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Necessidades de financiamento do setor público

No documento Relatório de Inflação (páginas 40-42)

O setor público consolidado registrou superavit primário de R$4,4 bilhões no primeiro quadrimestre do ano (superavit de R$32,4 bilhões em igual período de 2015). O Governo Central e as empresas estatais registraram deficit respectivos de R$5,8 bilhões e R$1,2 bilhão, e os governos regionais,

superavit de R$11,4 bilhões.

A receita total do Tesouro Nacional9 totalizou R$334,3

bilhões nos quatro primeiros meses de 2016, elevando-se 4,1% em relação ao mesmo período de 2015. Destaque para o crescimento de R$11,8 bilhões (1.129%) nas receitas de concessões, impactado pelo recolhimento de bônus de outorga referente à concessão de usinas hidrelétricas, sem contrapartida no ano anterior, e para as reduções na arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (12,3%), influenciada pela redução na produção industrial, e na cota parte de compensações financeiras (32,9%). As despesas do Tesouro Nacional10 atingiram R$236,6

bilhões no primeiro quadrimestre de 2016. A expansão de 10,5% em relação a igual período de 2015 repercutiu

Tabela 3.4 – Necessidades de financiamento do setor público – Resultado primário

Acumulado em 12 meses

Segmento 2014 2015 Abr 2016

R$ % R$ % R$ %

bilhões PIB bilhões PIB bilhões PIB Governo Central 20,5 0,4 116,7 2,0 137,9 2,3 Governos regionais 7,8 0,1 -9,7 -0,2 -3,9 -0,1 Empresas estatais 4,3 0,1 4,3 0,1 5,2 0,1 Total 32,5 0,6 111,2 1,9 139,3 2,3 321,3 110,4 431,7 334,3 114,1 448,4 0 200 400 600 Receita do Tesouro

Nacional Arrecadação Líquida doRGPS Total

2015 2016

Gráfico 3.14 – Receita total do Governo Central

Acumulado até abril

R$ bilhões

Fonte: Ministério da Fazenda/STN 1/ Inclui Banco Central.

Junho 2016 | Banco Central do Brasil | Relatório de Inflação | 43

elevações nas despesas obrigatórias (20,5%), nos gastos com pessoal e encargos (7,3%) e nas despesas discricionárias (6,2%). Entre as despesas obrigatórias, destaque para o crescimento de 52,5% nos pagamentos de Abono e seguro desemprego, influenciado pelo aumento do desemprego no país e, em especial, pelo calendário de pagamento do Abono salarial definido na Resolução Codefat nº 748/2015; e de 140% nos gastos com subsídios, subvenções e Proagro, decorrente da nova sistemática de pagamento estabelecida em conformidade com os Acórdãos do Tribunal de Contas da União (TCU) nº 825/2015 e nº 3.297/2015.

O deficit da Previdência Social atingiu R$37,5 bilhões nos quatro primeiros meses do ano. O crescimento de 77,2% em relação a igual período de 2015 repercutiu elevações de 15,2%, para R$151,6 bilhões, nas despesas com benefícios previdenciários – resultado de aumentos respectivos de 11,9% e 2,2% no valor médio e na quantidade dos benefícios emitidos –, e de 3,3%, para R$114,1 bilhões, na arrecadação líquida.

As receitas e as despesas do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registaram elevações respectivas de 3,9% e 12,3% no primeiro quadrimestre de 2016, em relação ao mesmo período de 2015. Em termos reais, considerado o IPCA como deflator, as variações de receitas e despesas atingiram, na ordem, -4,1% e 2,2%. A trajetória das receitas evidenciou o impacto da retração da atividade econômica sobre a arrecadação, enquanto o desempenho das despesas refletiu, em parte, a irredutibilidade de gastos específicos.

As transferências para os governos regionais somaram R$68,7 bilhões no primeiro quadrimestre de 2016, reduzindo-se 3,9% em relação a igual período do ano anterior. Houve recuos nas transferências relacionadas aos fundos de participação de estados e municípios (4,4%), impactado pela redução na arrecadação de tributos compartilhados, e à cota parte de compensações financeiras (16,9%), influenciado pela retração do preço internacional do petróleo. As transferências relacionadas à Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - Combustíveis (Cide-Combustíveis), evidenciando a elevação de alíquotas, a partir de maio de 2015, atingiram R$735 milhões (R$7,8 milhões no primeiro quadrimestre de 2015).

O resultado primário dos estados e municípios foi superavitário em R$11,4 bilhões nos primeiros quatro meses de 2016 (superavit de R$17,2 bilhões no mesmo período de 2015). As arrecadações do Imposto sobre a Circulação -10 -5 0 5 10 15 20 Jan

2014 Abr Jul Out 2015Jan Abr Jul Out 2016Jan Abr Receita líquida Despesas

Gráfico 3.15 – Crescimento real (IPCA) das receitas e despesas do Governo Central

Acumulado no ano % Fonte: MF/STN Fonte: MF/STN 60,3 11,2 71,5 58,5 10,2 68,7 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Constitucionais Demais Total

2015 2016

Gráfico 3.16 – Transferências para estados e municípios

Acumulado Jan-abr

R$ bilhões

Fonte: MF/STN

Tabela 3.5 – Despesas do Governo Central

Janeiro-abril

Discriminação 2015 2016

R$ % do R$ % do milhões PIB milhões PIB Total 345 599 18,0 388 170 19,4 Benefícios previdenciários 131 558 6,8 151 576 7,6 Tesouro Nacional1/ 214 041 11,1 236 593 11,8 Pessoal e encargos 73 750 3,8 79 125 3,9 Outras despesas obrigatórias 59 261 3,1 71 428 3,6 Abono e Seg. Desemprego 14 631 0,8 22 313 1,1 Subsídio e subvenções 5 301 0,3 12 720 0,6 Loas/RMV 14 053 0,7 16 042 0,8 Despesas discricionárias 81 030 4,2 86 040 4,3 PAC 13 299 0,7 14 162 0,7

Fonte: Ministério da Fazenda/STN 1/ Inclui Banco Central

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de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) atingiram R$102,3 bilhões e R$19,7 bilhões, respectivamente, no primeiro trimestre de 2016, aumentando, na ordem, 5,9% e 4,5% em relação a igual período de 2015.

O deficit primário das empresas estatais passou de R$273 milhões, nos quatro primeiros meses de 2015, para R$1,2 bilhão, em igual intervalo de 2016, evolução associada, em especial, à reversão, de superavit de R$939 milhões, para

deficit de R$891 milhões, registrada no âmbito das empresas

estatais estaduais.

Os juros nominais somaram R$108,7 bilhões no quadrimestre encerrado em abril, ante R$146,1 bilhões no mesmo período de 2015, destacando-se a contribuição do resultado favorável de R$50 bilhões das operações de swap cambial, que haviam registrado resultado desfavorável de R$19,2 bilhões no primeiro quadrimestre de 2015.

O resultado nominal do setor público, que agrega o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$104,3 bilhões no quadrimestre (deficit de R$113,6 bilhões no período equivalente em 2015). Esse resultado foi financiado mediante expansão da dívida mobiliária interna, neutralizada, parcialmente, por reduções na dívida bancária líquida, pelo financiamento externo líquido e pelas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária.

Operações do Banco Central no mercado

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