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31 Na sequência do trabalho da textura encontramos a representação da estrutura do

ento natural que estava a ser utilizado, abordando-se então a relação existente entre ma/estrutura. O trabalho foi-se desenvolvendo, passou pela simplificação das form dos elementos naturais, o que requeria uma observação atenta, tendente a impulsionar o acto criativo.

Figura 5 Pintura a lápis de cor Pintura a marcador Pintura a lápis de cor Pintura a lápis de cera

Trabalho da Vera – 6ºB Trabalho do Flávio – 6ºA

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Quando os alunos iniciaram os trabalhos, apresentados na (fig.5), estavam pouco receptivos, porque exigiam concentração e rigor nos traçados geométricos, exigiam a utilização de instrumentos e materiais de desenho geométrico, o que não era nada do seu agrado.

– “ (…) não gosto nada disto, sai-me sempre tudo mal.” Estavam irrequietos, as conversa

S eu-se o trabalho por alguns instantes, dialogou-se com edir e traçar, pois, eram conhecime

terveio, dizendo que, a qualquer mome com certeza sentir a falta desses conhecime

entários continuaram: “isto é “chato”, “já estou a ficar fart

disto”.

problema não residia no nosso modo de proceder, mas no efectivo d a

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demon

cia da Expressão plástica na educação, também ela, motivadora da apreensão de con

ade, se cons

stravam maiores dificuldades.Mas, quando se passou à pintura e os resultados começaram a aparecer foi realmente motivador para quem observava e interagia. 30

Como nos dizia o Luís na entrevista 31 “ não gosto muito daquela parte em que aprendemos geometria (…)”, mas quando se começou a vislumbrar o resultado “ (…) pintámos, e ficaram os desenhos engraçados, aí gostei da geometria”

Trabalho da Andreia – 6º B Trabalho do Diogo – 6ºA

Figura 6

Descrevemos este percurso, de certa forma minucioso, que se desenrolou tanto com a Turma A como com a Turma B, em que não se observaram diferenças significativas. Deste modo poderemos ter uma visão mais alargada sobre a verdadeira importân

hecimentos, quantas vezes sentidos pelos alunos como dispensáveis e pouco interessantes. Verificamos que, pelo desenvolvimento da criatividade e espontaneid

eguem alcançar resultados à partida impensáveis.

Todos os alunos já tinham experimentado as técnicas de pintura a lápis de cor, lápis de cera e a marcador (canetas de feltro), passámos então á introdução da técnica de pintura a guache que se iniciou a vinte de Janeiro prolongando-se até ao dia trinta, abarcando assim as aulas das duas turmas do 6º ano e os clubes. Nesse intervalo de tempo deu-se grande liberdade de utilização dos materiais na expressão criativa.

Obviamente que os alunos dos sextos anos já tinham alguns conhecimentos do ano anterior que agora foram relembrados, do mesmo modo, os alunos dos quintos anos

30 Notas e campo (06/01/04) 31 Entrev ta (28/01/04) cf.Anexo 4 32 d is

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habituados, por outro, é sabido que a maioria das crianças e dos jovens têm um particular fascínio por

oi int gene tudo como se fosse

a primeira vez.

Ei! Que “fixe”, aquilo é tudo para nós usarmos? Nunca tivemos assim tanta

oisa! Questionava o Diogo.

Agora é que vai ser trabalhar! Nunca tivemos assim tanta coisa, de tintas e do. Com

anto pincel! Posso experimentar isso tudo? Questionava o Carlos.

questões, que obviam

teórica acerca da função e do modo de utilização

exemplificando na prática. Nesse decorrer

frequentadores dos clubes, também já tinham tido elucidação acerca da mesma matéria, encontrando-se sensivelmente no mesmo patamar de conhecimentos.

Nas primeiras sessões, estavam consideravelmente mais agitados do que o costume, o que era perfeitamente aceitável e compreensível. Por um lado, os procedimentos metodológicos seguiram um rumo ao qual não estavam

tudo o que diz respeito à prática da Expressão Plástica.

