido, bem como buscou fazer relação com outros conteúdos discutindo sobre o fato do sol ser considerado uma estrela e alguns fenômenos naturais.

Na terceira observação, a professora fez a leitura em voz alta de uma poesia intitulada “O barquinho de papel”, com a poesia ampliada e afixada em um cartaz na parede. Em seguida, os alunos aprenderam a fazer barquinhos de papel, pintaram e colaram em um cartaz afixado ao lado da poesia.

Na quarta aula, a professora solicitou que cada aluno se dirigisse até o cantinho da leitura e pegasse um livro das caixas dos acervos. Depois que os alunos fizeram individual e silenciosamente a leitura do livro escolhido, a professora fez o momento deleite coletivo,

selecionando o livro do acervo do PNAIC “Balas, bombons e caramelos”, da autora Ana Maria Machado, que havia sido escolhido por uma aluna. Antes de ler a professora pediu que a aluna contasse para os colegas sobre o que falava o livro citado. Logo após, deu início à leitura apresentando o título e os autores rapidamente, e começou a ler a história em voz alta para as crianças. Infelizmente, por conta de uma falta de energia geral na cidade, os alunos foram liberados às 15h e a professora não desenvolveu uma conversa após a leitura do texto.

Na quinta aula, o momento deleite foi realizado da mesma forma que na aula anterior. Após destinar um tempo de aproximadamente 20 minutos para que cada aluno lesse o livro escolhido, a professora selecionou mais um livro do acervo de obras do PNAIC intitulado “Abracadabra”. Porém, diferentemente da aula anterior, foi o aluno que escolheu o livro Abracadabra que fez a leitura do texto em voz alta e pausadamente para sua turma. Após a leitura pelo aluno, a professora fez várias perguntas, desde questões sobre o texto lido, como também questões sobre o gênero textual trabalhado: “O que são contos? O que são contos de fadas? Mas as fadas existem?”. Depois das perguntas lançadas para a turma, a P2 fez a mesma leitura em voz alta. Concluindo a leitura, ela desenvolveu uma longa conversa com os alunos falando sobre a magia citada no livro. Vale ressaltar que a P2 desenvolveu/aprofundou mais as conversas após as leituras deleites realizadas. Além de explorar estratégias de localizar informações, retomar informações do texto, a professora explorou o significado de algumas palavras lidas no livro como: abracadabra, infinito, mágica, magia, etc. Por fim, a professora perguntou sobre outras histórias conhecidas pelos alunos como por ex.: Branca de neve.

Na sétima observação, a professora fez a leitura deleite do livro “Não confunda” da autora Eva Furnari. Assim que apresentou o livro selecionado para o momento deleite da aula, a professora novamente fez a leitura do livro em voz alta para os alunos, dando algumas pausas para mostrar as imagens que o ilustravam. Essa leitura deleite foi realizada pela professora 2 rapidamente, seguindo de imediato para o trabalho com o LD.

Na décima e última aula em que a professora realizou a leitura deleite, também como em aulas anteriores, os alunos foram convidados pela professora a se dirigir até o cantinho da leitura onde ficavam os acervos dos livros. Cada aluno escolheu um livro para ler silenciosamente. Após alguns minutos destinados para realizar a leitura deleite individual e silenciosamente, a professora selecionou um livro que havia sido escolhido por um dos alunos. O livro chamava-se “Animais e opostos” do acervo das Obras Complementares. A professora apresentou o livro destacando o título e depois o leu em voz alta para os alunos.

Como já apontamos anteriormente, na sala de aula da professora 2 também existia um “Cantinho da Leitura”, que também era composto por uma mesa que apoiava os livros,

posicionada no lado direito da sala encostada na parede e com um suporte de tecido para encaixar alguns livros, como podemos visualizar na ilustração a seguir:

Como observamos no quadro 8, em 3 dias das 10 observações realizadas a professora solicitou que os alunos se dirigissem até o cantinho da leitura para escolher um livro e realizar individual e silenciosamente a leitura deleite. Vale destacar que após essa leitura, a professora escolhia um livro para ler em voz alta para que os demais da turma conhecessem um dos livros lidos.

Apenas na oitava e nona aulas observadas, como mostra o quadro apresentado na abertura deste subtópico, a professora iniciou o trabalho da leitura sem ser precedido pelo momento da leitura deleite.

Ainda conforme o quadro, observamos que outras atividades realizadas pela professora em menor frequência foram: produção de texto coletiva (na sétima observação), momentos de filmes (na terceira e na décima observação), desenho sobre a leitura deleite realizada (na penúltima observação). Além dessas atividades, constatamos que em duas das dez aulas observadas, a professora realizou atividades de consciência fonológica envolvendo a exploração de rimas.

Outro ponto da rotina da professora que merece ser enfatizado, pois se refere ao objetivo desse estudo, foi exatamente o uso frequente do livro didático. Embora tenha

utilizado menos com relação à professora 1, verificamos que o LD Letramento e Alfabetização foi usado por ela em 6 das 10 aulas observadas. Apresentaremos como se deu esse uso na próxima seção.

5.4.1 O uso do livro didático para o trabalho com o eixo da leitura pela Professora 2

Os textos lidos do livro didático:

Nos seis dias de aulas em que observamos o uso do livro didático pela Professora 2, sete textos de gêneros diferentes foram lidos/trabalhados, como podemos visualizar a seguir: