Estadual IDH-M 2010 PIB/2010 (mil reais) Renda per capita/2010 em Reias GINI Estância 0,672 8º 864.670,00 14.090,00 0,44 Indiaroba 0,628 37º 311.700,00 18.335,00 0,43
Santa Luzia do Itanhy 0,613 44º 70.222,00 11.511,00 0,45 Fonte: IBGE, disponível em HTTP://www.ibge/home/acesso em 18/03/2012
Elaboração: Elder dos Santos Lima
Relativo ao IDH-M, Estância, município predominantemente urbano e com industrialização expressiva para o Estado, apresenta os melhores indicadores ocupando a 8ª colocação no ranking estadual. Também apresenta a maior renda per capita e o maior PIB centralizado na indústria (41,46%) e serviços (40,34%). Os impostos sobre os produtos líquidos de subsídios por 16,35%. Todavia, o setor agropecuário responde por apenas 1,84%.
Ocupando a 37ª posição do IDH-M estadual, Indiaroba apresenta o melhor índice de Gini entre os municípios avaliados da bacia inferior do rio Piauí. A indústria responde por 3% da sua receita, enquanto que os serviços por 38,2% e os impostos sobre os produtos líquidos de subsídios por 7,2%. A agropecuária responde por 51,6%.
Santa Luzia do Itanhy apresenta indicadores sociais e econômicos mais fracos, entre os municípios da bacia inferior, ocupando a 44ª posição do ranking estadual do IDH-M e o pior Índice de Gini. Sua economia depende basicamente dos serviços 39,1%. Os impostos sobre produtos líquidos de subsídios por 3,3% e a indústria responde por 3,1%. É o município com
123 maior participação de população rural; deste modo, a agropecuária responde por 54,5% da sua economia.
Nos últimos anos a ocupação dos espaços urbanos no Estado tem se acentuado, o que vem provocando uma gradativa diminuição da população rural dos municípios em análise. De acordo com os dados da última contagem do IBGE, foi constatado que 1.486.879 pessoas habitavam áreas urbanas e 581.547 pessoas estavam localizadas em áreas rurais.
Para os municípios analisados constituintes da bacia inferior do rio Piauí realizou-se um estudo demográfico com base nos dados levantados pelo IBGE nos censos de 2000, 2007 e 2010. A Tabela 12 apresenta os resultados das contagens e censos para as populações urbanas, rurais e totais dos municípios integrantes da bacia hidrográfica de interesse.
Tabela 12- Evolução da população urbana e rural dos municípios da bacia inferior do rio Piauí
(2010).
Municípios População (hab.) 2000 Urbano Rural População (hab.) 2007 Urbano Rural População (hab.) 2010 Urbano Rural Estância 50.854 8.148 51.937 9.431 56.899 7.510 Indiaroba 4.681 8.471 5.327 10.362 5.340 10.491 Santa Luzia do Itanhy 2.585 11.363 2.962 10.179 2.709 10.260 Fonte: IBGE, disponível em HTTP://www.ibge/home/acesso em 18/03/2012.
Elaboração: Elder dos Santos Lima.
Os municípios analisados da bacia inferior tiveram, em conjunto, um crescimento populacional médio de 7,635% no período compreendido entre 2000 e 2010, evoluindo de 86.102 para 93.209 habitantes, segundo dados do IBGE. Considerando-se o total da população da bacia inferior em 2010, os municípios equivalem a 4,5% de Sergipe que no mesmo período totaliza 2.068.017 habitantes. A densidade demográfica de 72,41 hab./km² (figura 38) é inferior à do estado que correspondia a 94.35 hab./km² mesmo ano (Tabela 13).
Tabela 13 – População total e densidade demográfica em Sergipe e nos municípios da bacia
inferior do rio Piauí (2010).
MUNICÍPIOS População Área (Km²)
Densidade Demográfica
(hab./km²
Estância 64.409 644.080 100.00
Indiaroba 15.831 313.523 50.49
Santa Luzia do Itanhy 12.969 329.502 39.36
TOTAL 93.209 1287.105 72,41
SERGIPE 2.068.017 21.918.354 94.35
Fonte: IBGE. Contagem da população, 2010. Elaboração: Elder dos Santos Lima
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125 O município mais densamente povoado é Estância com 100.00hab./km² e também o mais populoso com 64.409 habitantes (69.10% da bacia inferior do rio Piauí); a quarta posição no estado em número de habitantes. Com uma população urbana de 56.899, e uma população rural de 7.510 habitantes. O crescimento da população no período analisado (2000-2010) foi 8.39%, saindo de 59.002 para 64.409 habitantes, o segundo maior crescimento entre os municípios em análise (tabela 13). Possui outrossim a maior área territorial.
A dinâmica econômica de Estância com a presença de indústrias e comércio, bem como a densa e rica rede hidrográfica foram decisivos historicamente em seu processo de ocupação e desenvolvimento, tornando, atualmente, sub-sede regional para onde afluem pessoas e produtos dos municípios vizinhos, porquanto seu acesso é facilitado pela presença da BR- 101.
No tocante ao índice de urbanização, Estância apresenta a maior porcentagem com 88,34 %: são 35 povoados e 19 assentamentos/colônias rurais detectados durante a realização deste trabalho. Tal situação pode ser explicada pelo uso da terra fortemente orientado para a pecuária, o que não exige muita mão-de-obra para os tratos, pela grande concentração de terra, inibindo o acesso aos pequenos produtores e por ser tradicionalmente um município de economia industrial (iniciado no final do século XIX) sobre o qual possui grande dependência. Não obstante a presença de algumas dessas indústrias na zona rural, é na sede municipal que reside a maior parte de seus trabalhadores. Como na maior parte das cidades industriais, Estância é eminentemente urbana e suas riquezas não são bem distribuídas para a população, esta não tem acesso aos produtos finais dessas indústrias, pois a maior parte da produção é exportada.