F eressante verificar que, na ralidade, lidavam com

- c -

tu entava a Carla.

-T

- Agora é que vou fazer coisas “fixes” vocês vão ver! 32

Deixámo-los observar, fazerem os seus comentários e colocarem as suas ente eram respondidas.

Entretanto, procedeu-se à explicitação da função de cada um dos objectos e materiais que se encontravam dispostos numa bancada de trabalho ao fundo da sala. Como a sala de aula era pequena, proporcionava uma perfeita visualização das acções das professoras que então se encontravam junto à referida bancada de trabalho.

Enquanto uma das professoras procedia à abordagem

dos referidos objectos e materiais, a outra professora ia iam surgindo comentários de uns e questões de outros.

- Eu já sei mais ou menos como se faz as tintas. Só tem aí as cores primárias.33 A nossa intenção foi exactamente a de iniciarmos as experiências com as cores primárias, passando entretanto à descoberta das cores secundárias para que, a partir daí, os alunos pudessem descobrir uma vasta paleta de cores e de tonalidades, aprofundando a exploração de meios e técnicas já abordados.

dias( 20/01/04) e( 30/01/04). Notas de campo (20/01/04)

33

32

Excertos das notas de campo entre os 33

Educação pela Arte para uma Cultura Intercultural restantes podem ser enc Figura 7 34

Após a teorização e exemplificação, os alunos iniciaram as suas experiências das quais se dá conta de alguns exemplos nas imagens que se seguem. As

ontradas no Anexo 6.

Guache sobre papel

Diogo,11 anos, luso

Nuno, 14 anos, cigano

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Guache sobre papel

Flávio,11 anos, africano

Ana, 11 anos, lusa Jorge, 12 anos, africano

Figura 8

35

Argentina, 12 anos, cigana

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Na vivência das experiências plásticas, os alunos exprimiam-se livremente, libertando-se e fruindo o seu acto criador, deixando a criatividade emergir num clim

harmo ável nas atitudes de concentraç

registos momentâneos .

Figura 9

-se permitindo sempre que os alunos se exprim

desenvolvendo o seu sentido estéti ico, promovendo a autonomia e a auto- estima.

Figura 10

36 a de ão que captámos em nia e de fascinio, observ

Momentos registados nas aulas e no clube de pintura.

No decurso das actividades foram integrando novos conceitos, novas técnicas, issem em gestos livres e libertadores, co e crit

Guache sobre papel

Ruben, 13anos,luso

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Argentina, 12 anos, cigana

Luis,12anos, africano Figura 11 37

Guache sobre papel

Diogo,11 anos, luso

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Técnica Mista – pintura a guache e co de revistas

Carla, 11 anos,

Figura 12

O dinamismo do acto de aprender a Ser vê-se reflectido neste cenário poeticamente colorido e singular, em que as crianças e os jovens se foram construindo e

ade, agindo cada vez nais com maior o e sentido critico.

, no inicio de uma das sessões, a Argentina onado por outros professores), nos revistas. Tinhamos sugerido a utilização

c

Já com as revistas, cortavam, recortavam i agens, riam, dialogavam, colocavam o r ha branca que sería o suporte dos seus trabalhos. Nesse vai-vem

lagem de recortes

Argentina, 12 anos, cigana

reconstruindo, desenvolvendo a sua personalid autonomia, responsabilidade pessoal, civism

Estávamos no clube de pintura34

(nossa aluna do 6º ano) e a Carla (aluna do 5º ano, lecci juntaram-se a trabalhar, entretanto pediram-

de vários materiais, incluindo papéis coloridos, re ortes de jornal, etc. m

ecortes sobre a fol s

de expriências permeado pelo bom humor, foram desenvolvendo o trabalho com bastante autonomia. Uma vez ou outra chamavam-nos para darmos a nossa opinião.

