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2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

MUNICÍPIO Graduação Pós-Graduação

(Especialização) Curso Qtd. Curso Qtd. Fortaleza Geografia 01 - Pedagogia 01 -

Pedagogia e Letras 01 Língua Portuguesa 01

Teologia 03 -

Maracanaú Pedagogia Matemática e 02 -

Física 01 -

Pentecoste Pedagogia 03 Metodologia Ensino Médio do e

Fundamental 03 Baturité Pedagogia 01 - Pedagogia e Habilitação em Química e Biologia 01 - Letras 01 - Linguagens e Código 01 - Apuiarés Pedagogia em Regime

Especial 02 Língua Portuguesa 01

História 01

Croata Química 01 -

Pedagogia 03 -

Fonte: Pesquisa Direta

Pela descrição dos dados da Tabela 4, observamos que todos os professores pesquisados (N=21) têm nível superior, seis deles com especialização.

A formação exigida inicialmente era Pedagogia, mas não chegou a representar um critério que inviabilizasse a lotação. Dentre os pesquisados,

encontramos formações variadas, o que, no desenvolvimento do projeto, contribuiu para as dificuldades dos professores na transposição dos conteúdos na sala de aula, já que os professores de ciências humanas têm dificuldades com cálculo e vice- versa. Esse foi um dos motivos que nos levou a sugerir para elaboração dos indicadores a lotação dos professores no curso de EJA de acordo com a área de formação.

Educandos

Outro segmento desta pesquisa foram os educandos. O perfil desses educandos - idade e sexo - estão descritos na tabela seis.

Tabela 6. Perfil dos Sujeitos Beneficiados pelo Projeto - Educandos por faixa etária e sexo

Faixa Etária Alunos por sexo

Homens Mulheres 16 a 20 anos 16 19 21 a 30 anos 43 58 31 a 40 anos 26 33 41 a 50 anos 12 19 Maiores de 50 1 9 Total 98 139

Fonte: Pesquisa Direta

Temos um número maior de alunas do que de alunos, aspecto que foi observado em todos os municípios e também na pesquisa feita no primeiro ano do projeto. Outro dado é que as mulheres que voltaram a estudar apresentaram idade acima de 21 anos. Inferimos que esse grupo etário representa aqueles que em sua idade escolar vivenciaram períodos de desatenção maior nas políticas sociais.

Na tabela 7 apresentamos a distribuição dos alunos por meio dos estudos anteriores e sexo.

Tabela 7 Estudos Anteriores por série e sexo

ESTUDOS ANTERIORES Total

H M até a 4ª série 22 35 5ª série 20 38 6ª série 23 28 7ª série 29 24 8º série incompleta 05 13 TOTAL 99 138

A distribuição dos estudos anteriores dos educandos apresenta-se em séries bem variadas, sendo os menores números aqueles que estavam com a 8ª série incompleta, principalmente porque os alunos dessa série já estão na última série do ensino fundamental. Um dos motivos era de que iriam estudar o tempo equivalente.

Destacamos que as séries de 4ª a 7ª são as que possuem as maiores concentrações, sendo que as mulheres deixaram de estudar na 4ª (N=35) e 5ª série (N=38); já os homens, apesar de valores bem aproximados, apresentaram como maior número aqueles que estudaram até a 7ª série (N= 29).

Na próxima tabela, número 8, tiramos a média do tempo em que os educandos estavam afastados dos estudos.

Tabela 8 Média do tempo afastados dos estudos por município/sexo

Município Homens Tempo médio afastado dos estudos (anos) Mulheres

Apuiarés 8,0 12,16 Fortaleza 8,1 12,5 Maracanaú 9,8 10,9 Pentecoste 10,9 14,5 Baturité 9,4 9,5 Croata 8,83 8,14 Total 9,17 11,28

Fonte: Pesquisa Direta

A série cursada anteriormente, assim como a média de anos afastados dos estudos, é aproximada entre homens e mulheres, sendo que os homens apresentam um tempo inferior ao das mulheres. Vamos considerar nessa diferença a condição das mulheres que apresentam desvantagens em relação aos homens, no sentido de que assumem maiores responsabilidades, além de sofrerem mais repressão.

A ocupação dos homens e mulheres alunos do TAF apresentou–se como muito variada, tanto na zona urbana como na zona rural. São pequenos os números daqueles que possuem emprego fixo com carteira assinada. Na tabela 9, são discriminadas as ocupações dos alunos pesquisados.

