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O Município de Natal localiza-se no Estado do Rio Grande do Norte, na mesorregião leste potiguar. Apresenta uma extensão territorial de 167.263 km e 803.739 habitantes, dos quais 100% residem em área urbana. Entre 2000 e 2010, foi verificada uma ampliação da população idosa, que cresceu 4,13% em média ao ano. Em 2000, esse grupo representava 7,9% da população, já em 2010 detinha 10,5% do total da população municipal. O segmento etário de 0 a 14 anos registrou crescimento negativo entre 2000 e 2010, com média de 1,42% ao ano. Crianças e jovens representavam 28,3% do contingente populacional em 2000, o que correspondia a 201.327 habitantes. Em 2010, a participação desse grupo reduziu para 21,7% da população, totalizando 174.495 mil habitantes.

Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, no que se refere à ocupação da população economicamente ativa, ou seja, de 18 anos ou mais, no mercado de trabalho, a quantidade de pessoas ocupadas é de 334.010, enquanto 57.705 estão desocupadas. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), os setores de comércio e de serviços são os que mais empregam.

Ainda o Segundo o PNUD (2013), o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)46 cresceu no Município 14,91%, com uma taxa de desenvolvimento considerada alta e ocupando o 320º lugar nacionalmente. A dimensão que apresentou o maior crescimento em termos absolutos foi educação, seguida por longevidade e por renda. A quantidade de pessoas extremamente pobres e pobres diminuiu no decorrer dos anos, conforme o Quadro 4.

46 Medida de desenvolvimento que reúne três requisitos: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável – saúde –, ter acesso ao conhecimento – educação – e poder desfrutar de um padrão de vida digno – renda. O IDHM é representado por um número que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano de um Município. Faixas de Desenvolvimento Humano: Muito alto = 0,800 – 1.000; Alto = 0,700 – 0,799; Médio = 0,600 – 0,699; Baixo = 0,500 - 0,599; e Muito Baixo = 0,000 – 0,499 (PNUD/BRASIL, 2013).

Quadro 4 – Percentual de renda, pobreza e desigualdade do Município de Natal Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD – 2013).

Os dados do IBGE revelam uma diversificação das principais atividades econômicas do Município. Destaca-se, dessa forma, o Produto Interno Bruto (PIB) contabilizado em 2010, que foi de R$ 11.997,401 (onze bilhões, novecentos e noventa e sete mil, quatrocentos e um reais), enfatizando-se a atividade que mais incidiu sobre este, a dos serviços, representando mais de 70% do PIB de 2010. O crescimento percentual foi inferior ao verificado no Estado do RN, que foi de 57,3%. A participação do PIB do Município na composição do PIB estadual aumentou de 36,00% para 37,10%, no período de 2006 a 2010. A estrutura econômica municipal demonstrava participação expressiva do setor de serviços, que responde por 70,7% do PIB municipal. Cabe destacar o setor secundário ou industrial, cuja participação no PIB era de 15,0% em 2010, contra 12,4% em 2006.

No que concerne ao campo educacional, o Município de Natal, no ano de 2007, contabilizava 127 estabelecimentos de ensino, com uma matrícula inicial de 59.055 alunos. Já no ano de 2011, havia 141 estabelecimentos de ensino e uma matrícula inicial de 55.963 alunos. Dessa maneira, houve uma diminuição da matrícula em 4.082, no período de 2007 a 2011. Essa redução ocorreu gradativamente a partir do ano de 2008, conforme mostra o Quadro 5 a seguir, o qual também indica a quantidade de docentes e o grau de formação.

ANO Estab. Matrícula

FUNÇÃO DOCENTE Grau de Formação Ens. Fundamental Ens. Médio Ens. Superior TOTAL

Incomp. Comp. C/ Lic. S/ Lic.

2007 127 59.055 2 2 310 1861 102 2.277 2008 129 59.449 0 3 63 1977 0 2.043 Município % de extremamente pobres % de pobres Índice Gine 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 Natal 10,21 7,20 2,92 30,51 24,10 10,50 0,60 0,63 0,61

2009 127 57.151 0 1 316 2652 0 2.969

2010 129 56.162 0 0 405 2775 0 3.180

2011 141 55.963 0 4 508 2655 0 3.167

Quadro 5 – Dados educacionais Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE.

No ano de 2007, o Município apresentava 2.277 docentes, passando para 3.167, em 2011. Com relação à formação desses profissionais, houve um aumento de 310 para 508 docentes com ensino médio atuando no Município. No que diz respeito a professores com ensino superior (licenciatura), o Município passou de 1.861 para 2.655, apresentando um aumento de 784 docentes nessa situação. Sem licenciatura, o Município possuía 102 docentes em 2007, chegando ao ano de 2011 sem apresentar docentes sem licenciatura.

Embora tenha aumentado o número de estabelecimentos de ensino na rede pública municipal, como também o nível da formação dos professores no período de 2007 a 2011, houve também uma diminuição no número de matrículas. Inferimos que essa situação pode estar relacionada com a qualidade do ensino oferecido aos estudantes, que, muitas vezes, por intermédio dos seus responsáveis, são transferidos para a rede privada de ensino.

A qualidade do ensino passa pelo reconhecimento do papel do professor nos rumos da educação e sua formação é definidora – entre outros fatores, tais como as condições de trabalho – para o exercício desse papel. No entanto, essa formação tem que adequar uma leitura de mundo capaz de proporcionar um posicionamento crítico, diante do contexto de implantação das reformas neoliberais, que responsabiliza somente o professor pela má qualidade do ensino, com base em avaliações nacionais, como o IDEB. Desse modo, tem que haver o entendimento, por parte dos professores, conforme Freire (2003, p. 23) elucida, de que

[...] ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender [...].

Portanto, condições de trabalho que proporcionem condições de aprendizagem para os estudantes trazem profundas implicações para a prática da docência. Essas condições estão atreladas ao modo como a gestão educacional as compreende.

5.2 NORMATIZAÇÃO DA GESTÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE NATAL E