Notas de campo (23/01/04) 34

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- Esta imagem é gira, dava para colar aqui, e depois colar ali outra… depois pinto. Não sei ainda como, se precisar depois pergunto.

-Acho que sim, mas vai experimentando colocar umas, colocar outras e assim

- É isso que também vou fazer, já tenho aqui muitas imagens, agora vou Entretanto chamou a professora

s tão empenhadas que também qui observar. Foram-se levantando e dirigindo-se à mesa que lhes captava a tenção. Bém, todos queriam revistas, mas não havia mais, só tinhamos aquelas. Ficaram desiludidos, s prontamente um dos alunos que frequentava o 6º ano, disse: - Podiamos fazer

trabalhos de colagens nas aulas de E.V.T. 35 Brilhante ideia! Respondemos nós.

a em prática, aliás, fomos motivação e o entusiasmo, logo, conduz à a natural.

os aqui três dos trabalhos executados nas aulas

Figura 13

vais tendo mais ideias, até encontrares aquele que mais te agradar.

escolher e pensar depois como vou pintar.

Arminda para lhe explicar a ideia.

Os restantes alunos, viram as colega zeram

ma

Registámos a opinião que mais tarde foi post observando que a pertinência facilita a

aquisição do conhecimento de form A título de exemplo apresentam

de Educação Visual e Tecnológica. Outras imagens expomo-las no Anexo 6.

Técnica Mista –colagem de recortes de revistas com pintura a guache e lápis de cera

Uma forma de sensibilização para a recuperação de materiais. A critica à sociedade de consumo.

ica 35

Educação Visual e Tecnológ

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s (figura 13), foram extrem interag riatividade e imagin que a a

não no a falha da nossa parte, por outro lado foi o

empen

to arrumavam, a maioria dos alunos questio

Claro que sim, temos mais algum tempo para esse trabalho.36

A função da sala de aula enquanto cenário de socialização não se esgota, nela

prom -se valores, impõem-se regras

e normas de conduta necessárias à interação social. Dá-se maior realce ao desenvolvimento de valores de solidariedade

na tolerância, adoptando-se estratégias de aprendizagem do “Eu” e do “Outro”, num intercâmbio de

colaboração e no diálogo.

Siganos então no rumo de todo essa fr plásticas proporcionaram aos nossos alunos, c r e

Entre o dia seis e doze de Feveriro, procedemos à projecção das imagens

atenção.

As aulas em que decorreram os trabalhos exposto

amente motivadoras, os alunos ciganos, africanos e lusos relacionavam-se e iam em plena harmonia, estavam “deliciados” com a sua c

ação, tal como nós, chegando ao ponto de numa das sessões nos esquecermos ula só tinha noventa minutos. Deu o toque de saída, estava na hora de almoço, s apercebemos. Por um lado, foi um

ho dos alunos, a alegria com que trabalhavam e interagiam.

Qual não foi o nosso espanto, quando um funcionário nos bateu à porta, dizendo que já tinha tocado para fora hà alguns minutos e que os alunos tinham que ir almoçar. Um “óh!” em unissono ecou na sala, e os comentários fizeram-se ouvir:

- Vamos ficar aqui, agora que estava a gostar tanto é que tocou! - Podiamos continuar, deixe lá depois comemos!

- Eu ficava aqui sempre, nem ia para casa.

Tem que ser, não há alternativa. Enquan nava:

- Na próxima aula continuamos a fazer isto?

processa-se informação, ovem-se relalções, cultivam

e de coesão, fundamentados no respeito e conducentes ao conhecimento saberes, de opiniões, de fazeres na

uição e experiênciação que as Artes onduzindo-nos à consideração da efectiva vância que elas tomam na educação.

el

contidas no nosso CD-Rom, a que nos referiremos neste capítulo (I.4.4.) com mais

Notas de campo (27/01/04) 36

Educação pela Arte para uma Cultura Intercultural tiveram funcionamento do compu folha de papel

e uma e o que mais lhes chamasse a

tenção, na aula anterior.

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