Tabela 09 – Ocupação dos homens ATIVIDADE HOMENS Nº % Pescador 03 3,2 Feirante 02 2,1 Autônomos 23 24,5 Funcionário Público 05 5,3 Mecânico 10 10,6 Eletricista 02 2,1

Trabalhador da construção civil 04 4,3

Agricultor 10 10,6 Aposentado 01 1,1 Vendedor (a) 07 7,5 Agente de saúde 05 5,3 Motorista 03 3,2 Operários 11 11,7 Desempregado 02 2,1 Outros 06 6,4 Total 94 100,0

Fonte: Pesquisa direta.

Entre aqueles que apresentam emprego com carteira assinada, estão os funcionários (prefeituras das cidades pequenas) N=05 ou 5,3% e agentes de saúde (N=05 ou 5,3%). Cumpre salientar que os agentes de saúde e os soldados da Polícia Militar do Estado foram colocados no projeto como categorias a serem atendidas, mesmo que não possuíssem nível de estudo exigido. Os operários são outra ocupação que possui carteira assinada e foi registrada a sua presença nas cidades maiores (N=11 ou 11,7%).

Agrupamos como trabalhadores da construção civil aqueles que responderam que eram pintores, pedreiros e serventes de pedreiro. Geralmente, são profissionais autônomos que trabalham como avulsos em pequenas obras (N=4 ou 4,3%).

O número mais representativo que se apresentou em ocupações foi o de trabalhador autônomo (N=23 ou 24,5%), o que se explica pela falta de qualificação dos alunos para o mercado de trabalho. Cumpre aqui refletir sobre o número de desempregados entrevistados (N= 2 ou 2,1%). Talvez o quantitativo de autônomos esteja mascarando o número de desempregados.

Tabela 10 – Ocupação Mulheres ATIVIDADE MULHERES % Autônomos 13 9,5 Funcionário Público 03 2,2 Donas de Casa 44 32,1 Manicure 06 4,4 Vendedor (a) 06 4,4 Agente de saúde 06 4,4 Professora 07 5,1 Servente 05 3,6 Comerciante 07 5,1 Costureira 06 4,4 Aux. De Enfermagem 03 2,2 Cabeleleira 03 2,2 Empregos Domésticos 12 8,8 Operárias 08 5,8 Desempregado 03 2,2 Outros 05 3,6 Total 137 100,0

Fonte: Pesquisa Direta.

Assim como os homens, as mulheres também estão ocupadas com trabalhos sem registros que lhes deem garantias trabalhistas, como as donas de casa, que representam 32,1% das entrevistadas (N=44); seguidas das que fazem trabalhos domésticos, como cozinheira, babás e domésticas de serviços gerais 8,8% (N=12). Encontramos nas pequenas cidades sete professoras (principalmente de alfabetização de adultos), 13 autônomas (9,5%), além de operárias e outras ocupações que representam funções alternativas.

Observação: dentre as ocupações autônomas ou colocadas como outras, encontramos na pesquisa: padeiros, mecânicos, cabeleleiros, vigias, donas de casa, domésticas, ascensoristas, vendedores, operários da construção civil, poetas populares, vereadores, agentes de saúde e policiais.

Expomos neste capítulo o contexto em que se deu a pesquisa e quem eram os entes pesquisados, de forma a proporcionar uma visão clara da metodologia com que foi avaliado o projeto e dos sujeitos que dele tomaram parte, efetivando assim a proposta hermenêutica de conhecer o todo e seu entorno. A seguir, aprofundaremos nossas reflexões sobre as dimensões avaliadas.

5 DESVELAMENTO DA TRAJETÓRIA DO PROJETO TAF:

IMPLANTAÇÃO, GESTÃO E CURRÍCULO

Após expor a “totalidade da situação" do Projeto TAF, percorrendo os campos nos quais ele está delimitado, vamos adentrar a análise dos dados coletados em nossa pesquisa. Para tanto nos apoiaremos em dois indicadores: eficiência e eficácia - que conceitualmente podem parecer limitados, mas nos ensejam a observação de aspectos individuais que nos darão uma ideia clara do todo. Indicamos nesse olhar a influência do modelo Contexto, Insumos, Processo e Produto - CIPP de avaliação, por investigarmos os insumos e processos do Projeto TAF.

Iniciaremos com a concretização do primeiro objetivo estabelecido para avaliação do projeto: analisar o grau de aproximação entre o que foi previsto e o realizado (como indicadores de eficiência) no período de 2000 a 2003, observando os números de alunos matriculados; concludentes, número de professores capacitados e municípios que aderiram ao projeto.

5.1 Eficiência

Iniciamos pela cobertura do Projeto TAF, em termos de municípios atendidos, 180 municípios, que representa 98% do total de municípios do Estado. A rede estadual concentrou o maior número de matrículas em razão de dois fatores: i) atendimento dos níveis fundamental e médio, principalmente nas sedes dos municípios, e ii) o pequeno número de escolas que atendiam o fundamental II nos municípios.