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3.3. Paradigma quantitativo

3.3.2. Nível teórico

Nesse nível procuramos identificar os principais temas abordados nos documentos produzidos pelos pesquisadores, os autores mais citados, as principais críticas desenvolvidas, bem como as principais propostas apresentadas para a resolução ou encaminhamento daquelas.

3. 3. 2. 1. Principais temáticas trabalhadas

Os principais problemas ou temáticas trabalhadas na pesquisa quantitativa identificada diz respeito à: formação de professores, desenvolvimento cognitivo da criança em idade escolar e antes da escola, prática pedagógica, estudo do currículo, uso da informática, política educacional, relações sociais no campo familiar, educação matemática, o trabalho coletivo na escola, estudos sobre a adolescência, historiografias, financiamento da educação, avaliação institucional, entre outros. Temas sobre o estudo da pesquisa educacional propriamente dita, não foram trabalhados em abundância, entretanto, na composição do corpo de muitos trabalhos notamos a preocupação dos autores em construir e contextualizar sua concepção de pesquisa educacional na realidade da construção da pesquisa científica no Brasil e políticas pertinentes que a regem.

3. 3. 2. 2. Críticas desenvolvidas

Assim como assinala SILVA (1997), pudemos observar que nesse tipo de abordagem as críticas desenvolvidas não são comuns, principalmente pela pretensão dos autores, explicitada nos seus objetivos de discorrer sobre o objeto de estudo de forma “imparcial”, o objeto pelos fatos, os fatos pelos fatos. Dentre as raras críticas que conseguimos detectar

estão aquelas que tratam 1) da formação de professores dissociada da necessidade real e 2) do problema da liderança do diretor de forma centralizada, tornando-os verdadeiros capatazes do Estado, uma vez que em posse de seu cargo consolidam as diferenças entre dirigentes e dirigidos; 3) da qualidade das relações entre o professor e o aluno e 4) entre a educação e entre posturas ideológicas conflitantes, assim

“A qualidade das relações entre educador e criança ficam fortemente prejudicadas quando observamos que em cada turma da creche, durante o mínimo seis horas diárias, permanece apenas um educador na sala. Na proposta oficial, o número de crianças com relação ao número de adultos apresentado, não considera a carga horária dos profissionais (menor que as horas de atendimento), nem os horários de almoço e descanso” (AMOSTRA 64, p. 187).

“A educação sempre conviveu com duas posturas ideológicas divergentes que caracterizam, logicamente de forma diversa, o processo educacional – uma que se volta à manutenção da arquitetura (social, política, econômica), e outra que busca uma ruptura com o estabelecido. A qualidade em Educação, fica, desta forma, subordinada ao atendimento de determinados requisitos que se vinculam a uma ou outra concepção. Entendo que existem, presentemente, três direções distintas, que apontam, cada qual, para conceitos específicos de qualidade em educação..."”(AMOSTRA 68, p. 3).

3. 3. 2. 3. Propostas apresentadas

As principais propostas apresentadas buscavam identificar as causas de um determinado fenômeno ocorrido, outras sobre a realização de estudos ainda não pesquisados ou não explorados suficientemente, outros ainda, dentro dessa perspectiva, sobre a análise de categorias e variáveis de estudos já efetuados, mas com uma “nova perspectiva” como se nos apresentam as passagens a seguir.

“Identificar os eventos de vida que antecederam a opção pela vida de rua, identificar componentes de comportamento dos sujeitos que possam ser definidos como problemas de conduta, buscar relações entre

eventos de vida e comportamentos definidos como problemas de conduta” (AMOSTRA 42, p. 21).

“Apesar de todas as dificuldades e restrições metodológicas, as evidências permitem assumir a existência de associação entre eventos de vida estressante e distúrbios de conduta em crianças e adolescentes. Particularmente para os sujeitos desse estudo é importante verificar se estes fatores também associam-se à opção pela vida de rua. Com isso espera-se favorecer a realização de diagnósticos mais precisos da situação” (AMOSTRA 42, p. 21).

“Analisar o tipo de estudo, a abrangência da pesquisa e as abordagens básicas dos estudos, verificar na categoria tipo de estudo, a caracterização dos estudos empíricos, o local de realização desses estudos e os sujeitos utilizados, comparar os aspectos anteriores em cinco períodos de tempo”(AMOSTRA 43, p. 22).

“Identificar a seqüência das políticas propostas nos argumentos centrais dos discursos, analisando as mensagens anuais em termos de projetos e ações presentes nessas mensagens” (AMOSTRA 62, p.15).

“Comparar o desempenho e os procedimentos empregados pelos sujeitos na solução de problemas de adição e subtração com os níveis alcançados de abstração reflexiva nos problemas de inversão das operações aritméticas” (AMOSTRA 56, p. 26).

“Identificar a seqüência das políticas propostas nos argumentos centrais dos discursos, analisando as mensagens anuais em termos de projetos e ações presentes nessas mensagens” (AMOSTRA 62, p. 15).

“A avaliação (ou também chamada de observação) das crianças na creche precisa ser considerada como parte essencial no processo educativo. Significa a capacidade de o educador saber ler e interpretar os comportamentos das crianças e, conseqüentemente, poder melhor estabelecer as orientações da programação educacional, assim como ampliar e aprofundar seu conhecimento sobre as crianças, de forma a favorecer a continuidade escolar e as conversas com os pais” (AMOSTRA 64, p. 189).

3. 3. 2. 4. Autores mais citados

Os autores mais citados nessa perspectiva foram respectivamente Bernardete GATTI, Eunice R. DURHAN, Demerval SAVIANI, Vitor Henrique PARO, Guiomar Namo de MELLO, Beno SANDER, Maria Helena Souza PATTO, Jean PIAGET, Pedro DEMO, Paulo FREIRE, Moacir GADOTTI, Sônia KRAMER, Vanilda PAIVA, Maurício TRAGTEMBERG, Sônia PENIN, Evaldo VIEIRA e Michel THIOLLENT. A nossa preocupação nesse tópico não foi classificar esses autores num dado paradigma utilizado, mas tão somente constatar quais são aqueles que mais foram utilizados como fontes bibliográficas nos documentos que nos propusemos a analisar, até mesmo, porque fazia-se necessário para a construção de nosso objeto de estudo identificarmos de quais “fontes” os autores das teses e dissertações estariam “bebendo” na construção de seu objeto de estudo.