Dentre os três municípios analisados Estância foi o único que sofreu perda quanto a população rural. O município teve um crescimento positivo entre 1980 e 1996 de 27,26% saindo de 8.632 para 10.985 pessoas. Analisando, contudo, o período seguinte, 1996 a 2010, houve uma redução de 31,08%, passando a contar com 7.510 habitantes na zona rural.
Com população rural superior à urbana, Indiaroba e Santa Luzia do Itanhy dispõem de população rural de 10.491 e 10.260 habitantes, respectivamente. A densidade demográfica em Indiaroba é de 50,49% e conta com uma população de 15.831 habitantes o que corresponde a 16.98 % da população total da área de estudo. Foram constatados 26 povoados e 13 assentamentos/colônias distribuídos pelo município acolhendo os 66.26%
126 da população rural, fato que marca a relevância da agricultura em sua economia. Em Santa Luzia do Itanhy a situação não é tão diferente pois possui uma densidade demográfica de 39.35% com uma população de 12.969 habitantes, sendo 2.709 habitantes residentes na sede municipal, ou seja, é eminentemente rural.
Santa Luzia do Itanhy teve seu crescimento populacional reduzido (-7.02%) fato esse explicado pela saída dos jovens da sede municipal para outras cidades, como Estância, por exemplo. A estagnação econômica na cidade do município pode ser a principal causa da emigração. Entretanto a população rural cresceu, o que mostra o rumo da economia voltada para a agropecuária como principal fonte de renda das famílias. Estas vivem em povoados e colônias agrícolas dispersas por sua área.
Entre os municípios da área de estudo há o predomínio da população urbana em 64.948 habitantes com 69.67% da população total; sendo que, deste modo, 30.32 % dela vive no meio rural, ou seja, 28.261 pessoas. Ao observar a tabela que traz dados sobre a evolução da população urbana e rural no período de 2000 a 2010, constata-se um crescimento de 10.52 % frente a 0.9 % de crescimento da população rural no mesmo período (Figuras 39 e 40). O crescimento da urbanização, por conseguinte, não ocorreu à custa da desruralização, pois, ainda que menor, houve crescimento da zona rural, saindo de 27.982 para 28.261 habitantes.
Figura 39 – Evolução da população rural dos municípios na bacia inferior do rio Piauí (2000-2010).
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000, 2007 e 2010.
127 Figura 40 - População urbana e rural dos municípios na bacia inferior do rio Piauí (2010).
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2010.
Elaboração: Elder dos Santos Lima.
A preeminência urbana em Estância está assentada na década de setenta do século passado, que marcou o período de intensificação da industrialização e a sua conseqüente urbanização, com a implantação em 1974 do Distrito Industrial. Nos dias atuais, a indústria ainda se apresenta como a principal atividade econômica contribuindo com o maior volume de impostos, vindo em seguida o setor comercial e de serviços. O município tem o maior centro comercial da mesorregião em que está localizado, constituindo-se também, o de maior intensidade urbana.
A fábrica, deste modo, tem grande significado na história dos sujeitos residentes do município, na consolidação e supermacia urbana de Estância. O peso histórico de sua presença tem fortes influências na produção das relações sociais e nos modos de vida do urbano. Vidas submetidas às tensões diante das alterações da estrutura produtiva que se territorializa em contextos diferenciados sob diferentes formas que assume a divisão social do trabalho. (CONCEIÇÃO, p. 4, 2008).
4.3-DOMÍNIO DA PECUÁRIA NA ECONOMIA
Os três municípios integrantes da bacia inferior do rio Piauí apresentam-se fortemente vinculados à pecuária, pois ao ser somada a área total destinada à lavoura e a pastagem obtêm-se um índice superior a 50% da área municipal destinada às pastagens, destacando Estância com 57,65 % em seguida Santa Luzia do Itanhy com 53.48 % e Indiaroba com 53,04%. Este vínculo faz parte do processo de ocupação do interior do
128 estado, associado às condições ambientais. Em 1995 o percentual destinado para as pastagens era de 54,6 % acrescendo para 58,2% em 2010.
Na maior parte da bacia predomina a pastagem plantada e também natural associada à policultura de subsistência, intercalada com vegetação secundária em diversos estágios de regeneração. Ela é desenvolvida com o sistema de produção extensivo (Figura 41), sem uso de tecnologia, o que provoca baixa produtividade, refletida na capacidade de suporte, onde a relação entre a área cultivada com pastagem e o efetivo bovino fica muito aquém. Nos municípios analisados o rebanho bovino representa 8,72 % do rebanho estadual. Levando-se em conta todos os outros animais, com exceção das aves, tem-se um total de 32,5% cabeças com densidade de 1,67 cabeças/ha, o que configura uma baixa ocupação.
Figura 41 - Pecuária extensiva, município de Santa Luzia do Intanhy- 2011
Fonte: Arquivo pessoal, 2011.
A pecuária está presente em mais de 50% do estado do Sergipe, com foco na cultura de animais de grande porte (bovinos), associada a lavouras de milho, que ocupam grandes extensões do território sergipano.
Vegetação secundária Pecuária extensiva
129 Tabela 14 - Efetivo do rebanho em Sergipe, e percentual correspondente -2006.
Tipo do Rebanho
Efetivo do Rebanho (Cabeças)
% Correspondente ao estado