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A NÁLISE DE DADOS

No documento Relatório de Estágio (páginas 115-119)

Nesta fase, os professores devem mobilizar, cuidadosamente, capacidades e potencialidades das crianças, sendo, para isso, crucial que os docentes identifiquem e

4.6. A NÁLISE DE DADOS

4.6.1.

Análise à entrevista

De acordo com a opinião da docente, recolhida através de uma entrevista (cf.

Anexo 53), a Etnomatemática é, efetivamente, importante para o ensino da Matemática e, consequentemente, para a Comunicação Matemática. Desta forma, através do conhecimento prático de quem lida com este assunto diariamente, é corroborada a ideia da importância da Comunicação Matemática tanto no ensino como na aprendizagem desta disciplina. Ao expor as suas dúvidas e conhecimentos, o aluno partilha com os colegas a sua informação, indicando também ao professor aquilo que reteve.

O conceito de Etnomatemática, observa-se, é já muito conhecido e, no caso, utilizado. Através disto, torna-se possível criar aulas mais dinâmicas, em que os alunos participam mais ativamente, e têm a oportunidade de transpor os conhecimentos adquiridos para aquela que é a vivência do seu quotidiano.

Assim, nota-se que a abordagem do património local influencia, de facto, a Comunicação Matemática tendo, efetivamente, um papel preponderante no ensino da disciplina e na sua comunicação.

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4.6.2.

Resultados e conclusões da análise de dados

Através da análise dos dados, consegue encontrar-se, assim, resposta à questão-problema, centrando-se a mestranda nos objetivos traçados, concluindo que o meio da criança influencia a comunicação matemática, pela adaptação deste tema à resolução de problemas, desde a utilização de materiais manipuláveis, observação de imagens do património local ou até mesmo à utilização de maquetas. O que interessa é que seja feita uma investigação da própria região para que se possa enveredar por estes caminhos e incentivar o gosto pela matemática. Apesar de ter sido um pequeno projeto, foi visível que as crianças estão sempre à espera que o professor traga novidades para a sala de aula, proporcionando a ultrapassagem das dificuldades.

A comunicação permite, se for tida em consideração, contornar, de uma forma mais interessante, até a timidez da criança, pois conseguiu recorrer-se às situações vivenciadas por estas, e num turbilhão de brainstorming, verificar uma crescente vontade de participação, principalmente a resolver as tarefas de cariz investigativo, que recorriam à discussão para obtenção do caminho a seguir para a sua resolução.

Notou-se que estavam a encarar como algo já presenciado, por exemplo, na compra deste material, e isso foi fundamental para conseguir uma resposta conclusiva e positiva à questão-problema, pois o meio sem dúvida que influencia a comunicação e esta, por sua vez, deixa de comprometer o futuro negativo da criança para com esta área, tornando-a mais risonha e com vontade de associar a mais temas da própria região.

Conclui-se, então, que a mestranda conseguiu, através da comunicação inicial em cada tarefa, fazer com que a grande maioria dos alunos participassem o máximo possível, e mesmo quando isso não acontecia, de aluno-professor, era visível que existia entre aluno-aluno, ajudando-se uns aos outros. Isto também foi possível porque em todas as aulas a professora estagiária fazia registos que permitiam refletir e avaliar as suas práticas, o que era necessário para adaptar às necessidades.

Apesar da comunicação matemática estar presente em todas as aulas, as tarefas acima referidas foram as que nas sessões de intervenção se direcionaram mais para o foco central deste projeto.

Através da entrevista da docente, podemos corroborar as nossas próprias conclusões, uma vez que também ela aplica conceitos etnomatemáticos nas suas aulas por forma a torná-las mais interessantes para os alunos.

101 4.7.

C

ONCLUSÕES

É de notar que foi verificado ao longo das sessões que os alunos necessitam de novos desafios, de novas ligações ao seu quotidiano. Quanto mais se apostar em algo que não é comum ou repetitivo, mais facilmente se conseguirá manter o estudante interessado na aula e com vontade de participar, explicar as suas opções e tentar perceber tanto o professor como os seus colegas.

Torna-se difícil conseguir ter uma perceção se no nosso país, nas salas de aula, os professores de matemática têm em atenção estas duas grandes temáticas, até porque a etnomatemática carece de alguma investigação sobre o local onde está inserida a escola e nem sempre há tempo para o fazer. No entanto, pode afirmar-se que a comunicação matemática é, sem dúvida, um passo importante para que esta área não seja renegada desde tenra idade. Deve apostar-se em novos caminhos e, sem dúvida, que a etnomatemática é um estímulo à aula de matemática. Foi totalmente visível que, por ser algo novo e que na ideia da criança não está associado à matemática, se torna um momento mágico. Com isto, é necessário que os próprios professores tomem consciência deste facto e também eles aproveitem o património para lá do Estudo do Meio. Tendo em atenção o que foi observado e ajustado para obter os dados acima referidos, consegue-se compreender que o que está mais próximo da criança, mesmo na simples resolução de problemas, despoleta memórias por eles vividas e maior vontade de realizar as tarefas propostas e vontade de as explicar.

Apesar de apresentar alguns constrangimentos, principalmente para o professor que hoje-em-dia se sente sobrecarregado, é um bom meio de promoção do sucesso escolar. Se através da linguagem, primeira coisa que estes alunos aprendem, conseguirem expor as suas ideias e, de forma organizada, também o seu pensamento, aos poucos irá organizar-se e criar mais à vontade para descobrir e fazer entender a matemática. Para contornar esses obstáculos ou até mesmo docentes que não estejam recetivos a esta nova linha, devem iniciar pelo património de pequena dimensão e testar nas suas aulas para verificar a recetividade. Aqui, irão compreender que a surpresa é tal que poderão avançar para situações de maiores dimensões. É na diferença que está o ganho, é nesta diferença que se pode transmitir outros conhecimentos.

Então, mais uma vez, conseguimos articular os saberes com a Língua Portuguesa e o Estudo do Meio, criando uma ligação com o quotidiano, promovendo aprendizagens significativas e permitindo que os alunos compreendam que a matemática não está desligada do real.

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No documento Relatório de Estágio (páginas 115-119)