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Núcleo de Acessibilidade e Inclusão

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2 INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA REALIDADE EM

2.3 Núcleo de Acessibilidade e Inclusão e o Atendimento Educacional Especializado

2.3.1 Núcleo de Acessibilidade e Inclusão

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) junto à pessoa com deficiência na Educação Superior deve ser realizado através do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão segundo o Decreto 7.611/2011 que destaca a “estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições de Educação Superior”. Sendo os núcleos, nas IFES, o local de referência para o atendimento do estudante com deficiência e deve ter como ação central “eliminar barreiras físicas, de comunicação e de informação que restringem a participação e o desenvolvimento acadêmico e social de estudantes com deficiência”. (BRASIL, 2011).

No núcleo de acessibilidade e inclusão deve ser elaborado o “planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva”. (BRASIL, 2015). Percebemos que estas orientações legais são importantes para legitimar as ações que devem ser realizadas nas IFES e para que consiga dar segurança de acessibilidade e inclusão ao estudante com deficiência matriculado nas IFES. A partir da atuação do núcleo de acessibilidade e inclusão, ele passa a ter um setor de referência que o auxilie e o oriente na realização do seu percurso acadêmico.

O núcleo de acessibilidade e inclusão, mapeando as situações dos estudantes com deficiência, tende a possibilitar a elaboração e a realização do planejamento institucional para o atendimento mais adequado dentro da demanda e também contribuir para assessorar os docentes no acompanhamento de estudantes com Necessidade Educacional Específica (NEE), uma vez que favorece o AEE dentro das especificidades apontadas por cada estudante com deficiência.

2.3.1.1 Alguns exemplos de superação de barreiras educacionais e experiências de sucesso no Ensino Superior brasileiro

No tocante aos universitários com deficiência, encontramos relatos no cotidiano referente à dificuldade de permanência na Educação Superior devido ao não atendimento à necessidade educacional especial, decorrente de alguma deficiência. No entanto, há Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) que vem conseguindo modificar este quadro e implantar a educação na perspectiva inclusiva. Um exemplo é a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que traz importantes discussões sobre a inclusão na Educação Superior na busca de soluções educacionais, por exemplo, a relação entre docência e necessidades educacionais especiais (MELO 2013). Considerando que a legislação educacional aponta para a criação de núcleos de acessibilidade nas IFES (BRASIL, 2011), sendo que os núcleos favorecem o atendimento educacional a pessoa com deficiência e conforme indicam Melo e Pereira, (2013, p.93):

A educação inclusiva deve ser entendida na perspectiva de atender às dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional e como um meio de assegurar que os alunos que apresentam algum tipo de deficiência tenham os mesmos direitos que outros alunos com participação plena na sociedade.

Nesse sentido, o atendimento educacional deve acontecer de forma a contribuir que os estudantes utilizem e desenvolvam suas potencialidades e realizem a trajetória formativa de forma mais adequada possível frente à realidade que apresenta.

A política de inclusão de pessoas com NEE na UFRN foi impulsionada e fortalecida a partir de projetos institucionais aprovados pelo Programa Incluir, junto ao Ministério da Educação, a saber: Inclusão de alunos com deficiência na UFRN: Promovendo ambientes acessíveis; Criação do Núcleo de Apoio e Orientação ao Acesso e Permanência a alunos com deficiência na UFRN; e Estruturação e fortalecimento de ações voltadas para o Ensino de estudantes com deficiência visual na UFRN (MELO 2006; 2008; 2010). (MELO, 2014, p. 48):

Outro exemplo é a Universidade Federal do Rio Grande do Sul que ressalta a necessidade de se mapear as necessidades de acessibilidade, criação de recursos tecnológicos, levantamento do histórico dos estudantes com deficiência, dentre outras ações. Destacam que “proporcionar uma dinâmica em sala de aula com os colegas do aluno com NEE também é fundamental para evitar a discriminação e seu possível isolamento do resto da turma”. (SONZA, 2014, p.180). Em outra lente discutem a inclusão sociodigital para pessoas com NEE apresentando como Acessibilidade e Tecnologia Assistiva, onde tecem estudo sobre a escolarização de pessoas com deficiência e apontam recursos diferenciados que podem contribuir para as diferentes demandas existentes.

[...] hoje em dia, a sala de aula é um ambiente em que a diversidade está cada vez mais presente. Saber lidar com essa diversidade é saber visualizar cada aluno como único e possuidor de capacidades e especificidades, é um desafio para cada um dos envolvidos no processo educacional. (SONZA, et all, 2013, p.43).

Não é possível atuar de forma adequada na educação com perspectiva inclusiva sem considerar as demandas trazidas pelos acadêmicos, público alvo desse atendimento. E, só a partir de então, planejar, organizar e viabilizar os recursos humanos e materiais necessários à realização dos serviços, e atuar de forma diferenciada com “um currículo acadêmico flexível, com o currículo em movimento, utilização de espaços diferenciados ou adaptados, objetivos específicos alternativos, adaptações e flexibilizações no currículo”. (MELO, 2013, p.48-52).

À medida que as ações inclusivas vão ocorrendo, torna-se possível provocar a reflexão na comunidade acadêmica sobre o tema, tornando-se cada vez mais uma pauta comum a ser pensada, dialogada e vivenciada, não só dos bastidores, mas fazendo parte dos debates na superfície do cotidiano acadêmico.

[...] é preciso oferecer diretrizes claras sobre como elaborar propostas individualizadas de ensino e as dimensões que envolvem o currículo escolar. Essas e outras medidas relacionadas às condições de trabalho dos docentes e à infraestrutura das instituições escolares, certamente colaborarão para a melhoria das práticas educativas [...].(PLETSCH, 2014, p. 16).

O atendimento aos estudantes com deficiencia é uma ação que, a medida que os diferentes setores da instituição vão tomando conhecimento de suas nuanças, dos preceitos legal (BRASIL, 2011); (BRASIL 2015) e (BRASIL, 2016), e, procurando aprender a lidar com as demandas pertinentes as ações apontadas nas politicas educacionais propostas, e ao irem se envolvendo com a educação na perspectiva inclusiva, os estudantes com NEE tendem a serem melhores qualificados no seu desempenho acadêmico e a IFES passa a cumprir melhor com o seu papel no mundo acadêmico e contribui para o desenvolvimento também do capital social.

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